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Apostila 4: parte geral do Direito

Civil
Deuciane Laquini de Ataide
dlaquini@hotmail.com
Parte Geral: Das Pessoas
-Capacidade e Legitimidade-
1. Capacidade de direito e de fato e Legitimidade
Adquirida a personalidade jurídica, toda pessoa passa
a ser capaz de direitos e obrigações.
Possui, portanto, capacidade de direito ou jurídica ou
de gozo.
Todo ser humano tem, assim, capacidade de direito,
pelo fato de que a personalidade jurídica é um
atributo inerente à sua condição.
Estamos falando, portanto, da aptidão que o
ordenamento jurídico atribui às pessoas, em geral,
para serem titulares de uma situação jurídica.
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-Capacidade e Legitimidade-
Ocorre que nem toda pessoa possui aptidão para o
exercício pessoal de seu direitos, praticando atos
jurídicos, em razão de limitações orgânicas ou
psicológicas.
No entanto, se puder atuar pessoalmente, possui,
também, capacidade de fato ou de exercício.
Reunidos os dois atributos, fala-se em capacidade
civil plena:
CAP. DE DIREITO + CAP. DE FATO : CAPACIDADE
CIVIL PLENA
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-Capacidade e Legitimidade-
-A falta de capacidade de fato ou de exercício,
conduz-nos ao problema da incapacidade.
-Agora, não se pode confundir capacidade com
legitimidade:
-Nem toda pessoa capaz pode estar legítima
para a prática de determinado ato jurídico.
A legitimidade traduz uma capacidade
específica. Vamos ao exemplo:
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Dois irmãos, maiores e capazes, não poderão se
casar entre si. ( Art. 1521, IV do CC)
Perceba que, em tal situação, os irmãos estão
impedidos de praticar o ato por falta de
legitimidade ou de capacidade específica para o
ato. Está legitimado para a prática de
determinado ato quem a lei determinar.
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2. Incapacidade Absoluta:
Seguindo a diretriz mais moderna e adequada
do Novo Código Civil, as seguintes pessoas são
consideradas absolutamente incapazes de
exercer pessoalmente os atos da vida civil e,
portanto, outra pessoa os representará:
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Art. 3º CC. São absolutamente incapazes de
exercer pessoalmente os atos da vida civil:
I - os menores de dezesseis anos;
II - os que, por enfermidade ou deficiência
mental, não tiverem o necessário discernimento
para a prática desses atos;
III - os que, mesmo por causa transitória, não
puderem exprimir sua vontade.
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2.1.1. Os menores de dezesseis anos.
Trata-se dos menores impúberes.
Abaixo deste limite etário, o legislador considera
que a pessoa é inteiramente imatura para atuar
na órbita do direito.
Vale lembrar que, no Estatuto da Criança e do
Adolescente, a distinção é peculiar:
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“Art. 2º, ECA - Considera-se criança, para os efeitos
desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e
adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito
e vinte e um anos de idade”.
Observe-se, todavia, que tanto a criança quanto o
adolescente são considerados incapazes (absoluta ou
relativamente incapazes, conforme veremos no item
2.2.1.).
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2.1.2. Os que, por enfermidade ou deficiência mental, não
tiverem o necessário discernimento para a prática desses
atos.
As pessoas que padeçam de doença ou deficiência mental,
que as torne incapazes de praticar atos no mundo jurídico,
são consideradas absolutamente incapazes.
O Novo Código Civil afastou a expressão “loucos de todo o
gênero”, duramente criticada por Nina Rodrigues na época
da elaboração do Código Civil de 1916.
A incapacidade deve ser oficialmente reconhecida por
meio do procedimento de interdição, previsto nos arts.
1177 a 1186 do CPC. (o interditado terá um curador)
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-A doutrina admite, ainda, uma incapacidade
natural, quando a enfermidade ou deficiência não
se encontra judicialmente declarada. Nesse caso,
admite-se a invalidação do ato praticado pelo
incapaz não oficialmente interditado, se ficarem
demonstrados: o prejuízo ao incapaz e a má-fé da
outra parte.
-É bom lembrar ainda que, declarada judicialmente
a incapacidade, não devem ser considerados
válidos os atos praticados pelo incapaz mesmo nos
intervalos de perfeita lucidez.
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2.1.3. Os que, mesmo por causa transitória, não
puderem exprimir a sua vontade.
São considerados absolutamente incapazes aqueles
que, em razão de uma causa temporária (ou
permanente, claro) estejam impedidas de
manifestar vontade.
Exemplos: É o caso da pessoa vítima de uma
intoxicação fortuita, ou em estado de coma, em
virtude de acidente de veículo.
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OBS1: Surdo-mudo que não puder manifestar a sua
vontade poderá ser considerado incapaz diante de
todas as situações do Art. 3º, em especial o inciso
III.
OBS2: A senilidade, entendida nesse contexto como
a idade muito avançada, não gera incapacidade
civil.
Diferentemente, outrossim, é a situação da pessoa
de idade avançada que também apresente
problema de saúde mental apto a justificar a sua
interdição.
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2.2. Incapacidade relativa.
Consoante a diretriz do Novo Código Civil, são
incapazes, relativamente a certos atos, ou à
maneira de os exercer e, portanto, serão
assistidos por outras pessoas:
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Art. 4º CC .São incapazes, relativamente a certos atos, ou à
maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, eos que, por
deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
IV - os pródigos.
Parágrafo único - A capacidade dos índios será regulada por
legislação especial.
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2.2.1. Os maiores de dezesseis e menores de
dezoito anos.
Trata-se dos menores púberes.
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2.2.2. Os ébrios habituais, os viciados em
tóxicos, e os que, por deficiência mental,
tenham o discernimento reduzido.
Muito cuidado com este dispositivo!
A embriaguez, o vício de tóxico e a deficiência,
consideradas como causas de incapacidade
relativa, neste caso, REDUZEM, mas não
ANIQUILAM a capacidade de discernimento.
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Se privarem totalmente o agente de capacidade
de consciência e orientação, como na
embriaguez patológica ou toxicomania grave
(dependência química total) configurar-se-á
incapacidade absoluta, na forma do art. 3°, II.
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2.2.3. Os excepcionais, sem desenvolvimento
mental completo.
São consideradas relativamente incapazes as
pessoas dotadas de desenvolvimento mental
incompleto (As pessoas especiais).
EX: os portadores da síndrome de Down (pessoas
especiais que, com muito amor e carinho em sua
educação, merecem todo o nosso respeito, e
podem perfeitamente atuar social e
profissionalmente).
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2.2.4. Os pródigos.
A prodigalidade é um desvio comportamental
por meio do qual o indivíduo
desordenadamente dilapida o seu patrimônio,
podendo reduzir-se à miséria.
Note-se que o indivíduo que desordenadamente
dilapida o seu patrimônio poderá, ulteriormente, bater
às portas de um parente próximo ou do próprio Estado
para buscar amparo.
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Para a sua própria proteção (e para evitar que
bata às portas de um parente ou do Estado), o
pródigo poderá ser interditado.
Segundo a legislação em vigor, a curatela do
pródigo somente o privará de, sem curador,
emprestar, transigir, dar quitação, alienar,
hipotecar, demandar ou ser demandado, e
praticar, em geral, atos que não sejam de mera
administração patrimonial (art. 1782, CC-02).
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OBS: se a prodigalidade vem de um patologia mental que
afeta a saúde mental como um todo, gerando total
incapacidade, está-se diante de uma incapacidade
absoluta.
Curiosidade/Questão de Concurso: Para casar, o curador do pródigo
deve ser ouvido?Como o casamento deflagra também efeitos
patrimoniais, o seu curador deve manifestar-se, não para interferir
na escolha afetiva, mas para opinar acerca do regime de bens
escolhido.

.
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Atenção: leitura do art. 1767 até 1781 do CC.
2.2.5. Algumas palavras sobre a capacidade
jurídica dos silvícolas (índios).
A disciplina normativa do índio, que no Código de 1916 mereceu
assento entre os relativamente incapazes, passou a ser
remetida à legislação especial (art. 4º, parágrafo único, CC-02),
que disciplina autonomamente a matéria (cf. especialmente a
Lei n. 5371 de 05 de dezembro de 1967, e a Lei n. 6001 de 19 de
dezembro de 1973 - Estatuto do Índio).
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Confira o que dispõe o art. 8º do Estatuto do
Índio:
Art. 8º São nulos os atos praticados entre o índio não integrado
e qualquer pessoa estranha à comunidade indígena quando não
tenha havido assistência do órgão tutelar competente.
Parágrafo único. Não se aplica a regra deste artigo no caso em
que o índio revele consciência e conhecimento do ato praticado,
desde que não lhe seja prejudicial, e da extensão dos seus
efeitos.
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OBS1: A Lei 5.371, de 05 de dezembro de 1967,
consagrando o sistema de proteção ao índio,
instituiu a FUNAI ( Fundação nacional do índio),
que exerce poderes de representação e apoio ao
indígena.
OBS2: Interessante notar que a lei 6.001, de 19
de setembro de 1973 (Estatuto do índio),
considera o indígena, em princípio, agente
absolutamente incapaz, reputando nulos os atos
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por eles praticados sem a devida representação.
Ressalva a lei, entretanto, a hipótese do índio
demonstrar discernimento, aliado à inexistência
de prejuízo em virtude do ato pratico, quando
será considerado plenamente capaz,
independentemente de representação.
OBS 3: A lei n. 6015, de 31 de dezembro de 1973
(lei de registros públicos), determina que os
índios, enquanto não integrados, não estão
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obrigados ao registro de nascimento, podendo
ser feito em livro próprio do órgão federal de
assistência aos índios.
2.6. Suprimento da Incapacidade (Representação
e Assistência).
O suprimento da incapacidade absoluta dá-se através da
representação (legal), e o da incapacidade
relativa, por meio da assistência. Cuida-se de institutos
protetivos dos incapazes.
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- Os menores de dezesseis anos são
representados por seus pais ou tutores e os
enfermos ou deficientes mentais, privados de
discernimento, além das pessoas impedidas de
manifestarem a sua vontade, mesmo que por
causa transitória, por seu curadores.
- Se o absolutamente incapaz praticar o ato
sozinho, sem a representação legal, a hipótese
e de nulidade de ato jurídico.
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- O representante pratica o ato no interesse do
incapaz. Assim, não é qualquer obrigação
assumida pelos pais, em nome dos filhos, que
poderá ser considerada válida. Veja alguns
artigos sobre o assunto:
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Art. 1.691 CC.Não podem os pais alienar, ou
gravar de ônus real os imóveis dos filhos, nem
contrair, em nome deles, obrigações que
ultrapassem os limites da simples administração,
salvo por necessidade ou evidente interesse da
prole, mediante prévia autorização do juiz.
Parágrafo único - Podem pleitear a declaração de
nulidade dos atos previstos neste artigo:
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I -os filhos;
II - os herdeiros;
III - o representante legal.
Art. 1.692 CC. Sempre que no exercício do poder
familiar colidir o interesse dos pais com o do
filho, a requerimento deste ou do Ministério
Público o juiz lhe dará curador especial.
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Art. 119 CC .É anulável o negócio concluído pelo
representante em conflito de interesses com o
representado, se tal fato era ou devia ser do
conhecimento de quem com aquele tratou.
Parágrafo único - É de cento e oitenta dias, a
contar da conclusão do negócio ou da cessação
da incapacidade, o prazo de decadência para
pleitear-se a anulação prevista neste artigo.
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Já o suprimento da incapacidade relativa dá-se
por meio da assistência. Diferentemente os
absolutamente incapazes, o relativamente
incapaz pratica o ato jurídico juntamente com o
seu assistente (pais, tutor ou curador), sob pena
de anulabilidade.
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3. Fim da menoridade e Emancipação
A menoridade, à luz do Novo Código Civil, cessa aos
18 (dezoito) anos completos, quando a pessoa fica
habilitada à prática de todos os atos da vida civil
(art.5º)
Vale lembrar que esta redução para os 18 anos
repercutiu em alguns ramos do Direito, como no
Direito Processual Civil e no Direito Processual
Penal.
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O STJ, nesse contexto, já firmou entendimento
no sentido de que a redução da maioridade civil
não implica cancelamento automático da
pensão alimentícia:
PENSÃO ALIMENTÍCIA. MAIORIDADE. FILHO.
Trata-se de remessa pela Terceira Turma de recurso em ação
revisional de alimentos em que a controvérsia cinge-se em saber
se, atingida a maioridade, cessa automaticamente ou não o
dever de alimentar do pai em relação ao filho.
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Prosseguindo o julgamento, a Seção, por maioria, proveu o
recurso, entendendo que, com a maioridade do filho, a pensão
alimentícia não pode cessar automaticamente. O pai terá de
fazer o procedimento judicial para exonerar-se ou não da
obrigação de dar pensão ao filho. Explicitou-se que completar a
maioridade de 18 anos não significa que o filho não irá depender
do pai.Precedentes citados: REsp 347.010-SP, DJ 10/2/2003, e
REsp 306.791-SP, DJ 26/8/2002. REsp 442.502-SP, Rel. originário
Min. Castro Filho, Rel. para acórdão Min. Antônio de Pádua
Ribeiro, julgado em 6/12/2004.
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Mais recentemente, frise-se, a Súmula 358
afastou quaisquer dúvidas quanto à necessidade
de se demonstrar a ausência de fundamento
para a prestação alimentar que, como visto, não
desaparece pelo simples fato de se atingir a
maioridade:
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Súmula STJ: 358
O cancelamento de pensão alimentícia de filho
que atingiu a maioridade está sujeito à decisão
judicial, mediante contraditório, ainda que nos
próprios autos.
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No âmbito da Previdência Social, a redução da
maioridade civil não implicou a negação do
direito de percepção assegurado pela lei
previdenciária, por ser norma especial. Veja o
enunciado 3 da I Jornada de Direito Civil:
3 – Art. 5º: a redução do limite etário para a definição da
capacidade civil aos 18 anos não altera o disposto no art. 16, I,
da Lei n. 8.213/91, que regula específica situação de
dependência econômica para fins previdenciários e outras
situações similares de proteção, previstas em legislação especial.
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3.1 Seria possível antecipar-se a aquisição da
capacidade plena?
A resposta é positiva: é possível, por meio da
emancipação.
A emancipação pode ser:
a) voluntária;
b) judicial;
c) legal.
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A emancipação voluntária ocorre pela
concessão dos pais, ou de um deles na falta do
outro, mediante instrumento público,
independentemente de homologação judicial,
desde que o menor haja completado dezesseis
anos (art. 5º., parágrafo único, I, primeira parte,
CC-02).
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A emancipação é ato irrevogável, mas os pais
podem ser responsabilizados solidariamente
pelos danos causados pelo filho que
emanciparam. Esse é o entendimento mais
razoável, em nossa opinião, para que a vítima
não fique sem qualquer ressarcimento.
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A emancipação judicial é aquela concedida
pelo juiz, ouvido o tutor, se o menor contar com
dezesseis anos completos (art. 5º, parágrafo
único, I, segunda parte, CC-02).
Posto isso, passaremos a analisar as hipóteses
de emancipação legal.
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A primeira hipótese é o casamento (art. 5º,
parágrafo único, II, CC-02 e art. 9º, § 1º, II, CC-
16).
Recebendo-se em matrimônio, portanto,
antecipam a plena capacidade jurídica, mesmo
que venham a se separar ou a se divorciar
depois.
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Um dado relevante a ser destacado é que,
segundo o Código Civil, excepcionalmente, será
permitida a convolação de núpcias por aquele
que ainda não alcançou a idade mínima legal
(art. 1520, CC-02), em caso de gravidez ou para
evitar a imposição ou o cumprimento de pena
criminal.
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Em seguida, prevê a lei como causa de
emancipação legal o exercício de emprego
público efetivo (art. 5º, parágrafo único, III, CC-
02 e art. 9º, § 1º, III, CC-16), embora dificilmente
a lei admita o provimento efetivo em cargo ou
emprego público antes dos 18 anos.
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Também a colação de grau em curso de ensino
superior é causa legal de emancipação (art. 5º,
parágrafo único, IV, CC-02 e art. 9º, § 1º, IV, CC-
16). Situação também de difícil ocorrência, para
os menores de 18 anos. Você já imaginou colar
grau, em seu curso de Direito, antes dos dezoito
anos?
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Finalmente, justifica a emancipação o
estabelecimento civil ou comercial, ou a
existência de relação de emprego, desde que,
em função deles, o menor com dezesseis anos
completos tenha economia própria (art. 5º,
parágrafo único, V, CC-02 e art. 9º, § 1º, V, CC-
16).
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OBS.: Vale a pena conferir o Enunciado 530 da
VI Jornada de Direito Civil, que aborda os temas
“emancipação” e “ECA”:
Enunciado 530 – A emancipação, por si só, não
elide a incidência do Estatuto da Criança e do
Adolescente.

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