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jovens sobre uma personagem estranha que está em um bar: Nélson, que tem
uma mão defeituosa.
O Ladrão (3ª pessoa) – Numa noite em uma vila operária ouvem-se gritos de
em verde, sozinha,
antieuclidiana,
uma orquídea forma-se
ELES NÃO USAM BLACK-TIE
(GIANFRANCESCO GUARNIERI) -
1958
Inicia a fase nacionalista do Teatro de Arena (SP) - Tema político-social/ engajado
Peça (drama) em 3 atos (estrutura clássica). Transcorre entre uma 6ª feira à noite e uma 2ª
à tarde
Ambientada no Rio de Janeiro (distanciamento) na década de 50. Período J.K.
(“Desenvolvimentismo”, Brasília, Indústria Automobilística, Bossa-Nova, Copa do
Mundo...)
Enfoca a vida de operários e moradores do morro (vocabulário próprio -
oralidade/temática do cotidiano)
Tião foi criado na cidade e hoje é operário; sua namorada Maria está grávida e eles vão se
casar. No entanto o pai de Tião, Otávio (velho sindicalista já na Era Vargas - DOPS) está
organizando uma greve para reivindicar melhorias salariais para a classe trabalhadora.
Tião, ao invés de ficar do lado dos operários e de sua gente, prefere “furar a greve”, pois
tem medo de perder o emprego com o filho para criar. É praticamente “banido” do morro.
LUTA INDIVIDUAL x LUTA COLETIVA
Juvêncio tem o samba “roubado”.
QUARTO DE DESPEJO
(CAROLINA MARIA DE JESUS) -1960
Carolina era negra, semi-alfabetizada, mãe solteira e favelada;
Nasceu em MG e migrou para São Paulo na década de 30;
Na década de 50 foi “despejada” às margens do rio Tietê, na Favela do
Canindé;
Catadora de papel e metais, teve três filhos (João, José Carlos e Vera Eunice);
Relacionou-se com dois homens (Raimundo e Manoel), além do pai de José
Carlos que enviava algum dinheiro. Apesar de Manoel (trabalhava para o
Conde Matarazzo) querer casar com ela, nunca quis se “submeter” a homem
algum;
Foi “descoberta” pelo jornalista Audálio Dantas da revista “O Cruzeiro”;
Traduzida para 13 idiomas, tornou-se famosa, mas morreu pobre;
Escrevia seu “diário” e expressava em uma linguagem muito simples a
realidade da fome e das desigualdades sociais;
Insere em seu texto palavras cultas e frases poéticas.
LEGIÃO ESTRANGEIRA
(CLARICE LISPECTOR) - 1964
Prosa introspectiva – epifania (revelação), discurso indireto livre;
Sondagem da psiquê (Virgínia Woolf/Franz Kafka);
Atemporal e desgeografizada.
Os desastres de Sofia (1ªpessoa) – A menina “descobriu-se” escritora após ser elogiada
pelo professor “gordo e cansado”;
A repartição dos pães (1ªpessoa) – “Pão é amor entre estranhos!”;
Macacos (1ªpessoa) – “Mãe, você é tão engraçada, parece a Lisette! Eu também te amo!”;
Ovo e a galinha – Somos tão frágeis, de onde viemos e para onde vamos? Um texto
filosófico sobre o absurdo existencial.
A quinta história (1ª pessoa) – Como o simples ato de matar baratas pode gerar reflexões
profundas sobre a morte e o poder de matar.
Uma amizade sincera (1ª pessoa) – Dois rapazes (um de São Paulo e outro do Piauí) se
conhecem no último ano de escola e resolvem morar juntos. Aos poucos a relação começa
a ficar monótona, uma solidão a dois, até que se separam;
A legião estrangeira (1ª pessoa/flashback) – Ao ver um pintinho em sua casa, narradora
lembra-se de uma menina que vinha às tarde à sua casa e se chamava Ofélia. É possível
matar por amor.
A mensagem (3ª pessoa) – O que aquela casa (velha) fez nos e aos
dois?;
Tentação (3ª pessoa) – O cachorro ruivo e a menina foram um do outro
por poucos segundos;
Viagem a Petrópolis (3ª pessoa) – Que lembranças poderism existir
ainda na cabeça e no coração daquela senhora (Mocinha, a dona
Margarida);
A solução (3ª pessoa) – A gorda Almira “esgarfeia” a amiga Alice, que
ela tanto se esforçava (em vão) em agradar;
Evolução de uma miopia (3ª pessoa) – O menino “inteligente” (usava
óculos) seria amado pela prima como ele imaginara e se esforçava para
ser? No fim, foi criança por um dia.
Os Obedientes (3ª pessoa) – Um casal vive junto há anos, ela
imaginando alguém que a salve do casamento monótono e ele
imaginando aventuras amorosas. Após os 50 anos a mulher – ao comer
uma maçã – tem um dente quebrado. Olha-se no espelho e pula do
prédio;
DOIS IRMÃOS
(MILTON HATOUM) - 2000
Tempo cronológico (anos 20 a anos 60 do século XX) em Manaus (AM);
A saga, os amores e ódios que permeiam uma família de imigrantes libaneses e seus filhos
e agregados;
Nael é o narrador que tenta “juntar os cacos” das histórias contadas por Halim, Zana,
Domingas... Para tentar entender o que deu errado entre os gêmeos e quem é ele mesmo...;
Halim e Zana tiveram três filhos: Yaqub, Omar e Rânia.
Yaqud e Omar sempre “disputaram” tudo, inclusive o amor de Lívia. Omar fere Yaqub,
que é mandado para o Líbano (só volta após a 2ª GM). Enquanto Yaqub se esforça para
crescer, Omar se esbalda em noitadas no Varanda de Eva (foi expulso da escola e
matriculado no Liceu Rui Barbosa – “O Galinheiro dos Vândalos”- onde conheceu
Antenor Laval.
Yaqub parte para São Paulo, faz engenharia, NPOR e se casa com Lívia, sem que ninguém
saiba. Omar é enviado para São Paulo, para que Yaqub dê um jeito no irmão, rouba o
passaporte de Yaqub e vai para os EUA. De volta a Manaus, começa a se envolver com o
tráfico de bebidas e com a “Pau Mulato”. Halim morre e Zana quer tentar estabelecer a paz
entre os irmãos através da construção de um hotel (Rochiran). Não deu certo.
A PALAVRA ALGO
(LUCI COLLIN) - 2016
"Luci estabelece intertextualidades com diversos poetas como Fernando Pessoa, Mallarmé,
Casimiro de Abreu. O poema Autopsicografia, de Fernando Pessoa, se transforma em
Deveras e assim inicia: “O poeta finge/ e enquanto isso/ cigarras estouram/ pontes caem/
azaleias claudicam”.
A autora se vale também de frases banais, provavelmente lidas em placas espalhadas pela
cidade, e com elas constrói o poema Orçamento Sem Compromisso, no melhor exemplo de
“escrita não criativa” contemporânea: “Compro ouro/ Cobrem-se botões/ Compro e vendo
cabelo/ X-calabresa/ Porção e executivo/ Piso escorregadio”.
Há, na poesia de Luci Collin, muito das influências da poesia concreta e da poesia marginal,
mesmo a autora não tendo participado destes movimentos.
No entanto há pontos de convergência: a metalinguagem, que é a discussão do próprio fazer
poético e de sua utilidade em um mundo cada vez mais voltado para a tecnologia e –
consequente – falta de inspiração e poesia; além da utilização de aspectos visuais próprios do
Concretismo.
Não se encontra em Collin a tendência ao chiste e à blague, típicos da poesia marginal, assim
como não há palavrões nem contestação político-ideológico marxista. A autora não toca
nessas questões, mas toca muito no sentido de ser e existir e nos dramas humanos. Sua
poesia, portanto, capta o que “de melhor” havia nos momentos anteriores para se tornar
algo único. Contemporâneo e universal.