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2.

2 Unidade e Sociedade da
Sociedade oitocentista
Trabalho realizado por: João Pinto Nº18 11ºD

1
Introdução
Neste trabalho irei desenvolver o tema (2.2 Unidade e sociedade da
Sociedade oitocentista) presente no manual adotado nas páginas 56 a 73.

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2.2.1 Uma Sociedade de Classes

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Uma sociedade de Classes
A principal consequência do triunfo do liberalismo, a nível social, foi a
afirmação de um novo ordenamento jurídico, segundo o qual todos eram
livres e iguais perante si:
• Era direito de todos poder aceder às oportunidades sem restrições;
• Terminam as hierarquias institucionalmente estabelecidas;
• Afirma-se uma sociedade flexível e dinâmica, na qual a ascensão deveria
ser por mérito próprio (“self-made men”).
O grupo social que mais beneficiou desta mudança foi a burguesia.
Conseguiu ultrapassar em poder e riqueza as velhas elites aristocráticas,
com as quais se vai fundindo.
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Uma sociedade de Classes
O sucesso do liberalismo traduz-se no triunfo dos objetivos e ideais
burgueses:
• Politicamente conquista o poder à custa do parlamentarismo - é a
democracia burguesa.
• Socialmente, em virtude da abolição dos privilégios de nascimento,
conquistam a supremacia pela igualdade e liberdade individuais (mais
dinheiro significa mais prestígio).
• Mentalmente, a burguesia adquire a consciência do mérito próprio à
custa do trabalho, da poupança, da competência pessoal. Estes
sentimentos alicerçam a consciência de classe que se afirmara em toda a
pujança.
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2.2.2 A condição Burguesa: heterogeneidade
de situações; valores e comportamentos

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A alta Burguesia empresarial e financeira
• A Alta Burguesia (ou aristocracia financeira)
correspondia a um grupo limitado de
famílias dedicadas às atividades mais
lucrativas e à política. São eles quem controla
os mecanismos de produção e detém o
poder. Cultos e requintados exerceram o
mecenato. Eram os filantropos e fundaram
verdadeiras dinastias financeiras.
• O poder tem tendência a manter-se num
número reduzido de famílias, surgem as
dinastias burguesas, nos mais variados
ramos económicos:
• França: Schneider, Peugeot, Périer;
• Alemanha: Krupp, Fürstenberg, Rothschild;
• Itália: Agnelli, Pirelli EUA: Rockefeller
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A alta Burguesia empresarial e financeira
Ao poder económico a alta burguesia junta o poder político, criando
grupos de pressão (lobbies) ou participando diretamente nas decisões
políticas como deputados ou ministros.
• Influenciam as tomadas de decisões dos governos de forma a
favorecerem os seus interesses;
• Difundem as suas ideias na imprensa e jornais;
• Através da publicidade lançam modas;
• Influenciam o ensino;
• Divulgam os seus valores de modo a influenciarem a opinião pública de
acordo com os seus interesses.
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A alta Burguesia empresarial e financeira
A alta burguesia vai desenvolver comportamentos e valores próprios.
Em muitas atitudes vão imitar a antiga nobreza, adquirindo
propriedades, muitas vezes compradas à nobreza, nas cidades mandam
construir palácios;
• Organizam festas, bailes, e outros sinais exteriores de riqueza;
• Os seus filhos frequentam as melhores escolas;
• Muitas vezes estabelecesse uma comunidade de interesses entre a
antiga aristocracia e a lata burguesias, e muitos casamentos são
realizados;

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A formação de uma consciência de classe
burguesa
Outras vezes a alta burguesia era nobilitada pelos serviços prestados;
Assiste-se a uma fusão de interesses entre a velha e a nova elite;
A burguesia foi lentamente desenvolvendo uma consciência de classe,
afirmando-se como um grupo autónomo com os seus próprios valores e
comportamentos.
O culto da ostentação e do luxo foi sendo substituído pela valorização
do trabalho, do estudo, da poupança, da moderação e da prudência.
Estas são as virtudes burguesas, nelas a família assumia um papel
relevante, e dá-se muita importância à solidariedade familiar;

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A formação de uma consciência de classe
burguesa
A maior parte pertence ao setor terciário das atividades económicas.
Muitos provêm das classes mais baixas. É um grupo conservador (contra
todas as mudanças sociais e económicas).
A burguesia distancia-se do culto da ociosidade das elites
aristocráticas e mostram a sua riqueza como fruto do trabalho, da
iniciativa e do esforço pessoal.
Atribuem a pobreza à preguiça, e à falta de empenho e talento.
Apontam como exemplos os casos de ascensão de pessoas de origem
humilde, os “self-made men” que também são o exemplo da mobilidade
social da nova sociedade;

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Proliferação do terciário e incremento das classes
médias
As classes médias são constituídos por um numeroso e heterogéneo
grupo de pessoas.
Situam-se entre a alta burguesia e o proletariado. Este grupo é
constituído pelas pessoas que não executam trabalhos manuais mas
também não pertencem à alta burguesia.
O desenvolvimento do setor terciário fez engrossar este grupo.
A maior parte destas profissões vão ficar conhecidas como
“colarinhos brancos”, distinguindo-os dos trabalhadores que se sujavam
no exercício da sua profissão.

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Proliferação do terciário e incremento das classes
médias
Pequenos empresários industriais que, apesar de afetados pelas crises
e pela concentração empresarial, não cessaram de crescer. Profissões
liberais todos os que trabalhavam por conta própria (advogados,
médicos, professores).
Empregados de escritórios e funcionários públicos que veem o seu
número crescer devido ao desenvolvimento dos serviços e do Estado.
Muitas vezes ganham menos que operários mas têm estatuto social. É um
tipo de emprego muito procurado.

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Proliferação do terciário e incremento das classes
médias
Os professores são cada vez mais numerosos. Transmitem os valores
da burguesia nas escolas. Profissão mal paga mas com prestígio.
Os empregados comerciais todos trabalhavam no comércio. Pessoas
com rendimentos tais como proprietários, investidores na Bolsa, etc.

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O conservadorismo das classes médias
As classes médias, criam a sua consciência de classe, eram grandes
defensoras dos valores da burguesia. Muitos deles tinham origens
humildes e sonhavam subir na sociedade, sobretudo tinham pavor de
voltarem a ser proletários
São conservadores e defensores da ordem e moral públicas.
Veem com desconfiança a contestação dos operários.
Cultivam a ordem, o estatuto, o respeito pelas hierarquias, a
importância da poupança, o respeito pelo trabalho. Procuram pequenos
luxos como comprar uma moradia, uma boa escola para os filhos, idas ao
teatros e à ópera, férias, etc.
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O conservadorismo das classes médias
O respeito pela família é o pilar da moral burguesa. Advogam uma
moral austera (puritanismo) e o culto das aparências.
Na família burguesa o poder está no homem, as qualidades
domésticas na mulher a obediência nos filhos.
As festas da classe média decorriam em família (aniversários,
casamentos, etc.)

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2.2.3 A condição operária: salários e modos de vida;
associativismo e sindicalismo; as propostas socialistas
de transformação revolucionária da sociedade

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A condição operária: salários e modos de vida;
associativismo e sindicalismo; as propostas socialistas de
transformação revolucionária da sociedade

A Revolução Industrial criou, nos escalões inferiores da sociedade,


um novo grupo social, o operariado; O liberalismo económico, ao abster-
se de intervencionar a vida económica, deixou os operários nas mãos dos
grandes industriais

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Condições de Trabalho
Os proletários não têm qualquer poder sobre a produção que pertence à
burguesia, os operários apenas possuem os seus filhos (prole) e um salário pelo
seu trabalho.
O salário não é regulamentado, e baixa ou sobe de acordo com os interesses
dos donos das indústrias. Os operários viveram e trabalharam em condições
muito precárias e difíceis.
Os proletários que no século XIX afluíam às cidades eram o produto da falta
de empregos na agricultura e da ruína dos pequenos proprietários rurais ou das
atividades artesanais. Chegavam às cidades sem qualquer preparação, foram uma
mão de obra não qualificada e foram explorados e sujeitos a grandes
arbitrariedades.

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Condições de Trabalho
Os operários foram sujeitos a variadíssimos problemas:
• Salários precários e baixos, completamente dependentes dos jogos da oferta
e da procura.
• Quando os lucros diminuíam ou a ganância dos patrões era muita, os
salários baixavam, muitas vezes abaixo do limiar de sobrevivência
• Horários de trabalho que podiam chegar às 16 horas diárias
• Ausência de direito a férias, descanso semanal, subsídio de desemprego,
reforma ou doença;
• Mão de obra infantil que recebia por vezes metade do salário dos homens. As
mulheres também tinham salários mais baixos
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Condições de Trabalho
• Oriundos do campo tinham de sobreviver na cidade sem o apoio familiar.
• Locais de trabalho sem condições mínimas.
• Elevado risco de contrair doenças profissionais que levavam ao
despedimento.
• Proibição de todos os tipos de manifestações ou reivindicações (greve era
proibida por lei);

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Condições de Vida
As condições de vida dos operários eram bastante precárias. As suas
habitações sem condições de habitabilidade e muitas vezes sobrelotadas.
Estavam sujeitos a uma alimentação pobre e desequilibrada logo estavam mal
alimentados, sem tempo para descansar, habitando em bairros empestados
eram muitas vezes vítimas de doenças e as epidemias de cólera eram
frequentes.
Perante este quadro de problemas e pobreza extrema os problemas a ele
associados eram frequentes: alcoolismo, prostituição, criminalidade,
mendicidade, etc.

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O movimento operário: associativismo e
sindicalismo
Os primeiros movimentos contra estas duras condições de trabalho e
de vida foram espontâneas e desorganizadas.
Um dos primeiros foi liderado por Ned Ludd, em Inglaterra, entre 1811
e 1818. Foi o “luddismo”, era um movimento que levava os operários a
destruírem máquinas (mecanoclasta) que roubavam o trabalho. Outros
movimentos semelhantes, bem como greves e outras manifestações
invadiram toda a Europa.
As medidas de repressão foram extremamente duras: os operários
foram perseguidos, presos e até condenados à morte.
Esta violenta repressão levou os operários a organizarem as suas lutas.

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O movimento operário: associativismo e
sindicalismo
Esta organização assumiu , essencialmente, duas formas:
• Associativismo – para substituir as tradicionais solidariedades familiares, da
igreja ou das confrarias, criaram-se associações de socorros mútuos, ou
mutualidades. Os associados pagavam uma quota e eram apoiados em caso de
doença, morte, acidentes, desemprego, etc.
Também foram criadas cooperativas que eram associações de tipo económico.
• Outra forma de organização do movimento operário foi o Sindicalismo. Os
sindicatos são organizações que agregam os trabalhadores de um determinado
ramo profissional, para protegerem os seus interesses. Os sindicatos
começaram por ser organizações clandestinas:
• Lutavam pela melhoria das condições de trabalho através de manifestações e greves;

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O movimento operário: associativismo e
sindicalismo
A legalização dos sindicatos, a influência de doutrinas políticas como
o socialismo e o anarquismo levaram ao crescimento dos sindicatos.
A partir de 1870-80, a força dos sindicatos cresce visivelmente. Os
sindicatos britânicos, as Trade Unions, transformaram-se em
organizações de massa.
No último quartel do século XIX, a legislação social nos países
industrializados evoluiu: foram publicadas leis que regulamentavam o
horário de trabalho, o repouso semanal, pensões (velhice, doença,
acidente).

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As propostas socialistas de transformação
revolucionária da sociedade
As propostas socialistas de transformação revolucionária da sociedade
As condições de miséria dos proletários levou vários pensadores a
refletirem sobre esta situação e a proporem medidas de intervir na
sociedade, criticavam a desumanidade do sistema capitalista e
propunham a diminuição das desigualdades sociais. No século XIX
surgem as teorias socialistas que se vão dividir em dois campos teóricos
diferentes.

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O socialismo Utópico
Consistiu em propostas de reforma da sociedade e alternativas ao sistema
capitalista.
Propunham a criação de cooperativas de produção e consumo e uma maior
justiça social. As ideias começaram a surgir por volta de 1820. Alguns dos
principais pensadores foram: Robert Owen, Saint- Simon, Charles Fourier, etc.
Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865) foi um dos principais pensadores. Propôs
a organização de cooperativas de produção e por conseguinte a abolição da
propriedade privada e do estado para terminar com a “exploração do homem pelo
homem”.
A proposta de Proudhon consista na criação de uma sociedade igualitária de
pequenos produtores associados em cooperativas que seriam capazes de assegurar
o bem-estar, sem luta de classes ou sem a intervenção do Estado.
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O marxismo
Socialismo científico (marxismo) – Karl Marx (1818-1883) e
Friederich Engels (1820-1895) publicaram em 1848, o Manifesto do
Partido Comunista.
Nesta obra defendem que a luta de classes, o verdadeiro motor da
História, atravessou todas as épocas históricas e propõem um modo de
atingir uma sociedade sem classes e sem Estado, o comunismo
A sociedade burguesa e capitalista será destruída pelo proletariado
que instaurará a ditadura do proletariado. Nesta fase o estado deterá
todos os meios de produção (fim da propriedade privada) para construir
uma sociedade sem classes e sem exploração, onde o próprio Estado
desaparecerá, o comunismo.
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O marxismo
Segundo Karl Marx, o modo de produção capitalista assenta na mais-
valia.
O salário do trabalhador não corresponde ao valor do seu trabalho
mas apenas ao valor dos bens de que necessita para sobreviver. A
exploração do proletário é o lucro do capitalista. Os explorados deveriam
lutar contra os exploradores (luta de classes).
Para Marx era necessário que o proletariado se organizasse em
partidos e sindicatos e conquistasse o poder político.

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As internacionais operárias
Marx apela ao internacionalismo proletários, é célebre a frase,
“Proletários de todos os países, uni-vos”, segundo ele a única forma de
lutar contra o capital internacional é os operários também se
organizarem internacionalmente. Para coordenar a luta a nível
internacional surgem as Associações Internacionais de Trabalhadores ou
Internacional Operária (Internacionais).
Marx redigiu os estatutos da I Internacional (Londres, 1864). Apoiou
a Comuna de Paris (março de 1871) insurreição de operários em Paris que,
após dominar a capital francesa durante 40 dias, foi esmagada com
enorme violência, mais de 20 mil revoltosos foram executados.

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As internacionais operárias
Surgem partidos operários com a designação de socialistas ou sociais-democratas.
Na Internacional surgem teses diferentes de Karl Marx.
Bakunine (1814-1876) criou o anarquismo, criticava no marxismo o princípio da
ditadura do proletariado e da supremacia do Estado e preconizava a organização dos
operários nos sindicatos e outras associações. Estes desacordos levaram ao fim da I
Internacional em 1876.
A II Internacional (Paris, 1889) afastou os anarquistas, mas surgiu outra tendência,
o revisionismo de Bernstein (1850-1932) que propunha uma evolução pacífica e gradual
do capitalismo para o socialismo, substituindo a luta de classes por uma colaboração
entre os partidos operários e os burgueses.
Na sequência desta nova proposta os partidos voltaram-se a dividir. A II
Internacional vai desaparecer em 1914 no início da I Guerra Mundial.
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Bibliografia
• Um Novo Tempo da História Parte 3 História A 11ºAno

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FIM
2.2 Unidade e Sociedade da Sociedade
oitocentista
Trabalho realizado por: João Pinto Nº18 11ºD

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