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Conduta em exposição a

material biológico

Biossegurança
Riscos de transmissão após
exposição percutânea

HIV
-Exposição percutânea 0,3%
-Exposição mucocutânea 0,09%

Vírus da hepatite B até 40%

Vírus da hepatite C 4 a 10%


Evolução da Infecção pelo HIV

W Paul 4° edição
Material biológico e
transmissão do HIV
 De risco: sangue, secreção vaginal e sêmen
 Risco indeterminado: líquidos de serosas
(peritoneal, pleural, pericárdio), líquido
amniótico, líquor, líquido articular e saliva
(em ambiente odontológico)
 Sem risco: suor, lágrima, fezes, urina, saliva
(exceto em ambiente odontológico)
Avaliação do risco de acidente

Exposição percutânea (sangue):


 Grande volume de sangue

Lesão profunda
Agulha de grosso calibre
Agulha previamente em veia ou artéria do paciente fonte
 Altos títulos de HIV

Paciente fonte com infecção primária pelo HIV


Paciente fonte com estágio terminal da doença
Carga viral elevada
Procedimentos recomendados em
caso de exposição a material
biológico

* Cuidados locais

* Medidas específicas de quimioprofilaxia para o HIV


- indicações de anti-retrovirais (critérios de gravidade)
- Sorologia do paciente fonte (testes rápidos vs ELISA)
Diagnóstico sorológico
HIV
Primeira etapa:
Testes de triagem
(detecção de amostras negativas)

Segunda etapa:
Testes confirmatórios
(diagnóstico conclusivo de amostras reagentes
ou indeterminadas da primeira etapa)
Testes de triagem

Dois testes com metodologias


ou antígenos distintos:
ELISA, rápidos, simples, etc.
Testes simples e Testes rápidos

Não requerem equipamentos para realização


Visualização a olho nu

Testes simples (>30 min):


métodos de aglutinação que utilizam gelatina, hemácias
ou micropartículas com antígeno adsorvido em sua superfície

Testes rápidos (<30 min):


antígeno adsorvido a membranas de celulose ou látex
Testes simples e Testes rápidos

Quando solicitar?

Diagnóstico de gestantes com sorologia HIV


desconhecida no momento do parto, com objetivo
de intervir na transmissão perinatal

Após risco de exposição acidental ao HIV, com


objetivo de estabelecer a profilaxia
Elisa
( Enzyme Linked Immunosorbent Assay)

Princípio:
1) fixação dos antígenos no fundo de poços
2) contato com o soro diluído a ser testado
3) detecção de complexos Ag-Ac:
- conjugados de Ac (IgG) ligados à uma enzima
- conjugados de Ag recombinantes ligados à uma enzima
4) revelação com cromógenos
5) leitura em espectofotômetro
ELISA

Sensibilidade
100% (infecção recente ou antiga)
99% infecção muito recente ou sorconversão)
Especificidade
99,5% (AR, síndrome mononucleose-like, síndrome gripal, hepatites, etc)
Testes confirmatórios

1) Detecção de anticorpos:
- Imunofluorescência (IFI)
- Western-Blot
Teste de Western-Blot

Princípio:
- antígenos virais purificados e separados de acordo
com o PM,
por eletroforese em um gel
- transferência das proteínas separadas sobre uma
membrana
- detecção dos complexos Ag-Ac por um conjugado
ligado à uma enzima
- reação colorimétrica, olho nu
Teste de Western-Blot
Amostras Controles
gp 160/120
Resultados:
p 80 Amostra negativa:
p 65
p 55
Ausência total de bandas
gp 41
Amostra positiva:
p 32
Presença de ao menos 2 bandas
gp160/120, gp41 e p24,
p 24 acompanhadas ou não de outras bandas

Amostra indeterminada:
p 18
Outro padrão
+ + I - +
Detecção de antígeno viral

Pesquisa de antígeno p24


(quantifica a concentração de proteína viral p24 no plasma
ou sobrenadante de cultura de tecido)

ELEVADO durante a soroconversão e nas


fases mais avançadas da infecção

ELISA
Técnicas de cultura viral

Cultura de células mononucleares do sangue periférico:


- atividade da transcriptase reversa
- produção de antígeno p24 nos sobrenadantes

pouco sensível (<50%)


caro
necessidade de laboratório com nível de segurança elevado
Amplificação do genoma viral
Soroconversão

Quando suspeitar ?
Western-Blot com banda p24 ou gp160/120 isolada
Dois testes ELISA positivos ou discordantes e um WB negativo

O que fazer ?
antigenemia p24 e/ou RNA viral plasmático (carga viral)
Diagnóstico de ausência
de infecção pelo HIV

Quando existe RISCO de contágio, na ausência de


tratamento profilático:

Ausência de anticorpos anti-HIV em amostra colhida


após 3 meses da data provável do contágio.
Avaliação de Quimioprofilaxia (QP) para HIV
Material biológico de risco? * Sorologia anti-HIV conhecida?

HIV (-) HIV (+) Paciente fonte des-


Sim Não Desconhecida
conhecido (lixo, etc.)

QP
desnecessária HIV desconhecido

Alta carga viral


Tipo de exposição Baixa carga viral (AIDS, primo-infecção) C

Mucosa ou pele A B
Pele íntegra Percutânea
Não integra

Volume de material QP
biológico desnecessária Gravidade

1+A ou 1+C QP não


Grande Grande risco recomendada
Pequeno Pequeno risco (agulha de grosso calibre,
poucas gotas, (muitas gotas escoriação superficial, sangue visível no dispositivo 1+B ou 2+C ou 3+C Considerar
e/ou longa agulha sem lúmen ou agulha retirada dae QP básica
Curta duração duração) veia/artéria do paciente fonte
Recomendar
2+A
QP básica
2+B ou 3+A ou 3+B Recomendar
1 2 3 QP expandida

*sangue, secreção vaginal e sêmen


Hepatites Virais de transmissão parenteral

Tipo Classificação Genoma Transmissão Risco de Período de


de vírus cronificação incubação

B Hepadnaviridae DNA parenteral 5-10% adulto 30-180 dias


hepadnavirus sexual 90% neonatos

C Flaviviridae RNA parenteral > 80 15-150 dias


Hepacavirus

D Deltavirus RNA parenteral 79% superinfecção


sexual 5% co-infecção 30-50 dias
Hepatites Virais de transmissão parenteral

Tipo Taxa de Conseqüência Prevenção Faixa etária


de vírus mortalidade da infecção mais atingida
apar/inap Bancos de sangue
B 1,4% fulminante perfuroc descartáveis jovens
morte / cirrose evitar promiscuidade e adultos
cronificação sexual DST em 35%
HCC cura

C 1-2% ídem B ídem B Adultos

D 30% ídem B ídem B jovens


e adultos
Curso sorológico da hepatite B
Curso sorológico da hepatite B crônica
Curso sorológico da hepatite B crônica
Curso sorológico da hepatite C
Marcadores de Hepatites
Virais

Hepatite A:
 - Anti - HAV IgM

- Anti - HAV IgG


Hepatite B:
 - HBs Ag
-Anti - HBc IgM

- Anti - HBc IgG


- HBe Ag
- Anti - HBe
- Anti - HBs
- Detecção do DNA do vírus da hepatite B pelo PCR qualitativo.
- Quantificação do DNA do vírus da hepatite B pelo PCR.
Marcadores de Hepatites
Virais

Hepatite C:
 - Anti-HCV

- Detecção do RNA do vírus da Hepatite C pelo PCR qualitativo.


- Quantificação do RNA do vírus da Hepatite C pelo PCR.
- Detecção do RNA do vírus da Hepatite C em tecido hepático.
Hepatite Delta:
 - Anti - HDV
Procedimentos recomendados em
caso de exposição a material biológico

* Cuidados locais
* Medidas específicas de quimioprofilaxia para o hepatite B
- vacina para hepatite B
- gamaglobulina para hepatite B
* Acompanhamento sorológico

* Medidas específicas de quimioprofilaxia para o hepatite C


Recomendações para profilaxia de hepatite B após exposição
ocupacional a material biológico

Profissional de Saúde Paciente-fonte: HBsAg HBsAG desconhecido


exposto HBsAg positivo negativo Ou não testado

Não Vacinado HBIG* + iniciar vacinação Iniciar Iniciar vacinação


vacinação
Previamente vacinado Nenhuma medida específica Nenhuma Nenhuma medida específica
medida
Com resposta vacinal HBIG* + 1 dose da vacina contra hepatite B 2 ou HBIG específica Se fonte de alto risco, tratar como se fonte HBsAg
conhecida e adequada (2x) 3 Nenhuma positivo
medida
Sem resposta vacinal Testar o profissional de saúde: específica Testar o profissional de saúde:
Se resposta vacinal adequada: nenhuma medida Se resposta vacinal adequada = nenhuma medida
Resposta vacinal específica Nenhuma específica
desconhecida Se resposta vacinal inadequada: HBIG* + 1 dose da medida Se resposta vacinal inadequada: aplicar 1 dose da
vacina contra hepatite B 2 ou HBIG* (2x) 3 específica vacina contra hepatite B2 ou HBIG* (2x)3
Resposta vacinal adequada significa ter anti-corpos anti-HBs reativos pela técnica sorológica "ELISA",
que quantitativamente deve ser ³ 10mUI/ml.

Quando não há resposta vacinal adequada após a primeira série de vacinação, grande parte dos
profissionais (até 60%) responderá a uma dose de vacina. Caso persista a falta de resposta, não é
recomendada uma revacinação. Nessa situação, a conduta a ser indicada é HBIG (2x), a cada
exposição ocupacional. Para um profissional de saúde ser considerado não-respondedor, o resultado
da pesquisa antiHBs deve ser negativo dentro de 6 meses após a 3a dose da vacina.
•HBIG (2x) = 2 doses de gamaglobulina hiperimune para hepatite B com intervalo de 1 mês entre as
doses.

Alto risco: usuários de drogas injetáveis, pacientes em programas de diálise, contactantes domiciliares
e sexuais de portadores de HBsAg positivo, homossexuais e bissexuais masculinos, heterossexuais
promíscuos, história prévia de doenças sexualmente transmissíveis, pacientes provenientes de áreas
geográficas de alta endemicidade para hepatite B, pacientes provenientes de prisões, instituições de
atendimento a pacientes com deficiência mental.
Precauções básicas
Indicadas para TODOS os pacientes
lavagem das mãos: antes e após examinar o paciente;

uso de luvas: quando houver contato com sangue,


secreções e excreções;

máscara, proteção ocular e facial: procedimentos onde


haja risco de respingos ou jatos de sangue;

avental: possibilidade de contaminação das vestes com


matéria orgânica.
Recomendações para utilização de Equipamentos de
Proteção Individual (EPI) nas Precauções Básicas

Procedimento Lavar as mãos Luvas Capote (avental) Máscara e óculos de proteção

Exame de paciente sem contato com sangue, fluidos corporais, mucosas X - - -


ou pele não-íntegra
Exame de paciente, incluindo contato com sangue, fluidos corporais, X X -* -
mucosas ou pele não-íntegra
Coleta de exames de sangue, urina e fezes X X - -
Realização de curativos X X -* -**
Aplicações parenterais de medicações X X -* -**
Punção ou dissecção venosa profunda X X X X
Aspiração de vias aéreas e entubação traqueal X X X X
Endoscopias, broncoscopias X X X X
Procedimentos dentários X X X X
Procedimentos com possibilidade de respingos de sangue e secreções X X X X

* A utilização de capotes (aventais) está indicada durante os procedimentos em haja possibilidade de


contato com material biológico, como na realização de curativos de grande porte em que haja maior
risco de exposição ao profissional, como grandes feridas cirúrgicas, queimaduras graves e escaras
de decúbito.
**O uso de óculos de proteção está recomendado somente durante os procedimentos em que haja
possibilidade de respingo, ou para aplicação de medicamentos quimioterápicos.

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