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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Centro de Ciências Exatas e da Terra

Física II - Conceitos e aplicações de ondas e óptica em ciências atmosféricas

DIFRAÇÃO
Difração em fendas múltiplas e poder de resolução

Prof. Pedro R. Mutti


pedromutti@gmail.com

Abril de 2021
Ementa da aula de hoje
o Fendas múltiplas
o Redes de difração
o Orifícios circulares e poder de resolução

2 DIFRAÇÃO: FENDAS MÚLTIPLAS E PODER DE RESOLUÇÃO


Fendas múltiplas
• Primeiro analisamos a interferência entre duas fontes coerentes
puntiformes (dois lasers ou duas fendas com espessura
aproximadamente igual a zero) separadas por uma distância d;
• Depois analisamos os efeitos da difração quando a luz passa
por uma fenda com espessura a;

• Agora vamos analisar duas situações específicas: 1) quando a


luz passa por duas fendas com espessuras a; 2) quando a luz
passa por várias fendas estreitas com espessuras desprezíveis:

1) 2)

3 DIFRAÇÃO: FENDAS MÚLTIPLAS E PODER DE RESOLUÇÃO


Duas fendas com espessura a

a
• Suponha a situação ao lado, com duas
d = 4a fendas de espessura a separadas por uma
distância d = 4a.
a

• Considerando apenas a difração


ocorrendo em uma das fendas de
espessura a, teremos o seguinte gráfico
de intensidade:

• Considerando apenas a interferência


ocorrendo entre as duas fendas
(considerando-as estreitas) separadas
por uma distância d = 4a, teremos o
seguinte gráfico de intensidade:

4 DIFRAÇÃO: FENDAS MÚLTIPLAS E PODER DE RESOLUÇÃO


Duas fendas com espessura a

d = 4a

a md = mínimo de difração

• Note que cada md coincide com os mi


que são múltiplos de quatro (já que,
nesse caso, d = 4a). Ou seja, um mi é mi = máximo de interferência
anulado pelo md.

• Combinando os efeitos da difração


2
e
 
interferência, teremos:𝑠𝑒𝑛 𝛽
𝐼 = 𝐼 0 . 𝑐𝑜𝑠 ²
𝜙
2
.( ) [ ] 𝛽
2
(2)

5 DIFRAÇÃO: FENDAS MÚLTIPLAS E PODER DE RESOLUÇÃO


Duas fendas com espessura a
• Essa equação nada mais é do que a superposição da equação para
intensidade na interferência e na difração:

• Interferência por   𝜙
fendas estreitas
distantes de d:
𝐼 𝑖𝑛𝑡 =𝐼 0 .𝑐𝑜𝑠 ² ( )
2

2
  𝛽
• Difração por fenda
única de
espessura a:
𝐼 𝑑𝑖𝑓 = 𝐼 0 .
[ ]
𝑠𝑒𝑛

𝛽
2
2( )

2
  𝛽

( )[
( )
]
• Difração por fenda 𝑠𝑒𝑛
dupla de 𝜙 2
𝐼 = 𝐼 0 . 𝑐𝑜𝑠 ² .
espessuras a e 2 𝛽
distantes de d: 2

6 DIFRAÇÃO: FENDAS MÚLTIPLAS E PODER DE RESOLUÇÃO


Duas fendas com espessura a
•  Todas as outras equações vistas anteriormente relacionando e com d,
a, y, R, x e θ continuam válidas

• Interferência por   𝜙
fendas estreitas
distantes de d:
𝐼 𝑖𝑛𝑡 =𝐼 0 .𝑐𝑜𝑠 ² ( )
2

2
  𝛽
• Difração por fenda
única de
espessura a:
𝐼 𝑑𝑖𝑓 = 𝐼 0 .
[ ]
𝑠𝑒𝑛

𝛽
2
2( )

2
  𝛽

( )[
( )
]
• Difração por fenda 𝑠𝑒𝑛
dupla de 𝜙 2
𝐼 = 𝐼 0 . 𝑐𝑜𝑠 ² .
espessuras a e 2 𝛽
distantes de d: 2

7 DIFRAÇÃO: FENDAS MÚLTIPLAS E PODER DE RESOLUÇÃO


Duas fendas com espessura a
• Padrões de franjas:

• Interferência por
fendas estreitas
distantes de d:

• Difração por fenda


única de
espessura a:

• Difração por fenda


dupla de
espessuras a e
distantes de d:

8 DIFRAÇÃO: FENDAS MÚLTIPLAS E PODER DE RESOLUÇÃO


Duas fendas com espessura a
• Resumo:

• Quando uma onda luminosa passar por duas fendas de espessura a


separadas por uma distância d você terá um máximo central (I0),
máximos subsequentes de intensidade menor, e mínimos subsequentes.
• Além disso, haverá mi anulados por md sempre que d for um múltiplo
inteiro de a. Ex.: Como d = 4a, todos os máximos de interferência
múltiplos de 4 serão anulados por um mínimo de difração.

9 DIFRAÇÃO: FENDAS MÚLTIPLAS E PODER DE RESOLUÇÃO


Múltiplas fendas estreitas
• Nesse caso voltamos a situação da interferência, com duas fontes coerentes
como raios de luz que ultrapassam uma fenda muito estreita, distantes de
uma distância d.

• Vamos considerar agora o que aconteceria se aumentássemos o número de


fontes coerentes, todas distantes de d uma da outra.

10 DIFRAÇÃO: FENDAS MÚLTIPLAS E PODER DE RESOLUÇÃO


Múltiplas fendas estreitas
• Nesses casos, os máximos (franjas brilhantes) continuam obedecendo a
relação vista anteriormente:
d.senθ = n.λ (n=0,±1,±2,±3...)
• Porém:
• a intensidade dos máximos será proporcional ao quadrado no número
de fendas (N): I = I0.N², onde I0 é a intensidade produzida por uma fenda
única;
• Entre dois máximos sempre ocorrerá N – 1 mínimos (franjas escuras)

11 DIFRAÇÃO: FENDAS MÚLTIPLAS E PODER DE RESOLUÇÃO


Múltiplas fendas estreitas
• Teremos então:
N=2 N = 16
1 mínimo entre cada máximo 15 mínimos entre cada máximo
I = 4.I0 I = 256.I0

N=8
7 mínimos entre cada máximo Note que:
I = 64.I0 • Os máximos ficam mais
intensos;
• Os máximos ficam mais
finos (agudos);
• Os máximos ocorrem nos
mesmos lugares.

12 DIFRAÇÃO: FENDAS MÚLTIPLAS E PODER DE RESOLUÇÃO


Redes de difração
• Redes de difração são superfícies compostas por inúmeras
fendas (ranhuras) igualmente espaçadas, ou seja, se
comportam como o exemplo anterior de interferência e difração
por fendas múltiplas.
• Nesses casos a luz é transmitida através dessas ranhuras,
mas efeito semelhante é obtido através de redes de reflexão,
onde a luz é refletida e a interferência ocorre de forma similar.
• Ex.: asas de certos tipos de borboletas:

13 DIFRAÇÃO: DIFRAÇÃO E INTENSIDADE EM FENDAS SIMPLES


Redes de difração
• Ex.: asas de certos tipos de borboletas:

• As cores brilhantes das asas não tem a ver com


pigmentação, mas sim com a interferência que ocorre
entre os raios azuis refletidos por uma rede de ranhuras
presente nas asas da borboleta, o que, como vimos,
aumenta a intensidade da luz nos máximos.

14 DIFRAÇÃO: DIFRAÇÃO E INTENSIDADE EM FENDAS SIMPLES


Poder de resolução
• Figuras de difração também podem ser formadas por orifícios
circulares em vez de fendas:

• O círculo central brilhante denomina-se disco de Airy.

15 DIFRAÇÃO: DIFRAÇÃO E INTENSIDADE EM FENDAS SIMPLES


Poder de resolução

  𝜃 1=1,22 𝜆
𝑠𝑒𝑛
𝐷

• Conforme o diâmetro aumenta, o tamanho do disco de Airy diminui, e a figura


de difração também diminui.

16 DIFRAÇÃO: DIFRAÇÃO E INTENSIDADE EM FENDAS SIMPLES


Poder de resolução
  𝜃 1=1,22 𝜆
𝑠𝑒𝑛
𝐷

• Ex.: se eu colocar uma abertura circular na frente de uma câmera fotográfica,


posso tirar a seguinte fotografia de quatro pontos luminosos quaisquer: a)
diâmetro da abertura pequeno, b) diâmetro médio e c) diâmetro grande

• Note que o disco de Airy diminuiu e a imagem formada ficou mais nítida, com
maior resolução, conforme aumentamos o diâmetro do orifício por onde a luz
passa.

17 DIFRAÇÃO: DIFRAÇÃO E INTENSIDADE EM FENDAS SIMPLES


Poder de resolução
  𝜃 1=1,22 𝜆
𝑠𝑒𝑛
𝐷

• Critério de Rayleigh  dois objetos começam a ficar nítidos quando o centro da figura
de difração (disco de Airy) de uma das imagens formadas coincidir com o primeiro
mínimo da figura do outro objeto (observe nas figuras acima que enquanto isso não
ocorre, as figuras não são completamente distinguíveis);
• A separação mínima entre os objetos para que isso possa ocorrer é o que chamamos de
limite de resolução. Quanto menor for o limite de resolução, maior será o poder de
resolução, ou simplesmente resolução, de um instrumento ótico.

18 DIFRAÇÃO: DIFRAÇÃO E INTENSIDADE EM FENDAS SIMPLES


Poder de resolução
• Ex.: resolução espacial de imagens de satélite

Baixo limite de resolução Alto limite de resolução


Alto poder de resolução Baixo poder de resolução

19 DIFRAÇÃO: DIFRAÇÃO E INTENSIDADE EM FENDAS SIMPLES

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