Você está na página 1de 41

CURSO TÉCNICO

COTAGEM

Prof. Alfredo de Carvalho Soares


1
• Cotagem
– Informação de acordo com a NP - 297

– O processo de cotagem tem por objetivo a indicação das dimensões reais,


lineares ou angulares, dos elementos dos objetos representados

• As dimensões são indicadas no desenho por cotas, constituídas por números,


eventualmente acompanhadas de outros símbolos
– O valor das cotas é portanto independente da escala escolhida para a execução do desenho
– Designa-se por elemento qualquer parte característica de uma peça, ex: Sup. cilíndrica; ressalto,
ranhura, sup. plana, etc.

– Linhas de cota - São segmentos retos - ou curvilíneos - paralelos ao


contorno do elemento do desenho cuja dimensão definem
– As linhas de cota desenham-se sempre em traço fino contínuo
– Os extremos das linhas de cota são definidos por setas ou por pontos
– A distância entre linhas de cota e as linhas de contorno, ou a distância entre linhas de cota paralelas,
não deve ser inferior a 5 mm

2
• Cotagem
– Linhas de chamada - São linhas auxiliares que indicam os elementos da peça a
que se referem as cotas
• As linhas de chamada desenham-se a traço fino contínuo
• As linhas de chamada são, em geral, perpendiculares ao elemento a cotar

– Excepcionalmente, para maior clareza do desenho, as linhas de chamada


podem ser desenhadas obliquamente, com ângulos de 60 ou 75º, mas paralelas
entre sí.
– As linhas de chamada devem ultrapassar em 2 mm as linhas de cota

3
• Cotagem
• Arcos de circunferência
– Linha de cota é concêntrica com o
arco
– Linhas de chamada são paralelas à
bissectriz do ângulo

• Ângulos de arcos de circunferência


– Linha de cota é concêntrica com o
arco definido pelo ângulo.
– Linha de chamada é radial

• Cordas de arcos de circunferência


– Linha de cota é rectilínea
– Linha de chamada é
perpendicular à corda

4
• Cotagem
– Raios de arcos de circunferência

• Na cotagem de raios a linha de cota


tem apenas uma seta. Essa seta
deve desenhar-se na extremidade da
linha de cota que se apoia sobre o Centro
fictício
arco e está orientada na direcção do
centro
• Quando for necessário localizar o
centro do arco este deverá ser definido
pelo cruzamento de dois pequenos
traços perpendiculares
• Quando o centro do arco estiver fora
do espaço disponível para o desenho
e for conveniente defini-lo por meio de
um centro fictício, a linha de cota será
um traço quebrado em que o troço que
se apoia sobre o arco será orientado
na direcção do centro real e o último
troço terminará sobre o centro fictício
5
• Cotagem
Peças com eixo de simetria

• No desenho de peças com eixo


de simetria, poderá traçar-se só
parcialmente a linha de cota
quando nisso houver
conveniência. Nesse caso a linha
de cota deverá ultrapassar
ligeiramente a linha de simetria

• Este princípio pode também


aplicar-se à cotagem de peças
simétricas apenas parcialmente
desenhadas

6
• Cotagem
– As linhas de chamada nem sempre
terão se ser referidas às linhas de
contorno dos objectos. Podem também
apoiar-se sobre linhas de construção.

– Neste caso, tanto as linhas de


construção como as linhas de chamada
devem ultrapassar o ponto de
cruzamento em cerca de 2 mm

– Os eixos de simetria e as linhas de


contorno podem ser utilizados como
linhas de chamada mas nunca como
linhas de cota
• Quando se utilizam as linhas de
contorno como linhas de chamada, as
linhas de cota nunca devem ficar no seu
prolongamento
• Quando é necessário prolongar as
linhas de eixo para que sirvam de linhas
de chamada deve sempre utilizar-se a
linha do tipo misto (traço-ponto) 7
• Cotagem
– Deve-se, sempre que possível,
evitar o cruzamento de linhas
de cota com linhas de
contorno, com linhas de
chamada e/ou com outras
linhas de cota.
– Deve-se, sempre que possível,
evitar o cruzamento das linhas
de chamada com as linhas de
contorno

8
• Cotagem

– Linhas de referência ou de
anotação - são linhas utilizadas
para determinar quais os
elementos do desenho a que se
reportam as anotações nele
inscritas
– As linhas de referência devem possuir na
extremidade uma seta ou um ponto,
consoante terminem numa linha de contorno
ou no interior de um elemento do desenho

– As linhas de referência não devem fazer,


com os contornos dos desenhos a que se
reportam, ângulos inferiores a 30º

– As linhas de contorno, quando dizem


respeito a arcos de circunferência devem
sempre ter a direcção radial

9
• Cotagem
– Setas – as setas que se
empregam para definir as
extremidades das linhas de
cota, devem ter,
sensivelmente, a forma de
um triângulo isósceles,
cheio, cuja razão entre as
dimensões da base e da
altura esteja compreendida
entre 0.5 e 0.66
– O tamanho das setas deve
ser proporcional a
espessura da linha de cota
e independente do seu
comprimento
10
• Cotagem
– Quando a linha de cota é
curta e não houver espaço
para inscrever as cotas ou
desenhar as setas,
prolongam-se as linhas de
cota para além das linhas
de chamada desenhando-
se as setas, invertidas,
nesse prolongamento

– Alternativamente, as setas
de linhas de cota
adjacentes podem ser
substituídas por pontos
claramente assinalados.
Este procedimento aplica-se
tanto a linhas de cota rectas
como curvas 11
• Cotagem
– As cotas, em caracteres
bem legíveis, inscrevem-se
próximo, paralelamente e
sensivelmente a meio das
linhas de cota

– As cotas inscrevem-se por


cima das linhas de cota no
caso destas serem
horizontais, e à sua
esquerda no caso delas
serem verticais.

– Deve evitar-se o traçado de


linhas de cota fazendo
ângulos compreendidos
entre 90 e 120º com a
horizontal
12
• Cotagem

– Exceções: Em
determinadas situações, para
melhor clareza, ou por
qualquer outra conveniência,
admite-se

– Interromper a linha de cota


inscrevendo-a nesse espaço

– Inscrever a linha de cota sobre


um prolongamento da linha de
cota, próximo da seta invertida
e, preferivelmente, do lado
direito.

– Inscrever a cota sobre uma


linha de referência

13
• Cotagem
– Deslocar a cota do centro da linha de
cota, aproximando-a de um das setas,
no caso em que as linhas de cota sejam
parcialmente desenhadas, ou, nos
casos em que, para evitar
aglomerações, haja conveniência em
escrevê-las escalonadas.

14
• Cotagem
– Na cotagem de ângulos e de
arcos a cota deve ser inscrita
paralelamente à tangente da
linha de cota.
• Pode, se de tal resultar
um aumento da clareza
do desenho, inscrever-se
a cota paralelamente à
linha de base do
desenho.
• No caso dos arcos,
quando correspondem a
ângulos superiores a 90º,
sobre a cota deve
colocar-se um pequeno
traço curvo.

15
• Cotagem
– No processo de cotagem,
sempre que possível deve
evitar-se referenciar linhas de
cotas a linhas de contorno
ocultas ou invisíveis

– Se tal for absolutamente


imprescindível deve optar-se por
proceder a um corte local

– Na cotagem de elementos
representados em corte deve evitar-
se desenhar as linhas de cota
sobre o tracejado que assinala as
superfícies cortadas.

• Se tal for absolutamente


inevitável, interrompe-se o
tracejado na zona onde se
inscreve a cota, ou qualquer
outro símbolo auxiliar de
cotagem, mantendo-o,
contudo, sobre as linhas de
chamada 16
• Cotagem
– Os elementos de cada peça deverão ser cotados na vista em que a sua forma é mais
aparente.
• As cotas que interessam a duas vistas adjacentes devem ser colocadas no espaço entre essas duas vistas, a
não ser que isso implique a infracção de uma qualquer outra regra de cotagem

17
• Cotagem

– Os elementos de cada peça deverão ser cotados na vista em que a sua forma
é mais aparente.

• As cotas que interessam a duas vistas adjacentes devem ser colocadas no espaço entre essas
duas vistas, a não ser que isso implique a infracção de uma qualquer outra regra de cotagem

18
• Cotagem

• Na escolha e localização das


cotas deve ter-se em conta os
meios de medição utilizados
nas oficinas e evitar que o
operário seja obrigado a fazer
cálculos para determinar uma
dimensão que necessite para
a construção da peça.

19
• Cotagem
– As unidades em que se expressam as cotas dependem do sistema
dimensional escolhido.

• Sistema Internacional – A unidade mais utilizada no desenho de


construção mecânica é o milímetro

• British Units – A unidade mais utilizada em desenho de construção


mecânica é a polegada (inch). Quando é utilizado este sistema
dimensional, a seguir aos algarismos da cota coloca-se o símbolo “

20
Cotagem

– Símbolos complementares de
cotagem - O objectivo da
utilização de determinados
símbolos precedendo a cota é o
de, simultaneamente, simplificar a
execução e a leitura dos
desenhos.

– As cotas do diâmetros devem ser


sempre precedidas do símbolo Ø

– Quando o desenho mostra


claramente que a dimensão a
cotar é um diâmetro a utilização
do símbolo Ø pode ser dispensada

21
Cotagem

– As cotas que definem a


dimensão do lado de um
elemento de secção quadrada,
devem ser precedidas do
símbolo □

– Sempre que se usa o símbolo


□ devem realçar-se as
diagonais da face lateral com
dois traços contínuos finos, em
forma de cruz.

22
Cotagem
– As cotas de raios de arcos de
circunferência, devem ser sempre
precedidas pela letra R

– Quando o desenho mostra claramente que


a dimensão a cotar é um raio, ou seja,
sempre que o arco de circunferência
aparece projectado de frente e o seu centro
real esteja claramente assinalado, pode
dispensar-se a colocação do símbolo R.

23
Cotagem

– Na cotagem de raios e diâmetros


de superfícies esféricas, os
símbolos R e Ø devem ser
precedidos da palavra esfera,
escrita abreviadamente, com
letra minúscula, do seguinte
modo: esf

24
Cotagem

– Cotagem por decomposição em


elementos geométricos simples

• Cotagem de forma:
Associada ás dimensões
relevantes de cada um dos
elementos geométricos
simples em que se pode dividir
a peça

• Cotagem de posição:
Associada à posição relativa
de cada um dos elementos
geométricos simples no
conjunto da peça.

25
Cotagem
– Cotagem por decomposição
em elementos geométricos
simples

26
Cotagem de forma
• As formas geométricas simples
em que, na maior parte dos
casos se dividem os elementos
ou configurações de um
determinado objecto são:
prismas, cilindros, pirâmides,
cones e esferas podendo
qualquer destas formas
apresentar-se na sua forma
inteirar ou truncada

– Cotagem de prismas:
• Envolve a cotagem da base -
geralmente um polígono
regular, um triângulo ou um
trapézio - e ainda a cotagem
da altura. 27
– Cotagem de
prismas: Exemplo

28
– Cotagem de
cilindros:
• Envolve a cotagem do
diâmetro e da altura

– Cotagem de cones:
• Envolve a cotagem do
diâmetro da base e da altura

• Na cotagem de formas
geométricas tronco-cónicas,
para além do diâmetro da base
e da altura é necessário indicar
o diâmetro da superfície
superior
29
– Cotagem de cilindros: Exemplos

30
– Cotagem de pirâmides:
• Envolve a cotagem da base e da altura.

• Nas formas tronco-cónicas é ainda necessário fornecer as dimensões da


superfície superior.

• Nas pirâmides oblíquas é necessário localizar o vértice relativamente aos


lados da base.

31
– Cotagem de posição
• Os elementos cilíndricos são localizados através da sua linha de eixo e os prismáticos através
das suas superfícies

• A localização dos elementos geométricos simples faz-se, geralmente, relativamente à primeira


superfície maquinada da peça

32
– Cotagem de posição: Exemplos

33
– Cotagem de posição e forma : Exemplos

34
Cotagem
– Cotagem de elementos cónicos ou
com faces convergentes

• Na cotagem de peças com


superfícies que se vão
estreitando ou são
convergentes, interessa por
vezes fornecer indicações
para além das dimensões da
base e da altura.

• Nas peças cónicas chama-se


Conicidade ao quociente
entre o diâmetro e a altura
depois de reduzido o diâmetro
à unidade D
Conicidade 
l
• Se  for o ângulo que a
geratriz faz com o eixo da Conicidade  2  tg 
superfície cónica ( = ângulo
de inclinação) então: 35
– Cotagem de elementos cónicos ou
com faces convergentes (cont.)

• Nas peças com faces


convergentes chama-se
Inclinação ao valor absoluto
do declive da geratriz da
superfície cónica face à linha
de eixo

Inclinação = tg ()

Conicidade = 2 × Inclinação

36
– Cotagem de chanfros

37
– Organização das cotas
Cotagem em paralelo

Cotagem em série

38
• Cotagem

– Exercício

39
• Cotagem

– Exercício

40
– Exercício

41

Você também pode gostar