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A história nos porões dos

arquivos judiciários
Keila Grinberg

Alunas: Yvyna W e Evellyn Albernaz


- O assassinato de Antonio Homem Abranches Brandão

- Ao redores de Resende, perto da província do Rio de Janeiro, Império do


Brasil;

- Ocorreu “numa” quarta-feira de novembro, 1859;

- SUSPEITOS: João Batista, Paula (irmã de João Batista), Manoel Francolino


(amigo e escravo de Antonio José Dias Carneiro) e José (filho de Paula);

- Processo criminal de nº 1277 da Corte de apelação do Rio de Janeiro,


depositado atualmente no Arquivo Nacional;
- O uso de processos criminais como fonte para análise histórica, é antiga,
utilizada como:
● Forma de compreender melhor as relações entre agentes sociais em outra
época/sociedade;
● Estudar a própria Justiça e seus agentes em diversas temporalidades;

- Objetivo do texto:
● Apresentar a maneira como esse processos constituíram-se como fontes;
● A forma como vem sendo analisado
● Alguns procedimentos básicos para quem se interessa por tais
documentos;
- O que são processos criminais?
- Processos Criminais: leva em conta o que é considerado crime em
diferentes sociedades; a partir daí, veremos como será o andamento da
investigação criminal, no âmbito do poder judiciário;

● Direito penal define: os atos/crimes e atribuem então, penas e castigos;


● Direito processual regulamenta: o modo como o crime é investigado; a
forma de comprovação de verdade (provas, testemunhas, etc); os critérios
de tomador de decisões judiciais.
- A origem dos processos criminais se dá:
1. na queixa/denúncia do crime;
2. inquérito policial, averiguar o crime;
3. após a averiguação, a denúncia é feita por: INSPETORES, PROMOTORES,
DELEGADOS E A PRÓPRIA VÍTIMA;
4. auto corpo de delito ou qualificação do acusado e as partes envolvidas;
5. as testemunhas são interrogadas;
6. O juiz, dita se existe ou não informações para pronunciar o acusado (caso ele
não aceite ou não haja informações suficientes, o caso é encerrado);
7. Julgamento: o acusado é pronunciado; o nome mandado para o rol de culpados;
8. Sentença é proferida.
- Processos criminais - relativos a atos criminosos considerados como tais pelo
Estado, havendo variação ao longo do tempo;
- Período colonial brasileiro: os crimes eram definidos através do Livro V das
Ordenações Filipinas, em 1603;
● Crimes iam de “adultério” a “comprar pão e revender”;
● penas decididas através da gravidade do crime, condição da vítima e do
criminoso;
● morte cruel: suplícios; morte atroz: confiscação dos bens, queima do cadáver;

- Período imperial: já com a regulamentação do Código Criminal, 1830;


● mudanças de crimes: particulares; públicos (revoltas) e policiais (contra os bons
costumes, vadiagem.);
● penas definidas pela gravidade do crime;
● introdução do habeas corpus, presente atualmente;
- Notamos que para compreender Processos Criminais é necessário entender sobre
legislação em vigor no período; Sem ela, não entenderemos a lógica do
andamento do processo, as sentenças, argumentações dos advogados e a
interpretação dos juízes;

- A localização desses processos criminais, seriam obviamente em processos,


documentos da Justiça e até mesmo no Arquivo Nacional. No entanto os mesmos
podem estar sob guarda de várias instituições.

- Um desafio que diversos historiadores têm, a localidade dessas fontes, para


analisá-las interiormente e exteriormente, entender a sua dinâmica própria, e
comparar a outros documentos para chegar no seu contexto histórico;
- História e historiografia dos processos criminais

- Em 1980, generaliza o uso dessas fontes históricas, com o interesse de


analisar e ler tais processos, também com o intuito de flagrar homens e
mulheres, principalmente trabalhadores, “agindo e descrevendo relações
cotidianas fora do espaço do movimento operário”;

- Os processos criminais são oficialmente fontes oficiais, produzidas pelo


Estado, partindo de um evento específico: crime e seu percurso nas
instituições policiais e judiciárias;

- Tais processos sejam tomados como “mecanismo de controle social”,


marcados pela linguagem jurídica e a intermediação do escrivão.

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