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Sistemas Kell, Duffy, Kidd, MNSs

Nádia Ciocca de Azevedo


2017
Sistema Kell
 Locus Kell: cromossomo 7

 Sistema associado: XK
 Gene XK: cromossomo X

 Proteína XK: antígeno Kx

 Substância Kx: essencial para expressão dos Ag

Kell
Sistema Kell
 Síndrome McLeod:

 delecão do gene XK
 Depressão Ags Kell
 Acantositose
 Anemia hemolítica
Sistema Kell: principais antígenos

K (Kell)
Antitéticos e co-dominantes
k (Cellano)

Kpa
Antitéticos e co-dominantes
Kpb

Jsa
Antitéticos e co-dominantes
Jsb
 Sistema Kell contém mais de 25 antígenos.
Sistema Kell: principais fenótipos

Fenótipos eritrocitários Freqüências populacionais (%)


Brancos Negros
K+k- 0,2 Raro

K+k+ 8,8 2

K-k+ 91 98

Kpa+Kpb- Raro 0

Kpa+Kpb+ 2,3 Raro

Kpa-Kpb+ 97,7 99

Jsa+Jsb- 0 1

Jsa+Jsb+ Raro 19

Jsa-Jsb+ 99 80
Sistema Kell: herança e haplótipos

k K Antígenos K e k

kpb kpa Antígenos Kpa e Kpb

Jsb Jsa Antígenos Jsa e Jsb


Locus KEL
Cromossomo 7
(7q33) Haplótipos Kell
Sistema Kell: diferenças entre os principais antígenos

COOH COOH COOH


732 732 732

Jsa Jsb
Pro 597 Leu

Kpa Kpb
Trp 281 Arg
k K
Thr 193 Met

1 1 1
NH2 NH2 NH2

Glicoproteína Kell
(polipeptídeo de 80 KDA)
Sistema Kell:

1. Antígeno K (Kell):

 Baixa frequência, elevada imunogenicidade


 Expressão no início da vida fetal
 Resistente ao tratamento com enzimas
 Inativados com reagentes thiol (DTT, 2 ME, ZZAP, AET)
Sistema Kell

2. Antígeno k (Cellano):

 Alta frequência
 Raramente induz a formação de anticorpos anti-k
 Resistente ao tratamento com enzimas
Antígenos Kell
 bem desenvolvidos ao nascimento
  gravidade da DHPN

 probabilidade de sensibilização com transfusão:


 10 % risco: após receber 1 U de sangue K+
Antígenos Kell

 efeito de dose:

 genótipo: KK (K+k-): 6000 sítios de Ag K (K1)

 genótipo: Kk (K+k+): 3500 sítios de Ag K (K1)


Antígenos Kell
 Expressão em vários tecidos:

 Hemácias
 Cérebro

 Coração

 Músculo esquelético

 pâncreas
Sistema Kell: fenótipos raros
 Fenótipo K0 (K null):

 Mutações gene KEL

 Hemácias K0: não expressam a proteína Kell (ausência de


Ag Kell e forte expressão Kx)

 Anticorpos produzidos: anti-Ku (anti-K5), que reage com


hemácias de qualquer fenótipo Kell, exceto K0
Sistema Kell: fenótipos raros
 Fenótipo Kmod:

 Mutações gene KEL

 Hemácias Kmod: fraca expressão de Ag Kell e forte expressão


Kx

 Anticorpos produzidos: anti-Ku (anti-K5), que reage com


hemácias de qualquer fenótipo Kell, exceto K0
Sistema Kell: fenótipos raros
 Fenótipo McLeod:

 Mutações gene XK

 Ausência de Kx: fraca expressão dos antígenos Kell

 Anticorpos produzidos: anti-Kx (reage com hemácias K0)


e anti K20 (reage com qualquer hemácia de fenótipo Kell
comum)
Expressão de antígenos Kx e Kell
Fenótipo Expressão de Kx Expressão de
antígenos Kell
Comum fraca Normal

K0 forte Ausente

Kmod Forte muito fraca

McLeod ausente muito fraca


Síndrome de McLeod
 Alterações eritrocitárias: acantocitose, aumento da fragilidade
osmótica das hemácias, estado hemolítico crônico,
reticulocitose

 Cardiopatias (fibrilação atrial, ICC)

 Distúrbios neurológicos e neuromusculares


Anticorpos Kell
 Subclasses IgG1 e IgG3
 Reagem à 37°C
 Causam reações hemolíticas imediatas ou tardias
 Causam doença hemolítica Perinatal
 Ativam o complemento
 Hemólise extravascular
Detecção de anticorpos Kell
 AGH: coombs indireto (pesquisa de anticorpos
irregulares)

células salina 37°C AGH


I 0 0 3+
II 0 0 3+
Auto 0 0 0
Identificação de anticorpos irregulares
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 auto
salina 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
37°C 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
AGH 3+ 0 0 3+ 0 0 0 0 0 0 0 0
Fenotipagens
Sistema Duffy: principais fenótipos

Fenótipos eritrocitários Freqüências populacionais (%)

Brancos Negros Japoneses Chineses

Fy(a+b+) 47,5 2,0 17,6 8,9

Fy(a+b-) 19,5 20,0 81,5 90,8

Fy(a-b+) 33,0 8,0 0,9 0,3

Fy(a-b-) Raro 70,0 0 0


Sistema Duffy: herança dos antígenos Fya e Fyb

Antígeno Fya (FY1) = Gly


44
Locus FY Antígeno Fyb (FY2) = Asp

Cromossomo 1
(1q22) Gp Duffy (45 KDA - 338 aa)

Características dos antígenos Fya e Fyb:


 Expressão precoce na fase embrionária (6a e 7a semana).
 Sensível ao tratamento com enzimas proteolíticas.
 Induz a formação de anticorpos de importância clínica (IgG).
 Apresenta efeito de dose
Sistema Duffy: anticorpos

Anticorpos anti-Fya e anti-Fyb:

 Formação estimulada por gestação ou transfusão (IgG).


 Detectados pela prova de antiglobulina (Coombs)
 Podem fixar complemento.
 Anti- Fya comuns em pacientes politransfundidos.
 Anti-Fyb são mais raros que anti-Fya.
Antígenos Duffy

Antígenos Fya e Fyb:

 Receptores do parasita P. vivax e P. knowlesi: Fy(a-b-)


resistente à malária .
 Caucasianos Fy(a-b-): mutação gene silencioso Fyx,
produção de anticorpos anti-Fy3.
 Negros Fy(a-b-): Mutação região promotora GATA 1 do
gene Duffy (eritróide silencioso, expresso em outros
tecidos)
Sistema Duffy: receptores para citocinas

Antígenos Fya e Fyb:

DARC = Duffy Antigen / Receptor for Chemokine

 Atuam como receptores para citocinas.


 Citocinas:
 peptídeos solúveis que regulam as interações, o crescimento e a
diferenciação celulares; atuam como mediadores pró-
inflamatórios nas resposta imunes.
Sistema Kidd: principais fenótipos

Fenótipos Caucasianos Negros Orientais

Jk(a+b-) 26,3% 51,1% 23,2%

Jk(a-b+) 23,4% 8,1% 26,8%

Jk(a+b+) 50,3% 40,8% 49,9%

Jk(a-b-) 0,01% 0,01% 0,01%


Sistema Kidd: herança
Jka
3 genes alelos: Jkb
Jk3

Jka
Locus JK 3 antígenos: Jkb

Cromossomo 1 Jk3
(18q11)
Glicoproteína Kidd
Jk(a+b-)
Jk(a-b+)
4 fenótipos
Jk(a+b+)
Jk(a-b-)
Sistema Kidd: antígenos Jka e Jkb
Antígenos Jka e Jkb:

Expressão embrionária (entre a 7a e a 11a semana).

Apresentam efeito de dose.

Anticorpos anti-Jka e anti-Jkb:


Produzidos por transfusão ou gestação.

Causam reações transfusionais graves .

Reagem na fase AGH (antiglobulina humana).

Título decresce rapidamente (amostras recém colhidas)

Causam reações hemolíticas imediatas e tardias (IgM pode causar


hemólise intravascular)

Fixam o complemento.
Sistema MNSs: principais fenótipos

Fenótipos eritrocitários Freqüências populacionais (%)


Brancos Negros
M+N- 28 26

M+N+ 50 44

M-N+ 22 30

S+s- 11 3

S+s+ 44 28

S-s+ 45 69
Sistema MNSs
 Antígenos: expressos sobre as glicoforinas A (GPA) e B (GPB), ricas em
ácido siálico (carga negativa da membrana, manutenção potencial Zeta)

 Principais antígenos: M, N (GPA) e S, s (GPB)


 Negros: S-s- (ausência do antígeno U = anti-U)

 Destruídos com o tratamento enzimático

 Genes MNSs: cromossomo 4


Sistema MNSs: anticorpos

Anti-M: ocorrência natural, reagem melhor a 40C; apresenta efeito de


dose, raramente apresentam significado clínico

Anti-N: mais raro, autoanti-N comum em pacientes em hemodiálise,


provavelmente induzidos pelo formaldeído empregado na
desinfecção do equipamento de diálise (anti-Nf)

Anti-S: de importância clínica Causam reações transfusionais


Anti-s: de importância clínica hemolíticas e DHPN

Anti- U ( negros S-s-) : de importância clínica


Fenotipagens
Sistema Diego

Antígenos :

 Dia/Dib e Wra/Wrb (Dia e Wra alta frequência)


 Localizados na banda 3 (transporte de ânions , manutenção do
citoesqueleto, parecem estar ligados à formação os antígenos
senescentes , marcadores de “hemácias velhas” a serem retiradas
da circulação pelos macófagos do SMF).
 Deficiência banda 3 = esferocitose hereditária
Sistema Diego

Antígenos :

 Frequência Dia: predominante em asiáticos (5 a 15% japoneses e


chineses), e índios sul-americanos ( 36%)

Anticorpos anti- Diego:


Produzidos por transfusão ou gestação.

Podem causar reações transfusionais imediatas e tardias, e DHPN .

Reagem na fase AGH (antiglobulina humana).

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