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ferramenta psicoterapêutica
Prof. Ma. Beatriz Azem Corrêa Cordeiro
O QUE É ESQUIVA?
O comportamento de esquiva pode ser
explicado a partir do conceitos de reforço
negativo condicionado. Estímulos
previamente neutros, aos serem
emparelhados a estímulos aversivos
tornam-se condicionados.
Catania (1999) afirma que um repertório
comportamental de fuga/esquiva pode ser
persistente, uma vez que é suscetível ao
reforço acidental, o que faz com que a
extinção – ou enfraquecimento – dessa
resposta possa ser lenta.
Efeitos negativos da esquiva
Autorrelato
Exposição de sentimentos
Acesso a eventos privados aversivos
Permissividade
Autoexposição a aversivos (tolerância
emocional)
Categorização
Importante operacionalizar as categorias
que serão analisadas
Categorização dos relatos verbais
do terapeuta
Solicitação de relato
Solicitação de relato encoberto
Solicitação de reflexão
Interpretação
Facilitação
Empatia
Aprovação
Silêncio
O procedimento terapêutico evoca
situações difíceis;
A AP considera 3 formas pelas quais pode-
se tornar mais fácil tolerar emoções
negativas:
1) Estimulo a auto-observação
2) Redução da culpa
3) Experienciação das respostas emocionais
em sessão
Bloqueio de Esquiva
“Esse procedimento envolve que o terapeuta
reapresente o estímulo aversivo, que foque nos
comportamentos de fuga/esquiva evidenciando
que o cliente está evitando o contato com as
emoções. Envolve, também, que se foque na
emoção do cliente relacionada à similaridade
funcional entre a terapia e a vida cotidiana e
emita recomendações para que ele observe seu
próprio comportamento no aqui e agora, assim
como observe o que está fazendo para impedir a
si mesmo de sentir.”
Relato de outros
T: Mas quando você fala não “sei se vale a
pena enfrentar”, você se refere a quê? (solicita
relato de encoberto mantendo o cliente em
contato com a estimulação aversiva)
C: Não sei se vale a pena enfrentar esse
medo. (exposição de sentimentos) T: Ah,
entendo. (empatia)
C: Ou se vale a pena... Se vale a pena ter
que lidar com isso... Na verdade, o que não tá
bom é a questão do trânsito [...]. (esquiva)
Autopromover
“Eu cheguei em um ponto de maturidade
profissional que o caminho é esse mesmo,
digamos assim, ou eu assumo um cargo
de liderança pra eu poder colocar em
prática aquilo que eu sei, que eu aprendi
[...]”
Confrontação/Oposição
RELATOS EM SESSÃO
T: Sim, eu sou. Mas é você quem esta
dentro de você. Você que continua com
você mesmo depois que sai por aquela
porta e sabe de tudo o que se passa na
sua vida. (pausa) Como você realmente
se sente sobre a análise que eu fiz agora
a pouco?
2ª sessão - Pai = juiz
Diversas sessões - Verbalizações do tipo: “eu vou
seguir o que você me recomendar”, “eu confio no seu
trabalho” sendo contradito por “eu cheguei ao cúmulo
de vir pedir ajudar pra uma menina”, “na semana
passada eu sai daqui e fiquei com uma raiva de você”,
“que que essa menina esta falando, pior que ela tá
certa?”,
8ª sessão - Minha esposa é minha juíza em casa.
Tenho juíza lá também.
Extremamente direto e sincero em quase todas as
relações, menos com os “juízes”.
C: Eu fiquei “puto” com aquelas coisas na hora.
T: Você já me relatou algumas vezes ter discordado de mim
na hora. (CITEI TODAS AS VEZES) Eu não consigo perceber
isso pelo seu comportamento.
C: É porque eu escondo.
T: Porque?
C: Porque.... Não sei... Por respeito?
T: Você já me descreveu que percebe seu pai como um
grande juiz na sua vida. Sua esposa também, é sua juíza em
casa, não é? Já discutimos sobre a sua relação com Deus ter
um pouco desse formato. Você se sente um pouco assim aqui
na terapia também?
C: Não! Não me sinto! -> ESQUIVA
Relato na 8ª sessão
C: Revelações sobre o casamento
C: “O que você acha? Você acha que eu devo ceder a essas
vontades? Assumir logo que eu gosto de viver assim?”
T: “Porque você me pede essas aprovações?”
C: “Quais?”
T: “Essa! Sobre o processo também, (...)”
C: “Porque... Porque eu quero saber se eu tenho seu aval, eu
acredito que você, por ser psicóloga, vai saber determinar se eu
estou certo, vai me dar o veredicto final! (risadas)”
T: “Como um juiz?” (séria)
C: “É... Sim, acho que sim” (sério)
Relato na 9ª sessão
Cuidados com o bloqueio de
esquiva
Em muitos casos as queixas trazidas pelos
clientes são produtos de uma exposição
excessiva a contingências punitivas, que geram
diversos efeitos colaterais;
Skinner sugere que a terapia deva se constituir
um ambiente de audiência não-punitiva,
estabelecendo-se um contexto diferente dos
demais. Assim, comportamentos que foram
suprimidos como resultado de uma historia de
punição começariam a aparecer em terapia
Audiência não-punitiva
“Particularmente, evita qualquer sinal de contra-
agressão quando o paciente de alguma maneira
critica-o ou ofende. O papel de não punir fica
mais claro, quando o terapeuta frequentemente
responde de modo incompatível com a punição
[...] o aparecimento do comportamento
previamente punido na presença de uma
audiência não-punitiva torna possível a extinção
de alguns efeitos da punição.”
(Skinner,1953/2003, p. 403-404)
Referência:
Gouveia, M. A.;Porfirio, F.; Silva, J. M. de;
Olcaxuk L.; Ingberman, Y. K.,
Procedimento de bloqueio de respostas de
esquiva e aumento da tolerância
emocional. Revista Brasileira de
Terapia Comportamental e Cognitiva.
Vol. XIX nº 2 24-41. ISSN 1982-3541