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Máquinas de Fluxo

Aula 2 e 3
Prof Flavio Amado
Triângulo de velocidades
Arranjo mental de vetores de velocidade nas pás dos rotores das máquinas de
fluxo.
O triângulo de velocidades é formado pelos vetores velocidades u, w e c. Neste
caso w é o vetor com direção do fluido escoando sobre a superfície da pá do rotor,
u é o vetor velocidade da pá do rotor e v é a velocidade resultante, portanto, real
do fluido. Veja o esquema a seguir, que mostra o triângulo de velocidades para três
tipos de rotores.
Triangulo de velocidades
Convenção Betz – Convenciona os pontos ao longo do escoamento,
conforme o esquema a seguir:

Trata-se da identificação dos principais pontos do rotor. Os pontos 3 são


a entrada do fluido e 6 a saída, entre outros.
Triângulo de velocidades
• Uma partícula fluida que se encontra na
base de uma pá do rotor, fará uma
trajetória como aquela da linha azul,
indicada na figura ao lado. Veja ainda os
triângulos de velocidades na base e no
topo de uma pá;
• Toda esse análise é feita para o rotor
girando no sentido horário;
• O Ângulo β é aquele formado entre os
vetores u e w, que são os construtivos das
pás. Assim, β4 é na entrada e β5 na saída
do fluido;
• O ângulo α é aquele formado entre os
vetores v (ou c) e u, sendo α4 na entrada
e α5 na saída do fluido.
Triângulo de velocidades
Pela análise vetorial, é possível concluir que v é a soma vetorial de u e
w, assim,

Contudo, como u é a velocidade do rotor, ele é dado por:

Onde r é o raio (m), do centro do rotor até o ponto da pá do rotor onde


se mede o módulo de (m/s), é a velocidade angular (rad/s) do rotor, D
é o diâmetro (m) do ponto considerado e n é a rotação do rotor (rpm).
Triângulo de velocidades para máquinas
geradoras
Considere agora os triângulos de velocidade das figuras a seguir, para máquina
radial.

Baseado nos esquemas vetoriais ali mostrados na saída do rotor, temos as


relações a seguir:
e
O triângulo de velocidades na entrada (para α=90o), mostra a relação a seguir:
Triângulo de velocidades para máquinas
geradoras
Para rotores radiais, valem as formulações que determinam as áreas de entrada e saída,
sendo b as alturas das pás na entrada e na saída:
A3 = πD3b3 e A6 = πD6b6
Para rotores axiais, vale a formulação a seguir, sendo De e Di os diâmetros externo e interno:

Se a espessura das pás for desprezível, A4=A3 e A5=A6;


Se a espessura não for desprezível, A4=f4A3 e A5=f5A6, sendo f um fator de estrangulamento,
calculado conforme a seguir;
Triângulo de velocidades para máquinas
geradoras
Considere a figura que mostra a espessura das pás;

Baseado neste esquema, teremos:


, sendo

A esta altura, é importante definir cmA, como a vazão de fluido em determinada


seção do rotor. Sendo cm a componente meridiana de .
Triângulo de velocidades para máquinas
geradoras
Desta forma, em máquinas geradoras, para um rotor radial, a vazão Q é definida
em função da componente meridiana da velocidade, cm, e se a espessura da pá for
desprezível, será dada por:
Q = πD4b4cm4 = πD5b5cm5
Se a espessura das pás não for desprezível, a vazão Q será definida por:
Q = (πDb-ZbSt)cm
Sendo Z o número de pás do rotor.
Para um rotor axial, a vazão Q será definida por:

Se a espessura das pás não for desprezível, a vazão Q será definida por:
Triângulo de velocidades para máquinas
geradoras
Rotor radial Rotor axial
Triângulo de velocidades para máquinas
motoras
Rotor radial Rotor axial
Sistemas diretores para maquinas radiais e
axiais
Considere as figuras a seguir

Considerando regime permanente e velocidade uniforme, a equação da continuidade


pode ser descrita para máquinas radiais motoras ou geradoras , respectivamente, como:
ρ1cm1πD1b1= ρ2cm2πD2b2
ρ8cm8πD8b8= ρ7cm7πD7b7
Para máquinas axiais motoras ou geradoras, respectivamente, teremos:
Sistemas diretores para Maquinas radiais
geradoras e motoras
Ao considerar b7=b8 , e b1=b2 tem-se para máquinas hidráulicas
geradoras:
→cm8<cm7 e p8>p7
Verifica-se que há uma desaceleração do escoamento na direção da
saída para caixa espiral
Para máquinas hidráulicas motoras:
→cm2>cm1 e p1>p2
Há, portanto, uma aceleração do escoamento na direção da entrada do
rotor.
Sistema diretor de Máquinas axiais
Da mesma maneira, pode-se considerar:

Para máquinas axiais a área na entrada é igual a área na saída do


sistema distribuidor, pois De1=De2 e Di1=Di2 , sendo De e Di ,
respectivamente, os diâmetros externos e internos, da coroa circular
por onde passa a água, tanto para turbinas quanto para bombas axiais.
Então:
Para MHM cm1=cm2
Para MHG cm7=cm8
Princípios de conservação
• Há premissas que podem ser usados para a elaboração de triângulos de
velocidade: o princípio da conservação da massa e o princípio da
conservação do movimento linear são duas delas, além de considerar que o
ângulo α na entrada do rotor de uma maquina geradora ou na saída em uma
máquina motora é 90o. Na hipótese de conservação da massa, a relação
v.A=cte e na hipótese de conservação do momento linear, a relação m.v=cte.
• Assim, essas premissas restritivas para a facilitação do projeto dos triângulos
de velocidade em máquinas radiais redundarão nas duas alternativas
abaixo:
1. α4=90o e cm4D4=cm5D5 ou
2. α4=90o e cm4=cm5
Exercícios
3. Desenhar e determinar os triângulos de velocidade na entrada e saída
do rotor de uma bomba centrífuga, que gira a 1470 rpm, o canal é de
seção constante, e a espessura das pás é desprezível. São conhecidos
ainda:
• Diâmetro de saída igual ao dobro do diâmetro de entrada;
• Ângulo construtivo da pá na entrada: 30o
• Ângulo construtivo da pá na saída: 38o
• Diâmetro de entrada: 0,2 m
R: Trata-se de máquina geradora radial, então, considerando a conservação da quantidade de movimento
linear, os resultados são os seguintes:
u4=15,44m/s; u5=30,8m/s; c4= cm4=8,9m/s; c5= 21,3m/s; cm5= cm4=8,9 m/s; w4=17,8m/s; w5=14,5m/s; α4=90º;
α5=24,7º
Exercícios
4. Pede-se desenhar e determinar os elementos dos triângulos de velocidades para os
diâmetros de entrada e saída de um ventilador radial, do qual são conhecidos:
a) Rotação do rotor: 750 rpm
b) Vazão: 240 m3/min
c) Diâmetro na entrada do rotor: 600 mm
d) Diâmetro na saída do rotor: 855 mm
e) Ângulo construtivo da pá na saída do rotor: 90o
f) Por motivos de facilidade de construção, as alturas das pás na entrada e saída do rotor
são iguais e valem 210 mm; e
g) A espessura das pás é desprezível.
R. u4=23,55m/s; u5=33,6m/s; c5=34,34m/s; c4=cm4=10,11m/s; cm5=7,1 m/s; w4=25,6m/s; w5=7,1m/s; α4=90o;
α5=11,9o
Exercícios
5. Qual o fator de estrangulamento de um rotor de diâmetro 0,5 m,
com 24 pás de espessura 3 mm, e ângulo construtivo 35o?
6. Resolva o exercício 4, com espessura de pá não desprezível, de 1,5
mm, para um total de 20 pás.
7. Qual a vazão de fluido no exercício 3, se a altura das pás é de 25
mm?
8. Qual a vazão do exercício anterior, se o rotor for axial?
9. Resolva os exercícios de 3, 4 e 6 para uma turbina.
Exercícios
9. O rotor mostrado na figura abaixo apresenta velocidade angular, ω, constante e
igual a 100 rad/s. O fluido se aproxima do rotor na direção axial e o escoamento
promovido pelas pás é praticamente radial. Algumas medidas realizadas no
escoamento indicam que as velocidades absolutas nas seções de entrada e
saída do rotor são c1=12 m/s e c2 = 25 m/s. Encontre os valores de vazão na
entrada e na saída do rotor, assim como os demais componentes dos triângulos
de velocidade. Este dispositivo é uma bomba ou uma turbina?
Exercícios
10. A vazão de água numa bomba centrífuga que opera a 1750 rpm é
0,0883 m3/s. O rotor apresenta pás com alturas, b, uniformes e
iguais a 50,8 mm, r4 = 48,3mm, r5=177,8mm, e ângulo de saída da
pá, β5 , igual a 23o. Admita que o escoamento no rotor é ideal e que
a componente tangencial da velocidade, da água entrando na pá é
nula (α=90o). Determine a componente tangencial da velocidade na
saída do rotor.

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