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UNIDADE 6: APRESENTANDO CONCEITOS DE CONTABILIDADE GERENCIAL

CONTABILIDADE GERÊNCIAL
A Contabilidade Gerencial é uma das divisões da contabilidade geral, mais
voltada para o registo, controle e gestão dos recursos disponíveis e das
actividades da entidade (empresa), visando subsidiar, através de informações
contabilisticas os decisores e supervisionam as acções desenvolvidas,
combinando informações do sistema de contabilidade, tais como: controlo de
estoques, folha de pagamento e balancetes setorizados.
Por meio de suas análises, a contabilidade gerencial é capaz de responder a
perguntas como:
•Qual é o custo médio da empresa por unidade de trabalho, na empresa como um
todo e dentro de departamentos específicos?
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• Quanto, em vendas, cada metical investido em marketing traz?


• Qual é a taxa de retorno necessária para fazer um novo investimento que valha a
pena?
• Quais actividades exigem os maiores gastos e quais trazem os maiores lucros e
como a organização pode maximizar o primeiro e minimizar o segundo?

A TEORIA DE CONTABILIDADE GERENCIAL


Profissionais dentro de uma organização que executam a função de contabilidade
gerencial, geralmente, suportam dois propósitos principais:
• Primeiro, geram relatórios de rotina contendo informações sobre controle de
custos e planeamento e controle de operações.
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• E segundo, a contabilidade gerencial produz relatórios especiais para os


gestores que são utilizados para decisões estratégicas e táticas, em questões
como:
• Preços de produtos ou serviços,
• Escolha de produtos para enfatizar ou desestimular,
• Investir em equipamentos e formular políticas globais e
• Planeamento de longo prazo.

ACTIVIDADES DE CONTABILIDADE GERENCIAL:


• Reconhecimento e avaliação de transações e eventos econômicos;
• Quantificação e estimativa do valor desses eventos;
• Registo e classificação de transações e eventos apropriados; e,
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• Garantir a integridade da informação


• Implementar um sistema de relatórios que contribua para a medição eficaz do
desempenho da administração.

APLICAÇÃO
O papel prático da contabilidade gerencial é aumentar o conhecimento dentro de
uma organização, reduzindo o risco associado com a tomada de decisões.
Os relatórios são utilizados pelos gerentes para medir a diferença, ou variação,
entre o que eles planearam e o que realmente conseguiram. Ou também
comparam o desempenho com outros benchmarks.
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Um supervisor de linha de montagem, por exemplo, pode estar interessado em


descobrir o quanto a sua linha é eficiente, em comparação com seus colegas
supervisores, com a produtividade em um período de tempo anterior, um relatório
que mostre o desperdício de estoque, o custo médio dos funcionários por hora e os
custos globais por unidade, entre outras estatísticas.

Podem ajudar o supervisor e seus superiores a identificar e corrigir ineficiências.

Pode ainda avaliar os dados da linha de montagem, e estimar tendências e os


efeitos a longo prazo dessas tendências sobre a rentabilidade global da empresa.
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ACTUAÇÃO NO PLANEAMENTO E CONTROLE
A informação é usada para tomar decisões sobre o futuro e julgar a eficácia de
decisões e acções passadas.
•Estabelecer metas, determinar necessidades de recursos e conceber um meio de
atingir metas, planeamento.
•Monitorar os resultados financeiros e medir o resultado dos processos de
planeamento dentro da empresa, controlo.
•Os planos de gestão são formalmente comunicados como orçamentos termo que,
normalmente, se refere ao planeamento da gestão.
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FAZEM PARTE DA CONTABILIDADE GERENCIAL


•Contabilidade de Custos Industriais, com emissão de relatórios por produto, por
sector, por filiais, por unidades de negócios;
•Subsistemas da contabilidade geral como: folha de pagamento, controle de
estoques, controle de gastos, controle de contas a pagar e a receber, com um
enfoque na emissão de relatórios para as gerências;
•Sistema Orçamentário e avaliação de resultados por usuário: gerentes, diretorias,
acionistas, e outros;
•Fluxos de Caixa e Orçamentos de caixa da empresa ou de suas unidades;
•Avaliação financeira e de resultados, geral da organização e segmentada por tipo
de gerências.
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VANTAGENS DE CONTABILIDADE GERENCIAL


•Aumentar a produtividade
•Reduzir custos
•Tomar decisões com mais segurança
•Precificar produtos e serviços de forma estratégica 
•Realizar uma gestão financeira eficiente

CONCEITO DE MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO


Pode ser entendido se avaliarmos as palavras de forma isolada:
Margem: é a diferença entre um padrão e um resultado, representa a diferença
entre o valor de venda de um produto e os custos e despesas relacionadas à
produção e comercialização desse produto.
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Contribuição: é o quanto este lucro por produto contribui para o pagamento dos
custos e despesas fixos da empresa, ou seja, os custos de estrutura, indispensáveis
ao funcionamento do negócio.

Margem de contribuição é o percentual de participação do lucro de cada produto


para o pagamento das demais despesas, visando a cobertura total destes custos de
forma que ainda gere lucro para a empresa.
A margem de contribuição é a diferença entre a receita obtida e os custos e
despesas variáveis, que servirá para pagamento dos custos e despesas fixas
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RT = PV.Q
L = RT – CT; CT= CF+CV; CV = CVU.Q
L = PV.Q –(CF +CVU.Q)
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DIFERENÇA ENTRE LUCRO E MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO


Apesar de um estar diretamente relacionado ao outro, lucro e margem de
contribuição são conceitos e informações diferentes em um DRE
A margem de contribuição, como vimos, é o indicador que informa qual o
percentual de faturação que a empresa tem para pagamento das despesas e custos
fixos.

Já o lucro é o resultado dessa conta: após pagar todas as despesas e custos da


operação, sobrou dinheiro, então, a empresa teve lucro.
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POR QUE CALCULAR A MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO


•É um indicador fundamental para análise da situação financeira do negócio. Sem
essa informação, não há um real panorama sobre a saúde da sua empresa, e não
entenderá o quão sustentável é o seu negócio.
•Permite que tome decisões acerca do preço de venda do seu produto e realize suas
projecção de vendas, de forma a atingir os resultados esperados.
•Serve de base para a tomada de decisão.

A margem de contribuição é um tipo de lucro, chamado de lucro bruto, obtido pela


diferença entre a receita obtida na venda de um ou mais produtos e os seus
respectivos custos e despesas variáveis.
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E a sua fórmula geral é:


MC = PV – CV
Onde:
•MC – Margem de Contribuição;
•PV – Preço de Venda;
•CV – Custo variável do produto;
A margem de contribuição é o quanto vai “sobrar” do seu preço de venda, após a
subtração dos custos e despesas variáveis (custos da venda, matéria-prima,
tributações) do produto, esse valor será o lucro bruto da venda e deve ser usado
para quitar os custos e as despesas fixas.
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DEFINIÇÃO DE CUSTOS E ALOCAÇÃO DE CUSTOS INDIRETOS.


Esforço, sacrifício, dispêndio de energias, recursos e valores para alcançar um determinado
objectivo.
A palavra custo tem as seguintes acepções:
•Custo tecnológico ou material - conjunto de recursos físicos consumidos ou utilizados;
•Custo monetário - Valor monetário dos recursos físicos consumido, obtendo pela expressão
dos recursos físicos em unidades monetárias
Diferença entre Custos e Despesas
Custo compreende todo o gasto que tem uma relação directa com a actividade-fim
da empresa, como a produção de um produto. Por exemplo gastos com matéria-
prima e salário do pessoal de produção.
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Despesa, são os gastos que intermediam a operação e não podem ser vinculados
directamente ao produto ou serviço oferecido. É o caso de, por exemplo, gastos
com salários da equipa administrativa, investimentos em propaganda, aquisição de
materiais de escritório.
TIPOS DE CUSTOS
Custos directos
O custo direto é aquele que pode ser facilmente relacionado a um produto ou um
serviço. É um valor incluído diretamente no cálculo do preço final do produto, e
que pode ser medido de forma objectiva.
Um bom exemplo de custo directo é o custo com a matéria-prima para produção de
uma mercadoria.
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Custos indirectos
Os custos indirectos não podem ser relacionados com o produto ou actividade-fim da
empresa. Alguns exemplos de custos indiretos são os gastos com energia, água,
limpeza, locação do espaço, entre outros.

São custos importantes para o funcionamento da empresa, mas que não podem ser
facilmente ligados com o produto em si.
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Custos fixos
Os custos fixos são os gastos regulares, aqueles que irão acontecer independente do
seu volume de produção ou das vendas.
Um bom exemplo é o custo para manutenção do espaço, como aluguer, condomínio e
outros. Ainda que sua empresa não venda nem produza nada, o espaço continua
existindo e esse custo continuará precisando ser pago. Por isso, é um custo fixo.
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Custos variáveis
Os custos variáveis têm relação com a produção ou volume de vendas.
É o caso, por exemplo, dos custos com matéria-prima, tributos, comissões da
equipa comercial, etc.
Se, em um mês, vender muito de um determinado produto, precisará comprar
materiais para a produção, pagar as taxas e impostos, e acertar as comissões dos
vendedores, com um aumento proporcional ao aumento das vendas.
Por isso, está directamente relacionado à sua projecção de vendas, sendo essa a
única forma de assegurar e planear esse tipo de gasto.
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Custos do Período – são custos que são relacionados com os proveitos à base
temporal. São deduzidos dos proveitos do exercício em que foram incorridos.
Todos os custos não industriais (de venda, administrativos e financeiros) são custos
do período.
Custos do Produto – são Os custos incorridos na compra de matérias ou na
fabricação de produtos. Contrariamente aos custos do período, os custos do produto
não são necessariamente tomados em conta no cálculo dos resultados do período
em que foram incorridos. Figuram na demonstração de resultados do período em
que os produtos a que respeitam forem vendidos. São também conhecidos por
custos inventariáveis.
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Chamam-se custos controláveis os custos de um centro de responsabilidade que


podem ser controlados pelo respectivo responsável e, custos não controlados a
parte dos custos do centro que só podem ser controlados por um outro centro ou
por um órgão superior. Os gestores devem ser responsabilizados pelos custos
controláveis.

Custos Relevantes e custos Irrelevantes


Acontece muitas vezes que a escolha de uma ou de outra alternativa não implica
nenhuma alteração em certos elementos de custo. No exemplo anterior o salário do
motorista poderia não ser afectado pela possibilidade de oficializar ou não a
actividade. Neste caso diríamos que o salário do motorista é um custo irrelevante
(Sunk Cost) para a tomada da decisão.
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Os custos relevantes são aqueles cujo comportamento se alterará quando uma dada
decisão for tomada. Por isso são relevantes para a tomada da decisão. No exemplo
anterior as amortizações da viatura, os impostos e o salário do cobrador, são custos
relevantes.
Custos de oportunidade
Com frequência, verifica-se que certos recursos que se encontram aplicados na
empresa têm alternativas de aplicação. Esta aplicação alternativa possibilitaria
proveitos que é necessário comparar com os que se estão a obter na que está a se
dada ao recurso. Assim, uma forma de verificar o interesse da aplicação actual é
considerar, como custo desta, na determinação da sua rendibilidade, o proveito da
alternativa, que designamos por custo de oportunidade da aplicação actual.
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Custo Marginal
É o aumento de custo ocasionado pela produção de uma unidade extra de produto.
Em outras palavras, indica quanto custa cada aumento unitário de produção.

ALOCAÇÃO DE CUSTOS INDIRETOS


Os critérios de afetação visam repartir os gastos indiretos que são comuns a dois ou
mais objectos de custo. São exemplos habituais de gastos indiretos, as depreciações
ou amortizações, os gastos de manutenção, seguros, rendas, comunicação, gastos
com segurança, vigilância e limpeza.
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Deve haver a preocupação em definir as bases de imputação mais adequadas para


relacionar os gastos indiretos com os objectos de custo em prol do aumento da
fiabilidade da informação. Bases de imputação distintas devem traduzir em uma
relação de causa-efeito com os fatores que provocaram o custo.
A alocação dos custos envolve a escolha de uma base as mais utilizadas são:
•N° de horas de mão-de obra
•Custo de mão-de-obra directa
•Quantidades fabricadas ou produzidas
•Horas de trabalho das máquinas
•Custo primo ou directo
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A escolha da base de repartição não pode ser arbitrária. Há que escolher a base de
imputação mais correlacionado com os gastos gerais de fabrico.
A imputação pode ser feita numa base única ou múltipla.

a) Imputação numa base única - quando a imputação da totalidade é feita numa


única base.
 A base única tem muitas limitações: só por mero acaso se pode encontrar uma
relação de proporcionalidade aceitável.

 b) Imputação numa base múltipla - quando repartem-se primeiro em grupos


homogéneos, escolhendo-se para agrupamento a base de imputação mais
conveniente.
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Sistema ABC (activity-based costing)


O sistema de custeio ABC (custeio baseado nas atividades) caracteriza-se pela
imputação dos custos indiretos às atividades desenvolvidas para satisfazer as
necessidades dos cidadãos/clientes. Ou seja, o pressuposto básico é que são as
atividades que consomem os recursos e não os produtos (como acontece nos
sistemas tradicionais).

A implementação do sistema ABC requer as seguintes etapas principais:


(a)Identificar as atividades (principais e auxiliares) realizadas pela entidade e que consomem
recursos. Recomenda-se a elaboração de uma matriz de atividades (são exemplo de
atividades numa unidade de saúde a realização de cirurgias, de consultas, de cuidados
continuados e apoio clínico);
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(b) Atribuir os custos às actividades;


(c) Identificar os indutores de custo mais indicados para cada atividade que devem ser
utilizados para imputar os gastos das atividades ao objeto de custo final (bens e serviços).
Estes indutores de custo devem ser selecionados com base em relações causais ou em
critérios de razoabilidade (são exemplos, o número de cirurgias na atividade "cirurgias" ou o
número de consultas na atividade "consultas externas" numa unidade de saúde);
(d) Calcular o custo unitário de cada indutor de custo;
(e) Atribuir os custos das atividades aos bens e serviços produzidos multiplicando o custo
unitário de cada indutor de custo pelas quantidades desse indutor consumidas por cada bem
ou serviço.
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FIM

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