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HIPERTENSÃO

ARTERIAL
Ms. Roberpaulo Anacleto
O que é pressão
A pressãoarterial
arterial é a pressão que o sangue exerce na parede das
artérias. E é medida em milímetros de mercúrio.
O coração trabalha em dois momentos:

Graças a esses movimentos de contração e dilatação o sangue circula


permanentemente pelos vasos sanguíneos (artérias e veias).
Definição de
HAS
Segundo as diretrizes brasileira de hipertensão, a hipertensão
arterial
sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada
por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA).

•Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou estruturais dos


órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações
metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos
cardiovasculares fatais e não fatais.
DIAGNÓSTICO
Medida da pressão arterial:
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) édiagnosticadapela detecção de níveis
elevados e sustentados de pressão arterial (PA) pela medida casual.
Classificação:
Fisiopatologia da
Hipertensão
A pressão arterial sistólica é determinada pelo volume sanguíneo
ejetado em cada sístole (débito sistólico) e pela elasticidade das
grandes artérias.

A pressão arterial diastólica depende da resistência periférica e da


frequência cardíaca que ira determinar a duração da diástole e do
tempo disponível para o escoamento diastólico.
Sistema renina
Renina -angiotensina
é uma enzima produzida pelos rins, que eleva a pressão
arterial de varias maneiras, ajudando assim a corrigir a queda inicial da
pressão. É a partir desta enzima que se dará a liberação da
angiotensina I e II.

Atua enzimaticamente sobre outra proteína plasmática uma globulina


denominada substrato de renina (ou angiotensinogênio) liberando um
peptídeo de 10 aminoácidos, a angiotensina I.
ANGIOTENSINA
I
 Peptídeo de 10 aminoácidos, formado a partir da atuação
enzimática
da renina sobre uma proteína plasmática, o angiotensinogênio ou
globulina.

• Possui propriedades vasoconstritoras leves, não sendosuficientes


para produzir alterações funcionais significativas na função
circulatória.
ANGIOTENSINA
IIperda de dois aminoácidos, A renina
Formada a partir da persiste no
sangue por um período entre 30 min. e 1 h. continuando a induzir a
formação de angiotensina I que após alguns segundos sofre a perda de
02 aminoácidos, tornando-se assim um peptídeo de 8 aminoácidos a
Angiotensina II, um vasoconstrictor extremamente poderoso, exerce
dois efeitos principais que podem elevar a pressão arterial: 1º vaso-
constrição nas arteríolas e 2º atua sobre os rins, diminuindo a excreção
de sal e água.
Sinais e Sintomas da Hipertensão
arterial
Cefaléia occipital (Dor de cabeça na região nucal); Lipotimia
(Tontura, sensação desagradável);
Escotomos cintilantes (Ver tudo escuro com estrelinhas);
Náuseas (Enjôos);
Diminuição da libido sexual (prazer); Cansaço nos médios e
grandes esforços; Palpitações (arritmias cardíacas);
Palidez de mucosa;
•Taquipnéia (Aumento da frequência respiratória);
•Taquicardia (Aumento da frequência cardíaca);
•Pressão diastólica > 90 mmHg.
Fatores
risco
Tabagismo – A nicotina causa o “enrijecimento” perda
elasticidade da parede dos vasos sanguíneos;
Diabete - idade acima de 60 anos;
Sexo: homens ou mulheres pós-menopausa;
Com história familiar de doença cardiovascular em:
- Mulheres com menos de 65 anos.
- Homens com menos de 55 anos.
Verificação da
P.A
A câmara vazia é comodamente colocada ao redor do braço em seu terço médio.
A margem inferior da câmara deve estar 2,5 em cima da fossa cubital anterior.
 os contornos da fossa devem ser vistos e sentidos.
após colocar a câmara no seu lugar, a artéria braquial é localizada a cerca de 1cm
acima da articulação do cotovelo abaixo da aponeurose bicipital.
A localização da artéria braquial pode requerer primeiro a apalpação do seu pulso na
fossa cubital anterior.
O diafragma do estetoscópio é aplicado firmemente sobre a artéria durante a
insuflação da câmara.
Insufla-se a câmara até o ponteiro do manômetro atingir 220 mmHg
aproximadamente. Quando se sabe os valores anteriores de sua pressão arterial deve-
se ultrapassar ligeiramente em cerca de 30 mmHg.
Um manguito de pressão, ou esfignomanômetro é insuflado até sua pressão ultrapassar a
pressão sistólica dentro da artéria. O fluxo sanguíneo é ocluído e o pulso braquial (ao nível
da fossa do cotovelo) não poderá ser percebido (palpado) nem ouvido (auscultado).
Observar a restrição ao fluxo sanguíneo através da artéria braquial

A pressão do manguito é reduzida por pequenos decréscimos e o examinador escuta até


perceber um ruído forte. Esse ruído representa o sangue que flui através da artéria
braquial. A pressão sistólica é a pressão exercida sobre as paredes da artéria quando
ocorrem os primeiros sons fortes.

•A medida que pressão no manguito é reduzida cada vez mais, sons distintos continuam
sendo ouvidos quando o sangue flui através da artéria por períodos mais longos do ciclo
cardíaco. Pressão diastólica se refere à pressão na artéria quando os sons são grandemente
abafados ou desaparecem.
Prevenção
Primaria:
As mudanças no estilo de vida são entusiasticamente recomendadas na prevenção
primaria da HAS. Mudanças de estilo de vida reduzem a PA, bem como a mortalidade
cardiovascular.

As principais recomendações não medicamentosas para prevenção primaria da HAS


são: alimentação saudável, consumo controlado de sódio e de álcool, ingestão de
potássio e combate ao sedentarismo e ao tabagismo.
Tratamento não medicamento
Tratamento medicamentos:

O objetivo primordial do tratamento da hipertensão arterial e a redução da morbidade


e da mortalidade cardiovasculares.

Assim, os anti-hipertensivos devem não só reduzir a pressão arterial (PA), mas


também os eventos cardiovasculares fatais e não fatais, e, se possível, a taxa de
mortalidade.
HIPERTENSÃO
ARTERIAL
Complicações História Natural da DoençaSobrevida após início
Frequência
Cardíacas (em anos)
Hipertrofia (RX) 74% 8
Hipertrofia (ECG) 59% 6
ICC 50% 4
Angina 16% 5
Cerebrais
Encefalopatia 2% 1
AVC 12% 4
Renais
Proteinúria 42% 5
Elevação uréia 18% 1
HA acelerada 7% 1
Mecanismos de Regulação da
Pressão Arterial

Pressão Arterial =
Débito cardíaco X Resistência Periférica
Mecanismos de Regulação da Pressão
Arterial Fatores que influem no Débito
Cardíaco
Fatores cardíacos Frequência cardíaca Contratilidade
Fatores volêmicos Excreção de Sódio
Prostaglandinas
Dopamina
Fator natriurético atrial Retenção de sódio

Aldosterona Angiotensina II
Arginina-vasopressina Noradrenalina
Mecanismos de Regulação da Pressão
Arterial
Fatores que influem na Resistência
Periférica
Hipertrofia Vascular Fatores locais
Iônicos (sódio e cálcio) Auto-regulatórios
Neurais simpáticos
Ação constritora (alfa) Ação dilatadora (beta)
Humorais

Vasodilatadores Vasoconstritores
PGI2, PGE2 Angiotensina II
Dopamina Noradren
Bradicinina FNA alina PGF2
ADH
HIPERTENSÃO
ARTERIAL
ÓRGÃO ALVO COMPLICAÇÕES
Hipertensivas Ateroscleróticas
Cérebro AVC hemorrágico AVC isquêmico
Coração Hipertrofia, ICC Doença coronariana
Rins Nefrosclerose Ateromatose A Renal
Vasos Dissecção aórtica Aneurisma arterial
HIPERTENSÃO ARTERIAL
Complicações Cardíacas

Hipertrofia
Ventricular esquerda
HIPERTENSÃO ARTERIAL
Complicações Vasculares
HIPERTENSÃO ARTERIAL
Complicações Renais
HIPERTENSÃO ARTERIAL
Complicações Encefálicas

Hemorragia
no Cerebelo
HIPERTENSÃO
ARTERIALEtiologia
1.HA sistólica e diastólica Primária ou essencial Secundária

2. HA sistólica
Débito cardíaco aumentado
IAo, estados hipercinéticos, fistulas artério-venosas
Rigidez da aorta
Arteriosclerose
HIPERTENSÃO ARTERIAL
PRIMÁRIA Patogenia
1. Ingesta excessiva de sódio: aumenta volemia

2. Estresse : aumenta atividade simpática

3. Obesidade : hiperinsulinemia

4. Genética: retenção de sódio


diminuição filtração renal alteração
membrana celular

5. Fatores derivados do endotélio: endotelina


HIPERTENSÃO ARTERIAL
SECUNDÁRIA Patogenia
1. Endócrina
Supra renal: Córtex - S. Cushing
Hiperaldosteronismo primário
Hiperplasia congênita
Medula - Feocromocitoma
Acromegalia Hipo/Hipertireoidismo
Hiperparatireoidismo (hipercalcemia)
Exógena
Anticoncepcionais, corticóides e
simpatomiméticos
HIPERTENSÃO ARTERIAL
SECUNDÁRIA Patogenia
2.Renal Parênquima
GNA, nefrite crônica, rim policístico, nefropatia diabética,
hidronefrose e colagenoses
Doença renovascular Tumores produtores de renina
3. Coarctação da aorta
4.Neurogênica Psicogênica
Hipertensão intracraniana
5. Policitemia
6. Eclâmpsia
AFERIÇÃO DA PRESSÃO
ARTERIAL
Ambiente, posições e número de medidas
Equipamento
Manguito Manômetro
Método palpatório e auscultatório Sons de
Korotkoff

1° Primeiro batimento
2° Batimentos suaves
3° Batimentos fortes
4° Ruídos abafados
5° Ruídos desaparecem
HIPERTENSÃO ARTERIAL
Avaliação do Hipertenso
Objetivos
1. Avaliar repercussão hemodinâmica
2. Detectar formas secundárias
3. Determinar condições associadas
HIPERTENSÃO ARTERIAL
Avaliação do Hipertenso
Anamnese
Sintomas (em geral ausentes)
Da própria elevação da PA:
Cefaléia, nucalgia, zumbido e tontura
Das causas secundárias:
Renal, feocromocitoma
Das repercussões hemodinâmicas:
Angina, dispnéia e AVC Doenças
pregressas História Familiar (essencial)
Medicamentos
HIPERTENSÃO
ARTERIAL
Avaliação do
Hipertenso
Exame Físico
Causas secundárias
Renovascular Coarctação da aorta
Acromegalia, hipotireoidismo

Avaliação da repercussão
Hipertrofia cardíaca ICC
Sequelas neurológicas Aneurismas
HIPERTENSÃO
ARTERIAL
Avaliação do
Hipertenso
Fundoscopia

Grau I : Estreitamento arteriolar (relação A-V 1:2)


Grau II : Estreitamento arteriolar 1:3
Grau III : Hemorragia, exsudatos Edema de papila
Grau IV :
HIPERTENSÃO ARTERIAL
Fundoscopia
HIPERTENSÃO
ARTERIAL
HIPERTENSÃO
ARTERIAL
Avaliação do
Hipertenso
Exames complementares Rotina
Parcial de urina Creatinina Potássio
Colesterol, TG e HDL Glicemia
Ácido úrico
ECG
Especiais
• EXCESSO DE PESO
• O excesso de massa corporal é um fator predisponente para a hipertensão, podendo ser responsável por 20% a 30% dos casos de hipertensão arterial; 75% dos homens e 65% das
mulheres apresentam hipertensão diretamente atribuível a sobrepeso e obesidade.
• O excesso de peso provoca sobrecarga cardíaca através de um mecanismo de compensação. Ele leva à diminuição do fluxo de sangue para os tecidos fazendo com que o coração
tenha que trabalhar mais para manter os níveis adequados de irrigação. Manter uma alimentação balanceada, conjugada à prática de exercícios físicos, com orientação de médico ou
nutricionista, é a melhor maneira de reverter ou evitar a obesidade e, por conseqüência, prevenir o aumento da pressão arterial.
• TABAGISMO
• Substâncias encontradas no cigarro provocam alterações nas paredes das artérias, como a redução da elasticidade, estimulação ou diminuição do calibre dos vasos sanguíneos que
levam ao aumento da pressão arterial.O tabagismo ainda induz resistência ao efeito de drogas anti-hipertensivas,ou seja alteram a ação de
medicamentos,utilizados para reduzir a pressão arterial.
• O Tabagismo aumenta em três vezes a chance de infarto e é considerado o fator prioritário na maioria dos casos de infarto antes dos 50 anos de idade. Abandonar o cigarro é também
deixar de lado um fator de risco para as doenças do sistema cardiovascular. Informe-se sobre o tabagismo e sobre o Grupo de Cessação do Tabagismo da Unimed-BH, uma das ações
de promoção da saúde que acontecem nos Centros de Promoção da Saúde da Unimed-BH.
• HEREDITARIEDADE
• A hereditariedade e a idade não são modificáveis, mas a soma destes fatores com os outros aumenta o risco e deve ser levado a sério. Quem tem parente próximo (pais, irmãos) com
histórico de pressão alta apresenta chances maiores de desenvolver a doença e deve procurar um médico para conversar a respeito.
• SEDENTARISMO
• Segundo a Organização Mundial da Saúde, a falta de atividade física praticamente dobra o risco de a pessoa desenvolver doenças cardiovasculares.O sedentarismo aumenta em 30% o
risco de hipertensão arterial. Já o exercício aeróbico, como por exemplo, uma caminhada, apresenta efeito positivo para a redução da pressão arterial.
• A falta de atividade física se traduz em menor consumo energético (tendo como possível consequência a obesidade) e na falta de condicionamento físico. Quem não se exercita
também não tem artérias fortes, capazes de manter a pressão adequada. Inclua na rotina pelo menos 30 minutos diários de atividade física, sempre com orientação médica. Não é
preciso se transformar em atleta para estar protegido. Ir trabalhar a pé, descer do ônibus um ponto antes do destino, levar o cachorro para passear e usar a escada, são atitudes que
somam na conquista de uma vida mais ativa.
• ESTRESSE
• Além dos efeitos imediatos, o estresse está associado a uma série de efeitos indiretos. Pessoas estressadas têm tendência a fumar mais, alimentar-se mal, abandonar a atividade física
etc. A soma desses maus hábitos aumenta o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. O excesso de compromissos do dia a dia, o cansaço e a irritabilidade gera desgaste
emocional. O que reforça uma a hipótese para o aumento de doenças do coração entre as mulheres , freqüentemente submetidas a situações estressantes, como a maior participação no
mercado de trabalho, duplas e triplas jornadas. O resultado é que o organismo fica mais sensível e abrem-se portas para o aparecimento de várias doenças, entre elas a hipertensão.
Portanto, procure levar a vida com mais calma e tranquilidade, aprendendo a
enfrentar o estresse de maneira mais positiva.
• EXCESSO DE SAL
• O sal é indispensável para a saúde, mas seu consumo excessivo pode causar o aumento da pressão em pessoas com tendência a esse desequilíbrio. Diminuir sua ingestão é um modo de
controlar a pressão e não se tornar hipertenso. De modo geral, os hipertensos devem consumir apenas 1g de sal por dia (1 tampa de caneta Bic cheia de sal). Mas fique atento! Essa
medida inclui o sal presente em todos os alimentos, conforme observamos na tabela abaixo.Consulte seu médico e/ou
nutricionista e estabeleça uma dieta com os níveis adequados à sua saúde.

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