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Endócrino 1– Hipotálamo-

hipófise-adrenal-pâncreas
Fabiana Alves
Hipotálamo
Constitui menos de 1% do volume cerebral.
Hipotálamo

• Centro de integração final de informações geradas de diferentes regiões


do organismo.

• Objetivos:
- Homeostasia.
- Integração do organismo com o meio ambiente.
- Controle da reprodução.

• Estrutura:
- Núcleos hipotalâmicos.
- Axônios.
- Regiões terminais.
Hipófise
Localiza-se no interior da sela túrcica – osso esfenóide.
Hormônios Hipofisiotrópicos
Sistema porta hipotálamo-hipófise

Rede de vasos sanguíneos que


fornecem a maior parte do sangue
do lobo anterior da hipófise.
Adrenal
Fisiologia Humana – Dee Unglaub Silverthorn

As glândulas adrenais – aproximadamente 4 gramas cada.


Pólos superiores dos rins.

20% centrais da glândula – funcionalmente relacionada ao SNS.

Sintetizados a partir do colesterol


Mineralcorticóides –
afetam especificamente
eletrólitos (minerais) -
Na+ e K+.

Glicocorticóides –
exercem importantes
efeitos que ↑a
glicemia.
REGULAÇÃO DA SECREÇÃO DE CORTISOL

extraído, enquanto disponível, de:http://connection.lww.com/Products/braun-carie/documents/PDF/90309%20ch11.pdf


Mecanismo de ação - Glicocorticóides
Fisiologia Humana – Dee Unglaub Silverthorn
• Rítmo circadiano do cortisol
↑ [ ]: 6-9 h.
Valor mínimo 23-3 h.
Sincronizado com o ciclo claro-escuro.

• Estresse
↑ Noradrenalina - ↑ CRH no núcleo
paraventricular e vasopressina.

↑ Secreção de ACTH e cortisol.


Fisiologia Humana – Dee Unglaub Silverthorn
Fisiologia Humana – Dee Unglaub Silverthorn
Doença de Addison

• Também conhecida como insuficiência adrenal crônica ou


hipocortisolismo.

• Foi descrita pela primeira vez pelo britânico Thomas Addison,


em 1855.

• A doença de Addison refere-se especificamente à


insuficiência adrenal primária, na qual há disfunção específica
da glândula adrenal, excluindo a secundária, onde a hipófise
não produz hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) suficiente
para estimular adequadamente as glândulas adrenais.
ESTRESSE

Hipotálamo
neurônios neurônios
CRH simpáticos

Ojeda, 1998
ESTRESSE

Hipotálamo
neurônios neurônios
CRH simpáticos

Adrenal
córtex medula
Adrenalina

Ojeda, 1998
SP SP
+ +
SP SP
+ +

Adrenalina Adrenalina
ESTRESSE

Hipotálamo
neurônios neurônios
CRH simpáticos

Adrenal
córtex medula
Adrenalina

mobilização e
redistribuição função
energética e visceral
responsividade
cardiovascular
Ojeda, 1998
ESTRESSE

Hipotálamo
neurônios neurônios
CRH simpáticos

Hipófise

ACTH

Adrenal
córtex medula
Adrenalina

mobilização e
redistribuição função
energética e visceral
responsividade
cardiovascular
Ojeda, 1998
ESTRESSE

Hipotálamo
neurônios neurônios
CRH simpáticos

Hipófise

ACTH

Adrenal
córtex medula
Cortisol Adrenalina

mobilização e
resposta redistribuição função
inflamatória energética e visceral
e imune responsividade
cardiovascular
Ojeda, 1998
ESTRESSE

Hipotálamo
neurônios neurônios
CRH simpáticos
cortisol
Hipófise

ACTH

Adrenal
córtex medula
Cortisol Adrenalina

mobilização e
resposta redistribuição função
inflamatória energética e visceral
e imune responsividade
cardiovascular
Ojeda, 1998
ILUSTRAÇÃO DAS CONEXÕES
ENTRE O SISTEMA NERVOSO E O
SISTEMA IMUNE

A Figura ao lado mostra a


sinalização entre o Sistema
Imune e o Sistema Nervoso
Central (CNS) através de vias
sistêmicas, do nervo vago, do
eixo hipotálamo-hipófise-
adrenal (HPA), do Sistema
Nervoso Simpático (SNS) e
do Sistema Nervoso
Periférico (PNS).

Sternberg , 2006: http://www.nature.com/nri/journal/v6/n4/full/nri1810.html (acesso pelo Portal CAPES)


Efeitos dos
glicocorticóides nas
populações das
células do Sistema
Imune

Os Glicocorticóides atuam nas células do Sistema Imune


(SI) agindo direta ou indiretamente suprimindo a indução
de respostas pró-inflamatórias.
Eles inibem a produção de citocinas pró-inflamatórias,
tais como as interleucinas-1 (IL-1) e o fator de necrose
tumoral (TNF), enquanto promovem a produção de
citocinas anti-inflamatórias, tais como IL-10, por
macrófagos e células dendríticas. Eles também
promovem apoptose de macrófagos, células dendríticas e
células T, levando à inibição da resposta imune.
IFN: interferon-  ; NK cell, natural killer cell; TC, cytotoxic
T cell; TH, T helper cell.
Download: Sternberg , 2006 (enquanto disponível) ou http://www.nature.com/nri/journal/v6/n4/full/nri1810.html (acesso pelo Portal CAPES)
Alguns efeitos
comportamentais dos
hormônios das
adrenais
ESTRESSE

córtex, sistema límbico e


formação reticular Hipotálamo
neurônios neurônios neurônios neurônios
noradrenérgicos CRH CRH simpáticos
cortisol
Hipófise

ACTH

Adrenal
córtex medula
Cortisol Adrenalina

mobilização e
resposta redistribuição função
inflamatória energética e visceral
e imune responsividade
cardiovascular
Ojeda, 1998
ESTRESSE

córtex, sistema límbico e


formação reticular Hipotálamo
neurônios neurônios neurônios neurônios
noradrenérgicos CRH CRH simpáticos
cortisol
Hipófise

ACTH

Adrenal
córtex medula
alerta; Cortisol Adrenalina
ativação
comportamental; mobilização e
agressividade resposta redistribuição função
inflamatória energética e visceral
e imune responsividade
cardiovascular
Ojeda, 1998
ESTRESSE

córtex, sistema límbico e


formação reticular Hipotálamo
neurônios neurônios neurônios neurônios
noradrenérgicos CRH CRH simpáticos
cortisol
Hipófise

ACTH
atividade função
alimentar reprodutiva
e de Adrenal
e sexual
crescimento córtex medula
alerta; Cortisol Adrenalina
ativação
comportamental; mobilização e
agressividade resposta redistribuição função
inflamatória energética e visceral
e imune responsividade
cardiovascular
Ojeda, 1998
Mineralcorticóides

• Aldosterona

- Ações na reabsorção de sódio nos túbulos distais e nas células principais


dos ductos coletores do néfron.

- Age nas glândulas sudoríparas e salivares, estimulando o transporte ativo


de Na+ para o plasma.

- ↑ síntese da Na+ - K+ ATPase que fica nas membranas basolaterais das


células tubulares: produz reabsorção de Na+ para o interstício e o aumento
intracelular de K+.
Síndrome de Conn

• Superprodução de aldosterona.

• A aldosterona leva a retenção de Na+ e de água e a excreção de k+ pelos rins.

• A síndrome de Conn também é conhecida como hiperaldosteronismo


primário.

• Além de pressão alta, podem incluir os sintomas dores de cabeça (devido ao


baixo K+), alcalose metabólica (devido a secreção aumentada de íones de H +
pelo rim).

• O pH alto do sangue torna o cálcio menos disponível para os tecidos e


causa sintomas de hipocalcemia.
Andrógenos
• Adrenal fetal – secreta ↑ de DHEA (desidroepiandrosterona), que será
convertida em estrógenos pela placenta.

• Após o nascimento - as [ ] caem e volta a aumentar por volta dos 7 anos.

• Período pré-puberal, esses hormônios são convertidos em andrógenos ativos –


que estimulam o crescimento de pelos axilares e pubianos em ambos os sexos,
antes da ativação gonodal.

• Homem adulto – efeitos fisiológicos mínimos, pois são menos potentes quando
comparados aos testículos.

• Mulheres adultas – principal fonte de andrógenos, uma vez que estes são
convertidos em testosterona nos tecidos periféricos, sendo importantes para o
desenvolvimento da libido e para a distribuição de pelos axilares e pubianos.

• Menopausa – importante fonte de estradiol.


Pâncreas endócrino
Em 1869, Paul Langerhans descreveu as ilhotas de Langerhans.
Fisiologia Humana – Dee Unglaub Silverthorn
Fisiologia Humana – Dee Unglaub Silverthorn
Síntese da insulina
Secreção da insulina na
Célula β pancreática.

↑ [ ] de Ca2+ no citossol, fundamental para a ativação da exocitose.


• A insulina secretada passa, através da circulação êntero-hepática,
diretamente para o fígado, onde mais de 50 % do total secretado é
degradado por insulinases específicas.

• Os rins degradam em torno de 40 % da quantidade total de insulina numa


primeira circulação.

• A insulina circulante normalmente não se liga a outras substâncias,


permanecendo na forma livre com meia-vida em torno de 5 minutos.
Mecanismo de ação da insulina

• A ligação de 2 moléculas de insulina às


subunidaes α leva à alteração
(autofosforilação).

• A cadeia β passa a ter atividade de


tirosina quinase e fosforila a tirosina
de substratos protéicos.
Transportadores de glicose encontrados em células de mamíferos

Transportador Locais onde são expressos


GLUT 1 Placenta
GLUT 2 Células β pancreáticas, fígado, intestinos
e rins
GLUT 3 Placenta, cérebro e rins
GLUT 4 Músculo esquelético e tecido adiposo

GLUT 5 Transporte de frutose no jejuno e


esperma
GLUT 6 Pseudogene
GLUT 7 Transporte de glicose-6-fosfato no RE no
fígado e outros tecidos
Fisiologia Humana – Dee Unglaub Silverthorn
As fases do Metabolismo energético:
fases anabólica e catabólica
café da manhã almoço lanche da tarde jantar

sono noturno

fase catabólica
fase anabólica
ESTOQUES ENERGÉTICOS

Tecido adiposo

Triacilglicerol - 14Kg
Fígado
(~126.000 kcal)
Glicogênio - 75g
(~300 kcal)

Glicogênio - 300-320g
(~1.200 kcal)
(aminoácidos)

http://fisio.icb.usp.br/
Hormônios reguladores do
metabolismo energético
Supra-renais
ou adrenais

Pâncreas

ADRENALINA
CORTISOL

GLUCAGON
INSULINA
fase catabólica
fase anabólica
A FASE ANABÓLICA

alimentação  GIP (*)

glicose sangüínea Pâncreas

INSULINA
(*)
GIP: Peptídeo insulinotrópico glicose-dependente ou pept. inibidor gástrico (hormônio intestinal)
Ações anabólicas da insulina

• A insulina é o único hormônio hipoglicemiante produzido pelo organismo.

• Possui ação hipolipemiante (↓ [ ] de lipídios).

• Papel fundamental no crescimento e desenvolvimento do organismo.

Essas vias anabólicas levam a síntese e acúmulo de metabólitos complexos


como o glicogênio e triacilgliceróis.
Fisiologia Humana – Dee Unglaub Silverthorn
Fígado x insulina

• O fígado funciona como um regulador da [ ] da glicose “glicostato”.

• Órgão mais importante para a manutenção da glicemia.

• Sob a ação da insulina, o fígado retira glicose da circulação, e na ausência


da mesma (e sob a ação : glucagon, adrenalina e cortisol), produz e libera
glicose para a circulação.
Músculos x insulina
- Insulina ↑ captação
de glicose - GLUT 4.

- ↑ deposição de
lipídios.
A FASE CATABÓLICA
Sono, exercício físico, Jejum
estresse, etc...
Supra-renais
glicose sangüínea

Pâncreas

CORTISOL
ADRENALINA

GLUCAGON
Glucagon
Adrenalina e Cortisol

glicose Mobilização da
reserva energética

aminoácidos

Glicogenólise
ácidosegraxos
glicerol AGL
Neoglicogênese (AGL)
glicerol
AGL e AGL ptn
Fígado
Músculos
triglicerídeos
Proteólise
Adrenalina
aminoácidos
AAs Tecido adiposo Cortisol
Lipólise
Glucagon

• Hormônio produzido pelas células α das ilhotas pancreáticas.

• Em condições fisiológicas:
- Possui ações restritas ao fígado - cerca de 95 % da metabolização do
hormônio.
- 5 % passam para a circulação sistêmica.
- Condições extremas (jejum prolongado) - [ ] atinge valores suficientes para
uma ação em outros tecidos.
- É o hormônio mais importante para a manutenção da glicemia entre os
intervalos das refeições.

• Atua no tecido adiposo apenas quando sua [ ] atinge 1000 vezes o


encontrado fisiologicamente.
Mecanismo de ação do Glucagon

Age em receptores específicos – estimulando proteína Gs

Adenilato ciclase

 AMPc

Ativa PKA

Fosforilação de enzimas citossólicas

Ações hormonais
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Somatostatina

Produzido nas células D das ilhotas pancreáticas.

Ação parácrina inibe a secreção da insulina e do glucagon.

A secreção de somatostatina é estimulada pela glicose, glucagon e alguns


aminoácidos.

É inibida por adrenalina, dopamina e acetilcolina.

Pacientes portadores de tumores pancreáticos secretores de somatostatina


desenvolvem hiperglicemia e apresentam sintomas de diabetes.
Deficiência insulínica

• Diabetes melito I - destruição auto-imune das células β pancreáticas.

• Diabetes melito II – indivíduos adultos, as células β não apresentam


resposta satisfatória ao aumento da glicemia, porém respondem às
substâncias insulino-secretoras como as sulfoniluréias, que provocam o
fechamento dos canais de K+ dependentes de ATP.
Diabetes Mellitus
Papiros egípcios (1500 a.C.), passagem de muita urina

Diabetes – perda excessiva de água na urina


(poliúria) – “sifão”

Mellitus – adoçado como mel (Aretaeu, Séc. II)

(Stryer, 2004)
Alterações do metabolismo dos carboidratos

• A deficiência insulínica diminui drasticamente a captação de glicose pelos


tecido muscular e adiposo mas não pelo sistema nervoso, hemácias,
coração, intestino, rins, útero e placenta.

• ↑ de 180gm/dL – glicosúria e poliúria (aumento do volume de água


eliminado).

A perda excessiva de água pela urina provoca desidratação e estimulação do


centro da sede, com consequente aumento da ingestão de líquidos
(polidipsia).
Fisiologia Humana – Dee Unglaub Silverthorn
Classificação

DM dependente de insulina (DMID) DM tipo 1


5% do total de casos
Crianças, adolescentes ou adultos até 30 anos
magro, propenso a cetoacidose e dependente de insulina

DM não-dependente de insulina (DMNID) DM tipo 2


90% dos casos
Adultos acima de 30 anos, obesos (80% tipo andróide)
Não dependente de insulina

(Teixeira Neto, 2003)


Classificação
Outros tipos

DM relacionado a denutrição
Histórico de desnutrição protéico calórico
Diabetes pacreático ou pancreático fibrocalculoso
Dependente de insulina

Tolerância Diminuída a Glicose (TDG)


Glicemia entre o normal e DM confirmado – (TOTG)
Pode evoluir, estabilizar ou reverter-se

DM gestacional
2 ou 4% no segundo ou terceiro trimestre de gravidez
Intolerância variável a glicose
Normalização pós-parto (90%) (40 a 60%) DM tipo 2
Caracterização e fisiopatologia
Fatores genéticos
Genes ligados ao HLA – 6p21
e outros loci genéticos Fatores ambientais
Vírus
Rubéola congênita,
células β alteradas e/ou caxumba, sarampo
células β normais e/ou
Lesão das células β

Ataque auto-imune
Destruição das células β
Insulite → LT, Macrófagos e LB

Diabetes Mellitus tipo 1


(Teixeira Neto, 2003; Contran et al., 2000)
Caracterização e Fisiopatologia
Predisposição genética Fatores ambientais
Múltiplos defeitos genéticos Obesidade

Defeito primário das células β Resistência periférica


Comprometimento da Utilização inadequada
secreção de insulina de insulina

Hiperglicemia

Diabetes Mellitus tipo 2

(Teixeira Neto, 2003; Contran et al., 2000)


Alterações metabólicas

CETONEMIA
Alterações do metabolismo dos lipídios

A deficiência insulínica diminui a captação de glicose pelos adipócitos

As LTHS (lipase tecidual sensível a hormônios) sofre menor inibição e


aumenta a degradação de triacilgliceróis.

↑ Hiperlipemia (aumento de lipídeos circulantes)


Alterações do metabolismo dos lipídios

↓ lipogênese hepática e da atividade do ciclo dos ácidos tricarboxílicos, ambas


reguladas pela insulina, leva ao acúmulo de acetil- CoA nos hepatócitos

Acetoacetil-CoA
Deaciclase (fígado)
Acetoacetato (β-cetoácido)

β-hidroxibutirato e cetona = corpos cetônicos

β-hidroxibutirato e cetona

Acidose metabólica Depressão SNC – coma


Alterações do metabolismo das proteínas

↓ insulina circulante

↓ transporte de aminoácidos para os tecidos

Degradação acelerada de proteínas

Apesar da hiperglicemia, o centro de saciedade não é devidamente ativado

Centro da fome não é inibido: polifagia (comer em excesso)

↑ catabolismo tecidual e ocorre o emagrecimento.


Hiperinsulinemia

• Hipoglicemia

Alterações neurológicas, as quais, dependendo da intensidade do quadro


variam desde um mal-estar, perda dos sentidos, até o chamado coma
insulínico.

Essas alterações são frequentes em pacientes portadores de insulinoma


ou diabéticos tratados com insulina exógena.

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