Você está na página 1de 16

Análise de Conteúdo

Segundo Laurence Bardin


Bruno Pontual
Introdução

 A A.C. (Bauer & Gaskell, 2002) é um


método de análise de texto que conclama
principalmente a uma análise objetiva,
sistemática e que visa construir
inferências válidas e satisfatórias de um
texto.
 Para isso visa construir representações
principalmente nos campos semântico e
sintático
 Para Bardin (1977) a A.C. se baseia em
“um conjunto de técnicas de análise das
comunicações visando obter, por
procedimentos, sistemáticos e objetivos
de descrição do conteúdo das
mensagens, indicadores (quantitativos ou
não) que permitam a inferência de
conhecimentos relativos às condições de
produção/recepção (variáveis inferidas)
destas mensagens.”
 Ainda para Bardin (1977) a Análise de Conteúdo
têm duas funções:
 · Uma função heurística:
 - A a tentativa exploratória, aumenta a
propensão à descoberta
 · Uma função de administração da prova:
 - Análises sistemáticas para serem verificadas
ou confirmada alguma infirmação; é a análise de
conteúdo para ‘servir de prova’.
 A A.C. pode ser utilizada assim para fazer
índices, ou indicativos de algum fenômeno
específico que o pesquisador queira
buscar.
 É utilizada a partir de vários tipos de
estudos , desde o que visa apenas a
descrição minúnciosa do fenômeno, até
outros como a análise trans-seccional ou
longitudinais.
Organização da Análise de
Conteúdo
 Para Ferreira (2002), o primeiro momento de uma análise de
conteúdo é a pré - análise, no qual os conteúdos, se forem
entrevistas, devem obedecer aos seguintes critérios:
 exaustividade – deve-se esgotar a totalidade da comunicação, não
omitir nada;
 representatividade – a amostra deve representar o universo;
 homogeneidade – os dados devem referir-se ao mesmo tema,
serem obtidos por técnicas iguais e colhidos por indivíduos
semelhantes,
 pertinência – os documentos precisam adaptar-se ao conteúdo e
objetivo da pesquisa;
 exclusividade – um elemento não deve ser classificado em mais
de uma categoria.
 Para Bardin (1977) temos que, a partir de
uma leitura flutuante dos textos a serem
explorados, determinar as hipóteses do
trabalho.
 A A.C. pode ser utilizada em uma variedade diversa de
fontes e conteúdos afins.
 Para Bauer&Gaskell (2002) essas diferentes fontes se
resumem em diferentes tipos de amostragem:
 Unidades Físicas (Jornais, revistas,cartas)
 Unidades Sintáticas (Desde a palavra até um
agrupamento maior – um capítulo)
 Unidades Proposicionais ( Palavras Chaves que se
repetem em várias expressões observadas)
 Unidades Temáticas ou Semânticas ( Expressões
agregadas de valor a partir do olhar do observador)
 Uma segunda Parte, segundo Ferreira (2002) é
a exploração do material, sendo a parte mais
cansativa.
 É o momento da codificação ou criação de
categorias a partir das quais serão abordados
as devidas inferências.
 A codificação compreende:
 a escolha de unidades de registro (recorte);
 a seleção de regras de contagem (enumeração) e
 a escolha de categorias ( classificação e agregação)
 A seleção das unidades de registro compreende:
 Unidade de registro - é a unidade de significação em si
a codificar. Pode ser o tema, palavra ou frase. Recorta-
se o texto em função da unidade de registro.
 Tema - é a afirmação de um assunto.
 Palavras - podem ser levadas em consideração como
unidades de registro
 Personagem - pode ser escolhido como unidade de
registro.
 Acontecimento - for tomado como unidade de registro,
o recorte se fará em unidades de ação, nos casos de
filmes, contos, relatos, lendas, etc...
 A partir daí é preciso realizar a seleção das regras de contagem desses
códigos, tarefa na qual é preciso atenção para algumas regras:
 a presença de elementos pode ser significativa.
 a ausência pode significar bloqueios ou traduzir vontade escondida, como
acontece, freqüentemente, nos discursos dos políticos;
 a freqüência com que aparece uma unidade de registro denota-lhe importância.
Se consideramos todos os itens de mesmo valor, a regularidade com que
aparece será o que se considera mais significativo.
 a intensidade será medida através dos tempos do verbo (condicional, futuro,
imperativo), dos advérbios de modo, adjetivos e atributos qualificativos;
 a direção será favorável, desfavorável ou neutra. Os polos direcionais podem
ser: positivo ou negativo, bonito ou feio (critério estético), pequeno ou grande
(critério de tamanho).
 a ordem de aparição das unidades de registro é possível ser decisiva. Por
exemplo, se o sujeito A está em primeiro lugar e o sujeito D em último, pode ter
significado importante.
 A co-ocorrência é a presença simultânea de duas ou mais unidades de registro.
Este fato nos mostra a distribuição dos elementos e sua associação.
 A partir daí, introduz-se a terceira parte,
que é a atribuição de categorias, estas se
dividem em:
 Semântica (temas).
 Sintático (Verbos adjetivos, pronomes,
etc)
 Léxico –(sentido das palavras)
 Expressivo (Linguagem)
 Para Bauer&Gaskell (2002) o processo de
codificação é lento e demorado e inclui
uma junção da teoria com a
documentação analisada.
 Este processo é governado pelo viés
central do codificador, embora a teoria
possa estar aberta a múltiplas
possibilidades.
 O analista deve implicar valores teóricos
em sua categorização do conteúdo tratado
que não sejam confusos
Tratamento dos resultados
 Inferência – Na inferência é dado sentido
a ambos os pólos da comunicação que se
está analisando

 Interpretação – É a aplicação de sentido a


conceitos que sensibilizaram o autor no
processo. (Ferreira, 2003)
Referências

BAUER, M.W.& GASKELL ,G., pesquisa


qualitativa com texto imagem e som: um
manual prático.Petrópolis, RJ, Vozes,
2002.
Bardin, L. (1977). Análise de Conteúdo.
Lisboa, Portugal: Edições 70
Ferreira, B. Análise de Conteúdo.
http://www.ulbra.br/psicologia/psi-dicas-art
.htm
, 2003.

Você também pode gostar