Disciplina: Logística, Redes de Suprimentos e Operações
Prof. Me. Diego José Casagrande
diego.casagrande@immes.edu.br Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
Explorando o termo “cadeia” em sua plenitude...
• Segundo o dicionário Michaelis (2022), o termo
“cadeia”, pode assumir os seguintes significados:
- “Série de ações, fatos ou fenômenos, em geral da
mesma natureza, que ocorrem de forma sucessiva ou que podem ser entendidos como etapas de um fenômeno ou sistema mais abrangente”. Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
Explorando o termo “cadeia” em sua plenitude...
- “Conjunto de pessoas ou coisas que apresentam pontos de
correlação entre si ou que, simplesmente, estão muito próximas fisicamente”;
- “Sucessão de fatos, acontecimentos ou pessoas dispostos
em sequência linear; sequência”;
- “Série ininterrupta de coisas, fatos ou objetos semelhantes;
continuidade, encadeamento, sucessão”. Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• Quando adquirimos um produto, não imaginamos o longo
processo necessário para converter matéria-prima, mão de obra e energia em algo útil ou prazeroso.
•Muitas vezes, produtos complexos como o automóvel, por
exemplo, requerem matéria-prima de natureza variada (metais, plásticos, borracha, tecidos) e são montados a partir de um número muito elevado de componentes (NOVAES, 2007). Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• Já uma geladeira, por exemplo, possui em sua estrutura
física uma infinidade de componentes fabricados por outras indústrias, como é o caso do compressor.
•A fábrica de compressores, por sua vez, necessita de fios
elétricos, metais e outros elementos para poder produzi-los, componentes esses fornecidos por outras empresas. Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• Deste modo, o longo caminho que se estende desde as
fontes de matéria-prima (insumos), passando pelas fábricas (manufatura de bens), pelos distribuidores (atacado e varejo) e chegando finalmente ao consumidor final constitui aquilo que denominamos cadeia de suprimentos (NOVAES, 2007).
• Quando se fala no aspecto estrutural de uma cadeia de
suprimentos, portanto, pensa-se imediatamente no fluxo de materiais que ocorre junto a mesma, sendo este formado por insumos, componentes e produtos acabados. Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• Início do século XX: industrias produziam a maior parte
das matérias-primas necessárias para a fabricação de seus produtos (estratégia de integração vertical).
• Século XXI: empresas concentram-se em suas atividades
principais (core business), adquirindo externamente tudo aquilo que não esteja vinculado as suas competências centrais no âmbito mercadológico (NOVAES, 2007). Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• Mediante esse contexto, não somente as matérias-primas e
insumos são adquiridos junto a outras empresas, mas também serviços de apoio de várias outras espécies, tais como distribuição, armazenagem, transporte e comercialização.
• Cenário de integração efetiva entre diferentes participantes
que atuam dentro de uma mesma cadeia de forma interligada.
• Atores da CS tornam-se parceiros na busca por ganhos
globais e compartilhados (perspectiva sistêmica). Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
Uma cadeia de suprimentos (SCM) representa a
integração dos processos industriais e comerciais, partindo do consumidor final e indo até os fornecedores iniciais, gerando produtos, serviços e informações que agreguem valor para o cliente. Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• Para Ballou (2007), o gerenciamento da cadeia de suprimentos
(GCS ou SCM, do inglês Supply Chain Management) é um termo surgido mais recentemente e que capta a essência da logística integrada, inclusive buscando ultrapassar o seu escopo.
• Em sua essência, o GCS destaca as interações que ocorrem
entre as funções de marketing, logística e produção no âmbito de uma empresa, e dessas mesmas interações entre as empresas legalmente separadas no âmbito do canal de fluxo de produtos. Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• A cadeia de suprimentos abrange todas as atividades
relacionadas com o fluxo e transformação de mercadorias desde o estágio da matéria-prima (extração) até o usuário final.
• O GCS representa a integração de tais atividades mediante
relacionamentos coordenados entre seus participantes, tendo como intuito obter vantagens competitivas sustentáveis.
• Desta forma, a cadeia de suprimentos implica na necessidade
de uma coordenação estratégica sistemática entre seus atores. Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• Segundo Slack, Chambers e Johnston (2002), a administração
da cadeia de suprimentos é a gestão da interconexão das empresas que se relacionam por meio de ligações à montante e à jusante entre os seus diferentes processos.
• O gerenciamento da cadeia de suprimentos refere-se a uma
abordagem holística que percorre as fronteiras das empresas.
• Assim, no momento em que um consumidor decide fazer uma
compra, o mesmo dispara um conjunto de ações interligadas a serem executadas ao longo de toda a cadeia produtiva. Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• Slack, Chambers e Johnston (2002) ressaltam que, sob a
perspectiva de um sistema produtivo econômico, a gestão da cadeia de suprimentos pode ser vista como a administração das operações que formam o lado da oferta e da demanda. Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• De acordo com Ballou (2007), comumente, uma única
empresa não possui condições operacionais de controlar integralmente o seu canal de fluxo de produtos desde a fonte da matéria-prima até os pontos de consumo (mercado).
• Desta forma, a coordenação do fluxo dos produtos dos pontos
de aquisição das matérias-primas até o consumidor final é de responsabilidade das cadeias de suprimentos, sendo a mesma composta por diversos atores (empresas) interconectadas. Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• No conceito proposto pela cadeia de suprimentos, todo o
processo logístico, que vai desde a matéria-prima até o consumidor final, é caracterizado como uma “entidade única” e sistêmica, na qual cada uma das suas “partes” dependem das demais existentes (NOVAES, 2007). Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• Segundo Slack, Chambers e Johnston (2002), embora todas
as operações na cadeia possuam o objetivo de satisfazer a seu próprio consumidor imediato, o propósito da CS é assegurar que a mesma tenha uma apreciação completa de como, atuando de forma conjunta, satisfazer ao consumidor final. Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• A partir deste cenário, Slack, Chambers e Johnston (2002)
ressaltam que uma questão central que engloba as operações de uma cadeia é: qual é o nível de qualidade, rapidez, confiabilidade e flexibilidade que preciso desenvolver em minha parte da cadeia para satisfazer ao consumidor final? Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• Chopra e Meindl (2016) afirmam que uma cadeia de
suprimentos consiste em todas as partes envolvidas, direta ou indiretamente, na realização do pedido de um cliente.
• Ela inclui não apenas o fabricante e os fornecedores, mas
também transportadoras, armazéns, atacadistas, varejistas e até mesmo os próprios clientes (consumidores finais). Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• A cadeia de suprimentos abrange todas as áreas envolvidas na
recepção e na realização de uma solicitação do cliente.
• Considera-se, assim, que o funcionamento de uma cadeia de
suprimentos é “ativado” a partir do momento em que há, por parte do cliente, a demanda pela aquisição de determinado bem.
• O termo cadeia de suprimentos traz à lembrança imagens de
produtos ou do estoque movendo-se de fornecedores para fabricantes, distribuidores, comerciantes e para clientes ao longo de estágios diretamente vinculados (CHOPRA; MEINDL, 2016). Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• Segundo Chopra e Meindl (2016), os participantes inseridos na
dinâmica funcional das cadeias de suprimentos tendem a constituir “redes” de relacionamentos em nível mercadológico. Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• Segundo Laudon e Laudon (2014), a cadeia de
suprimentos (CS) de uma empresa refere-se a uma rede de organizações e processos de negócios.
• Uma CS interliga fornecedores, instalações industriais,
centros de distribuição (CDs), intermediários e clientes com a finalidade de fornecer bens e serviços desde a fonte até o ponto de consumo (cliente final).
• Fluxo de matérias-primas, informações e dinheiro.
Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• Cada um dos estágio existentes em uma cadeia de
suprimentos está conectado pelo fluxo de produtos, informações e recursos financeiros (aspecto síncrono).
•Tais fluxos ocorrem em duas direções e podem ser
gerenciados por um dos estágios ou por um intermediário.
•Nem todos os estágios, contudo, precisam estar presentes
em uma cadeia de suprimentos (CHOPRA; MEINDL, 2016). Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• Segundo Chopra e Meindl (2016), o objetivo de uma cadeia de
suprimentos deve ser maximizar o valor geral produzido.
• O valor (também conhecido como excedente) que uma cadeia
de suprimentos gera é a diferença entre o que o produto final vale para o cliente e os custos que incorrem a ela (e aos seus atores) ao atender à solicitação dos consumidores finais. Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• Segundo Bowersox et al. (2014), a gestão da cadeia de
suprimentos consiste na colaboração entre diferentes empresas a fim de impulsionar o posicionamento estratégico e melhorar a eficiência operacional no atendimento as demandas dos consumidores finais.
• Para Bowersox et al. (2014, p. 4), “uma estratégia de cadeia
de suprimentos é um arranjo organizacional de canais e de negócios baseado na dependência e na colaboração”. Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• As operações da cadeia de suprimentos exigem
processos gerenciais que atravessam as áreas funcionais dentro de cada empresa e conectam fornecedores, parceiros comerciais e clientes através de um conjunto de articulações mercadológicas (BOWERSOX et al., 2014). Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• Segundo Côrrea (2014), a “palavra-chave” para entender o
funcionamento de uma cadeia de suprimentos é integração.
• Assim, as entidades envolvidas em uma CS (fornecedores,
fabricantes, distribuidores e clientes) são denominadas “nós” ou “elos”, pois as mesmas estabelecem ligações entre si.
• Os “nós” da cadeia de suprimentos possuem um caráter
duplo, pois atuam simultaneamente como clientes e fornecedores, com exceção dos usuários finais (indivíduos). Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• Em geral, dentro de uma cadeia de suprimentos, todos os
clientes são definidos como “pontos de destino”.
• Eles consomem um produto ou o utilizam como parte integral
ou componente de um processo (industrial ou comercial).
•O ponto fundamental é que o produto original perde sua
configuração singular quando consumido.
•Assim, as empresas que compram produtos de fabricantes para
revender (atacadistas e varejistas) são caracterizadas como clientes intermediários (BOWERSOX et al., 2014). Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• O processo colaborativo na cadeia de suprimentos possibilita
novos horizontes para as organizações se posicionarem no mercado e garantirem eficiência operacional.
•As oportunidades da cadeia de suprimentos são desafios que
os administradores de logística do século XXI devem explorar.
•Considera-se, assim, que a integração da cadeia de
suprimentos e a coordenação entre os seus participantes é um meio para aumentar a lucratividade e o crescimento destes. Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• No cenário mercadológico contemporâneo, para que as
empresas sejam competitivas e bem-sucedidas, não basta que as mesmas sejam eficientes em suas operações internas.
• É essencial, portanto, que os seus “parceiros” da CS também
sejam eficientes em suas próprias operações intrínsecas.
•Tal fato, por sua vez, somente pode ser obtido por meio de uma gestão integrada (dos “nós” e “elos”) existentes na esfera da cadeia de suprimentos (CÔRREA, 2014). Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• Ainda segundo Côrrea (2014), a gestão sob a ótica da cadeia
de suprimentos propicia uma abordagem colaborativa entre os seus atores, contrapondo-se a uma perspectiva conflituosa.
• Necessidade de ampla visão dos processos empresariais.
Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
•Christopher (2016) reforça que a gestão da cadeia de
suprimentos é identificado como um conceito mais amplo do que a logística.
• Com isso, a CS baseia-se na gestão das relações a fim de
alcançar um resultado mais lucrativo para todas as suas partes (atores).
• Desta forma, o foco da gestão da CS está na cooperação (o
todo pode ser maior que a soma das partes individualmente). Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• Para Christopher (2016), a gestão da CS também pode ser
vista como “gestão da demanda” ou “gestão de redes”.
Assim, Christopher (2016, p. 5) define a CS como “uma
rede de organizações conectadas e interdependentes entre si e trabalhando cooperativamente e em conjunto para controlar, gerenciar e melhorar o fluxo de materiais e informações de fornecedores para usuários finais”. Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• Christopher (2016) considera que o conceito de CS pode ser
expandido para a ideia de “cadeia de valor”, já que o “valor” de um bem não é criado apenas pela empresa que o produz/oferta, mas por todas as entidades que propiciam que o mesmo se torne disponível junto ao consumidor final.
• Vantagem competitiva: conceito de “empresa estendida”.
Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• Segundo Kotler e Armstrong (2015), criar um produto ou
serviço e disponibilizá-lo junto ao mercado não requer somente a construção de relacionamentos com os clientes, mas também com uma ampla rede de parceiros (fornecedores, distribuidores) em diferentes níveis, também denominada de cadeia de valor. Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• Mediante a ótica proposta pelas CS, é essencial considerar que
não se deve visualizar as organizações como entidades independentes/isoladas, mas sim com vários laços estabelecidos.
• Cada uma das organizações presentes em uma CS assume
relações de dependência com as demais (CHRISTOPHER, 2016). Aspectos globais de administração das cadeias de suprimentos
• Na perspectiva de Novaes (2007), no âmbito restrito
da logística, as empresas procuravam otimizar apenas as atividades que lhes tocam diretamente
• Em contrapartida, dentro do moderna perspectiva de
gerenciamento da cadeia de suprimento, o enfoque é no funcionamento do sistema como um todo. Referências
• BALLOU, R. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial.
5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007.
• BOWERSOX, D.J. et al. Gestão logística da cadeia de suprimentos. 4. ed.
Porto Alegre: AMGH, 2014.
• CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia,
planejamento e operações. 6. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016.
• CHRISTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos. São
Paulo: Cencage, 2018.
• CORRÊA, H.L. Administração de cadeias de suprimento e logística: o
essencial. São Paulo: Atlas, 2014. Referências
• LEITE, P.R. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. São