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9648 - Educação para os afetos e sexualidade

EFA – CUIDADOR DE CRIANÇAS E JOV ENS

ELISABETE ARAÚJO
Objetivo Geral:

 Reconhecer a importância da educação para os afetos e a sexualidade.

São objetivos específicos:

 Identificar os principais aspetos da afetividade e sexualidade na criança.

 Caracterizar o conceito de identidade de género.

 Debater acerca das questões de género e cidadania

 Identificar as principais mudanças físicas e emocionais associadas à sexualidade ao longo da vida.


Construção da identidade
A identidade é um conceito que encerra a ideia de distinção, de marca de diferença entre
as pessoas, a começar pelo nome, seguido de todas as caraterísticas físicas, emocionais,
de modo de agir e de pensar, da personalidade e da história pessoal.

As respostas às perguntas “Quem sou eu?” e “Como sou?” são essenciais para a
construção da personalidade.
Construção da identidade
Logo nos 1ºs meses de vida, o bebé começa a perceber-se enquanto sujeito e adquire
consciência corporal para se desenvolver e se organizar no espaço.

-Ao nascer o bebe está totalmente ligado à mãe e não compreende os limites que os
separam, (ou seja, não tem qualquer noção da sua identidade).

Durante o 1º ano de vida o bebé explora o mundo à sua volta, vivencia sensações,
perceções, e por volta dos 7 meses, fica fascinado com a experiencia de ver a sua
imagem refletida no espelho.
Construção da identidade
Na imitação, a criança desenvolve a capacidade de observar, aprender com os outros e
identificar-se com eles, ser aceite e diferenciar-se. As crianças começam por observar e
imitar as pessoas e coisas existentes à sua volta, principalmente as pessoas do seu
círculo afetivo.

Nas brincadeiras, a criança interage com o outro, desenvolve a sua imaginação, a sua
capacidade de representação, atenção. Imitação, memória…

A linguagem corporal é outro veículo importante no desenvolvimento global da criança.


Por meio de explorações, da música, do contato físico com outras pessoas, das
observações que faz do mundo…
Construção da identidade – Atividade de Identidade
Importância da pré-escola e Escola para o
desenvolvimento saudável do individuo
O sistema escolar, além de envolver uma gama de pessoas, com características diferenciadas,
inclui um número significativo de interações contínuas e complexas, em função dos estágios
de desenvolvimento do aluno. Trata-se de um ambiente multicultural que abrange também a
construção de laços afetivos e preparo para inserção na sociedade.

Uma de suas tarefas mais importantes, embora difícil de ser implementada, é preparar tanto
alunos como professores e pais para viverem e superarem as dificuldades num mundo de
mudanças rápidas e de conflitos interpessoais, contribuindo para o processo de
desenvolvimento do indivíduo.
Importância da pré-escola e Escola para
o desenvolvimento saudável do
individuo
• Por exemplo, na escola, o aluno tem rotinas como hora do intervalo e do lanche, em que os
objetivos educacionais se dirigem à convivência em grupo e à inserção na coletividade.

• Uma boa educação pré-escolar tem reflexos positivos no futuro. Há uma melhor transição
para a escolaridade, há mais facilidade na socialização e a longo prazo reduz-se a taxa de
abandono escolar e de exclusão social, prevenindo-se assim uma juventude de delitos ou o
abuso de drogas, por exemplo.
Importância da pré-escola e Escola para
o desenvolvimento saudável do
individuo
• O que nos diz a legislação portuguesa sobre a importância da educação
pré-escolar?

De acordo com a Lei Quadro da Educação Pré-Escolar, a educação pré-escolar deve


ser considerada como a primeira etapa do processo educativo das crianças,
complementar ao familiar, favorecendo um desenvolvimento pessoal equilibrado e
uma inserção saudável na sociedade.
As características próprias da educação
pré-escolar
A educação pré-escolar funciona como um contexto educativo facilitador do
desenvolvimento de competências fundamentais para uma integração plena e de
sucesso das crianças no 1º ciclo. É ainda um espaço único de novas vivências e
diferentes experiências! No jardim-de-infância a criança cresce e aprende sem
pressões curriculares!

É por isso que a educação pré-escolar tem uma terminologia muito própria:

• Em vez de ensino usa-se a palavra educação!


• Não há professores, mas sim educadores!
• Os facilitadores das aprendizagens não dão aulas, antes organizam atividades!
Valorização da diversidade étnica e racial na educação infantil
Vantagens das experiências educativas no pré-
escolar
Até final de 80, estudos académicos confirmavam que a frequência na educação pré-escolar promovia
uma inserção positiva no 1º ciclo do ensino básico, ao contribuírem para oportunidades de sucesso
escolar, especialmente, nas aprendizagens de leitura, escrita e contagem.

Estudos recentes apontam esses e outros benefícios, considerados primordiais na socialização dos
jovens e no desenvolvimento das suas habilidades e competências, como:

• A capacidade de aprender a aprender.

• As competências sociais de cooperação, através da realização de atividades de grupo ou em pares;

• A autoestima, através da criação de situações que possibilitem o reforço da concentração numa


tarefa e o contacto e a exploração sensorial, nas quais as crianças possam pesquisar o que as rodeia e
descobrir por si próprias materiais e objetos, desenvolvendo o autocontrolo e a autoconfiança.
Vantagens das experiências educativas no pré-
escolar
• A capacidade de resiliência, através da realização de atividades que
permitam dinâmicas criativas face às contrariedades. Assim é possível
promover a imaginação e o sentido crítico da criança, reforçando o
otimismo face às adversidades e aceitação positiva de novos desafios.

Torna-se vital que os pais, aquando a idade pré-escolar do seu filho, sejam
capazes de fazer uma escolha educacional fundamentada. É importante que a
criança usufrua de atividades educativas essenciais ao seu bom
desenvolvimento cognitivo e comportamental.
Áreas de Intervenção, Princípios e Objetivos da Educação
Pré-escolar
• Três áreas de intervenção prioritária:
1. Formação pessoal e social - Implica um processo facilitador do desenvolvimento
de atitudes e de aquisição de valores e promove a capacidade de resolução de
problemas do quotidiano.
2. Expressão e comunicação - engloba as aprendizagens relacionadas com a
atividade simbólica e o progressivo domínio de diferentes formas de linguagem.
3. Conhecimento do mundo - Articulação de conhecimentos, envolve todo o
conhecimento e a relação com as pessoas, os objetos e o mundo natural e
construído.
Áreas de Intervenção, Princípios e Objetivos da Educação
Pré-escolar
9 objetivos da educação pré-escolar
1. Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança com base em
experiências de vida democrática numa perspetiva de educação para a
cidadania.
2. Fomentar a inserção da criança em grupos sociais diversos, no respeito
pela pluralidade das culturas, favorecendo uma progressiva consciência como
membro da sociedade.
3. Contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso à escola e para o
sucesso da aprendizagem.
4. Estimular o desenvolvimento global da criança no respeito pelas suas
características individuais.
Áreas de Intervenção, Princípios e Objetivos da Educação
Pré-escolar
5. Desenvolver a expressão e a comunicação através de linguagens múltiplas
como meios de relação, de informação, de sensibilização estética e de
compreensão do mundo.
6. Despertar a curiosidade e o pensamento crítico.
7. Proporcionar à criança ocasiões de bem-estar e de segurança,
nomeadamente no âmbito da saúde individual e coletiva.
8. Proceder à despistagem de inadaptações, deficiências ou precocidades e
promover a melhor orientação e encaminhamento da criança.
9. Incentivar a participação das famílias no processo educativo e estabelecer
relações de efetiva colaboração com a comunidade.
Papel do Cuidador: Ensinar vogais. atividades para educação infantil
O que é Cyberbullying?
Cyberbullying é o bullying realizado por meio das tecnologias digitais. Pode ocorrer nas redes
sociais, plataformas de mensagens, plataformas de jogos e telemóveis. É o comportamento
repetido, com intuito de assustar, enfurecer ou envergonhar aqueles que são vítimas. Exemplos
incluem:

• Espalhar mentiras ou compartilhar fotos constrangedoras de alguém nas redes sociais;


• Enviar mensagens ou ameaças que humilham pelas plataformas de mensagens;
• Se passar por outra pessoa e enviar mensagens maldosas aos outros em seu nome.

O bullying presencial e o virtual acontecem lado a lado com frequência. Porém, o cyberbullying
deixa um rastro digital – um registro que pode se tornar útil e fornecer indícios para ajudar a dar
fim ao abuso.
Quais são os efeitos do cyberbullying?

Quando o bullying ocorre online, pode parecer que você está sendo atacado por todos os lados,
inclusive dentro da sua própria casa. Parece que não há como escapar.

Possíveis efeitos:

Psicologicamente — sente-se chateada, constrangida, incapaz, até mesmo com raiva;


Emocionalmente — sente-se envergonhada ou perde o interesse pelas coisas que ama;
Fisicamente — sente-se cansada (ou perde o sono), ou tem sintomas como dor de barriga e de
cabeça

Em casos extremos, o cyberbullying pode levar as pessoas ao suicídio.


Sabe com quem está a falar?
Internet e Cyberbulling
“Da mesma forma que não falamos com estranhos na rua também não o devemos fazer na internet”
Roubo de identidade

Vídeo animado adaptado pela GNR para abordar junto dos jovens os perigos do roubo de identidade online
Internet e Cyberbulling – Perigos e controlo parental
O QUE NUNCA DEVE FAZER:
•Fornecer dados pessoais (do próprio, de membros da família ou de amigos) a
pessoas que conhece na internet - nome completo, número do documento de
identificação (bilhete de identidade, cartão de cidadão), número de
telefone/telemóvel, morada, número/informações das contas bancárias ou das dos
pais.
•Preencher informação com dados pessoais, sem verificar anteriormente o
endereço do website que os solicitou, o motivo do pedido e a credibilidade da
entidade que o regula.
• Expor demasiada informação sobre si em blogues ou redes sociais.
•Abrir ou responder a emails de destinatários que não conhece.
Internet e Cyberbulling – Perigos e controlo parental

O QUE NUNCA DEVE FAZER:


• Abrir links ou consultar páginas que pareçam duvidosas ou com conteúdos estranhos.
• Partilhar a password com alguém (mesmo com alguém em quem confie totalmente).
• Fazer compras online, sem o consentimento e ajuda dos pais.
• Combinar encontros com pessoas que conheceu online.
• Responder a mensagens ou contactos desagradáveis, humilhantes ou provocadores
(mesmo que sejam de uma pessoa que conhece).
• Usar a internet para magoar, prejudicar ou humilhar alguém.
Internet e Cyberbulling – Perigos e controlo parental

O QUE DEVE SEMPRE FAZER:


• Fornecer o email apenas a pessoas que conhece e a entidades que sejam legítimas.
• Atualizar regularmente o antivírus do computador.
• Proteger o email com um filtro de spam/lixo eletrónico, para evitar receber emails ou
publicidade indesejada ou de destinatários que não interessam.
• Alterar regularmente as passwords.
• Efetuar sempre logout quando quer sair do email ou de uma página da web em que
tenha efetuado login (fora de casa).
Internet e Cyberbulling – Perigos e controlo parental

•Falar com um adulto em quem confie quando tiver acontecido alguma coisa que tenha
incomodado ou quando tem alguma dúvida.
•Contactar o administrador da página da web em que está, se perceber que o conteúdo do
website é inadequado ou impróprio.
•Não responder a qualquer mensagem provocatória ou desagradável e guardar essa
informação para a enviar ao administrador do website ou fórum.
Internet e Cyberbulling – Perigos e controlo parental

Educadores
Os educadores podem contribuir para a prevenção deste tipo de agressões das seguintes
formas:
•Alertando para as consequências destas práticas, tanto para a vítima como para o agressor;
•Promovendo a ética na utilização das Tecnologias de Informação;
•Apoiando e educando as vítimas para que estas respondam positivamente a este tipo de
ações;
•Estando alerta para comportamentos estranhos ou anormais no grupo.
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Todos podemos ser vítimas de violência doméstica.
As vítimas podem ser ricas ou pobres, de qualquer idade, sexo, religião,
cultura, grupo étnico, orientação sexual, formação ou estado civil.

O QUE É?
Para a APAV pratica o crime de violência doméstica quem infligir maus
tratos físicos ou psíquicos, uma ou várias vezes, sobre cônjuge ou ex-
cônjuge, unido/a de facto ou ex-unido/a de facto, namorado/a ou ex-
namorado/a ou progenitor de descendente comum em 1.º grau, quer
haja ou não coabitação.
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA - (Sofrimentos aplicados)
Qualquer ação ou omissão de natureza criminal, entre pessoas que residam
no mesmo espaço doméstico ou, não residindo, sejam ex-cônjuges, ex-
companheiro/a, ex-namorado/a, progenitor de descendente comum,
ascendente ou descendente, e que inflija sofrimentos:
• Físicos
• Sexuais
• Psicológicos
• Económicos
TIPOS DE VIOLÊNCIA
A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ENGLOBA DIFERENTES TIPOS DE ABUSO, TAIS
COMO:
violência emocional: qualquer comportamento do(a) companheiro(a) que
visa fazer o outro sentir medo ou inútil. Usualmente inclui comportamentos
como: ameaçar os filhos; magoar os animais de estimação; humilhar o outro
na presença de amigos, familiares ou em público, entre outros.
violência social: qualquer comportamento que intenta controlar a vida
social do(a) companheiro(a), através de, por exemplo, impedir que este(a)
visite familiares ou amigos, cortar o telefone ou controlar as chamadas e as
contas telefónicas, trancar o outro em casa.
TIPOS DE VIOLÊNCIA
A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ENGLOBA DIFERENTES TIPOS DE ABUSO, TAIS
COMO:
violência financeira: qualquer comportamento que intente controlar o
dinheiro do(a) companheiro(a) sem que este o deseje. Alguns destes
comportamentos podem ser: controlar o ordenado do outro; recusar dar
dinheiro ao outro ou forçá-lo a justificar qualquer gasto; ameaçar retirar o
apoio financeiro como forma de controlo.
Perseguição: qualquer comportamento que visa intimidar ou apavorar o
outro. Por exemplo: seguir o(a) companheiro(a) para o seu local de trabalho
ou quando este(a) sai sozinho(a); controlar constantemente os movimentos
do outro, quer esteja ou não em casa.
Relações afetivas nos diferentes contextos de vida
Afetividade - o conjunto de todas as emoções e sentimentos que a pessoa
humana tem a capacidade de experimentar ao longo da sua vida.
Afeto - sentimento particular de inclinação para alguém, podendo essa
inclinação manifestar-se de diversas formas e em diferentes graus: afeição,
ternura, carinho, amizade, amor.
A afetividade constitui assim o impulso motor da vida - está subjacente a toda
a ação e condiciona todo o comportamento.
Neste sentido, à medida que a criança cresce, os colegas desempenham cada
vez um papel mais importante no seu desenvolvimento social.
O papel do educador
A relação exercida entre o educador e a criança permite uma maior aquisição de
conhecimentos, sendo que cada momento é compartilhado pelos mesmos
enriquecendo a aprendizagem. Esses momentos são representados pelo que
chamamos de afetividade.

O educador deve ser uma figura afetuosa para que a criança se sinta desejada e
acarinhada no seio da instituição onde se encontra, seja ela qual for.

Tal facto irá permitir que a criança venha a desenvolver sentimentos básicos de
segurança e de confiança em si própria e nos outros.
O papel do educador
O educador é encarado pela criança como um modelo a seguir, por isso este
deve agir de forma exemplar e transmitir às crianças ensinamentos de forma a
fomentar um ambiente social saudável, possibilitando que as crianças se
integrem no grupo e que também contribuam para esse ambiente social
saudável, promovendo situações de afeto entre as mesmas.

O educador deve manter um olhar atento sobre as crianças dentro e fora do


grupo, percebendo assim os seus comportamentos.
Importância da Empatia
Alguns educadores enfatizam que, quando há algum problema de
comportamento, a criança deve ser colocada para “pensar” durante alguns
minutos sobre o que ela fez. Isso, de certa forma, vai auxiliar no processo de
impor limites e disciplina.
Porém, pode ser que a criança fique quieta sem pensar em absolutamente nada,
ou fique ainda mais chateada por estar ali naquele canto. Se ela não for induzida
a refletir sobre o seu comportamento, ou auxiliada pelos familiares ou
professores, ela não irá desenvolver a compreensão sobre o impacto daquela
sua atitude nas outras pessoas.
Daí a importância das perguntas que a levem a refletir.
Importância da Empatia
Hoje vemos muitas crianças e adolescentes voltados para os seus interesses imediatos sem a
preocupação sobre como o seu comportamento afeta o outro e, dessa forma, temos os bullyings,
as agressões e a ausências de limites.

Quando são feitas algumas perguntas para as crianças que as levem a refletir sobre as suas
atitudes incentivamos a uma mudança de comportamento posterior. Como por exemplo:

• Como achas que o outro se deve estar a sentir com a forma como tu agiste?
• Como te sentirias se a outra pessoa tivesse feito isso contigo?
• O colega parece estar chateado, sabes dizer o motivo?
• Em quais pontos vocês concordam e em quais discordam?
• O que poderias fazer a respeito disso?
Importância da Empatia

Quando a empatia é estimulada a ser praticada no dia a dia, há maior


compreensão das emoções e do ponto de vista do outro e, dessa forma,
começam a surgir atitudes que apoiam as relações interpessoais. Isso
contribui, também, para a diminuição de comportamentos agressivos e
para a resolução de conflitos de forma mais construtiva.
Identidade de género
Género
Aquilo que identifica e diferencia os homens e as mulheres, ou seja, o
género masculino e o género feminino.
O género é entendido como aquilo que diferencia socialmente as
pessoas, levando em consideração os padrões histórico-culturais
atribuídos para os homens e mulheres.
É um construto social, a sociedade espera que indivíduos do sexo
masculino se expressem de forma dita “masculina” e os do sexo feminino
de forma dita “feminina”, concebendo essas expressões como “naturais”.
Identidade de género
O que é a Identidade de Género?
Modo como determinado indivíduo se identifica na sociedade, com base
no papel social do género e no sentimento individual de identidade da
pessoa.

O conceito da identidade de género não está relacionado com os fatores


biológicos, mas sim com a identificação do indivíduo com determinado
gênero (masculino, feminino ou ambos).
Identidade de género
A sexualidade humana manifesta-se de várias formas:
Sexo # Género # Identidade de género # Orientação sexual
SEXO
É a parte biológica e divide-se em macho, fêmea e intersexo.
É definido pelos cromossomas e por características como órgãos
reprodutivos internos e externos, mas mesmo definindo o sexo de alguém
não é tão simples assim já que uma pessoa biologicamente intersexo por
nascer com características sexuais de macho e de fêmea.
Identidade de género
A sexualidade humana manifesta-se de várias formas:
Sexo # Género # Identidade de género # Orientação sexual

IDENTIDADE DE GÉNERO
Tem a ver com qual género a pessoa se identifica.
Um individuo biologicamente macho pode-se identificar com o género
masculino ou com o género feminino. E Vice-versa…
Identidade de género
A sexualidade humana manifesta-se de várias formas:
Sexo # Género # Identidade de género # Orientação sexual
Transgéneros – são pessoas cuja identidade de género ou expressão dessa
identidade difere do género relacionado com o seu sexo biológico.
Ex: uma pessoa biologicamente macho mas que se identifica com o
género feminino e veste-se ou comporta-se com um modo coerente com
o género feminino.
Quando a identidade e expressão de género é coerente com o género
atribuído a uma pessoa chamamos de cisgénero.
Identidade de género
A sexualidade humana manifesta-se de várias formas:
Sexo # Género # Identidade de género # Orientação sexual

ORIENTAÇÃO SEXUAL
Descreve por que tipo de pessoa se sente atração afetiva ou sexual. É
geralmente dividida em orientação heterossexual, homossexual ou
bisexual. Apesar dessas divisões hoje em dia é vista mais como um
contínuo variando de um extremo a outro. A orientação sexual de alguém
não é necessariamente fixa e pode variar por diferentes razões.
Género e cidadania em contextos
Filme – TOMBOY
Identidade de género
Tanto a orientação sexual quanto a identidade de
género costumam manifestar-se desde cedo.
Independente dos pais ou pessoas próximas
serem homo ou heterossexuais, transgéneros ou
cisgéneros.
A nossa sociedade incentiva algumas orientações,
identidades enquanto descrimina outras. Por isso
os pais costumam incentivar ou reprimir as
manifestações de sexualidade a partir das normas
culturais com as quais elas concordam.
A própria sociedade tem tendência a descriminar.
Identidade de género

Pode ser difícil acreditar mas até há alguns anos atrás


ter relações sexuais com pessoas do mesmo sexo era
um crime e países como a Inglaterra. Na verdade
ainda existem países assim hoje em dia, como Arábia
Saudita e Irão.
Identidade de género
A orientação sexual e a identidade de género, não
são meras escolhas que o ser humano faz, uma
pessoa pode disfarçar os seus sentimentos ou tentar
obedecer a um certo padrão de sexualidade para ser
melhor aceite ou evitar punições.
Muitas vezes leva a anos de sofrimento, frustração
e até mesmo suicídio.

Expressar a própria sexualidade é uma parte


fundamental no desenvolvimento psicológico
saudável de qualquer pessoa.
Vídeo – Não binário – Em PT e BR
O género é uma das primeiras
categorias que a criança aprende,
facto que exerce uma influência
marcante na organização do seu
mundo social e na forma como se
avalia a si própria e como perceciona
as pessoas que a rodeiam.
Género e cidadania
em contextos
Para corresponder às normas sociais,
e como parte integrante do processo
de socialização, a criança aprende a
comportar-se de acordo com os
modelos dominantes de
masculinidade e de feminilidade.
Na realidade, a sexualidade “nasce” com o
bebé e vai evoluindo na sua forma e
expressão ao longo de toda a vida.
Mudanças
físicas e
emocionais
associadas à Embora o ser humano seja um ser sexuado,
sexualidade ao a sexualidade é diferente consoante a
longo da vida idade. As crianças, os adolescentes, os
adultos e as pessoas idosas têm interesses
sexuais, manifestando a sua sexualidade
através de determinados comportamentos.
Ao longo do ciclo da vida, do ponto de vista bio
fisiológico existem 3 períodos importantes: o
período pré-natal, a puberdade e o climatério.
Mudanças
físicas e
emocionais Do ponto de vista psicossocial distinguem-se
claramente: o período pré-pubertário, a
associadas à adolescência, a vida adulta e a velhice.
sexualidade ao
longo da vida As maiores diferenças no desenvolvimento
verificam-se entre a fase da pré-puberdade e a
fase da pós-puberdade
A sexualidade pré-pubertária - Entre os 0 e os 10-12 anos
Fase da descoberta
As principais características da sexualidade nas crianças são:

Mudanças • Os órgãos genitais estão pouco desenvolvidos.


físicas e
emocionais • A quantidade de hormonas sexuais na circulação
sanguínea é muito pequena.
associadas à
sexualidade ao • As sensações de prazer não adquiriram ainda um
significado específico.
longo da vida
• A sexualidade está mediatizada pelos afetos.

• Interiorização da moral sexual.


Até aos dois/três anos
As crianças adquirem consciência da sua
identidade sexual, ou seja, reconhecem-se e
identificam-se como rapaz ou rapariga.
Mudanças
físicas e
emocionais Iniciam um processo de aprendizagem e
interiorização das funções que a sociedade
associadas à considera próprias do rapaz ou da rapariga, e
sexualidade ao que estão associadas ao papel de género.
longo da vida
Também se verifica o controlo dos esfíncteres
e a criança começa a questionar-se sobre a
origem dos bebés.
A sexualidade na adolescência
A puberdade é uma época de transição entre a
Mudanças infância e a idade adulta
físicas e
emocionais Período marcado por profundas alterações
associadas à biológicas, fisiológicas e psicológicas, durante o
sexualidade ao qual o corpo adquire os caracteres sexuais
(masculinos e femininos) associados ao sexo
longo da vida biológico, dando-se igualmente a maturação
do aparelho reprodutor e a aquisição da
capacidade reprodutiva.
A sexualidade na adolescência

Mudanças
O desejo sexual torna-se algo mais específico e
físicas e vários estímulos adquirem valor sexual.
emocionais
associadas à
Maior atividade hormonal, os jovens passam
sexualidade ao por várias alterações ao nível do corpo,
longo da vida designadamente aumento dos órgãos sexuais,
ejaculação noturna no caso dos rapazes e a
primeira menstruação no caso das raparigas.
Vejamos de forma breve quais as mudanças
que se produzem e que definem a
adolescência (López e Fuertes, 1999):
Mudanças
físicas e Mudanças biofisiológicas
emocionais Com a chegada da puberdade, produz-se um
associadas à conjunto de mudanças fisiológicas (ex:
sexualidade ao estatura, peso) e também uma sequência de
mudanças especificamente sexuais que
longo da vida culminarão na maturação dos órgãos sexuais,
assim como na capacidade de resposta à
estimulação sexual.
Vejamos de forma breve quais as mudanças que
se produzem e que definem a adolescência (López
e Fuertes, 1999):
Mudanças
físicas e Mudanças psicológicas
emocionais Aquisição do pensamento lógico, formulação de
hipóteses, raciocinar sobre elas e extrair as suas
associadas à próprias conclusões – orientação do seu afeto para
sexualidade ao determinadas ideias e valores.
longo da vida O processo de formação da identidade pessoal e
sexual é a tarefa mais importante do adolescente
no que se refere à sua personalidade.
Vejamos de forma breve quais as mudanças que
se produzem e que definem a adolescência (López
e Fuertes, 1999):

Mudanças Mudanças na capacidade de integração social


físicas e Desenvolvimento da capacidade de integração
emocionais com o grupo de iguais e a capacidade de
associadas à integração no mundo dos adultos.
sexualidade ao Surgem novas necessidades afetivas e sexuais que
longo da vida podem conduzir à dissolução do grupo, em favor
da formação de casais.
Nesta fase, vai também surgir outra alteração
importante: a especificação da orientação sexual.
Mudanças físicas e emocionais associadas
à sexualidade ao longo da vida
Manifestações anatómicas e fisiológicas
Nos rapazes

Começam por volta dos 9 aos 14 anos e são muito mais demoradas do que nas raparigas.
As principais características das mudanças são:

• Surgimento de pelos nos púbis, nas • Ombros mais largos;


axilas e no peito; • Aumento da massa muscular;
• Aumento dos testículos e do pénis; • Início da produção de espermatozoides;
• Crescimento da barba; • Aumento do peso e da estatura
• Voz grossa;
Mudanças físicas e emocionais associadas
à sexualidade ao longo da vida
Manifestações anatómicas e fisiológicas
Nas raparigas

Inicia-se, em geral, entre os 8 e os 13 anos, variando este período de


pessoa para pessoa.
Em geral, a puberdade tem início com a primeira menstruação, que
coincide com o surgimento de uma série de transformações do corpo, que
já se começaram a manifestar na fase conhecida como pré-puberdade.
Mudanças físicas e emocionais associadas à sexualidade ao
longo da vida
Nas raparigas
Manifestações anatómicas e fisiológicas
As principais características são:

• Alargamento dos ossos da bacia (ancas);


• Início do ciclo menstrual (menarca);
• Surgimento de pelos no púbis e nas axilas;
• Depósito de gordura nas nádegas, nos quadris e nas coxas;
• Desenvolvimento das mamas.

Surge a primeira menstruação (menarca), que pode aparecer


inesperadamente ou chegar precedida de vários dias de dores abdominais
e de cabeça.
Mudanças físicas e emocionais associadas
à sexualidade ao longo da vida
A sexualidade na idade Adulta

Levinson (1977, refere que durante a primeira etapa da vida adulta dão-se mudanças
significativas que correspondem a um período definido:

 Fim do período de crescimento fisiológico, alcançando uma certa estabilidade na figura


corporal.
Aquisição da maioridade legal.
Fim do período de escolarização obrigatória.
Entrada no mercado de trabalho com remuneração.
Formação de pares sexuais ou acesso ao casamento.
Nascimento de filhos.
Expressão de sentimentos e emoções
A afetividade está presente no ser humano
 Trabalhar com sentimentos é possibilitar sua
manifestação, favorecer uma tomada de consciência de si
mesmo, de suas intolerâncias, alegrias, mágoas, desejos etc.,
buscando identificá-los, bem como ter a possibilidade de
aprender a lidar com eles;

 Proporcionar momentos em que a criança possa


manifestar as suas emoções, estamos a valorizar e a mostrar
às crianças que o que elas sentem é muito relevante e que
nos importamos com elas.
Expressão de sentimentos e emoções

 Além disso, crianças que têm a oportunidade de reconhecer os


próprios sentimentos, compreendendo o que lhes causa alegria, tristeza,
dor, admiração e tantos outros, têm condições de perceber a importância
deles e de construir a ideia de que as outras pessoas também podem
sentir.

Exercício tão importante sobretudo àqueles que enfrentam fortes traços


egocêntricos.
Expressão de sentimentos e emoções

Existem muitos livros infantis interessantes que auxiliam


os pequenos no autoconhecimento e no
reconhecimento e legitimação de seus sentimentos.

Além disso, realizamos inúmeros jogos de sentimentos,


com os quais têm a oportunidade de nomear sensações,
buscar sentimentos, avaliar situações agradáveis e
desagradáveis, percebendo que a professora os releva.
Atitudes e comportamentos saudáveis

O conceito de saúde sexual e reprodutiva relaciona-se ao nível


individual com um estado global de saúde e bem-estar aos níveis sexual
e reprodutivo, sendo que dedica especial atenção às opções individuais
esclarecidas, numa conceção positiva da sexualidade humana nos seus
diversos aspetos emocionais, sociais, fisiológicos e relacionais.
CAPÍTULO 6 – Atitudes e comportamentos
saudáveis
O Decreto-Lei n.º259/2000 (2000) de 17 de Outubro fixa as condições de promoção
da saúde sexual e de acesso dos jovens a cuidados de saúde no âmbito da
sexualidade e do planeamento familiar:

- O artigo 6.º refere que “as consultas de planeamento familiar devem garantir a
prestação de cuidados a adolescentes” (p.5785);

- Conforme o artigo 9.º, “os adolescentes são considerados grupo de intervenção


prioritária no âmbito da saúde reprodutiva e da prevenção das doenças
sexualmente transmissíveis” (p.5786), l
CAPÍTULO 6 – Atitudes e comportamentos
saudáveis

A Declaração dos Direitos Sexuais da International Planned


Parenthood Federation [IPPF] define os direitos sexuais, que
emanam dos direitos à liberdade, igualdade, privacidade,
autonomia, integridade e dignidade de todas as pessoas.
CAPÍTULO 6 – Atitudes e comportamentos
saudáveis

São dez os direitos sexuais, dos quais realçamos (IPPF, 2007):

- Direito à igualdade, proteção igual perante a lei e liberdade de todas as formas de


discriminação baseadas no sexo, sexualidade ou género;

- Os direitos à vida, à liberdade, à segurança pessoal e à integridade física (…) todas


as pessoas devem ter o direito de exercerem a sexualidade sem qualquer violência
ou coerção.
CAPÍTULO 6 – Atitudes e comportamentos
saudáveis

- Todas as pessoas têm direito a serem reconhecidas perante a lei e à


liberdade sexual o que compreende que os indivíduos controlem e
decidam livremente os assuntos relacionados à sexualidade,
escolham os seus parceiros sexuais, procurem experimentar prazer
e potencial sexual pleno, num ambiente de não discriminação com a
devida consideração aos direitos de terceiros.
CAPÍTULO 6 – Atitudes e comportamentos
saudáveis

- Todas as pessoas têm o direito de exercer a liberdade de pensamento, opinião e


expressão com relação às ideias sobre sexualidade, orientação sexual, identidade
de género e direitos sexuais.

- Todas as pessoas, têm o direito à educação e informação geral, e à educação


sexual abrangente.

- Direito de optar por casar ou não casar, constituir família, decidir ter ou não ter
filhos e como e quando tê-los.
CAPÍTULO 6 – Atitudes e comportamentos
saudáveis

- O estado português, nas suas políticas tem assumido deveres objetivos,


reforçando a proteção à maternidade e à paternidade, introduzindo formação e
informação sobre sexualidade humana nos currículos escolares, criando consultas
de planeamento familiar nos serviços de saúde, fornecendo gratuitamente meios
anticoncepcionais e desenvolvendo medidas de prevenção das infeções
transmitidas por via sexual, assim como à efetivação da interrupção voluntária da
gravidez, nos casos em que esta é legalmente admissível.
CAPÍTULO 6 – Atitudes e comportamentos
saudáveis

- Neste domínio, regulamentou-se também a contraceção de


emergência, através da Lei N.º 12/2001, de 29 de Maio em que um
dos objetivos é “reforçar os meios de prevenção da gravidez não
desejada, nomeadamente na adolescência.” (p.3148).
CAPÍTULO 6 – Atitudes e comportamentos
saudáveis
- Na sequência do Referendo Nacional sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez,
surge a Lei N.º 16/2007 de 17 de Abril, esta pode ocorrer quando (…) houver
seguros motivos para prever que o nascituro virá a sofrer, de forma incurável, de
grave doença ou malformação congénita, e for realizada nas primeiras 24
semanas da gravidez, excecionando-se as situações de fetos inviáveis, caso em
que a interrupção poderá ser praticada a todo o tempo; (…) e for realizada por
opção da mulher, nas primeiras 10 semanas de gravidez.” (p.2417).
CAPÍTULO 6 – Atitudes e comportamentos
saudáveis

- A Resolução da Assembleia da República, n.º 46/2010, sobre o


direito à informação e acesso aos direitos Sexuais e Reprodutivos da
mulher ao longo do seu ciclo de vida, prevê “a implementação da
educação sexual em todas as escolas do ensino básico e secundário,
através da formação de professores, da garantia dos meios para o
correcto funcionamento dos gabinetes de apoio e de núcleos de
educação para a saúde” (p.1745).
Conclusão
- A sexualidade é experienciada e expressa em pensamentos, fantasias, desejos,
crenças, atitudes, valores, comportamentos, práticas, papéis e relacionamentos.

- É influenciada pela interação de fatores biológicos, psicológicos, sociais,


económicos, políticos, culturais, éticos, legais, históricos, religiosos e espirituais;
influencia pensamentos, sentimentos, ações e interações e, por isso, influencia a
nossa saúde física e mental (OMS).

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