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Soldagem do Níquel

e suas ligas

Raveny C. A. Francisquini
Taciane Barbosa Silva Reis
Thamirys R. Menezes de Paula
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18/02/22 01:36 PM Curso: Engenharia Metalúrgica Professor: Tarcísio Reis de Oliveira


Níquel e suas ligas
Características

 Ponto de fusão alto;


 Estrutura cristalina CFC;
 Resiste à corrosão e à oxidação;
 Possui propriedades catalíticas;
 Magnético à temperatura ambiente;
 Pode ser depositado por galvanoplastia;
 Condutor de eletricidade e calor;
 Material dúctil e maleável;
 Utilizado como revestimento por eletrodeposição.

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NÍQUEL E SUAS LIGAS

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Ligas de níquel
Aplicações
Indústria petroquímica, Naval-Offshore, Indústria aeroespacial

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Ligas de níquel
Classificações
Liga Aplicação Exemplos
Níquel puro Meios com presença de soda Nickel 200, Nickel 201, Nickel
caustica e sais. 205.
Níquel- Cobre Tubulações, conexões, Monel 400, Monel402, Monel
trocadores de calor. Inerte a 404.
corrosão atmosférica e aplicável
até em águas salgadas.

Níquel- Cromo Altas temperaturas, oxidação e


corrosão.
Níquel- Cromo- Ferro Resistência a corrosão e Inconel 600, Inconel 800.
oxidação.
Níquel Molibdênio Resistentes à corrosão. Hastelloy B.
Níquel- Cromo- Molibdênio Alta resistência a tração e Hastelloy C e Inconel 625.
oxidação em altas
temperaturas. Usada em
ambientes altamente
corrosivos.
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Níquel e suas ligas
Soldabilidade
 Juntas de alta qualidade são facilmente produzidas em ligas níquel por processos
de soldagem convencionais.
 Contudo, algumas das características de ligas de níquel exigem o uso de técnicas
um pouco diferentes do que aqueles usados para materiais comumente
encontrados, tais como carbono e aços inoxidáveis.
 A escolha do processo de soldagem é dependente de muitos fatores como:
• A espessura do metal base;
• Design do componente;
• Posição na qual o conjunto deve ser feita e a necessidade de gabaritos;
• Condições de serviço e ambientes corrosivos os quais as articulações serão
expostas.
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Tipos de Chanfros

 Diversos tipos de chanfros podem ser usados para a soldagem de ligas de níquel.
 Alguns exemplos são mostrados na figura abaixo:

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Soldabilidade das ligas de
níquel- Recomendações
Baixa condutividade térmica

Desnecessário pré-aquecimento

Menor intensidade de corrente

Alto controle do aporte térmico

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Soldabilidade das ligas de
níquel- Recomendações
Baixa fluidez da liga

Usar chanfros em peças com espessura maior que 2,4mm.

Não aumentar a corrente em caso de baixa penetração.

Usar o mínimo calor para mover a poça.

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Soldabilidade das ligas de
níquel- Recomendações
Sensibilidade a contaminação por enxofre e fósforo

Limpeza da peça antes de qualquer procedimento de soldagem.

Limpeza de 50mm de cada lado a partir do chanfro.

Limpeza entre passes para evitar contaminação.

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Preparação da Superfície

 Exemplos de contaminação da região de solda devido limpeza inadequada.

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Preparação da Superfície
 Exemplos de contaminação da região de solda devido limpeza inadequada.

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Eletrodos

 Para a maioria das aplicações de soldagem, a composição química do eletrodo se


assemelha ao do metal base.
 Antes da sua utilização, os eletrodos devem permanecer lacrados em seus
recipientes à prova de umidade em uma área de armazenagem seca.

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Corrente

 Cada diâmetro do eletrodo tem uma escala ótima de operação.


 Quando utilizado dentro da gama de corrente especificada pelo fabricante os
eletrodos têm arcos com boas características e fundem com o mínimo de respingo.
 Quando utilizado fora desse intervalo, no entanto, o arco torna-se instável, e os
produtos tendem a superaquecer antes que todo o eletrodo seja consumido.
 Corrente excessiva pode também conduzir a porosidade, comprometendo as
propriedades, porque os elementos de liga e os desoxidantes são destruídos
(oxidado), antes de poderem ser derretidos na poça de fusão.

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Soldagem por eletrodo
revestido - SMAW
 O eletrodo revestido é usado para soldar materiais com espessuras acima de 1,6
mm. Usa-se eletrodos básicos, corrente continua com polaridade inversa.
 O níquel e suas ligas não fluem e nem se espalham como o aço carbono. Logo,
deve-se dirigir o fluxo da poça de fusão de modo que o metal se espalhe e
preencha a junta soldada através de um traçado leve.
 A quantidade e a forma do traçado considera a posição de soldagem, o tipo de
eletrodo, o chanfro.
 Os eletrodos devem apresentar um arco suave e sem geração de respingos.
 Para reduzir a ocorrência de trincas e oxidações na finalização do arco deve-se
aumentar a velocidade para reduzir o tamanho da poça.

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Soldagem por eletrodo
revestido - SMAW
 Limpeza
 A escória do metal é bastante frágil a melhor maneira de remover é com martelo
picador de soldador.
 A remoção é obrigatória para aplicações que requerem resistência à corrosão
aquosa.
 Escória de solda pode agir como uma rachadura e provocar corrosão localizada em
solução aquosa.
 A altas temperaturas a escória pode tornar se fundido e reduzindo a camada de
óxido protetora sobre a superfície de base das ligas de níquel, acelerando assim a
oxidação (corrosão, carburação, etc.).

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Soldagem pelo Processo TIG
(GTAW)
 O TIG é amplamente utilizado para o níquel e suas ligas, especialmente útil para
a soldagem de espessuras finas.
 A polaridade direta é recomendável para o processo manual e automatizado.
 Os gases de proteção podem ser o hélio, argônio, ou uma mistura dos dois.
 Deve-se evitar adições de oxigênio, dióxido de carbono, de nitrogênio pois podem
causar porosidade na solda ou erosão do eletrodo.
 Pequenas quantidades (até 5%) de hidrogênio podem ser adicionadas ao argônio
para um passe-único de soldagem. O hidrogênio, produz um arco mais quente e
mais uniforme. A utilização de hidrogênio é normalmente limitada a soldagem
automática, como a produção de tubulação.

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Soldagem pelo Processo TIG
(GTAW)
 Para soldagem de materiais finos sem a adição de metal de adição, o hélio
mostrou se as vantajoso em relação ao argônio, com porosidade reduzida e
aumento na velocidade de soldagem.
 Eletrodos de tungstênio ou aqueles ligados com tório podem ser utilizados.
 A forma da ponta do eletrodo tem um grande significado na profundidade de
penetração e na largura do cordão.
 O eletrodo de tungstênio ficará contaminado se encostar no metal base durante a
operação de soldagem.
 PAW (Plasma) – Soldagem de juntas de topo sem abertura para chapas até
8mm com a técnica “Key Hole” (buraco de fechadura) na forma automatizada.

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Soldagem pelo Processo
MIG/MAG (GMAW)
 Os modos de transferências recomendados são: spray, curto circuito, e pulsante,
todos com excelentes resultados.
 A transferência globular não é recomendada devido a dificuldades na penetração.
 A polaridade inversa em corrente contínua é a recomendada para todos os modos
de transferência.
 Spray: limitada a posição plana. Possui alto nível de calor. Algumas ligas não são
capazes de serem soldadas por este processo devido a problemas com
solidificação a quente e posteriormente rachaduras.
 Curto circuito: espessuras de até 3,2mm. Baixo nível de calor. Limitado a
soldagem de passe único, pois em mais passes pode resultar em falta de fusão e
penetração.
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Soldagem pelo Processo
MIG/MAG (GMAW)
 Pulsado: com o pulso de 60 ou 120 ciclos por segundo; Quando utilizado altas
taxas de pulso o processo se assemelha com o modo de transferência spray,
porém com menor nível de calor.
 No processo GMAW solda-se, preferencialmente, com transferência por arco
pulsado, visando obter menor energia de soldagem e maior controle.

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Soldagem pelo Processo Arco
Submerso (SAW)

 Recomendado para soldar materiais de grande espessura, já que comparado com


o GMAW automático, sua taxa de deposição é de 35% a 50% maior;
 O arco é mais estável;
 Facilmente aplicável para solda de revestimento;
 Normalmente utilizado com equipamentos automatizados: exige precisão no
posicionamento do eletrodo, por isso a soldagem manual não é recomendada;
 O fluxo protege o cordão de solda de contaminações do ambiente, garante
estabilidade do arco e contribui com adições metálicas no cordão.
 O arame utilizado é igual ao do processo GMAW;

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Soldagem pelo Processo Arco
Submerso (SAW)

 A polaridade direta e indireta são usadas;


 Polaridade Direta: É usada para solda de revestimento, onde o consumo de
fluxo e a deposição são maiores;
 Polaridade Inversa: É mais utilizado para soldas de topo, produz um cordão
mais plano e maior penetração.

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Soldagem pelo Processo de
Resistência Elétrica
 Ligas de níquel são facilmente unidas pelos processos de soldagem por
resistência.
 São necessárias altas pressões de eletrodo devido à alta resistência das ligas de
níquel com temperaturas elevadas.
 Estas ligas estão sujeitas a fragilização por enxofre, chumbo e outros metais de
baixo ponto de fusão quando expostos a altas forças a altas temperaturas.
 Poder-se obter algum bloqueio mecânico de eletrodos devido à alta condutividade
elétrica do níquel.
 Portanto, para os processos de soldagem por resistência elétrica das ligas de
níquel deve-se aplicar altas pressões de eletrodo e correntes menores do que na
soldagem de aços de baixo teor de carbono.
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Soldagem das ligas de Níquel
por Cladeamento
 Quando somente uma seção fina de uma liga de níquel é necessária para proteger
o componente de uma corrosão significativa, é possível fabricá-lo em liga de aço e
revestida com liga de Níquel através do cladeamento.
 O componente atende aos requisitos para a aplicação, enquanto o revestimento
fino da liga o protege do ataque corrosivo. Utilizado devido ao menor custo de
uma peça nessa condição, do que uma peça maciça de níquel.
 A diluição de ferro na soldagem deve ser evitada, porque o conteúdo de ferro
compromete a resistência da solda a corrosão e as propriedades mecânicas.
 A soldagem deve ser projetada para manter a integridade e resistência à corrosão
da liga de revestimento, bem como a resistência do aço. Esta exigência influencia
a seleção dos consumíveis, desenho da junta e técnica de soldagem.
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Soldagem das ligas de Níquel
por Cladeamento
 A chapa clad é soldada de ambos lados com o primeiro passe na face cladeada
com uma técnica de objetivo que não haja total penetração na face revestida.
Dessa maneira não há diluição de ferro e não compromete a estrutura como
ilustrado a baixo.

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Soldagem das ligas de Níquel
por Cladeamento
 As juntas devem ser preparadas de modo a facilitar a acessibilidade, permitir boa
penetração e garantir a resistência a corrosão.

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Soldagem das ligas de Níquel
por Cladeamento - Problemas
Efeito da diluição

Diluição do ferro na chapa de revestimento

Diminuição da capacidade de resistência anticorrosiva.

Diluição do níquel no metal base

Aumento excessivo da dureza gerando trincas.

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Referências

 https://drive.google.com/drive/folders/1eNRmFAKm2nWJtbDHUZUjtspFZAHgG7LG
 Portal do Níquel. Disponível em: http://www.icz.org.br/portaldoniquel/. Acesso
em 20/11/2017.
 Nickel Alloys. Disponível em: http://nickelalloys.com.br/WP/. Acesso em
20/11/2017.
 AWS; “Welding Handbook: Welding Process- Volume 3”; Miami: American
Welding Society. 9ª edição.

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