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SAÚDE MENTAL NA 3.

ª
IDADE

Formadora: Ana Vieira


Quem sou eu
Não saio de casa
sem
Duração:
 50 horas

Objetivos gerais:
 No final do curso, os formandos deverão ter conhecimentos de suporte à
saúde mental na 3.ª idade.
Objetivos específicos:
 Identificar as questões relacionadas com a saúde mental em geral e com a saúde
mental da pessoa idosa em particular;

 Enunciar as noções de psicopatologia da pessoa idosa;

 Diferenciar os recursos comunitários de apoio à pessoa idosa com doença mental.


Conteúdos programáticos:
Saúde mental e recursos

A saúde mental na 3.ª idade

•Definição

•Promoção

•Saúde mental e comunidade



Psicopatologia da pessoa idosa

O normal e o patológico

•Conceito de doença mental

Envelhecimento normal e patológico

Depressão na pessoa idosa

Psicopatologia do delírio

Perturbações sensoriais e delírio


 Recursos comunitários de apoio

 Respostas sociais à velhice

• Saúde e comunidade

• O hospital e o seu papel face à pessoa idosa

• Outros recursos
o Família

o Apoio domiciliário
Avaliação:
• Avaliação de diagnóstico

• Avaliação da aprendizagem (sumativa)

• Avaliação comportamental

Certificação:
• Frequência integral da ação de formação

• Classificação positiva na avaliação da aprendizagem


SAÚDE MENTAL E RECURSOS
A Saúde Mental na 3.ª Idade
Definição de saúde mental
“Estado de completo bem-estar físico, mental e social e mão apenas a ausência de
doença”

(Oeganização Mundial de Saúde)


Causas:
 Doença mental resulta da combinação de diferentes fatores;

 Conjugação genética com o meio e os momentos ou períodos importantes;

 A doença pode surgir repentinamente ou de forma mais insidiosa.


Doença de causa endógena

 Fatores hereditários e constitucionais

Doença de causa exógena

 Relativas aos acontecimentos do dia a dia

Seja qual for a causa existe sofrimento psicológico com repercussões a nível físico
Promoção da doença mental
Neurose:

 Indivíduo tem plena consciência dos seus atos, apesar de não os conseguir
controlar;

 Maior intensidade do comportamento;

 Incapacidade de resolver os conflitos de forma satisfatória.


Psicose:

 Perda do contacto com a realidade (não tem noção dos seus atos);

 Alucinações ou delírios;

 Desorganização psíquica (pensamento desorganizado e paranoico);

 Agitação psicomotora,

 Sensação de angústia intensa;

Insónia severa
Saúde mental e comunidade
Problemas de saúde mental:

Ansiedade;

 Mal-estar psicológico ou stress continuado;

 Depressão;

 Dependência de álcool e outras drogas;


 Perturbações psicóticas, como a esquizofrenia (pessoa perde a noção da realidade
e não consegue distinguir o real do imaginário);

 Atraso mental;

 Demências.
Curiosidades:

 Em cada 100 pessoas 30 sofram, ou venham a sofrer de problemas de saúde


mental.

 Cerca de 12 pessoas em cada 100 têm uma doença mental grave.

 A depressão é a doença mental mais frequente


Falsos conceitos sobre doença mental:

 Pessoas sentem-se incompreendidas, estigmatizadas, excluídas ou marginalizadas;

 As doenças mentais são fruto da imaginação;

 As doenças mentais não têm cura;

 As pessoas com problemas mentais são pouco inteligentes, preguiçosas,


imprevisíveis ou perigosas.
Fases causadoras de perturbações mentais:

 Entrada na escola;

 Adolescência;

 Menopausa;

 Envelhecimento;

 Perda de familiar próximo;


 Divórcio;

 Desemprego;

 Reforma;

 Pobreza;

 Fatores genéticos, infeciosos ou traumáticos.


Sinais de alerta de doença mental:

 Confuso;

 Evita as pessoas;

 Tem ideias que não estão de acordo com as de todas as outras pessoas;

 Comporta-se de forma diferente do que seria de esperar.


Pistas a ter em conta:

 Deixou de falar com familiares ou amigos;

 Perdeu a vontade e motivação para as atividades habituais;

 Começou a ficar com medo(s) ou com desconfianças sem motivo;

 Deixou de se alimentar ou come às escondidas;

 Dorme mal ou não consegue dormir toda a noite;


 Começou a ter ideias estranhas;

 Ouve vozes que mais ninguém consegue ouvir;

 Tem graves dificuldades de concentração;

 Diz ou escreve coisas que não fazem sentido;

 Abusa de álcool ou drogas.


Como ajudar um doente mental:

 Incentivar a pessoa a procurar um médico/psicólogo;

 Oferecer suporte, acompanhando a pessoa ao médico/psicólogo;

 Se a pessoa recusa o tratamento, procure o técnico para o aconselhar e orientar.


DÚVIDAS
PSICOPATOLOGIA DA PESSOA IDOSA
O normal e o patológico
Conceito de doença mental
Normal é o comportamento mais frequente e concordante com os valores
estabelecidos e aceites em determinada sociedade.
Avaliação da normalidade ou patologia:

 Fase de desenvolvimento em que se encontra a pessoa;

 O local e a cultura:

 A época e a circunstância histórica em que ela se situa.


Envelhecimento normal e patológico
Alterações no sistema nervoso central:

 Diminuição do volume de tecido cerebral de forma gradual e variável;

 Redução da quantidade ou do tamanho de algumas células que formam parte


cérebro (neurónios);

 Aumento do volume do líquido que se encontra dentro do sistema nervoso.


Modificações com o envelhecimento:

 Alterações nas funções intelectuais:

• Diminuição da capacidade de todos processos mentais;

• Diminuição da capacidade de memorização, aquisição e retenção de nova


informação.

 Perturbações do equilíbrio;

 Postura encurvada;
Lentidão da marcha, com passos curtos;

 Maior sensibilidade à luz intensa e menor adaptação ao escuro;

 Surdez variável, especialmente para sons agudos;

 Diminuição do gosto e do olfato;

 Redução da velocidade e potência musculares.


Envelhecimento patológico:

Declínio das funções cognitivas:

 Alteração e deterioração da memória para registar, armazenar e recuperar


informação nova;

 Perda de conteúdos referentes à família e passado;

 Alteração e deterioração do pensamento e raciocínio com redução do fluxo de ideias


e diminuição da atenção, etc.
 Défice significativo nas diversas áreas que permitem a execução de tarefas da vida
diária (vestir, comer, etc);

 Alterações da linguagem;

 Alterações da “consciência clara”.

Para se considerar envelhecimento patológico, é necessário que a sintomatologia esteja


presente no indivíduo durante pelo menos 6 meses.
Depressão na pessoa idosa
Sintomas:

 Diminuição da energia e da capacidade de concentração;

 Perda de interesse e prazer nas atividades quotidianas e nas interações sociais;

 Alterações do sono especialmente o despertar precoce pela manhã e múltiplos


despertares durante a noite;
 Sensação contínua de fadiga ou cansaço;

 Sentimento de reprovação ou culpabilidade;

 Sensação de abandono pelos familiares ou amigos próximos;

 Estado de letargia ou agitação;

 Aumento ou diminuição do apetite, originando alterações de peso;

 Queixas somáticas (como dores pelo corpo e ansiedade);

 Pensamentos frequentes de morte ou suicídio.


Fatores de risco:

 Limitações funcionais;

 Doenças crónicas;

 Isolamento social;

 Problemas socioeconómicos;

 Perturbações de memória;
 Doença de Parkinson;

 Acidentes vasculares e cerebrais;

 Doenças crónicas ou cardiovasculares;

 Hipotiroidismo;

 Perda de parentes próximos;

 Excesso de medicamentos.
Tipos de depressão nos idosos:

 Depressão bipolar;

 Depressão maior crónica;

 Distúrbio de humor agravado pelas condições de vida;

 Distúrbios de ajustamento a outros transtornos orgânicos.


Métodos de tratamento:

 Acompanhamento psicológico;

 Medicação;

 Estimulação cognitiva;

 Prática de jogos de memória;

 Passeios em família;
 Discussões de temas;

 Leitura;

 Conversas.

O apoio familiar é de extrema importância para o idoso deprimido.

A família é o pilar e a chave para a sua recuperação.


Psicopatologia do delírio
 Crença falsa e firme em algo que não é um facto;

 Perturbação grave na capacidade mental de uma pessoa, o que resulta em uma


diminuição da consciência (inclusive do ambiente em que ela está) e pensamento
confuso;

 Distúrbios psicológicos (esquizofrenia).


Caraterísticas:

 Surgem repentinamente;

 Podem durar minutos, horas ou semanas;

 Pode conduzir o doente a cometer suicídio, homicídio ou outros crimes.


Causas:

 Acontece quando os sinais enviados e recebidos pelo cérebro se tornam


comprometidos, debilitados ou confusos; não se sabe a exata causa;

 Qualquer condição que faça com que o paciente fique internado no hospital
aumenta o risco de ele ter episódios de delírio;

 A falta de sono, o uso de certos medicamentos ou drogas, infeções e febre alta


podem estar relacionados ao sintoma.
Perturbações sensoriais e delírio
Condições ligadas ao delírio:

 Desidratação;

 Infeções trato urinário;

 Pneumonia;

 Demência;
 Esquizofrenia;

 Doenças graves ou em fase terminal;

 Período de abstinência de drogas.


Fatores de risco:

 Pessoas com demência;

 Idosos;

 Crianças com infeções que causem febre alta;

 Problemas de visão ou audição;

 Estar desnutrido ou desidratado;


 Tratamento com vários medicamentos;

 Uso excessivo de álcool e/ou drogas, ou estar período de abstinência;

 Ter realizado cirurgia recentemente.


Sintomas:

Redução da consciência:

• Incapacidade de ficar focado em um tópico ou situação, ou em mudar de


tópico;
• Atenção vaga;

• Ficar preso a apenas uma ideia ou tópico e não conseguir responder questões
normais de uma conversação;
• Ser “retirado” do ambiente em que se encontra com pouca ou nenhuma
resposta às situações ao seu redor;
• Ser facilmente distraído por coisas não importantes.

 Habilidade cognitiva comprometida:

• Memória fraca, principalmente dos eventos recentes;

• Desorientação incluindo não saber o local em que as coisas estão, quem é


quem ou em qual período do dia, mês ou ano está;
• Dificuldade para falar ou para se lembrar do que falou;
• Dificuldade em compreender as falas das outras pessoas;

• Dificuldade em ler ou escrever;


• Linguagem estranha ou sem sentido.

Alterações comportamentais:

• Ter alucinações;

• Não conseguir descansar e ficar agitado;


• Irritabilidade e comportamento agressivo;

• Problemas para conseguir dormir e acordar nos horários normais;

• Estar com as emoções - como medo, ansiedade, raiva ou depressão - muito


afloradas, extremas.
Testes:

Avaliação do estado mental:

• O médico avalia a consciência, atenção e capacidade de raciocínio do paciente


através de uma conversa informal ou de testes mais formais, com o uso de
listas e outros instrumentos de avaliação.
Exames físicos:

• O médico verificará a possibilidade de desidratação, infeção, abstinência de


álcool ou outros problemas de ordem física;
• Têm como objetivo encontrar condições de saúde que podem estar a causar o
problema, uma vez que o delírio pode ser o primeiro sinal (e, às vezes, o
único) de uma condição mais séria como insuficiência respiratória ou cardíaca.
 Exames neurológicos:

• Verificará a visão, equilíbrio, coordenação e reflexos do paciente, o que pode


determinar a presença de alguma doença neurológica que está ocasionando o
delírio.
Cuidados para a orientação do doente:

 Manter relógios e calendários por perto;

 Manter o ambiente em que ele está o mais calmo o possível, com a presença dos
seus pertences e daquilo que é familiar para ele;

 Conversas regulares sobre lembranças do lugar e o tempo em que ele está;

 Manter os membros da família por perto e evitar a presença de estranhos;


 Não fazer barulhos nos momentos em que o paciente deve dormir e deixar o
ambiente iluminado fracamente;

 Manter uma nutrição e hidratação adequada;

 Suprir a necessidade de equipamentos que se fizerem necessários, como óculos


ou aparelhos auditivos;

 Fazê-lo sair da cama nos horários normais e realizar atividades leves, como
caminhadas em casa, se possível.
Prevenção:

 Manter o paciente hidratado e comendo normalmente;

 Fazer atividades que o estimulem, e levar objetos familiares para o hospital;

 Caso ele use óculos ou aparelhos auditivos, incentive que os use mesmo estando
internado;

 Conte sobre as novidades das pessoas que ele conhece usando frases simples e
lembrando de situá-lo no tempo em que ele está vivendo e no lugar que está;
 Tente reduzir as interrupções durante a noite, além de diminuir a intensidade das
luzes, se possível.
Outras perturbações mentais frequentes no idoso
Perturbação bipolar

Sintomas:

 Agitação, euforia e irritabilidade;

 Mau humor, tristeza, ansiedade e pessimismo;

 Sentimento de culpa, inutilidade e desamparo;


 Crença irrealista em suas habilidades;

 Comportamento diferente do habitual;

 Perda de interesse por coisas que gostava;

 Sensação de fadiga;

 Necessidade de sono diminuída ou aumentada;

 Fácil distração/falta de concentração;

 Impulsividade;
 Fala muito rápida;

 Desejo sexual aumentado;

 Dores crónicas;

 Alterações no apetite e no peso corporal;

 Tendência para o consumo excessivo de álcool e abuso de drogas.


Perturbação de ansiedade

Sintomas:

 Taquicardia;

 Falta de ar;

 Dificuldade em respirar;

 Suores repentinos;
 Evitar sítios ou pessoas;

 Dificuldades de regulação emocional (agressividade, impulsividade, ataques de

pânico).
Cuidados diários:

 Dormir 7 a 8 horas por noite;

 Seguir uma alimentação cuidada;

 Praticar exercício físico;

 Implementar estratégias práticas como organizar as tarefas por ordem de


prioridade logo de manhã, permite começar o dia com uma maior sensação de
controlo, evitando um dos medos mais comuns, o de “não ser capaz”, de não
conseguir estar à altura da exigência.
Perturbação por uso de álcool e outras substâncias
Normalmente associado ao consumo de álcool e de medicamentos que causam
dependência como:

 Substâncias com hipnóticos;

 Ansiolíticos;

 Narcóticos.
Sintomas:

 Quedas;

 Confusão mental;

 Fraca higiene pessoal;

 Depressão;

 Desnutrição.
Demências
Grupo alargado de doenças que causam o declínio cognitivo, normalmente,
progressivo e irreversível, que concede dependência e incapacidade, atingindo a
necessidade de cuidadores ou de institucionalização.
Causas:

 Lesões e tumores cerebrais;

 Síndrome de imunodeficiência adquirida;

 Medicamentos;

 Infeções;

 Doenças pulmonares crónicas;

 Doenças inflamatórias;
 Doenças degenerativas primárias do sistema nervoso central;

 Doença vascular.
Sintomas:

 Alterações na memória, na linguagem e na capacidade de orientação;

 Modificações comportamentais: agitação, inquietação, raiva, violência e gritos;

 Desinibição sexual e social;

 Impulsividade;

 Alterações no sono;
 Pensamento ilógico;

 Alucinações.
Alzheimer

Fatores de risco:

 Idade (incidência é muito maior em pessoas com mais de 80 anos);

 História Familiar;

 Tabagismo;

 Inatividade física;

 Depressão;
 Hipertensão;

 Obesidade;

 Diabetes.
Sintomas:

 Dificuldades com a linguagem;

 Perda significativa de memória;

 Desorientação no tempo e no espaço;

 Dificuldade na tomada de decisões;

 Carência de iniciativa e motivação;


 Aparecimento de sinais de depressão e agressividade;

 Perda de interesse por atividades.


Desenvolvimento da doença de Alzheimer:

 Ligeiro: fase inicial, a pessoa ainda é capaz de executar as atividades básicas da


vida diária de forma independente.

 Moderado: maior comprometimento intelectual e o doente passa a necessitar de


algum apoio no que concerne às atividades básicas do dia-a-dia.

 Severo: fase mais avançada do Alzheimer, a pessoa perde a sua autonomia e


independência, necessitando de apoio e assistência integral.
Fase Inicial: (dura de 2 a 4 anos)

 Agnosia: dificuldade em reconhecer e identificar objetos;

 Apraxia: dificuldade de execução de movimentos;

 Incontinência urinária pode aparecer;

 Perda de memória, confusão e desorientação;

 Ansiedade, agitação, ilusão, desconfiança;


 Alteração da personalidade e do senso crítico;

 Dificuldades com as atividades da vida diária (cozinhar, fazer compras, conduzir,


telefonar).
Fase Intermédia: (pode durar de 3 a 5 anos)

 São afetadas as atividades instrumentais e operativas;

 Dificuldade em reconhecer familiares e amigos;

 Perder-se em ambientes conhecidos;

 Alucinações, perda de peso, incontinência urinária;

 Dificuldades com a fala e a comunicação;


 Movimentos e fala repetitiva;

 Distúrbios do sono;

 Problemas com ações rotineiras;

 Início de dificuldades motoras.


Fase Final:

 Dependência total;

 Incontinência urinária e fecal;

 Tendência em assumir posição fetal;

 Ausência da linguagem voluntária ou não;

 Restrito a cadeira ou ao leito;


 Presença de úlceras por pressão;

 Perda progressiva de peso;

 Infeções urinárias e respiratórias;

 Término da comunicação.
Quarta fase: (Terminal)

 Paciente está completamente dependente das pessoas;

 Linguagem reduzida a simples frases ou até a palavras isoladas, eventualmente,


em perda da fala;

 Apesar da perda da linguagem verbal, podem compreender e responder com


sinais emocionais;
 Agressividade pode estar presente, apatia extrema, cansaço são comuns;

 Não conseguem desempenhar as tarefas mais simples sem ajuda;

 Massa muscular e mobilidade degeneram-se a tal ponto que o paciente tem de


ficar deitado numa cama;

 Perdem a capacidade de comer sozinhos;

 A morte normalmente não é causada pela doença, mas por outro fator externo
(ex.: pneumonia).
Manifestações clínicas:

 Um doente pergunta a mesma coisa várias vezes, mostrando a sua incapacidade


de fixar/memorizar algo novo;

 Palavras são esquecidas, frases são trocadas, muitas permanecendo sem


finalização;

 Apesar da perda da linguagem verbal, os doentes podem compreender e


responder com sinais emocionais.
Testes Neuropsicológicos:

 São de difícil aplicação em pacientes idosos;

 Aplicados por profissionais especializados, sendo úteis em casos fronteiriços na


diferenciação de processos demenciais iniciais.

 Baterias de testes que incluem várias questões e requerem em média 30min para
serem aplicados.
Tratamento:

 Tratamento dos sintomas de comportamento: irritabilidade, agitação, depressão,


alucinação e insónia;

 Tratamento específico: dirigido para tentar melhorar o déficit de memória,


corrigindo o desequilíbrio químico do cérebro. Algumas drogas funcionam melhor
no início da doença, no entanto, seu efeito é temporário, pois a doença continua a
progredir;
 O tratamento permite melhorar a saúde, retardar o declínio cognitivo, tratar os
sintomas, controlar as alterações de comportamento e proporcionar conforto e
qualidade de vida ao idoso e sua família.
Medicamentos psiquiátricos:

 Haloperidol (haldol) – reduz as alucinações, a agressividade, os distúrbios de


humor, a apatia e a disforia (angústia) que são comportamentos que ocorrem com
a evolução da patologia.

 Diazepem (valium) – usado para insónia, ansiedade, agitação motora e


irritabilidade.
Papel Cuidadores:

 Devem estar treinados para tarefas como a alimentação adequada, deglutição,


incontinência urinária, higiene corporal, cuidados físicos e com a pele;

 Responsáveis pela manutenção da segurança física;

 Redução da ansiedade e agitação;

 Controle dos distúrbios do padrão do sono;


 Auxílio na marcha;

 Promoção de independência nas atividades de autocuidado;

 Atendimento das necessidades de socialização;

 Melhoria da comunicação.
Recomendações:

 Fazer o portador de Alzheimer usar uma pulseira, colar ou outro adereço qualquer
com dados de identificação e as palavras “memória Prejudicada”;

 Estabelecer uma rotina diária e ajudar o doente a cumpri-la;

 Espalhar lembretes pela casa (apague a luz, feche a torneira, desligue a TV) pode
ajudá-lo bastante;

 Encorajar a pessoa a vestir-se, comer, ir ao wc, tomar banho autonomamente;


 Limitar as suas opções de escolha. Em vez de oferecer vários sabores de gelados,
ofereça apenas dois tipos;

 Certificar-se de que o doente está a ingerir uma dieta balanceada e praticar


atividades físicas de acordo com as suas possibilidades;

 Eliminar o álcool e o tabaco, pois agravam o desgaste mental;

 Estimular o convívio familiar e social do doente;

 Reorganizar a casa afastando objetos e situações que possam representar perigo.


Doença de Parkinson
Manifestações clínicas:

 Manifestações Motoras:

• Tremor em repouso:
o Sintoma inicial em cerca de 85% pacientes;

o Desaparece perante a ação, mas ressurge quando o membro mantém uma


postura;
o Movimento voluntário atenua o tremor e este desaparece completamente
durante o sono.
• Rigidez Muscular:
o Todo o corpo;

o Inexpressividade facial (diminuição do pestanejar, boca aberta, deglutição


difícil)
• Bradicinesia:
o Lentidão do movimento
 Dificuldade em realizar movimentos repetitivos;

 Depressão, ansiedade;

 Alteração do equilíbrio quando em movimento;

 Instabilidade postural;

 Bradifrenia (pensamento lento);

 Normalmente começa num membro superior estendendo-se pelo resto do corpo;


 O doente fica suscetível e fraco, aumentando o risco de infeções e outros
episódios com potencial mortal.
Escalas:

 Estágio 0: nenhum sinal da doença

 Estágio 1: Doença unilateral

 Estágio 2: Doença bilateral sem déficit de equilíbrio

 Estágio 3: Doença bilateral leve e moderada, alguma instabilidade postural


 Estágio 4: Incapacidade grave, ainda capaz de permanecer de pé sem ajuda

 Estágio 5: Confinado a uma cama ou cadeira de rodas a não ser que receba ajuda
Tratamento:

 Levodopa (exerce efeito sobre sinais e sintomas da doença, sendo o principal


tratamento):
• No início da evolução da doença, à melhoria do tremor, da rigidez e da
bradicinesia e pode ser quase completo.

 Associa-se mais tarde com carbidopa para aumentar a eficácia e reduzir os efeitos
secundários;
 Fisioterapia traz grandes benefícios para os parkinsonianos, principalmente no
que diz respeito à mobilidade, equilíbrio e respiração;

 Tratamento farmacológico isoladamente é ineficaz, por isso, é necessário a


combinação do tratamento fisioterapêutico com o medicamentoso.
Demência vascular
Prevenção:

 Controle da tensão arterial;

 Controle dos níveis de colesterol;

 Evitar gorduras;

 Evitar o excesso de sal.


DÚVIDAS
RECURSOS COMUNITÁRIOS DE
APOIO
Respostas sociais à velhice
Saúde e comunidade
 O idoso sente necessidade de apoio da própria família, isto é, a prestação de
cuidados por parte do conjugue, descendentes ou parentes colaterais, ou por parte
da intervenção conjunta de vários membros da família.
 Instituições ao nível do serviço de apoio domiciliário, que consiste na prestação
de serviços diversificados como alimentação, higiene pessoal, higiene
habitacional e/ou tratamento de roupa.

 Serviço prestado permanentemente (lares e residências) ou parcialmente (centros


de dia, centros de convívio, universidades para a terceira idade).

 Prestação de cuidados informais, por parte dos vizinhos, amigos e/ou


voluntários, sendo pessoas que mostram disponibilidade e vontade
 Prestadores cuidados formais (profissionais e/ou família) apresentam maior
utilidade para as atividades de vida diária simples
O hospital e o seu papel face à pessoa idosa
 É importante existir uma boa relação entre a família e os técnicos de saúde com o
objetivo melhorar o estado emocional da pessoa internada, quer para aumentar a
interação no processo de cura, bem como a integração da família neste processo.

 O hospital desempenha um papel importante na informação e preparação da


doença, bem como a melhor forma de lidar com a mesma.
Outros recursos
Família

 A família proporciona conforto e companhia e, á medida que a idade avança, os


familiares mais próximos tornam-se o centro das suas relações, ajudando tanto nos
cuidados com a saúde como na companhia.

 O papel da família é de acolher, proteger e integrá-lo como membro participante e


valorizado.
 O cuidador pode sofrer de um misto de sentimentos no seu dia a dia e que podem
ser confusos, mas é importante não esquecer que são reações normais e que está a
dar o seu melhor nos cuidados ao doente.

 Se o idoso partilhar as informações acerca da doença bem como os seus


sentimentos com familiares e amigos, vai contribuir para uma maior compreensão
por parte destes o que lhes permitirá prestar o apoio que tanto precisa.
Apoio domiciliário
Serviços prestados no apoio domiciliário:

 Cuidados de higiene e conforto pessoal;

 Higiene habitacional, estritamente necessária à natureza dos cuidados prestados;

 Fornecimento e apoio nas refeições, respeitando as dietas com prescrição médica;

 Tratamento da roupa do uso pessoal do utente;


 Atividades de animação e socialização, designadamente, animação, lazer, cultura,
aquisição de bens e géneros alimentícios, pagamento de serviços e deslocação a
entidades da comunidade;

 Serviço de teleassistência.
Lares de Idosos:
Equipamentos coletivos de alojamento permanente ou temporário.

Serviços assegurados:

 Acolhimento;

 Alimentação;

 Cuidados de saúde;
 Higiene;

 Conforto;

 Convívio e a ocupação dos tempos livres.


Centros de Convívio:
Centros a nível local, que pretendem apoiar o desenvolvimento de um conjunto de
atividades sociais, recreativas e culturais destinadas aos idosos de uma determinada
comunidade. Estes promovem uma participação ativa do idoso.
Centros de Dia:
Apoio dado através da prestação de um conjunto de serviços dirigidos a idosos da
comunidade, cujo âmbito assenta no desenvolvimento de atividades que
proporcionem a manutenção dos idosos no seu meio sociofamiliar.

Objetivos:

 Prestação de serviços que satisfaçam as necessidades básicas;


 Prestação de apoio psicossocial;

 Fomento das relações interpessoais ao nível dos idosos e destes com outros grupos
etários, a fim de evitar o isolamento.

Serviços assegurados:

 Refeições;

 Convívio/ocupação;

 Cuidados de higiene;
 Tratamento de roupas;

 Férias organizadas.
Residência:
Resposta social desenvolvida em equipamento constituído por um conjunto de
apartamentos, com serviços de utilização comum, para idosos com autonomia total
ou parcial.
Serviço de Apoio Domiciliário (SAD):
Resposta social que consiste na prestação de cuidados individualizados e
personalizados no domicílio, a indivíduos e famílias que, por motivo de doença,
deficiência, velhice ou outro impedimento, não possam assegurar de forma
temporária ou permanente, a satisfação das suas necessidades básicas e/ou
atividades da vida diária.
Serviços assegurados:

 Prestação de cuidados de higiene e conforto;

 Arrumação e pequenas limpezas no domicílio;

 Confeção, transporte e/ou distribuição de refeições;

 Tratamento de roupas.

 Acompanhamento ao exterior;
 Aquisição de géneros alimentícios e outros artigos;

 Recreação e convívio;

 Pequenas reparações no domicílio.


Apoio Domiciliário:
Prestação de serviços, por ajudantes e/ou familiares no domicílio dos utentes,
quando estes, por motivo de doença ou outro tipo de dependência, sejam incapazes
de assegurar temporária ou permanentemente a satisfação das suas necessidades
básicas e/ou realizar as suas atividades diárias.
Vantagens:

 Prestação de um serviço de proximidade com cuidados individualizados e


personalizados;

 Preservação da família e da casa que constituem para o idoso um quadro


referencial muito importante para a sua identidade social.
Acolhimento Familiar de Idosos (AFI):
Resposta social que consiste na integração, temporária ou permanente, em famílias
que prestem os cuidados necessários, quando ocorre uma inexistência ou
insuficiência de respostas sociais que possibilitem a integração do idoso ou na
ausência de família que assegure o pleno acompanhamento.
Centro de Acolhimento Temporário de Emergência para Idosos:
Resposta social que consiste no acolhimento temporário a idosos em situação de
emergência social, perspetivando-se o encaminhamento do idoso ou para a família
ou para outra resposta social de carácter permanente.
Centro de Noite (CN):
Resposta social dirigida a idosos com autonomia que desenvolvem as suas atividades da
vida diária no domicílio mas que durante a noite, por motivos de isolamento, necessitam
e acompanhamento.

Situações que pretende colmatar:

 Isolamento geográfico ou social por, respetivamente, residirem longe da comunidade


local e pela ausência de redes de suporte informal que possam dar apoio;
 Solidão, sentimento que pode advir de situações de isolamento;

 Insegurança, traduzida pela incapacidade em lidar com situações perturbadoras


como é por exemplo, a morte ou afastamento da pessoa com quem se residia.
Unidades de Cuidados Continuados:
Respostas residenciais a idosos, que apresentam um maior grau de dependência.
DÚVIDAS
Que possamos cuidar sempre deles com
carinho e paciência!

Grata pela vossa atenção!

Ana Vieira
Referências bibliográficas
Alves, A. (2013). Dimensões da privação na condição de vida dos idosos: desigualdades no meio rural e urbano . Universidade do Minho.

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