democrático é o conceito de cidadania. • Segundo Herbert de Souza, “cidadão é um indivíduo que tem consciência de seus direitos e deveres e participa ativamente todas as questões da sociedade. Tudo que acontece no mundo, acontece comigo. Então eu preciso participar das decisões que interferem na minha vida”. Cidadania Verso e Reverso, 1998. p. 11) • A cidadania está diretamente vinculada aos direitos humanos, uma longa conquistada da humanidade que teve seu reconhecimento formal com a DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, aprovada em 1948 pela ONU. • “Os direitos humanos podem ser constituídos pelas posições subjetivas e pelas instituições jurídicas que, em cada momento histórico procuram garantir os valores da dignidade da pessoa humana, da liberdade, da igualdade e da fraternidade ou da solidariedade” p.155 • Principais Declarações de Direitos: • Código de Hamurabi (1730 a.C) Um dos mais antigos conjuntos de lei já encontrado, o Código de Hamurabi foi criado em 1730 a.C., pelo rei da Caldeia. O objetivo desse código, colocado no templo de Sippar, com outras cópias espalhadas era garantir uma cultura comum e estabelecer normas. • Esse código trata de temas cotidianos e abrange matérias de ordem, civil, penal e administrativa como, por exemplo, o direito da mulher de escolher outro marido caso o seu seja feito prisioneiro de guerra e não tenha como prover a casa, ou a obrigação do homem de prover o sustento dos filhos mesmo que se separe de sua mulher. A essência do Código de Hamurábi consiste no que os juristas chamam de “lei de talião”, a história do “olho por olho, dente por dente”. • Decálogo ou Dez Mandamentos ( 1490 a.C.) O Decálogo é a Lei dos dez mandamentos que foram entregues por Deus ao povo de Israel através de Moisés. O Decálogo foi dado para a constituição da nação judaica, ainda em caminho para Canaã. Os judeus deveriam obedecê-lo de geração em geração para sempre. Esses mandamentos são aceitos tanto pelos cristãos como pelos judeus por fazerem parte dos livros da Bíblia. O Decálogo tal como foi entregue está em Êxodo 20: 3 a 17. • Magna Charta (1215 d.C.) Foi o primeiro diploma que defende os direitos do homem perante ao poder político do Estado. Imposta pelos senhores feudais ingleses ao despótico rei João Plantagenet. Visava limitar os poderes dos reis da Inglaterra. • Petição de Direitos (1628) A Petição de Direitos ordenava em onze artigos, que o monarca inglês Charles I Stuart respeitasse a liberdade de decisão do Parlamento da Inglaterra e garantisse a liberdade de e segurança de cada cidadão. • A Lei de Habeas Corpus (1679) O habeas corpus já existia na Inglaterra com a Magna Charta, com o mandado judicial em caso de prisão arbitrária, entretanto, tal dispositivo não possuía tanta eficácia. Assim, em 1679, o rei James II Stuart garante aos acusados, por qualquer delito, não preso em flagrante, que aguarde seu julgamento em liberdade (“tenha seu corpo livre”). • Declaração de Direitos – Bill of Rights (1689) Tal declaração, ao criar uma monarquia parlamentar, colocou fim ao absolutismo na Inglaterra, submetendo o rei à lei votada pelo Parlamento. • Declaração dos Direitos da Virginia (1776) UMA DECLARAÇÃO DE DIREITOS formulada pelos representantes do bom povo da Virgínia, reunidos em assembléia geral e livre; direitos que pertencem a eles e à sua posteridade, como base e fundamento do governo. Os americanos influenciados pelo iluminismo europeu reconhecem a igualdade básica de todo ser humano, a liberdade de pensamento e de crença, a liberdade de voto, a liberdade de imprensa, a divisão das funções do Estado. Entre outros direitos. • Declaração dos direitos do homem e do cidadão (1789) Tal diploma garante as liberdades fundamentais e proclama a soberania da nação, o primado da lei e a divisão de poderes do Estado. • Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) Assinada em Assembleia Geral das Nações Unidas em 1948, após os horrores praticados por ambos os lados na Segunda Guerra Mundial, é criado um diploma que consagra o ápice dos Direitos Humanos.
SCHWARCZ, M. Lilia. STARLING, M. Heloísa. No fio da navalha: ditadura, oposição e resistência In SCHWARCZ, M. Lilia. STARLING, M. Heloísa Brasil: uma biografia. Companhia das Letras, São Paulo – SP, p. 437-466.