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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

ESCOLA DE ENGENHARIA
ENGENHARIA GEOLÓGICA
1º SEMESTRE / 2016

ELETRICIDADE APLICADA
CÁLCULO DE DEMANDA
DEMANDA DE POTÊNCIA ELÉTRICA
• Representa a quantidade de energia elétrica que é transformada em trabalho.
• Ela é medida por aparelho integralizador.
• Essa medição ocorre a cada 15 minutos.
• Esse aparelho é conhecido como “Medidor de Demanda”.
• A unidade de medida usual é o kW, que significa mil Watts.

A similaridade entre as siglas kWh (energia) e kW (demanda) causa, por vezes,


confusão no seu entendimento.
Do ponto de vista conceitual, energia e demanda estão intimamente relacionadas.
Do ponto de vista físico, são grandezas completamente distintas.

Para a DEMANDA, a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL estabelece duas


tarifas:
Monônia - que é aquela que mede apenas o consumo energia elétrica, sendo utilizada
para todos os clientes de menor porte (aqueles ligados em baixa tensão – Grupo B) a
exemplo das residências e pequenos comércios, fazendo uso apenas do medidor de
energia.
Binômia - Que contempla, de forma individualizada, dois componentes:
(a) custo com o consumo em megawatt-hora; e
(b) custo com a demanda em quilowatt.
Ela é obrigatória para todos os consumidores de grande porte (aqueles que são ligados em
alta tensão – Grupo A), a exemplo das grandes indústrias, onde se utiliza o medidor de
energia, como também o medidor de demanda.

Demanda Contratada - Demanda de potência ativa a ser obrigatória e continuamente


disponibilizada pela DISTRIBUIDORA, no ponto de entrega;
Esse fornecimento deve ocorrer conforme o valor e o período de vigência fixados no
contrato de fornecimento;
Esse valor deverá ser integralmente pago, sendo utilizado, ou não, durante o período de
faturamento;
Ele é expresso em quilowatts (kW).

Para a demanda contratada, deverá ser observado o valor mínimo contratável de 30 kW,
excetuados os casos em que a tensão de fornecimento tenha sido estabelecida pela
DISTRIBUIDORA nos termos do artigo 13 da Resolução ANEEL nº 414/2010.
Demanda de Ultrapassagem

Parcela da demanda medida que excede o valor da demanda contratada, expressa em


quilowatts (kW).

DULTRAPASSAGEM(p)= [PAM(p) -PAC(p)] × 2 × VRDULT(p),


Onde:
DULTRAPASSAGEM(p) = valor correspondente à demanda de potência ativa por posto horário “p”,
quando cabível, em Reais (R$);
PAM(p) = demanda de potência ativa medida em cada posto horário “p” no período de
faturamento, quando cabível, em quilowatt (kW);
PAC(p) = demanda de potência ativa contratada, por posto horário “p” no período de
faturamento, quando cabível, em quilowatt (kW);
VRDULT(p) = valor de referência equivalente às tarifas de demanda de potência aplicáveis
aos subgrupos do grupo A ; e
p = indica posto horário, ponta ou fora de ponta.

O procedimento descrito deverá ser aplicado sem prejuízo do disposto no artigo 165 da
Resolução ANEEL nº 414/2010, que trata do aumento de carga.
Demanda Faturável
Valor da demanda de potência ativa, considerada para fins de faturamento, com aplicação
da respectiva tarifa, expressa em quilowatts (kW).

Demanda Máxima
Maior demanda verificada durante um período de tempo definido.

Demanda Medida
Maior demanda de potência ativa, verificada por medição, integralizada no intervalo de 15
(quinze) minutos durante o período de faturamento, expressa em quilowatts (kW).

Demanda Média
Relação entre a quantidade de energia elétrica utilizada durante um período de tempo
definido e esse mesmo período.
DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA INSTALADA E DEMANDA

POTÊNCIA INSTALADA –
Potência instalada (Pinst) = Potência nominal (Pn) =

Na prática, não é econômico dimensionar as instalações elétricas com base somente na


potência nominal, pois a Potência demandada (Pd) sempre é inferior à potência nominal.

DEMANDA – Soma das potências elétricas instantâneas solicitadas ao sistema elétrico,


expressa em quilowatts (kW), quilovolt-ampère-reativo (kVAr) ou quilovolt-ampère
(kVA).

FATOR DE DEMANDA – É a razão entre a demanda máxima (em um tempo


determinado) e a potência máxima instalada.
Podemos entender FATOR DE DEMANDA, com o exemplo abaixo:

1 residência - 1 sala, 1 banheiro, 1 cozinha, 2 quartos


- 1 chuveiro elétrico;
- 2 aparelhos de condicionamento de ar;
- 1 televisão
- 3 lâmpadas (sala), 1 lâmpada (banheiro), 2 lâmpadas (cozinha), 2
lâmpadas (por quarto);
- 1 refrigerador;
- 1 fogão de micro ondas;

O chuveiro utilização de 4 banhos de 15 min/dia;


Aparelhos de condicionamento de ar utilizados 7 horas/dia;
Televisão ligada 10 horas/dia;
Lâmpadas ligadas (em média) 6 horas/dia;
Refrigerador liga o compressor 8 vezes/dia;
Forno de micro ondas 10 min/dia

A potência instalada > potência utilizada por dia


A DEMANDA é relativa a média de utilização de potência da carga instaladas
MÉTODO DO CÁLCULO

A demanda da unidade consumidora pode ser calculada a partir da carga declarada


compatibilizada com as previsões mínimas do ANEXO D e item 7.2.2 do Regulamento
das Instalações Consumidoras (RIC), através da seguinte expressão:

D(kVA) = (a + b + c + d + e + f)
Sendo:
a= Demanda de iluminação e tomadas, calculada conforme ANEXO D; b=Demanda
dos aparelhos para aquecimento (chuveiros, aquecedores, fornos, fogões, etc.),
calculada conforme ANEXO I;
c= Demanda dos aparelhos de condicionador de ar, tipo “janela”, calculada conforme
ANEXOS E e F, (unidade em kVA);
d= Demanda das unidades centrais de condicionadores de ar, calculadas a partir das
respectivas correntes máximas totais (valores fornecidos pelos fabricantes),
considerando o fator de demanda de 100%;
e= Demanda dos motores elétricos e máquinas de solda a motor, calculada conforme
ANEXO G;
f= Demanda das máquinas de solda a transformador, aparelhos de eletrogalvanização e
de raios-X, calculada conforme ANEXO H.
ANEXO D
Na tabela do ANEXO D, podemos ver que a segunda coluna determina a carga mínima
para cada caso:

O uso dessa coluna é feito da seguinte maneira:

Terminada a distribuição de :
- Pontos de luz;
- Tomadas;
- Demais cargas;

Somar toda a carga e determinar a carga instalada;


Feito isso, calcular a área da construção;
Dividir a carga instalada pela área de construção;
Verificar a utilização do prédio e observar a segunda coluna da tabela;
Se o valor ficar inferior ao valor da tabela, CONSIDERAR O VALOR DADO COMO
MÍNIMO.
São considerados APARELHOS DE AQUECIMENTO:

• CHUVEIROS ELÉTRICOS;

• FORNOS ELÉTRICOS;

• CAFETEIRAS ELÉTRICA;

• ESTUFAS;

• AQUECEDORES DE AR (direto ou indireto);

• SECADORAS DE ROUPA;

• LAVADOURAS DE LOUÇA;
Determinada a demanda e considerando:

- Valor da demanda calculada;


- Tensão de alimentação do sistema;

Verificamos o ANEXO J do RIC onde obteremos as seguintes informações de projeto:

• Tipo de Medição - DIRETA ou INDIRETA;


• Disjuntor Termomagnético de proteção de entrada;
• Secção do condutor de ligação (cobre ou alumínio);
• Secção do ramal de entrada (cobre isolado);
• Secção do ramal de aterramento (cobre isolado);
• Secção do ramal de proteção (cobre isolado);
• Diâmetro do eletroduto do ramal de entrada (aço ou PVC);
• Diâmetro do eletroduto de aterramento (PVC);
• Diâmetro do eletroduto de proteção (PVC);
• Maior potência de motor que pode ser instalado ou máquina de solda (FF, FN, FFF);
• Limite máximo de potência resistiva individual ( FF, FN).
Para sistemas 220/127, cargas instaladas abaixo de 15 kW não necessitam de calculo de
demanda; para sistemas 380/220, o limite é de 25 kW
PREVISÃO DE CARGA
Além da previsão de carga demandada no projeto, para tomadas e iluminação (ANEXO
D), devemos considerar valores mínimos para potência de força motriz (motores)
1. Unidade consumidora residencial – prever 1,1 kVA - Estas potências se referem à previsão
para aparelhos de condicionador de ar tipo “janela”;
2. Unidade consumidora residencial pertencente a centro de medição :
• 1 kVA/unidade até 40 m2;
• 1,5 kVA/unidade entre 40 e 50 m2;
• 2 kVA/unidade maior que 50 m2;
(No caso de previsão de aparelho condicionador de ar tipo “split”, com potência até 3.600W ou 4 kVA
(30.000 BTU/h), considerar como sendo de “janela”. Para potências superiores, considerar como
aparelho condicionador de ar central)
3. Salas e escritórios – 1 kVA/15 m2 se não houver unidade central de refrigeração - Estas
potências se referem à previsão para aparelhos de condicionador de ar tipo “janela”;
4. Lojas e semelhantes :
• 3 kVA/unidade de até 30 m2 de área construída;
• 5 kVA/unidade de área superior a 30m2 de área construída;
(Estas potências se referem à previsão para motores, devendo a diferença entre estes valores e a carga
instalada em motores (kVA) e/ou condicionadores de ar tipo “janela” (kVA), quando positiva, ser
considerada como um único motor e convertida em CV, para efeito de utilização da tabela do ANEXO
G. Adota-se a potência em CV mais próxima do valor convertido e sua respectiva carga em kVA. )
QUEDA DE TENSÃO

Considerando que:
• Todos os condutores possuem uma certa resistência;
• Que essa resistência é diretamente proporcional ao comprimento do condutor;
• Que devemos entregar, em toda a instalação, a mesma tensão;

Então:
Para instalações muito longas devemos calcular o valor da queda de tensão, utilizando a
fórmula;

D v ( % )=
√ 3 × I ×l × Z ×100
Vn
onde:
Dv – Queda de tensão em %;
Vn – Tensão de linha em Volts;
I – Corrente de carga (utilizar a corrente nominal do disjuntor) em Ampéres;
l - Comprimento do circuito em Km;
Z – Impedância do condutor em /Km
A tabela anterior permite o cálculo da impedância Z da equação de queda de tensão,
através da equação:
Z =R cos φ+ Xsenφ
ou

Z =R+ jX
onde:
Z – impedância do condutor, em /Km;
R – Resistência do condutor, em /Km; (retirado da tabela)
X – Reatância do condutor, em /Km; (retirado da tabela)
j - Ângulo de fase

OBS: O ângulo de fase é calculado pela fórmula:


X
φ=arc tan
R

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