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Doenças e cirurgias do

sistema respiratório
Professora:Luciana Pianca Bof
Revisão da anatomia e fisiologia

 O sistema respiratório é o responsável pela entrada do ar


que contém oxigênio e pela eliminação do gás carbônico
resultante do metabolismo celular.
 O sistema respiratório conta com diferentes órgãos: os que
formam o trato respiratório superior: fossas nasais,
faringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos - , e os
que compõem o trato inferior – os dois pulmões e as
pleuras que o revestem.
 Os pulmões se dividem em partes chamadas de lobos: dois
no pulmão esquerdo e três no pulmão direito. A pleura
possui dois folhetos: um deles, chamado de parietal, fica
em contato com as costela e os músculos intercostais, o
outro chamado de visceral, fica em contato direto com os
pulmões.
Revisão da anatomia e fisiologia

 Ospulmões são formados por milhões de


pequenas estruturas em forma de saco
chamados de alvéolos, é neles que ocorrem
as trocas gasosas.
O sistema respiratório pode ser acometido
por uma série de doenças, e muitas delas
necessitam somente de tratamento clínico.
Anatomia e fisiologia

 Existe um espaço entre elas


chamado Compartimento Pleural
 Contém:uma certa quantidade
de líquido límpido e incolor que
vai de 0,1 a 0,2 ml/kg de peso
corporal
 serve como lubrificante -
superfícies pleurais se
movimentam sem atrito
Câncer de pulmão

 Atinge principalmente homens acima de 60 anos.


 Mortalidade aumentada por esse tumor porque,
ao ser diagnosticado, a doença algumas vezes já
disseminou para outros órgãos.
 Fatores de Risco: o principal é o cigarro,
responsável por 90% dos casos. Outro fator de
risco é a exposição ocupacional permanente a
diversas substâncias existentes na atmosfera e
histórico familiar de câncer de pulmão.
Sinais e sintomas
 Maioria das vezes assintomático
 Tosse seca e persistente
 Rouquidão
 Escarros hemoptoicos
 Dispneia
 Sibilos
 Febre frequente
 Pneumonia de repetição
 Dor no tórax
 Fraqueza
 Anorexia
 Perda de peso
Diagnóstico e tratamento

A maneira mais fácil de diagnosticar o câncer de pulmão é por


meio da radiografia de tórax, complementada pela tomografia
computadorizada. A broncoscopia é outro importante recurso
diagnostico porque permite um estudo detalhado da traqueia
e dos brônquios e permite a realização de raspagens, lavagens
e biópsias de áreas suspeitas.
 Em alguns casos pode ser necessário realizar a cirurgia do
tórax – toractomia, nesse caso chamado de toracotomia
exploradora, O procedimento visa remover uma pequena
quantidade de tecido pulmonar para análise.
Tratamento

 Existem três possibilidades para o tratamento do


câncer de pulmão: cirurgia, quimioterapia e
radioterapia.
O tipo de tratamento vai depender do tipo das
células cancerígenas, o tamanho e a localização
do tumor e se existe comprometimento de
linfonodos.
Toracotomia

 Ressecção de parte ou de todo o pulmão.


O procedimento mais comum para um
tumor pequeno é a lobectomia, na qual só
é removido um lobo do pulmão.
 Cuidados de enfermagem no pré-
operatório: ensinar o paciente uso da
respiração diafragmática, exercício de
tosse, uso de espirômetro de incentivo.
Derrame Pleural

O acúmulo de líquido na cavidade pleural chama-


se derrame pleural.
A formação do derrame pleural envolve um
ou mais dos mecanismos capazes de aumentar a
entrada ou de diminuir a saída de líquido no espaço
pleural.
 QuadroClínico: dor, dispnéia e tosse seca. A dor
provém do acometimento da pleura parietal,
geralmente por processos inflamatórios, como nas
pneumonias e na tuberculose pleural.
Pneumotórax

DEFINIÇÃO: Ocorre quando a pleura parietal ou visceral é rompida e


o espaço pleural fica exposto à pressão atmosférica positiva.
Pneumotórax

A pressão no espaço pleural é negativa


ou subatmosférica.
 Essa
pressão negativa é importante para
manter a insuflação pulmonar.
 Quando ambas as pleuras são rompidas, o
ar penetra no espaço pleural e o pulmão ou
uma porção dele se colaba.
Pneumotórax Simples Pneumotórax Traumático

 Espontâneo.  O espaço pleural ou


 Associa-se a doença entra nesse espaço por
pulmonar intersticial meio de uma ferida na
difusa e enfisema grave. parede torácica. O ar
escapa de uma
 Ocorre quando o ar
laceração no próprio
penetra no espaço
pulmão e penetra.
pleural através de uma
ruptura da pleural  Pode ser fechado e
parietal ou visceral. aberto.
Hemotórax
 Coleção de sangue no espaço pleural
Hemopneumotórax
 Acúmulo de ar e sangue no espaço pleural
Drenagem de tórax

 Depois da cirurgia de tórax, eles são


empregados para reexpandir o pulmão
afetado e retirar o excesso de ar, líquido e
sangue acumulados em um dos espaços
pleurais. Existem vários tipos de sistemas
de drenagem do tórax, desde os mais
tradicionais até os mais modernos.
Dreno de tórax

 Dreno feito de material plástico


 Frasco Graduado a cada 50 ml
 Tem capacidade de 250, 500, 1000 e 2000 ml
Drenagem simples ou drenagem fechada
sem aspiração
 Neste sistema, o líquido pleural escoa pelo dreno e por um tubo de
borracha esterilizada, do tórax do paciente até o frasco, que deve
possuir uma tampa perfurada por um tubo longo. A ponta do tubo
longo precisa ficar submersa por 2cm em água esterilizada ou soro
fisiológico – o que é chamado de selo d’água – para impedir a entrada
de ar na cavidade da pleural. A parte externa do frasco deve
possibilitar a marcação da data e a hora em que foi controlado o nível
de drenagem.
 Por questão de segurança, durante o transporte, a borracha que fica
entre o dreno e o frasco deve ter sido pinçada duplamente. Ao receber
o paciente, é necessário colocar o frasco abaixo da cama e,
imediatamente, soltar as pinças.
Dreno de tórax
Drenagem simples ou drenagem fechada
sem aspiração
 Deverá ser informado no rótulo do selo d’água a quantidade exata de soro
fisiológico que foi utilizado e a hora.
 No pós - operatório imediato, é preciso marcar o volume drenado a cada hora.
Drenagens superiores a 100 ml podem indicar sangramento e devem ser
comunicados ao enfermeiro de plantão.
 O nível de líquido oscila com a respiração, assim, a ausência de oscilação
poderá indicar obstrução do circuito por coágulos.
 A troca do frasco de drenagem por outro limpo e esterilizado deve ser feita a
cada 24h. Antes de abrir o frasco, sempre pinçar a borracha intermediária e
rosqueie a tampa do frasco de maneira correta, para evitar a entrada de ar
na cavidade torácica.
Cuidados de enfermagem
 Colocar um tubo de borracha esterilizada com cerca de 2
metros entre o dreno de tórax e o tubo mergulhado no selo
d’água, para facilitar a movimentação do paciente.
 Manter o frasco de drenagem ao menos 1 metro abaixo do
nível do tórax do paciente
 Fixar a borracha que fica entre o dreno e o frasco para
propiciar maior conforto e prevenir o doloroso deslocamento
ou mesmo arrancamento do dreno torácico.
 Encorajar o paciente a deambular assim que permitido pelo
médico, cuidando para não formar curvas acentuadas, dobras
ou acotovelamentos na borracha de drenagem e mantendo
sempre o frasco coletor abaixo do nível da cintura
Cuidados de enfermagem
 Trocardiariamente, ou sempre que necessário, o curativo da pele ao
redor do dreno torácico, utilizando solução antisséptica e relatar
qualquer anormalidade
 Orientar o paciente a manter a borracha sem formação de curvas para
evitar a formação de coágulos, não deitar em cima da borracha para
não obstrui-la e evitar movimentos bruscos que poderiam tracioná-la,
provocar desconexões, deslocamentos ou mesmo arrancar o dreno
torácico.
 Evitar pinçamento prolongado na borracha de drenagem
 Nunca tampar o suspiro do frasco coletor
 Avisar
imediatamente o médico em caso de sangramento ou desconexão
acidental do dreno de tórax.
 Se
houver arrancamento acidental do dreno de tórax, realizar curativo
compressivo imediatamente no local e comunicar o médico
Drenagem com aspiração
 A aspiração está indicada para pacientes que não conseguem
aumentar a pressão pleural pela tosse, como nos casos de pós-
operatório de cirurgia torácica.
 Esse sistema necessita de dois frascos: o primeiro é igual ao do
sistema de drenagem simples; o segundo precisa de três tubos na
tampa: um longo e dois curtos. O tubo longo, chamado de respiro,
precisa ficar imerso no soro fisiológico. O nível de imersão do respiro
no soro varia conforme se deseje aumentar ou diminuir a pressão
negativa da aspiração e é estabelecido pelo médico. Os tubos curtos
ficam acima do nível do soro. Um dos tubos curtos se comunica com
o frasco coletor e o segundo com a fonte de aspiração, geralmente o
vácuo de parede.
Cuidados de enfermagem

 Se o paciente precisar de aspiração, o frasco a ser


utilizado é o que possui três compartimentos: um para a
coleta, um para o selo d’água e o terceiro para a
aspiração chamada de úmida, porque é colocado soro
fisiológico, tanto no compartimento do selo d’água em
nível de 2cm, quanto no de aspiração. Esse tipo de frasco,
também possibilita fazer aspiração a seco, não sendo
necessário colocar soro no compartimento de aspiração.
Drenagem com aspiração
Curativo
Traqueostomia

 Procedimento cirúrgico realizado em situação de


emergência ou programado que consiste em uma abertura
na traqueia para colocação de uma cânula que ajudar na
passagem do ar. A traqueostomia é feita com vários
objetivos: substituir um tubo endotraqueal para
possibilitar o uso de respirador mecânico por longo prazo,
evitar aspiração de secreções da boca e do estômago em
pacientes inconscientes, possibilitar a aspiração de
secreções traqueobrônquicas, permitir que pessoas com
obstrução da via aérea superior respirem, como nas
situações de emergência
Traqueostomia
Traqueostomia

 Pode ser definitiva ou temporária


 Quando a traqueostomia é definitiva, geralmente
utiliza-se cânula metálica, composta de um
cânula externa, outra interna e, ainda, de um
obturador, que serve de guia para introdução da
cânula. Essa cânula é presa ao paciente apenas
por meio de um cadarço e amarrado ao pescoço.
Cuidados de enfermagem
 Comunicar ao paciente que no pós-operatório ele não poderá mais falar,
devendo comunicar-se por meio da escrita ou gestos. Com o tempo, ele
conseguirá falar, desde que feche o orifício da traqueostomia.
 Se o paciente for masculino e usar barba grande, realizar tricotomia no
pescoço.
 Munir a unidade do paciente com o material necessário para aspiração
de secreções no pós-operatório: sondas de aspiração traqueal, luvas,
gazes soro fisiológico, oxigênio e aspirador
 Monitorar frequência respiratória
 Aspiração com uso de técnicas assépticas
 Colocar o paciente em posição de semi-fowler para facilitar a ventilação
Cuidados de enfermagem

 Desinsuflar o balonete das cânulas descartáveis de duas


em duas horas por um espaço de 15 minutos para evitar
necrose da mucosa traqueal
 Trocar o curativo ao redor da traqueostomia, utilizando
luvas esterilizadas e técnica asséptica, a troca do cadarço
deve ser feita com a ajuda do enfermeiro.
 A cânula metálica interna deve ser trocada ou limpa ao
menos uma vez ao dia ou sempre que necessário, quando
o paciente tiver com muita secreção espessa.
Complicações

 Sangramento
 Aspiração e infecção respiratória
 Asfixia por obstrução da cânula
 Enfisema subcutâneo, principalmente no pescoço. Ao
comprimir um enfisema subcutâneo, tem-se a sensação de
estar achatando pequenas bolsas de ar.

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