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QUÍMICA – 11º ANO

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1. Equilíbrio químico
1.1 Aspetos quantitativos das reações químicas

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1.1.1 Reações químicas

Uma reação química pode ser traduzida por meio de uma equação química.
Esta é constituída por dois membros separados por setas que indicam o sentido
da reação direta (→) ou que traduzem a situação de equilíbrio ( ). Considera-
se que à esquerda se encontra o membro onde se representam os reagentes e,
no membro do lado direito, se encontram representados os produtos da reação.
Os reagentes e os produtos da reação são representados pelas respetivas
fórmulas químicas e são afetados pelos coeficientes estequiométricos, isto é, a
proporção em que os reagentes reagem e os produtos se formam no decurso da
reação.

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Deverão, ainda, ser indicados os respetivos estados físicos.

Estado físico Símbolo


Sólido (s)
Líquido (l)
Gasoso (g)
Solução aquosa (aq)

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Os cálculos estequiométricos permitem prever as quantidades de reagentes
gastas e de produtos formados.

Para estes cálculos torna-se necessário rever os seguintes conceitos:

1. Quantidade de matéria/n
Unidade SI mole (mol)

2. Número ou Constante de Avogadro/NA – número de entidades ou


partículas (átomos, moléculas, iões, eletrões, …) presentes numa unidade de
quantidade de matéria (1 mol).

NA = 6,022 x 1023 mol-1

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3. Massa molar/M – massa por unidade de quantidade de matéria (por 1 mol)
Unidade usual – g.mol-1

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4. Volume molar/Vm – Volume ocupado por uma unidade de quantidade de
matéria (1 mol) para um gás.
Unidade usual – dm3.mol-1

Vm = 22,4 dm3.mol-1 (PTN)

5. Concentração (concentração molar) – Quantidade de matéria de soluto


por unidade de volume de solução.
Unidade usual - g.dm-3

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Dado que, durante as reações químicas, não há criação nem destruição de
átomos, estes apenas se reorganizam de um modo diferente, as equações
químicas devem estar (ser) acertadas, isto é, devem estar de acordo com a Lei de
Lavoisier ou Lei da conservação da massa.

Lei de Lavoisier – Em qualquer reação química a massa total dos


reagentes é igual à massa total dos produtos da reação.

Nas reações em que intervêm iões,


verifica-se também conservação da carga
elétrica, pelo que as equações devem,
também, estar conformes.

Antoine Laurent Lavoisier


1743 - 1794

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Vejamos um exemplo e o modo como deve (pode) ser lida uma equação química:
3HCl(aq) + Al(OH)3(s) → AlCl3(aq) + 3H2O(l)
Leitura:
(3HCl(aq)) – Três mole de ácido clorídrico em solução aquosa…
(+) - …reagem com…
(Al(OH)3(s)) - … 1 mole de hidróxido de alumínio sólido…
(→) - …originando…
(AlCl3(aq)) - …um mole de cloreto de alumínio em solução aquosa…
(+) - …e…
(3H2O(l)) - … três mole de água no estado líquido.

Ou, em termos de massa, atendendo às respetivas massas molares:


M(HCl) = 36,5 g.mol-1
M(Al(OH)3) = 78 g.mol-1
M(AlCl3) = 133,5 g.mol-1
M(H2O) = 18 g.mol-1

109,5 (3x36,5) g de ácido clorídrico em solução aquosa reagem com 78 g de


hidróxido de alumínio sólido, originando 133,5 g de cloreto de alumínio em solução
aquosa e 54 (3x18) g de água no estado líquido.

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No caso de uma reação química em fase gasosa (em condições PTN), a
respetiva equação pode ainda ser lida como se segue:
3H2 (g) + N2(g) → 2NH3(g)

67,2 dm3 de hidrogénio reagem com 22,4 dm3 de nitrogénio (azoto) originando
44,8 dm3 de amoníaco

ou mesmo

3 mol de hidrogénio reagem com 17 g de nitrogénio (azoto) originando 44,8 dm 3


de amoníaco

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Os coeficientes estequiométricos representam, então, a proporção em que as
diferentes substâncias intervêm na reação. Tal facto permite determinar as
quantidades de reagentes e/ou produtos que reagem ou que se formam numa
dada reação, sabendo as quantidades presentes de outros.
Vejamos um primeiro exemplo.

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Resolve, agora, o seguinte problema:

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Também é possível determinar a(s) quantidade(s) de reagente(s) utilizada(s),
sabendo qual/quais a(s) quantidade(s) de produto(s) obtido(s).
O exercício seguinte ilustra esta situação.

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1.1.2 Reagente limitante e reagente em excesso
Na maior parte dos casos temos mais do que um reagente, e estes nem
sempre se encontram nas proporções estequiométricas. Uma reação química
completa cessará, então, quando um dos reagentes se esgotar. Este é o
reagente limitante. O(s) restante(s) é/são o(s) reagente(s) em excesso.

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Um exemplo prático poderá ser o seguinte:
Se para se fazer uma tosta de queijo são necessárias duas fatias de pão e uma
fatia de queijo e se dispusermos de dezoito fatias de pão e dez fatias de queijo,
quantas tostas se poderão fazer?

2 fatias de pão − 1 fatia de queijo


18 fatias de pão − x

x = 9 fatias de queijo

As fatias de pão serão um exemplo de um reagente limitante, isto é, aquele que


se esgota totalmente. As fatias de queijo são um exemplo de um reagente em
excesso, dado que se utilizam nove fatias mas possuem-se dez, logo uma fatia vai
ser excedente.
É o reagente limitante que vai determinar a quantidade de produto formado.

2 fatias de pão − 1 tosta


18 fatias de pão − x

x = 9 tostas

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Pode verificar-se, também, o reagente limitante por ser aquele que apresenta
menor quociente entre a quantidade de matéria (número de moles) inicial e o
respetivo coeficiente estequiométrico.
Por exemplo, se para a reação de síntese do amoníaco
3H2 (g) + N2(g) → 2NH3(g)

se fizerem reagir 15o mol de hidrogénio com 100 mol de nitrogénio teremos as
seguintes relações

pelo que o hidrogénio será o reagente limitante.

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Vejamos, agora, o seguinte problema:

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Resolve, agora, o seguinte problema:

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1.1.3 Grau de pureza de uma amostra
Em grande parte das situações, os reagentes não se encontram puros, isto é,
encontram-se misturados com outros produtos, que se consideram ser
impurezas. Estas, obviamente, não devem ser consideradas para os cálculos
das quantidades a utilizar ou possíveis de obter. O grau de pureza é, geralmente,
expresso em percentagem de massa.

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Vejamos o seguinte exemplo:

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Resolve o problema seguinte:

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1.1.4 Rendimento de uma reação química

Na maior parte das reações químicas não se obtem a totalidade dos produtos
teoricamente prevista, ou seja, as reações químicas não são, maioritariamente,
completas. Tal significa que o seu rendimento é inferior a 100%.
O rendimento pode calcular-se pela fórmula:

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Para além doe casos de reações incompletas também podem ocorrer reações
secundárias que diminuem o rendimento da reação principal.

Combustão
Incompleta Completa

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Vejamos o seguinte
exemplo:

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Resolve o problema seguinte:

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Vamos, agora, resolver problemas em que todas as situações anteriores se
verifiquem.

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Resolve, agora, mais dois problemas.

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