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AULA 8 – 26/11/2020

Tema 2 - Direito Diplomático e Consular


Tema 1 - Órgãos da Política
2.1 - Conceito de Diplomacia;
Externa
2.2 - Conceito de Direito Diplomático e Consular;
1.1 - Política Externa - Conceito
2.3 - Tratados sobre o DDC;
1.2 - Órgãos da Política Externa
2.4 - Missões Diplomáticas;
1.3 - Órgãos Internos da Política Externa
2.5 - Funções das Missões diplomáticas;
1.4 – Órgãos Externos da Política
Externa 2.6 - Categorias das Missões Diplomáticas;

1.5 - Princípios da Política Externa da 2.7 - Corpo Diplomático;


República de Moçambique 2.8 - Privilégios e Imunidades das Missões
Diplomáticas e dos seus membros.

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Política Externa

A Política Externa define-se como o conjunto de objectivos


políticos que um determinado Estado procura alcançar nas suas
relações com os demais actores do sistema internacional.

Reynolds considera a Política Externa “como o conjunto de


acções de um Estado nas suas relações com outras entidades que
também actuam no cenário internacional, com o objectivo de
promover o interesse nacional definido em termos de poder.”

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Política Externa (cont. 1)

A política externa é geralmente concebida de modo a


procurar proteger os interesses nacionais do país, em
especial a segurança nacional, a prosperidade económica e
valores (símbolos, cultura e identidade nacional). A
prossecução dos objectivos da Política Externa pode ser por
via pacífica (cooperação internacional) ou por meios
violentos (agressão, guerra, exploração).

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Órgãos da Política Externa

Órgãos Internos e Externos da Política Externa


1.2 – Órgãos Internos – são internos os órgãos de relações externas
que se encontram sempre dentro do território do Estado. Estes são:
 Chefe de Estado;
 Governo e o seu Primeiro Ministro;
 Ministério dos Negócios Estrangeiros e seu titular.
Em conformidade com o Direito Internacional, estes são representantes
do Estado em todos os âmbitos das relações externas.

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Órgãos da Política Externa (cont. 1)

Órgãos Externos da Política Externa


 Representações Diplomáticas- Embaixadas e Missões Diplomáticas;
 Representações consulares;
 Representações comerciais;
 Representações permanentes dos Estados nas OI´s.
Além dos órgãos externos permanentes, existem ainda os órgãos
externos temporários: (missões especiais enviadas a outros Estados
para assistir cerimónias, manter negociações, etc. Delegações
enviadas para participar em conferências internacionais, etc.).

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Ministério dos Negócios Estrangeiros
da República de Moçambique

Criado pelo Decreto Presidencial nr. 2/94, de 21


de Dezembro, o Ministério dos Negócios
Estrangeiros e Cooperação (MINEC), é o Órgão
Central do Aparelho de Estado que dirige e
coordena a implementação e execução das
políticas externa e de cooperação internacional
da República de Moçambique, e tem como
objectivos:
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Ministério dos Negócios Estrangeiros
da República de Moçambique

a)  Promover as relações de amizade e cooperação com os


outros povos;
b) Garantir a defesa dos interesses do Estado no plano
internacional e dos cidadãos moçambicanos residentes no
estrangeiro;
c) Promover a paz e segurança internacional;
d) Desenvolver relações políticas, económicas, sociais,
culturais e técnico-científicas com a comunidade
internacional;
e) Assegurar a harmonização das políticas de cooperação.
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Princípios de Orientação da Política Externa
da República de Moçambique

A política externa de Moçambique guia-se pelos


princípios fundamentais consagrados na Constituição da
República, conforme os Artigos 17 a 22 da mesma. Assim
sendo, a política externa pauta-se pelos seguintes
princípios:
 Estabelecimento de relações de amizade e
cooperação com outros Estados na base dos
princípios de respeito mútuo pela soberania e
integridade territorial, igualdade, não interferência nos
assuntos internos e reciprocidade de benefícios;
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Princípios de Orientação da Política
Externa da República de Moçambique

 Observância e aplicação dos princípios da Carta da


Organização das Nações Unidas e da Carta da União Africana;
 Solidariedade para com a luta dos povos e Estados africanos,
pela unidade, liberdade, dignidade e direito ao progresso
económico e social;
 Busca e reforço das relações com países empenhados na
consolidação da independência nacional, da democracia e na
recuperação do uso e controlo das riquezas naturais a favor
dos respectivos povos;

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Princípios de Orientação da Política Externa
da República de Moçambique (cont. 1)

 Luta pela instauração de uma ordem económica


justa e equitativa nas relações internacionais;
 Apoio e solidariedade com a luta dos povos pela
libertação nacional e pela democracia;
 Concessão de asilo político aos estrangeiros
perseguidos em razão da sua luta pela
libertação nacional, pela democracia, pela paz e
pela defesa dos direitos humanos;
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Princípios de Orientação da Política Externa
da República de Moçambique (cont. 2)

 Manutenção de laços especiais de amizade e cooperação com os


países da região, com os países de língua oficial portuguesa e
com os países de acolhimento de emigrantes moçambicanos;
 Prosseguimento de uma política de paz, só recorrendo à força em
caso de legítima defesa;
 Defesa e primazia da solução negociada dos conflitos;
 Defesa do princípio do desarmamento geral e universal de todos
os Estados;
 Contribuição para a transformação do Oceano Índico em zona
desnuclearizada e de paz.

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Direito Diplomático e Consular

Conceito de Diplomacia

Diplomacia é definida como a actividade oficial dos órgãos

das relações externas dos Estados que visa a realização, por

meios pacíficos, dos objectivos e tarefas da sua política

externa, assim como a defesa dos interesses e direitos do

Estado e dos seus cidadãos no estrangeiro.

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Conceito de Direito Diplomático
e Consular

Conceito de Direito Diplomático e Consular - é a parte do DIP que

compreende os princípios e normas sobre o regime das relações entre os

Estados e entre os sujeitos do Direito Internacional. O Direito Diplomático

e Consular regula principalmente a situação jurídica e o funcionamento

dos órgãos das relações externas dos Estados e do pessoal destes

órgãos, assim como privilégios e imunidades das OI´s e do seu pessoal.

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Tratados sobre o Direito
Diplomático e Consular

Após a II GM foram concluídas várias convenções

internacionais, cuja finalidade é codificar o Direito Diplomático e

Consular e dar-lhe um desenvolvimento progressivo. As

principais são as seguintes:

 Convenção de Viena de 1961 sobre as Relações Diplomáticas;

 Convenção de Viena de 1963 sobre as Relações Consulares;

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Tratados sobre o Direito Diplomático e
Consular (cont. 1)

 Convenções sobre as Missões Especiais de 1969;


 Convenção de 1973 sobre Prevenção e Castigo dos Crimes
contra Pessoas que gozam de Protecção Internacional,
incluindo Agentes Diplomáticos;
 Convenção de Viena de 1975 sobre Representação dos
Estados nas suas Relações com as OI´s de carácter universal;
A convenção da ONU de 1946 sobre Privilégios e Imunidades
das Agências Especializadas das Nações Unidas.

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Representações diplomáticas

A Representação Diplomática é um órgão de um Estado


estabelecido no território de outro Estado para
desempenhar as relações diplomáticas com ele.

Há dois tipos de representações diplomáticas: as


Embaixadas e as Missões Diplomáticas. À frente da
Embaixada está o Embaixador, e da Missão o
Encarregado de Negócios Permanente.
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Funções das Representações Diplomáticas

5. Funções das representações diplomáticas

As funções das representações diplomáticas são


determinadas pelo DIP e pelo Direito Interno do Estado
(artigo 3º da CV). Em cada Estado existem normas
jurídicas que regulamentam as funções das suas
respectivas representações diplomáticas, mas em estrita
observância dos limites estabelecidos pelo DIP.

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Funções das Representações
Diplomáticas (cont. 1)

5. Funções das representações diplomáticas (cont. 1)

 Representar o Estado emissor no Estado receptor;


 Proteger, no Estado receptor, os interesses do
Estado emissor e dos seus cidadãos nos marcos
autorizados pelo DIP;
 Celebrar negociações com o governo do Estado
receptor;

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Funções das Representações
Diplomáticas (cont. 2)

 Esclarecer por todos os meios legais as condições e


os acontecimentos no Estado receptor e dar notícias
ao seu governo;
 Fomentar relações amistosas entre o Estado receptor
e o Estado emissor e desenvolver as suas relações
nas esferas económica, cultural e científica.

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Categorias das Representações Diplomáticas

6. Categorias de representantes diplomáticos

Até ao início do século XIX não existia uma classificação


rigorosa dos representantes diplomáticos nem da sua
hierarquia, o que frequentemente dava origem a litígios e
conflitos. O Congresso de Viena de 1815 aprovou o
regulamento de Viena com a seguinte classificação:
1. Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário e Núncio
Apostólico;
2. Ministro Extraordinário e Plenipotenciário e Internúncio.

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Categorias das Representações
Diplomáticas (cont. 1)

A Convenção de Viena de 1961 sobre as Relações Diplomáticas


estabeleceu a seguinte divisão dos chefes das representações diplomáticas:
1. Embaixador (Alto Comissário) e Núncio Apostólico;
2. Enviado Especial;
3. Ministro Conselheiro e Internúncio;
4. Encarregado de Negócios;
5. Encarregado de Negócios ad interin (que desempenha as funções de chefe
da representação na ausência do representante diplomático permanente).

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Chefes das Missões Diplomáticas

Conforme o DIP, antes de nomear o chefe da representação

diplomática, ao governo do Estado receptor pede-se a aceitação

(agréement) da pessoa designada para esse cargo. A negação

do agrément não requer motivação. Depois de receber o

agrément, anuncia-se na imprensa a nomeação do

representante diplomático (art. 4º da CV).

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Chefes das Missões Diplomáticas (cont. 1)

Ao dirigir-se para o lugar de destino, aos representantes


diplomáticos com categorias de Embaixador ou de Ministro
Conselheiro são entregues as cartas credenciais ao Chefe
do Estado receptor. Nas cartas credenciais expressa-se o
pedido de “dar crédito” ao seu portador como pessoa do seu
Estado em todas as relações com o Estado receptor.

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Chefes das Missões Diplomáticas (cont. 2)

A cessação das funções do representante diplomático


produz-se nos seguintes casos:
 Revocação do mesmo pelo estado emissor;
 Declaração do governo do Estado receptor segundo a qual o
representante diplomático perdeu a sua confiança (persona non grata -
art. 9º da CV);
 Ruptura das relações diplomáticas;
 Guerra entre os Estados receptor e emissor;
 Cessação da existência do Estado emissor ou do Estado receptor
como sujeito do DIP.

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Corpo Diplomático

O Corpo Diplomático é o conjunto de chefes das


representações diplomáticas num Estado. Na sua acepção
ampla, entende-se por Corpo Diplomático a todos os
membros do pessoal diplomático das representações
diplomáticas acreditadas num Estado, assim como as suas
famílias. O chefe do Corpo Diplomático é considerado o
Representante Diplomático de maior categoria e de maior
antiguidade de permanência no Estado receptor (Decano).

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Privilégios e Imunidades diplomáticas

Os privilégios e imunidades da representação


diplomática são direitos e privilégios especiais
concedidos em conformidade com o DIP às
representações diplomáticas estrangeiras, aos
seus chefes e funcionários. Para que a
representação diplomática possa realizar as suas
funções deve ver-se livre do controlo das
autoridades do Estado receptor.

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Privilégios e imunidades
diplomáticas (cont. 1)

Inviolabilidade dos locais


A inviolabilidade dos locais da representação significa
que as autoridades do Estado receptor não podem entrar
neles sem o consentimento do chefe da representação.
Sobre o Estado receptor recai a obrigação especial de
adoptar todas as medidas pertinentes para proteger os
locais da representação contra quaisquer actos que
perturbem a sua tranquilidade.

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Privilégios e imunidades
diplomáticas (cont. 2)

Inviolabilidade dos locais (cont. 1)


Os locais da representação, o mobiliário e bens
que estejam neles, assim como os meios de
transporte pertencentes à representação gozam
de imunidade no que se refere a buscas,
requisições, sequestros e acções executivas.

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Privilégios e imunidades
diplomáticas (cont. 3)

Imunidade física
Os edifícios da representação, próprios ou
arredores, estão isentos de todo o tipo de
impostos, cobranças e taxas nacionais,
provinciais e municipais, à excepção dos que
tenham o carácter de pagamento pela
prestação de serviços concretos.
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Privilégios e imunidades
diplomáticas (cont. 4)

Inviolabilidade dos arquivos e documentação


São invioláveis sempre e onde quer que estejam.
 Liberdade de relações da representação
Para manter relações com o seu governo e com outras
representações e consulados do seu país, em qualquer lugar
onde estejam, a representação pode fazer uso de todos os
meios apropriados, incluindo os correios diplomáticos.

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Privilégios e imunidades
diplomáticas (cont. 5)

 Liberdade de relações da representação (cont. 1)


Além dos correios diplomáticos correntes, a
Convenção de Viena de 1961 admite a nomeação de
correios diplomáticos temporários (ad hoc), que
gozam de imunidade só até ao momento de fazer
entrega do correio diplomático ao seu destinatário.

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Privilégios e imunidades
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diplomáticas (cont. 6)

 Liberdade de relações da representação (cont. 2)


A correspondência oficial da Missão é inviolável. A mala
diplomática não pode ser aberta ou retida. O correio
diplomático, que deverá estar munido de um documento
oficial que indique a sua condição e o número de volumes
que constituam a mala diplomática, deverá, no
desempenho das sua funções, ser protegido pelo Estado
receptor.
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Privilégios e imunidades
diplomáticas (cont. 7)

 Imunidade pessoal
O chefe da representação diplomática e o seu pessoal
são imunes. Não podem, de forma alguma, ser detidos
ou presos. O Estado receptor está obrigado a tratá-los
com o devido respeito e a tomar todas as medidas
adequadas para impedir qualquer atentado contra as
suas pessoas, a sua liberdade ou dignidade.

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Privilégios e imunidades
diplomáticas (cont. 8)

 Inviolabilidade do domicílio
A residência particular do diplomata (casa,
apartamento, quarto no hotel, etc.) goza da mesma
inviolabilidade e protecção que os edifícios da
representação diplomática. Esta inviolabilidade
estende-se aos papéis, correspondência, bens e
meios de transporte do diplomata.
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Privilégios e imunidades
diplomáticas (cont. 9)

 Imunidade de jurisdição
Os Diplomatas desfrutam de imunidade de
jurisdição penal do Estado receptor. Os seus
órgãos judiciais e de instrução ante os quais se
reclame a instrução de um processo a um
diplomata, deverão declará-la incompetente.

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Privilégios e imunidades
diplomáticas (cont. 10)

Imunidade de jurisdição (cont. 1)


Não se pode multar os diplomatas por motivo de acidente
de viação, nem demandar-lhes judicialmente o
ressarcimento do dano causado. Mas em tais casos, pode-
se apresentar pretensões ao diplomata através do
Ministério dos Negócios Estrangeiros que pode enviar a dita
reclamação à embaixada correspondente, pedindo a sua
intervenção para que seja reparado o dano.

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Privilégios e imunidades
diplomáticas (cont. 11)

 Imunidade fiscal
Os diplomatas estão isentos de todos os impostos e
taxas pessoais ou reais, de carácter nacional,
provincial e municipal, à excepção dos impostos
indirectos. O Estado receptor é obrigado a libertar o
representante diplomático e o pessoal diplomático de
todas as obrigações laborais e estatais
independentemente do seu carácter.

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Privilégios e imunidades
diplomáticas (cont. 12)

 Privilégios aduaneiros
O Estado receptor, em concordância com as leis e
normas promulgadas por ele, autoriza os diplomatas a
introduzir no país objectos para uso oficial e para seu
uso pessoal e da sua família, sem pagar direitos
aduaneiros e outras taxas, à excepção dos pagamentos
pelo seu depósito, transporte e serviços similares.

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Privilégios e imunidades
diplomáticas (cont. 13)

A bagagem pessoal dos diplomatas goza de


franquias aduaneiras, salvo quando existem sérias
razões para supor que contém objectos cuja
importação e exportação são proibidas por lei. Os
privilégios e imunidades assinalados concedem-se
também aos membros da família do diplomata, a
não ser que sejam cidadãos do Estado receptor.
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Privilégios e imunidades
diplomáticas (cont. 14)

O chefe da representação diplomática goza, além disso,


de outros privilégios, entre eles os seguintes: direito de
içar a bandeira do seu Estado no edifício da
representação e na sua residência, assim como levá-la
nos meios de transporte; direito de ter nos locais da
representação um lugar especial para a celebração do
culto religioso; diversas honras de carácter cerimonial.

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Privilégios e imunidades
diplomáticas (cont. 15)

Segundo a Convenção de Viena de 1961, os


membros do pessoal administrativo e técnico da
representação diplomática e os seus familiares que
vivem com eles, gozam de inviolabilidade pessoal,
inviolabilidade do domicílio, imunidade de jurisdição
penal, isenção de pagamento de impostos e taxas
e alguns privilégios aduaneiros.
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Obrigações para com
o Estado receptor

A concessão dos privilégios e imunidades não


significa que quem os desfruta pode preterir as leis
e normas do Estado receptor. Na Convenção de
Viena indica-se especialmente que todas as
pessoas beneficiárias destes privilégios e
imunidades são obrigadas, sem prejuízo para eles,
a respeitar as leis e disposições do Estado receptor.

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Duração dos privilégios
e imunidades diplomáticos

Toda a pessoa com direito a privilégios e


imunidades goza deles desde que entra
no território do Estado receptor até ao
momento de sair dele, mesmo quando
surge um conflito armado entre o Estado
receptor e o Estado emissor.

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Privilégios e imunidades
no território de um terceiro Estado

Os diplomatas e as suas famílias, que atravessam


em viagem de trânsito o território de um terceiro
Estado, gozam de inviolabilidade pessoal e de outras
imunidades que podem ser exigidas para assegurar a
passagem pelo território desse terceiro Estado.

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Representação Consular

Paralelamente às relações diplomáticas, os Estados mantêm


relações consulares. Para isso, trocam representações
consulares, criadas por acordo entre Estados. Podem ser
estabelecidas relações consulares entre Estados que não
mantêm relações diplomáticas. As relações diplomáticas
implicam o estabelecimento de relações consulares, salvo
acordo em contrário.

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Representação Consular (cont. 1)

À frente das representações consulares estão os cônsules.


Alguns Estados nomeiam tanto cônsules de carreira (correntes)
como honorários. Estes últimos são nomeados de entre as
pessoas que vivem no Estado receptor do consulado (na
maioria dos casos comerciantes, advogados, etc.) mas tanto
podem ser cidadãos do Estado que os designa, como de
terceiros Estados.

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Representação Consular (cont. 2)

Carta-Patente

O artigo 11º da Convenção de Viena sobre Relações


Consulares, estabelece que o Chefe do Posto Consular será
munido de um documento designado de carta-patente que
ateste a sua qualidade, onde se indique o seu nome, apelido,
a sua classe e a sua categoria, a área de jurisdição consular
e a sede do Posto Consular.

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Representação Consular (cont. 3)

Exequátur

O Chefe do posto consular será admitido ao exercício


das suas funções por uma autorização do Estado
receptor denominada exequátur. O Estado receptor pode
negar a concessão do exequátur, não estando pelo facto
obrigado a explicar os motivos da sua recusa.

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Representação Consular (cont. 4)

Persona non grata

O Estado receptor poderá a qualquer momento informar o


Estado emissor que um funcionário consular é persona non
grata, ou que qualquer outro membro do pessoal consular não
é aceitável. Nestas circunstâncias, o Estado emissor retirará a
pessoa em causa ou colocará termo às suas funções nesse
posto consular, conforme o caso.

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Representação Consular (cont. 5)

Os funcionários e outro pessoal do posto consular,

gozarão de facilidades, privilégios e imunidades. As

instalações e a residência do chefe consular de carreira

são invioláveis. Os arquivos e documentos consulares

serão sempre invioláveis onde quer que se encontrem.

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Representação Consular (cont. 6)

Funções das Representações Consulares


Constituem funções das Missões Consulares:
1.Protegere defender os interesses do seu Estado,
dos seus cidadãos e das pessoas jurídicas;
2.Fomentar o comércio e coadjuvar o
desenvolvimento das relações económicas,
culturais e científicas entre os dois Estados;
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Representação Consular (cont. 7)

1. Desempenhar funções administrativas e notariais em


relação a cidadãos do Estado emissor;
2. Cumprir as suas obrigações para com os navios e
aeronaves das frotas naval e aérea do seu país, para
com as suas tripulações;
3. Observar a vida económica jurídica e política da sua
circunscrição e informar sobre ela ao Ministério dos
Negócios Estrangeiros do seu Estado.

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FIM

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