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Conceitos de

Literatura
Professora Priscila Gomes
Conceitos de Literatura
Aninha e Suas Pedras

Não te deixes destruir…


Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre. E viverás no coração dos jovens
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça. e na memória das gerações que hão de vir.
Faz de tua vida mesquinha Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
um poema. Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.

(Cora Coralina)
Conceitos de Literatura

"Arte Literária é mimese (imitação); é a arte que imita pela


palavra."
(Aristóteles, Grécia Clássica)
Conceitos de Literatura
“Uma coisa é escrever como poeta, outra como historiador: o poeta pode cantar
ou contar coisas não como foram, mas como deveriam ter sido. O historiador
deve relatá-las não como deveriam ter sido, mas como foram, sem acrescentar
ou subtrair da verdade o que quer que seja”.
(Cervantes)

“A literatura é a expressão da sociedade, como a palavra é a expressão do


homem.”

(Louis de Bonald, pensador e crítico do Romantismo francês, início do séc. XIX)


Conceitos de Literatura
“A linguagem é o material da literatura, tal como a pedra ou o bronze o são da
escultura, as tintas da pintura, os sons da música. Mas importa ter presente que
a linguagem não é uma matéria meramente inerte como a pedra, mas já em si
própria uma criação do homem.”
(WELLEK, René & WARREN, Austin. Teoria da Literatura)

“Literatura é a linguagem carregada de significado. Grande literatura é


simplesmente a linguagem carregada de significado até o máximo grau
possível”.
(Ezra Pound, poeta moderno norte-americano)
Funções da Literatura
 Evasão (valorização da emoção e fuga da realidade)

 Pragmática/Compromisso/Social (comprometida com a temática


social, com a realidade)

 Lúdica (jogo de experiências sonoras e de relações surpreendentes)

 “Arte pela Arte” (valorização da própria arte, desvinculada de


questões sociais)
Texto Literário X Não Literário
ASA BRANCA
Inté mesmo a asa branca Quando o verde dos teus óio
Quando “oiei” a terra ardendo Bateu asas do sertão Se espaiar na prantação
Quá fogueira de São João
Entonce eu disse Eu te asseguro
Eu preguntei Adeus Rosinha Num chore não, viu
A Deus do céu, ai Guarda contigo Eu vortarei, viu
Pru que tamanha judiação Meu coração Meu coração.

Que braseiro, que fornaia Hoje longe muitas légua (GONZAGA, TEIXEIRA, 1947)

Nenhum pé de prantação Numa triste solidão

Por farta d'água Espero a chuva


Perdi meu gado Cair de novo
Morreu de sede Pra mim vortá
Meu alazão Pro meu sertão
Texto Literário X Não Literário
(QUESTÃO MODELO ENEM INÉDITA)
A língua apresenta suas variações, uma vez que sofre influência de uma série
de fatores – socioculturais, temporais, espaciais. A canção de Luiz Gonzaga
exemplifica essa característica do código, ao evidenciar:

(A) o emprego de palavras novas em detrimento das antigas.


(B) a utilização de inovações no léxico na comparação de gerações.
(C) o uso de palavras com sentidos diferentes, a partir do contexto
sociocultural.
(D) a pronúncia e o vocabulário de diferentes classes sociais.
(E) o modo de falar característico de uma determinada região.
Texto Literário X Não Literário
(QUESTÃO MODELO ENEM INÉDITA)
A língua apresenta suas variações, uma vez que sofre influência de uma série
de fatores – socioculturais, temporais, espaciais. A canção de Luiz Gonzaga
exemplifica essa característica do código, ao evidenciar:

(A) o emprego de palavras novas em detrimento das antigas.


(B) a utilização de inovações no léxico na comparação de gerações.
(C) o uso de palavras com sentidos diferentes, a partir do contexto
sociocultural.
(D) a pronúncia e o vocabulário de diferentes classes sociais.
(E) o modo de falar característico de uma determinada região.
“BORA” DE INTERDISCIPLINARIEDADE!
ASA BRANCA

Quando olhei a terra ardendo (ENEM 2017 PPL – CIÊNCIAS DA NATUREZA)


Qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai O bioma brasileiro retratado na canção é
Por que tamanha judiação caracterizado principalmente por:
Que braseiro, que fornalha
Nem um pé de plantação
(A) índices pluviométricos baixos.
Por falta d’água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão (B) alta taxa de evapotranspiração.
Até mesmo a asa branca (C) temperatura de clima temperado.
Bateu asas do sertão (D) vegetação predominantemente epífita.
Então eu disse adeus Rosinha (E) migração das aves no período reprodutivo.
Guarda contigo meu coração
[...]
(GONZAGA, L.; TEIXEIRA, H.
Disponível em: www.luizluagonzaga.mus.br.
Acesso em: 29 set. 2011 - fragmento)
.
“BORA” DE INTERDISCIPLINARIEDADE!
ASA BRANCA

Quando olhei a terra ardendo (ENEM 2017 PPL – CIÊNCIAS DA NATUREZA)


Qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai O bioma brasileiro retratado na canção é
Por que tamanha judiação caracterizado principalmente por:
Que braseiro, que fornalha
Nem um pé de plantação
(A) índices pluviométricos baixos.
Por falta d’água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão (B) alta taxa de evapotranspiração.
Até mesmo a asa branca (C) temperatura de clima temperado.
Bateu asas do sertão (D) vegetação predominantemente epífita.
Então eu disse adeus Rosinha (E) migração das aves no período reprodutivo.
Guarda contigo meu coração
[...]
(GONZAGA, L.; TEIXEIRA, H.
Disponível em: www.luizluagonzaga.mus.br.
Acesso em: 29 set. 2011 - fragmento)
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Texto Literário X Não Literário
Seca leva mais de 500 municípios do Nordeste a decretar situação de emergência
No estado do Ceará, por exemplo, os reservatórios estão, em média, com 24% da capacidade.

A crise hídrica que castiga parte da região Nordeste já levou mais de 500 municípios a decretar situação de
emergência. É só o carro-pipa começar a abastecer a caixa d´água comunitária para ter início o vaivém dos baldes e a
disputa por espaço nas torneiras.
“Até a última gota, porque ele passa três, quatro dias sem vim. Todo mundo pega água. Quem pegou, pegou.
Quem não pegou, fica sem pegar", diz a agricultora Gilvanilza Pinheiro da Paz.
(...)
Já faz dois meses que os moradores de Pedra Branca, a quase 300 quilômetros de Fortaleza, enfrentam esta
situação em plena área urbana.
Até lá deve aumentar a quantidade de municípios em situação de emergência no Nordeste. Já são 537, quase um
terço de toda a região que, em 2021, recebeu quase R$ 600 milhões do Ministério do Desenvolvimento Regional.
Apesar da situação de emergência decretada, Santa Quitéria, no sertão do Ceará, só tem três carros-pipa para
atender toda a área rural - que já contou com 18 em anos anteriores.

(Fonte: http://g1.globo.com Por Jornal Nacional. 09/10/2021.)


Verossimilhança – interna e externa

https://comoissoafetaomeudia.wordpress.com/category/literatura/
Dina Goldenstein, em sua série de fotos artísticas Fallen Princesses.
(UERJ)
Observe atentamente os dois trechos transcritos a seguir.

"... o objetivo da poesia (e da arte literária em geral) não é o real concreto, o verdadeiro, aquilo que de fato
aconteceu, mas sim o verossímil, o que pode acontecer, considerado na sua universalidade.”

(SILVA,Vítor M. de A. "Teoria de Literatura". Coimbra: Almedina, 1982.)

Verossímil. 1. Semelhante à verdade; que parece verdadeiro. 2. Que não repugna à verdade, provável.
(FERREIRA. A. B. de Holanda, "Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa". Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.)

A partir da leitura de ambos os fragmentos, pode-se deduzir que a obra literária tem o seguinte objetivo:

(A) opor-se ao real para afirmar a imaginação criadora


(B) anular a realidade concreta para superar contradições aparentes
(C) construir uma aparência de realidade para expressar dado sentido
(D) buscar uma parcela representativa do real para contestar sua validade
(UERJ)
Observe atentamente os dois trechos transcritos a seguir.

"... o objetivo da poesia (e da arte literária em geral) não é o real concreto, o verdadeiro, aquilo que de fato
aconteceu, mas sim o verossímil, o que pode acontecer, considerado na sua universalidade.”

(SILVA,Vítor M. de A. "Teoria de Literatura". Coimbra: Almedina, 1982.)

Verossímil. 1. Semelhante à verdade; que parece verdadeiro. 2. Que não repugna à verdade, provável.
(FERREIRA. A. B. de Holanda, "Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa". Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.)

A partir da leitura de ambos os fragmentos, pode-se deduzir que a obra literária tem o seguinte objetivo:

(A) opor-se ao real para afirmar a imaginação criadora


(B) anular a realidade concreta para superar contradições aparentes
(C) construir uma aparência de realidade para expressar dado sentido
(D) buscar uma parcela representativa do real para contestar sua validade

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