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VENTILAÇÃO MECÂNICA BÁSICA

FACULDADE ESTÁCIO DE ALAGOAS


Maceió, 2019
OBJETIVOS

Ao final da aula, o aluno deverá ser capaz:

1. conhecer a evolução histórica da ventilação mecânica;

2. fornecer uma definição para a ventilação mecânica;

3. saber das possíveis indicações e objetivos da ventilação mecânica.


CONCEITOS

“A ventilação mecânica é um método de suporte para o paciente durante uma


enfermidade aguda, não constituindo, nunca, uma terapia curativa. O emprego da
ventilação mecânica implica riscos próprios, devendo sua indicação ser prudente e
criteriosa e sua aplicação cercada por cuidados específicos.”
(II Consenso Brasileiro de ventilação mecânica, 2000).

“A ventilação mecânica (VM) consiste em um método de suporte para o tratamento


de pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada.” (III Consenso
Brasileiro de ventilação mecânica, 2007).
HISTÓRICO
HISTÓRICO
HISTÓRICO
HISTÓRICO
DIAS ATUAIS
FUNÇAO PULMONAR

- Ventilação Alveolar;
- Fornecimento de Oxigênio;
- Remoção de CO2;
- Conversão de Angiotensina I em II
( vasos pulmonares).
FUNÇAO PULMONAR
OBJETIVO

Substituir ou auxiliar a função ventilatória do paciente, por meio de uma pressão


positiva nas VA, quando na presença de insuficiência respiratória aguda ou distúrbio
que comprometa as trocas gasosas.” (Presto e Presto, 2004)
OBJETIVOS CLÍNICOS

• Reverter hipoxemia: aumentando a ventilação alveolar, aumentando o volume


pulmonar, diminuindo o consumo de oxigênio e aumentando a oferta de oxigênio.
• Reverter a acidose respiratória aguda
• Reduzir o desconforto respiratório
• Prevenir ou reverter atelectasias
• Reverter fadiga dos músculos respiratórios
• Permitir sedação, anestesia ou uso de bloqueadores neuromusculares
• Reduzir o consumo de oxigênio sistêmico e miocárdico
• Reduzir a pressão intracraniana
INDICAÇÕES

• Apnéia
• Correção de HIPOXEMIA e/ou ACIDOSE RESPIRATÓRIA AGUDA
• Aliviar desconforto respiratório (aumento da demanda ventilatória para manter
ventilação adequada pela redução do consumo de oxigênio)
• Prevenir ou tratar atelectasia
• Promover descanso dos mm. Respiratórios
• Supressão respiratória intencional devido à cirurgia
• Reduzir consumo de Oxigênio sistêmico ou do miocárdio
• Estratégias ventilatórias em condições específicas (hiperventilar - PIC,
hipoventilação controlada com hipercapnia permissiva na SDRA)
• Permitir adequada expansão e ventilação pulmonar em pacientes com
instabilidade de parede torácica.

• TIPOS: ventilação mecânica invasiva e não invasiva.


INDICAÇÕES CLÍNICAS
TIPOS – VMI/VNI

VMI

requer uma via aérea artificial (tubo orotraqueal, traqueostomia, tubo nasotraqueal-
menos comum)

VIA AÉREA ARTIFICIAL: TOT e TQT

Tamanhos do Tubo endotraqueal


Homens adultos: 8,0 a 9,0 mm
Mulheres adultas: 7,0 a 8,0 mm
Crianças (3 a 12 anos): 4,5 a 7,0 mm
Bebês: 2,5 a 3,5 mm

VNI - máscara.
CICLO VENTILATÓRIO

Insp/Exp Exp/Insp

Fase INSP Fase EXP

Ribeirão Preto. 34: 133-142, abr./jun. 2001


CICLO VENTILATÓRIO

FASE INSPIRATÓRIA: insuflação pulmonar (propriedades elásticas e resistivas do sistema


respiratório).
Assistida ou completa. Ao final da inspiração pode haver pausa - favorecer as
trocas gasosas.

FASE EXPIRATÓRIA: ventilador permite saída de gases pulmonares, normalmente de


forma passiva.

CICLAGEM: é a mudança da fase inspiratória para fase expiratória, realizada pelo


ventilador mecânico.
volume, pressão, fluxo ou tempo.

DISPARO: disparo é mudança da fase expiratória para fase inspiratória. (paciente ou


pelo ventilador)
pressão, fluxo ou tempo
DISPARO
MODOS VENTILATÓRIOS

Ventilação mandatória controlada - VMC

Ventilação mandatória assistida/controlada – VMA/C

Ventilação mandatória intermitente sincronizada - SIMV

Ventilação mecânica com pressão de suporte - PSV.


MODOS VENTILATÓRIOS
VENTILAÇÃO MANDATÓRIA CONTROLADA

►Cada respiração é suportada independentemente do “trigger”;

►Não se pode desmamar diminuindo a FR;

►O doente pode hiperventilar, se agitado;

►Possível assincronia paciente/ventilador;

►Necessidade de sedação (e/ou paralisia).


VENTILAÇÃO MANDATÓRIA CONTROLADA
VENTILAÇÃO MANDATÓRIA ASSISTIDA CONTROLADA
VENTILAÇÃO MANDATÓRIA INTERMITENTE SINCRONIZADA -
SIMV
Ventilador tenta sincronizar com o esforço do doente;

O doente tem a sua própria FR;

Potencial aumento do trabalho respiratório;

Pode haver assincronia paciente/ventilador.


VENTILAÇÃO COM PRESSÃO DE SUPORTE - PSV

• Certa quantidade de trabalho por parte do doente;

• Ciclado por fluxo;

• Pode-se reduzir o trabalho respiratório fornecendo um fluxo durante a inspiração


nos ciclos desencadeados pelo doente.
MODOS VENTILATÓRIOS
PARÂMETROS CONTROLADOS PELO VENTILADOR

• VOLUME • PRESSÃO
• VC • Pins
• Fluxo • Tins
• FR • FR
• PEEP • PEEP
• Sensibilidade • Sensibilidade
• FiO2 • FiO2
PEEP

PEEP
5 cmH2O

5 cmH2O
ALARMES

APNÉIA: alarme ativado quando o tempo de apnéia ultrapassa o valor pré-determinado.


(Back up*)
* Back Up: determina uma freqüência, volume e fluxo pré-determinado
(modo controlado) que se torna ativo quando o tempo de apnéia ultrapassa o valor
estipulado.
PRESSÃO DE PICO (Pressão Máxima): valor máximo permitido nas vias aéreas.
(35 cmH2O A 40 cmH2O).
> resistência e <complacência = aumento da elastância = > Ppico

Pressão Mínima (PEEP): deve ser ajustada de forma a evitar pressões muito baixas nas VAS,
que poderia levar à atelectasia, hipoventilação, aumento do efeito shunt.

VC Mínimo: ativo na presença de vazamento do circuito ou quando paciente não for capaz
de gerar volume mínimo suficiente.

Volume Minuto: VC x FR. (6 a 10l/min, evitar hipoventilação ou hiperventilação)

FiO2: tem como objetivos evitar efeitos tóxicos do O2


QUAL MELHOR MODO/MODALIDADE?

CONTROLADO?

A/C?

PSV? SIMV?

VOLUME?
PRESSÃO?
PRESSÃO X VOLUME

► Pressão Controlada ► Volume controlado

▪ Controle da FiO2 e Pressão ▪ Controle do volume minuto;

inspiratória; ▪ Influencia a oxigenação FiO2,


▪ Fluxo desacelerado (PIP baixo PEEP, I/E;
para o mesmo VT); ▪ PIP não limitada;
▪ VT variável (complacência); ▪ Padrão de fluxo em onda
▪ Hipoventilação ou hiperexpansão quadrada (constante);
do pulmão. ▪ PIP elevado para o mesmo VT.
AJUSTES VENTILATÓRIOS

►Observar a indicação
►Escolha do modo ventilatório (C, A/C, SIMV, PSV)
►Escolha a modalidade ventilatória (V ou P?)
►Ajuste os parâmetros
► freqüência respiratória – 12 a 20 irpm
► volume corrente – 6 a 8 ml/kg
► PEEP em 80 – 85% da auto PEEP
►Fluxo inspiratório – 10% VC; 40 a 60 L/min ( desacelerado)
►Pressão de platô mais baixa possível (35cmH2O)
►Máxima sensibilidade possível
►Relação I:E
►Inicie o desmame *
AJUSTES VENTILATÓRIOS

⮚ Para alterar a oxigenação, ajustar: ► Para alterar a ventilação, ajustar:

– FiO2 FR
– PEEP
– I/E VT
– PIP
COMO RECEBER UM PACIENTE

Avaliação inicial;

Nível de consciência;

Ausculta pulmonar;

Pressão arterial;

Pulso periférico (monitor cardíaco);

Drive respiratório*;

Oxigenação:
- Oximetria;
- Gasometria;
- Perfusão periférica e central;
Radiograma de Tórax.
ESTÁ BEM VENTILADO?

Olhar para o doente!!

Auscultar o doente!!

SpO2;

Gasometria arterial;

Radiograma do tórax;

Verificar o ventilador (PIP; VT expirado; alarmes;


complacência, resistência).
COMPLICAÇÕES

Lesão pulmonar induzida pelo ventilador

Toxicidade do oxigênio

Barotrauma / Volutrauma
Pico de pressão
Lesão de estiramento (volume corrente)
PEEP

Complicações cardiovasculares
Alteração do retorno venoso ao coração direito
Abaulamento do Septo Interventricular
Diminuição da pós-carga do coração esquerdo
Alteração da pós-carga do coração direito

Diminuição do débito cardíaco


Obrigado!

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