Módulos 28, 29 e 30

MESOPOTÂMI 176
A
O desenvolvimento das atuais sociedades
contemporâneas está ligado ao Oriente Médio,
onde floresceram grandes civilizações, como a
mesopotâmica, a egípcia, a hebraica, a fenícia e
a persa.

Mesopotâmia, em grego, significa região entre

rios, recebendo esse nome por estar banhada
pelos Rios Tigre e Eufrates. Atualmente, nela se
localizam o Iraque, parte da Síria e o Kuwait.
 Saca só
No mapa!
Com o Egito, a região formou o Crescente
Fértil, região banhada pelos Rios Nilo,
Tigre e Eufrates, que tornavam as terras
favoráveis à prática da agricultura,
sedentarizando o ser humano e dando
início ao surgimento das cidades e de
formas de escrita.

Na região, não havia um país centralizado.

Vários povos ali se estabeleceram,
destacando-se os sumérios, os babilônios,
os assírios e os caldeus.
 ASPECTOS GEOGRAFICOS

A Mesopotâmia apresentava
basicamente duas áreas distintas: ao
norte, a Assíria, região árida e
montanhosa, com planaltos e
montanhas, que tinha como base
econômica do povo o pastoreio; ao
centro sul, a Caldeia, região fertilizada
pelas enchentes dos rios, que, ao
inundarem as margens, favoreciam a
prática da agricultura.
Com o tempo, os habitantes da região da Caldeia
aprenderam a controlar as águas dos rios
construindo diques e abrindo canais de irrigação. À
medida que desenvolviam meios para o domínio da
natureza e criavam técnicas para o cultivo da terra,
as comunidades foram se desenvolvendo e se
organizando em cidades-Estado independentes
entre si e lideradas por um chefe militar que
representava o deus local.

Uma das culturas mais antigas da região foi a Halaf. Na

imagem, estátua de leão encontrada em um palácio da
cidade de Tell Halaf, na Síria.
 SUMÉRIOS (3500 A.C. A 2300 A.C.)

Com o desenvolvimento das técnicas agrícolas e

mudanças na organização social da região,
desenvolveram-se os primeiros centros urbanos.

Os sumérios fundaram cidades com governos

independentes, denominadas cidades-Estado,
como Ur, Uruk e Lagash. Cada cidade era
governada pelo patesi, que era um rei sacerdote,
e por um conselho de anciãos.

O patesi possuía poder político, religioso e militar

Como você já estudou, os sumérios
desenvolveram a escrita cuneiforme, feita em
argila mole com estilete em forma de cunha.

No início, ela era utilizada para registrar animais

e quantidades produzidas de cereais e impostos.
Mais tarde, passou a ser usada para glorificar os
feitos dos reis e enaltecer as vitórias nas
guerras.

Além da escrita, acredita-se que os sumérios

também foram os inventores da roda, que
possibilitou o transporte de mais coisas em
menos tempo e o trânsito a distâncias maiores,
acelerando o transporte e as comunicações.
Artefato sumério que representa uma guerra
BABILÔNIOS (2000 A.C. A 1600 A.C.)

Vindos do deserto da Arábia, os babilônios

fixaram-se na região de Acade transformaram
Babilônia na capital de seu império, ali
estabelecendo o Primeiro Império Babilônico.

O rei mais importante desse período foi Hamurabi

(1728 a.C.-1686 a.C., aproximadamente), que
expandiu as fronteiras do Golfo Pérsico até o norte
da Assíria, região ao norte da Mesopotâmia, de
característica árida e utilizada como passagem
natural entre o Mediterrâneo e a Ásia.
BABILÔNIOS (2000 A.C. A 1600 A.C.)

Hamurabi criou o primeiro código jurídico escrito, chamado

Código de Hamurabi.

Nele, o rei estabeleceu o princípio de Talião, que determinava

que o castigo do criminoso deveria ser equivalente ao crime
cometido.

Esse princípio se tornou famoso pela regra “olho por olho,

dente por dente”.
BABILÔNIOS (2000 A.C. A 1600 A.C.) Código de Hamurabi, que
está, atualmente, no Museu
do Louvre, em Paris
O código ainda legislava acerca de questões
penais, negócios (contratos e juros), herança,
profissões, casamento e divórcio. Após a morte de
Hamurabi, o Primeiro Império Babilônico entrou
em decadência, sendo invadido por outros povos,
até ser dominado pelos assírios.

Detalhe do Código de Hamurabi,

que mostra a escrita cuneiforme
 ASSÍRIOS
181
Os assírios, que viviam ao norte da Mesopotâmia,
criaram um poderoso exército para se defender das
constantes invasões.

Eles usavam armas de ferro e sua cavalaria tinha

carros de combate com rodas reforçadas. Eram
guerreiros cruéis e ficaram conhecidos pela
violência com que tratavam os vencidos –
massacravam e torturavam os derrotados,
incendiavam e destruíam as cidades conquistadas.
 ASSÍRIOS

A decadência do Império deu-se pelas

frequentes rebeliões dos povos conquistados.

Em 612 a.C., os caldeus aliaram-se aos medos,

povo de origem asiática, e destruíram Nínive, a
capital assíria.
Praça Principal d a atual cidade de Erbil, antiga Arbil, que foi
um importante núcleo político e religioso assírio, no Iraque.
CALDEUS: SEGUNDO IMPÉRIO DA BABILÔNIA
(612 A.C. A 539 A.C.)

Estabeleceram-se na Babilônia e seu principal rei

foi Nabucodonosor, que conquistou o reino de
Judá, destruiu o Templo de Jerusalém e levou os
hebreus, povo de origem na região de Israel
atualmente, como escravos para a Babilônia.

Esse episódio ficou conhecido como o Cativeiro da

Babilônia (587 a.C.).
 PARA IR ALÉM – PG 182
Estima-se que neste período foram construídos os
jardins suspensos, os templos e as muralhas da
cidade.

A Bíblia – livro sagrado dos cristãos – relata a

existência dos jardins suspensos e do zigurate
conhecido como Torre de Babel.

No entanto, a comprovação da existência desses locais

ainda é estudada por pesquisadores.

O fim do Império Neobabilônico em 539 a.C. deveu-se

a problemas internos e à expansão dos persas, quando
sob o comando de Ciro conquistaram a região.
Ruínas da rua processional da antiga Babilônia, em Al-Hillah, no Iraque.
 URBANIZAÇÃO
Cidades como Uruk, Nipur, Ur e Eridu
destacaram-se, pois são consideradas os
primeiros centros urbanos de que se tem
notícia.

Nelas, a arquitetura desenvolveu-se com a

construção de templos e palácios.

Uma das principais construções foram os

zigurates, que eram grandes construções de
base retangular feitos com tijolos. Havia
várias plataformas que sustentavam, no topo,
um templo religioso de grande importância.
 URBANIZAÇÃO

O ponto alto do zigurate servia de altar,

observatório astronômico e ponto de
observação das enchentes dos rios.

Além de templo e observatório, também

era utilizado como moradia dos
sacerdotes e funcionários do templo,
como celeiro e como oficinas de
artesãos. Os palácios e templos tinham
suas paredes embelezadas por
esculturas e pinturas que retratavam
cenas domésticas, religiosas ou militares.
 ECONOMIA NA MESOPOTÂMIA
183
Os mesopotâmicos viviam, basicamente,
da agricultura, que se desenvolveu graças
ao aproveitamento dos Rios Tigre e
Eufrates.

Os principais produtos cultivados eram o

trigo, a cevada e a tâmara. As terras
pertenciam ao Estado.
COMPRA E VENDA DE PROPRIEDADES
A compra e a venda de casas e terrenos
ocorriam em várias cidades da
Mesopotâmia.

Além da herança que um indivíduo poderia

receber, ele também poderia comprar
propriedades pertencentes à sua família.

Em geral, a economia de compra e venda

girava em torno de casas, cômodos, terrenos
ou pomares.
 SELOS CILÍNDRICOS
Para marcar e nomear mercadorias, sacos ou cestas,
os mesopotâmios criaram os chamados selos
cilíndricos.

Eles podiam ser feitos por meio de vários materiais,

como pedra, cerâmica, vidro, argila, ossos ou metal.
Tinham, em média, 2,5 cm de altura e 1,5 cm de
diâmetro.

O desenho era feito de forma que, quando prensado

sobre a argila, o desenho do selo ficava em forma de
relevo. Tais selos são muito importantes, pois
fornecem aos historiadores e arqueólogos elementos
para entender aspectos do cotidiano dos
mesopotâmicos.