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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Ciências da Saúde


Departamento de Odontologia
Clínica Integrada Nível II - Periodontia

Plano de
tratamento Anderson Fernandes
Mestrando em Saúde Coletiva
 Para pensar em plano de tratamento, se faça algumas
perguntas. . .

 O que o paciente deseja?

 O que devo implementar para alcançar o que ele deseja?

 O que meu paciente possui de relevante que pode interferir


nos resultados da terapia?

 O que a literatura me diz sobre as necessidades do meu


paciente?
 O que eu posso oferecer de soluções?

 O que devo fazer, consulta a consulta, para solucionar


queixas?

 O que eu quero obter ao final de cada consulta?

 O que eu quero obter ao final do tratamento?

 Quanto posso implementar de terapia de acordo com o perfil


psicológico
 O plano de tratamento periodontal tem por prioridade:

 Primeiro: interromper a progressão da doença


periodontal;

 Segundo: eliminar a doença por completo;

 Terceiro: recuperar estruturas perdidas devido à doença.


 No entanto, nem sempre esses objetivos são atingidos,
devido:

 À dependência da resposta do hospedeiro;

 À colaboração do paciente em manter os resultados do


tratamento;

 Ao tipo de defeito gengival e ósseo que foi criado pela


doença;

 Além de outros fatores.


 Portanto, o objetivo primário do tratamento é a eliminação da
inflamação gengival e a eliminação das condições que a causam ou
a perpetuam. Como:

 Remoção de irritantes gengivais;

 Eliminar ou reduzir a bolsa periodontal;

 Estabelecer contornos gengivais que permitam a manutenção da


saúde periodontal;
 Restauração de áreas com cárie;

 Acabamento de restaurações existentes.


 Baseado nesse planejamento, decide-se em relação a:

 Algum tratamento será necessário?

 Dentes serão extraídos? Quais?

 O tratamento será não cirúrgico ou cirúrgico?

 Serão administrados antibióticos?


Estabelecimento do risco
dentário individual

 3 questões deverão ser observadas:

 Dente com prognóstico bom;

 Dente com prognóstico duvidoso;

 Dente com prognóstico desfavorável;


 Os dentes com prognóstico bom receberão um
tratamento simples ou não, mas com resultado
previsível.
 Dentes com prognóstico duvidoso deverão receber
tratamento e serão reavaliados após esta fase do
tratamento.
 Dentes com prognóstico desfavorável deverão ser
extraídos na própria terapia inicial.
 Serão entendidos como dentes que não devem receber
tratamento os dentes que apresentarem ao menos um
dos seguintes critérios:

 Perfuração do terço apical ou médio da raiz;

 Fratura longitudinal da raiz;

 Abcessos periodontais recorrentes;

 Lesões endoperiodontais;
 Perda de inserção até o ápice;

 Fratura oblíqua do terço médio da raiz;

 Cáries que invadem a raiz;

 Terceiros molares sem antagonistas e com cárie ou


periodontite.
 Dentes com prognóstico duvidoso são os que
necessitam de terapia abrangente e somente após o
resultado dessa terapia é que poderão ser classificados
com prognóstico bom.

 Envolvimento de furca;

 Defeitos ósseos angulares;


 Perda óssea envolvendo dois terços da raiz;

 Tratamento endodôntico incompleto;

 Patologia periapical;

 Presença de pinos ou núcleos volumosos;

 Cáries radiculares extensas.


 Deve-se deixar claro que nem sempre em periodontia é
possível estabelecer o plano de tratamento definitivo.
Isso ocorre pelos seguintes fatores:

 Grau de sucesso do tratamento inicial ainda é


desconhecido;

 O real “desejo” do paciente é desconhecido;

 O resultado de certas etapas do tratamento não pode


ser previsto.
 Prognóstico:

 Necessidade de próteses;
 Cooperação do paciente;
 Envolvimento de bifurcação;
 Mobilidade;
 Tipo de periodontite;
 Tecido ósseo remanescente;
 Idade do paciente;
 História médica do paciente;
 Maloclusão.
 A terapia periodontal é composta por 5 fases:

Fase Preliminar

Fase não Reavaliação


cirúrgica

Fase cirúrgica

Fase
restauradora

Fase de
manutenção
Sequência do tratamento
1) Terapia de urgência;

2) Terapia não cirúrgica;

Reavaliação

3) Terapia cirúrgica;

4) Terapia de Manutenção.
Terapia de urgência

 Essa fase visa medidas para eliminar ou controlar a


inflamação periodontal.

 Dental (cáries profundas, fraturas dentais,


hipersensibilidade dentinária);

 Cirúrgica (alveolites, trismo, osteonecrose);


 Periodontal (Abscesso/GUN/PUN/GEHA/Pericoronarite);

 ATM (DTM);

 Endodôntica (pulpites, abscessos/lesões periapicais);

 Estomatológicas (traumas mecânicos, térmicos, químicos);


Terapia não cirúrgica
 Orientação do paciente;

 Motivação (corar placa);

 Técnicas e Orientação da Escovação;

 Limpeza Interdental;

 Meios auxiliares;

 Profilaxia.
 Remoção dos Fatores Retentivos:

 Remoção de cálculo supragengival (RACR e/ou RAR);

 Remoção de excessos de restauração;

 Remoção ou correção de próteses mal-adaptadas;

 Adequação do meio bucal (escavação em massa);

 Restaurações provisórias.
Reavaliação

 A fase não cirúrgica do tratamento é finalizada e os resultados


alcançados são avaliados com relação a redução de profundidade
de sondagem e inflamação, mobilidade dentária, resultado de
tratamentos endodônticos e lesões cariosas.

 O resultado dessa reavaliação forma a base para a necessidade ou


não de uma terapia adicional, que serão realizadas durante a fase
de tratamento definitivo.
 Após 2 meses do término da terapia não cirúrgica, a reavaliação
será feita, e a partir disso o caso será finalizado, ou passará para
uma fase cirúrgica ou retornará para terapia não cirúrgica até a
resolução dos fatores não solucionados.

 Portanto:

Terapia não Reavaliação Terapia cirúrgica


cirúrgica
Terapia cirúrgica

 Após 2 meses do término do tratamento inicial, é feita a


reavaliação, e se for mostrado que a doença periodontal
foi controlada, o tratamento adicional pode ser
conduzido da seguinte forma:

 Extrações de dentes que não poderão ser mantidos;

 Cirurgia periodontal em áreas onde a inflamação não foi


resolvida ou furcas que persistem com sinais clínicos de
inflamação;
Terapia restauradora

 Implantes dentários;

 Tratamento protético e restaurador definitivo;

 Avaliação da resposta aos procedimentos restauradores;

 Exame periodontal.
Terapia de Manutenção

 Após o término do tratamento ativo, o paciente deve ser envolvido

em um sistema de manutenção para que os resultados alcançados

com o tratamento não sejam perdidos.

 O intervalo de tempo entre as consultas irá variar de acordo com o

grau de destreza do paciente em manter um controle adequado de

placa bacteriana.
 Dados de estudos científicos mostram que um intervalo de 3 meses

é adequado para a quase totalidade dos pacientes.

 A cada retorno do paciente, este é reavaliado quanto ao controle de

placa, sangramento gengival e sondagem periodontal.

 O tempo de rechamada é projetado individualmente, alguns

pacientes deverão retornar todo mês, enquanto outros necessitam

apenas de um retorno por ano.


 Nas visitas de manutenção, os seguintes procedimentos serão
realizados:

 Avaliação do padrão de higiene oral;

 Raspagem e polimento coronário se esiverem indicados para a


ocasião;

 Reinstrução de higiene oral, se necessário;

 Sondagem de bolsas e áreas de furca em busca de sangramento;

 Avaliação da mobilidade dentária.


Exame inicial Diagnóstico

Plano de tratamento inicial

Terapia de
Apresentação do caso
urgência

Terapia não
cirúrgica
Reavaliação

Terapia cirúrgica

Terapia
restauradora

Controle periódico Terapia de Manutenção


Referências

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