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DIREITO CIVIL
- Apresentação: Alberto Gentil de Almeida
Pedroso - Juiz de Direito.
- Bibliografia sugerida;
- Forma de estudo;
- Cobrança dos temas em prova/avaliação.
• POSSE - Teorias Explicativas:

• Elementos indispensáveis: CORPUS (elemento objetivo) e ANIMUS


(elemento subjetivo)
•  
• 1 – Teoria subjetiva Savigny – CORPUS + ANIMUS. A pessoa se comporta
como dono e tem vontade de assim ser.
•  
• 2 – Teoria objetiva Ihering – basta a detenção ou apreensão com a vontade
de exercer ou desenvolver o poder sobre a coisa, e de utilizá-la para auferir
algum proveito. Basta o comportamento consciente. (ADOTADA PELO
CÓDIGO CIVIL)

• Caio Mário – A posse é uma situação de fato em que alguém que pode ou
não ser proprietário tem poderes ostensivos sobre a coisa, dando a natural
destinação econômica e social.

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• Conceitos básicos:
• Possuidor – disposição física da coisa, ainda que sem intenção de
dono (adoção do CC/02);
• Detenção (gestor da posse) – tem a coisa em razão de um vínculo
de subordinação;
• Notas sobre o detentor:
I. Não caberá ação possessória em nome próprio;
II. Exercício da autotutela do bem em seu poder (enunciado n° 493 da
V Jornada de Direito Civil).
III. Admissão da conversão da detenção em posse quando rompida a
subordinação (enunciado n° 301, IV Jornada de Direito Civil)
IV. Ocupação de bem público não induz posse, mas mera detenção
(STJ, Resp. 556.721/DF)

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• CLASSIFICAÇÃO DA POSSE
• A. Posse direta e indireta;
• B. Posse justa (sem vício) e injusta (contaminada por vício):
• Posse violenta – obtida por esbulho (violência físico ou moral)
• Posse clandestina – obtida de forma oculta
• Posse precária – mediante abuso de confiança
• C. Posse de boa-fé (ignorância de vícios) e posse de má-fé
(sabe do vício que atinge a coisa)
• D. Posse nova (menos de ano e dia) e posse velha (conta com
ano e dia ou mais!)

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• 1. Desforço imediato:
a. Autotutela autorizada por Lei;
b.Manutenção ou restituição pelo uso da própria força;
c. Atos de defesa ou desforço logo e apenas o
indispensável;
Nota: A autotutela pode ser exercida por quem detenha a
posse ainda que injusta (Sílvio Venosa).

• 2. Ações Possessórias (na falta de interesse da


autotutela, no insucesso da autotutela ou falta de
imediatidade)
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• AÇÕES POSSESSÓRIAS - CARACTERÍSTICAS
• Prova da Posse – requisito comum a todas as formas de tutela
possessória (pesquisa de campo fundamental!!).

Quem não tem posse não tem tutela possessória!

Aquisição de imóvel – escritura – sem posse, sem possessória!


Jurisprudência – aceitação da transmissão da posse por
escritura pública (posse civil – cláusula contratual de
transmissão da posse e propriedade) – NO NÃO
CUMPRIMENTO AUTORIZA A AÇÃO POSSESSÓRIA (ao
adquirente só da propriedade – imissão de posse).

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• Prova da turbação (embaraço da posse).
Turbação – cabimento – ação de manutenção;
Fatos que molestam o exercício da posse;
Dispensa-se a prova de prejuízo;
Turbação – modalidades:
a. Direta (exercida sobre o bem– ex: abre caminho);
b. Indireta (exercida externamente- ex: ameaça futuros
inquilinos);
c. Positiva (prática de atos materiais- ex: passagem por
propriedade alheia);
d. Negativa (dificulta ou embaraça o exercício livre da
posse – ex: impede a utilização de porta)

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• Prova do Esbulho (privação da posse).
Nota: Perda da posse contra a vontade;
Nota: Perda da posse – cabimento – reintegração;
NOTA: Prazo ano e dia para esbulho clandestino:
conhecimento da prática do ato (sem chance de
desforço imediato)
NOTA: Situações práticas limites – autorizam a ação
de reintegração (ex: esbulho parcial + turbação
parcial...)

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• Data da turbação ou do esbulho.
Nota: Importante para adoção do procedimento;
Nota: Prazo de ano e dia (concessão liminar) é
decadencial, fatal, com início no momento da
violação da posse.
Nota: Se pública a violação ou na presença de
administrador ou familiares – (possibilitado o
conhecimento) iniciar-se-á o prazo decadencial.
• Continuação ou perda da posse.

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• PROCEDIMENTO ESPECIAL – LIMINAR INAUDITA ALTERA
PARTE E AUDIÊNCIA DE JUSTIFICAÇÃO – MANUTENÇÃO E
REINTEGRAÇÃO DA POSSE
• O remédio jurídico é concedido conforme o grau de intensidade
da violação (fungibilidade das ações possessórias);
• NOTA: Ações possessórias de “força velha” – procedimento
comum – ordinário ou sumário, conforme o valor da causa (275,
I, do CPC), ou até sumaríssimo (artigo 3° da Lei 9.099/95);
• Natureza da liminar: Tutela antecipada

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• Medida Liminar – “inaudita altera parte” – Requisitos:
1. ordem temporal – até ano e dia – (sua posse, data da
turbação ou esbulho do réu e manutenção prejudicada
ou perda da posse);

2. cognição judicial – sumária – juízo de probabilidade.

NOTA: Ação Possessória de “força velha” – Possibilidade


de tutela antecipada – Comprovação da Posse +
Turbação + artigo 273, do CPC.

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• Após análise do pedido liminar e ciência do réu quanto a decisão aplica-
se o PROCEDIMENTO ORDINÁRIO:

• Defesa – 15 dias;

• Julgamento antecipado em hipótese de revelia;

• Ou saneamento do processo;

• Audiência;

• Sentença.

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• 3. Posse e o direito aos frutos (acessórios gerados e retirados sem
diminuição do principal):

a. Possuidor de boa fé: frutos percebidos e as despesas suportadas para


produção e custeio dos frutos pendentes. Restituídos os colhidos
antecipadamente!

b. Possuidor de má-fé: direito às despesas da produção e custeio –


devolução de TODOS os frutos (colhidos, percebidos, os que deixou de
perceber por culpa)

• Nota: E quanto aos produtos!? (Orlando Gomes) O possuidor deverá


restitui-los ainda que esteja de boa-fé. Os produtos quando retirados
desfalcam a substância principal.

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• 4. Posse e as benfeitorias (acessórios introduzidos em bens móveis
e imóveis – conservação, melhoramento e embelezamento):

a. Possuidor de boa fé: direitos de indenização e retenção pelas


benfeitorias necessárias e úteis; além de indenização das
voluptuárias (não pagas, poderá levantá-la, desde que não
danifique a coisa)
b. Possuidor de má-fé: ressarcimento apenas das benfeitorias
necessárias sem direito de retenção ou levantamento das
voluptuárias.
• Nota: Valor da indenização:
• Possuidor de boa-fé – valor atual da coisa;
• Possuidor de má-fé – reivindicante da coisa optará pelo valor atual
ou o de custo.

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• 5. Posse e a responsabilidade pela perda ou deterioração:

a. Possuidor de boa fé: não responde pela perda ou


deterioração a que não der causa. Necessidade de prova de
culpa (responsabilidade subjetiva).
b. Possuidor de má-fé: responde pela perda ou deterioração,
mesmo acidental. Ressalva – prova que de igual modo se
teria dado se o bem estivesse na posse do reivindicante
(responsabilidade objetiva).

• Nota: compensação de danos e benfeitorias indenizáveis e


existentes ao tempo da evicção.

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Formas de aquisição, transmissão e
perda da posse:
Forma de aquisição (numerus apertus):
Originária
Independe de transmissão
Ex. apreensão de coisa abandonada;
Derivada
Pressupõe a translatividade
(tradição/sucessão)
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Formas de aquisição, transmissão e perda
da posse
• Tradição – ESPÉCIES:

a. Real – entrega efetiva e material da coisa;


b. Simbólica – pratica de ato representativo da
transferência da coisa - “entrega das chaves”;
c. Ficta – por presunção - constituto possessório
(possuidor possuía em nome próprio e agora
possuirá em nome alheio) e traditio brevi manu
(possuidor possuía em nome alheio e agora em
nome próprio).
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Formas de aquisição, transmissão e
perda da posse

• SUCESSÃO NA POSSE:

1. Sucessão universal – mortis causa – herança;

2. Sucessão universal – inter vivos – fusão, incorporação,


casamento (regime da comunhão universal);

3. Sucessão singular – inter vivos - ex: compra e venda

4. Sucessão singular – mortis causa – legado.

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PERDA DA POSSE
• A perda da posse é regulada nos artigos 1223/1224 CC;
• Casuística – causas da perda da posse:
1. Pelo abandono;
2. Pela tradição;
3. Pela perda propriamente dita;
4. Pela destruição da coisa;
5. Pela posse de outrem, ainda que contra a vontade do
possuidor;
6. E a posse sobre bem público dominicais? Des.
Francisco Loureiro – existe ad interdicta e não ad
usucapionem (polêmico!)

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