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Parte 1
Termos protista e protoctista
• Ao tempo do pesquisador sueco Carolus Linnaeus,
ou simplesmente Linneu, e com sua importante
participação, os seres vivos eram distribuídos em
apenas dois reinos: Animais e Planta.
• Naquela época, início do século XVIII, as bactérias e
as algas unicelulares eram considerados plantas
unicelulares; os fungos, hoje constituindo um reino,
eram tidos como plantas heterótrofas.
• Os protozoários eram classificados como animais
unicelulares.
• Com o conhecimento cada vez maior dos
seres microscópicos, começou a ficar difícil
caracterizar alguns seres como animais ou
como plantas.
• Surgiu, então, o termo protista, criado para
designar um reino que agruparia seres com
características, a um só tempo, de animais e
plantas, como a euglena, por exemplo.
• Um dos principais responsáveis por esse novo
termo foi o cientista alemão Ernst Haeckel
(1834 – 1919).
• O termo protista deixou de ser usado em
seu significado inicial, passando a designar
os seres unicelulares eucariontes, de
acordo com a proposta feita pelo cientista
norte-americano Robert H. Whittaker, no
ano de 1969, que classificou os seres vivos
de estrutura celular em cinco reinos.
• Margulis e Schwartz, na década de 1980,
basearam-se nesse sistema, mas
modificaram principalmente o grupo dos
protistas.
• Segundo essas autoras, os organismos
eucariontes uni ou multicelulares sem
tecido devem ser classificados no reino
Protoctista, deixando o termo Protista
apenas para os unicelulares eucariontes.
• Preferimos, no entanto, simplificar e não
usar o termo Protoctista como o nome
do reino, mas sim Protista, como muitos
pesquisadores vêm fazendo, por esse ser
o termo mais consagrado pelo uso.
Cada organismos desta imagem é uma euglena com cerca
de 80µm de comprimento.
• Vamos considerar, então, os
protistas divididos em dois
grupos:
Protozoários – eucariontes
unicelulares heterótrofos
Algas – Eucariontes unicelulares
sem tecidos, autótrofos por
fotossíntese.
Vorticella, protozoário de água doce, constituído de um pedúnculo
que pode chegar a 1 mm de comprimento e de uma estrutura em
forma de sino que mede entre 50µm e 100µm de diâmetro
• O termo protozoário, que significa “primeiro
animal”, foi criado na época em que eles
eram classificados como animais, em virtude
de terem certas características próprias
daqueles seres e opostas às das plantas:
heterotrofia e capacidade de locomoção, por
exemplo.
• Assim, quando os seres vivos eram
classificados apenas em animais e plantas,
falava-se em animais unicelulares ou
protozoários e animais multicelulares ou
metazoários.
• Atualmente, o termo
metazoário pode ser usado
como sinônimo de animal, e os
protozoários são os protista
heterótrofos, não sendo mais
considerados animais.
• O termo protozoário não
possui significado taxonômico.
• Os protozoários são seres heterótrofos,
incorporando seus alimentos por absorção ou
ingestão.
• Alguns são de vida livre e alguns vivem no corpo
de outros seres vivos, principalmente como
parasitas, mas há também protozoários que
trocam benefícios com outros seres vivos, em
uma relação de mutualismo, como é o caso dos
que vivem no intestino dos cupins.
• Entre os de vida livre existem os que vivem na
água doce, os que vivem no mar e também os
que são encontrados em solos úmidos.
Protozoários
• A classificação dos protozoários é assunto bastante
controvertido, existindo diferentes propostas, com
pouco consenso entre elas.
• Hoje se consideram cerca de dezesseis filos, cujas
representações filogenéticas ainda não estão bem
compreendidas.
• Em função da complexa caracterização desses filos,
feita com base na comparação entre sequências de
bases nitrogenadas do RNA e do DNA e em
detalhes da ultraestrutura celular (observada ao
microscópio eletrônico).
• Assim, para compreender melhor
vamos estudar os protozoários sem
dividi-los em classes e usando um
critério artificial de separação
fundamentado na capacidade de
locomoção e no tipo de estrutura
utilizada para o deslocamento e/ou
captura de alimento.
• Segundo esses critérios, consideramos
quatro grupos de protozoários:
• Ameboides – deslocam-se ou
capturam alimento por meio de
pseudópodes (pseudo = falso; podos
= pés), expansões alongadas emitidas
pela célula; são cerca de cinco filos,
com origens bastantes distintas e que
não devem ser considerados dentro
de um único filo, como na proposta
tradicional, em que eram tratados
dentro do filo Sarcodina.
• Ciliados – deslocam-se o obtêm
alimentos por meio de cílios,
filamentos curtos e numerosos;
esse é o único grupo que se
mantém igual à classificação
tradicional, pois todo os ciliados
pertencem a um único filo, o
Ciliophora;
• Flagelados – deslocam-se ou
obtêm alimento por meio de
flagelos, filamentos longos e
pouco numerosos; são cerca de
oito filos, antigamente tratados
como um único – o filo Flagellata
ou Mastigophora (mastix =
flagelado; phoros = portador).
• Esporozoários – são parasitas, não
possuem estruturas especiais para o
deslocamento, como pseudópodes, cílios
e flagelos, mas podem se deslocar no
meio por flexões do corpo ou por
deslizamento; obtêm alimento
principalmente por absorção ou
pinocitose; são dois filos, que na
classificação antiga eram tratados dentro
de um único, o filo Sporozoa.
Ameboide
< Ameba (Amoeba
proteus); mede cerca de
0,5 mm de diâmetro
quando em formato
arredondado.
Flagelos
Flagelado
Esporozoário
Plasmódio (gênero
Plasmodium); pode
medir de 10µm a 20µm
de comprimento.
Protozoários ameboides
• Os protozoários ameboides, também
chamados sarcodíneos, locomovem-se
por pseudópodes, que também são
importantes para a ingestão de
alimentos.
• Os ameboides podem ser encontrados
em água doce, solo úmidos e mares.
• A palavra pseudópode significa “falso
pé”.
• De fato, o pseudópode não é um pé
verdadeiro, mas exerce função
semelhante à dos pés: a locomoção.
• O pseudópode exerce também a função
de englobar e incorporar o alimento que
será digerido dentro da célula,
• O representante mais comum desse
grupo é a ameba.
Esquema de uma ameba. Mede cerca de 0,5
mm de diâmetro.
• Há diferentes tipos de psedópodes e, como
regra geral, não existem de maneira
permanente nos ameboides.
• Podem ser “feitos e desfeitos” a todo
momento.
• Os que ocorrem nas amebas são pseudópodes
emitidos continuamente em várias direções,
lembrando aspecto ramificado de uma raiz.
• Por essa razão, pode-se usar para as amebas o
termo rizópodes, que significa “pés em raiz”
(riza = raiz).
• O pseudópodes permitem às
amebas deslocarem-se em
direção ao alimento,
envolvendo-o e incorporando-
o.
• Esse processo de ingestão de
alimento pela célula denomina-
se fagocitose.
A fagocitose é uma forma de nutrição. O processo inverso da fagocitose é a exocitose no
qual o alimento não processado é eliminado para fora da célula. (Foto: Reprodução/Colégio
Qi)
• Alguns protozoários de vida livre possuem
uma organela chamada vacúolo contrátil, ou
pulsátil, encarregada de eliminar o excesso
de água que entra por osmose em sua
célula.
• A água doce tem concentração de solutos
menor que a do interior da célula do
protozoário.
• Assim, entra água por osmose na célula e, se
essa água não for eliminada, a célula pode
chegar a se romper.
• Os vacúolos contráteis são organelas típicas
de protozoários de água doce, como a
ameba.
• Certos protozoários marinhos também
podem apresentar vacúolos contráteis,
mas estes são pequenos e pulsam
lentamente.
• Os protozoários parasitas não possuem
vacúolos contráteis, vivendo em meio
onde a concentração externa é semelhante
à concentração da célula.
• A figura abaixo ilustra uma ameba
em processo de reprodução.
• Temos um indivíduo dividindo-se
em dois geneticamente idênticos,
exceto quando surgem mutações.
Inicialmente se observa a
duplicação do material genético,
o qual será distribuído para os dois
indivíduos, posteriormente se
observa a divisão do indivíduo em
dois.
• Esse processo que acabou de ser
mostrado em uma ameba é o tipo
de reprodução mais frequente nos
protozoários.
• Trata-se de reprodução assexuada
por. bipartição, cissiparidade ou
divisão binária
• Além das amebas, existem outros
grupos de protozoários
ameboides, que formam
pseudópodes diferentes dos que
as amebas apresentam.
• São exemplos os heliozoários e os
radiolários, formadores de
pseudópodes longos e finos.
• Os heliozoários (helio = sol; zoário = animal) são
comuns em água doce, onde vivem apoiados no
fundo ou em raízes de plantas aquáticas, como o
aguapé.
• A maioria não possui esqueleto, mas algumas
espécies apresentam exoesqueleto (exo = externo).
• Os radiolários possuem endoesqueleto (endo =
interno) de sílica e são comuns no zooplâncton
marinho.
• De aspecto vítreo e com formas geométricas muito
variadas, o endoesqueleto dos radiolários
apresenta complexidade e beleza impressionantes.
Representação
esquemática de um
heliozoário, em que o
esqueleto interno é
recoberto por uma fina
camada de citoplasma.
Heliozoário,
protozoário de água
doce. Observe os
longos e finos
pseudópodes
(também chamados
axópodes).
Microscopia eletrônica da carapaça presente
externamente à célula de uma espécie de
radiolário. (Foto: Reprodução/Colégio Qi)
• Outro grupo muito estudado de ameboides é o dos
foraminíferos (foramen = furo, buraco + fero =
possuir).
• São exclusivamente marinhos e muitas espécies
vivem na areia ou no lodo de praias e mares, há
também espécies que vivem em suspensão na
água, fazendo parte do zooplâcton.
• Possuem uma carapaça rígida cheia de poros, por
onde os finos pseudópodes se projetam.
• Essa carapaça é composta de carbonato de cálcio
ou formado pela aglutinação de areia, espículas de
esponjas ou outros materiais inorgânicos.
Foraminífero
Morfologia dos foraminíferos. A. Caracteres morfológicos da testa em vista espiral e projeções
do citplasma (pseudópodos); B. vistas umbilical e lateral mostrando a posição das aberturas
Foraminíferos bentônicos (micro-organismos que vivem no fundo do oceano sobre o sedimento
ou dentro dele). Possuem conchas que frequentemente são calcárias. Medem cerca de 500 µm
de diâmetro. / Imagens: P. N. Pearson e I. K. McMillan
Protozoários ciliados
• Os ciliados formam o grupo
mais diversificado entre os
protozoários, com grande
número de representantes,
como os mostrados na
ilustração abaixo.
CC BY-SA 4.0,
https://commons.wikimedia.org/w/ind
ex.php?curid=58938703
Desenho esquemático
representando o
processo da
esquizogonia, ocorrido
nos esporozoários.
• Como apresenta o esquema, antes de ocorrer
divisão da célula o núcleo sofre sucessivas
divisões por mitose, originando numerosos
núcleos.
• Em seguida, cada núcleo, com uma porção de
citoplasma, é circundado por uma membrana
plasmática.
• Formam-se, portanto, várias novas células,
todas muito pequenas em relação a célula
inicial.
• Essas pequenas células são em alguns casos
chamadas merozoítos e também possuem a
capacidade de infectar células do hospedeiro.
• Alguns merozoítos podem se diferenciar em
gametas masculino e feminino e, se ocorrer a
fecundação, forma-se um zigoto diploide.
• Você pode perceber que os esporozoários
apresentam reprodução sexuada e assexuada no
seu ciclo de vida.
• Em muitas espécies de esporozoários, as etapas
reprodutivas não ocorrem em um único hospedeiro.
• É o que ocorrem com o Plasmodium, causador da
malária.
Protozoários e saúde humana
• Os protozoários parasitas causam diversas
doenças em seres humanos´.
• As infecções por protozoários parasitas
são genericamente denominadas
protozooses.
• Vamos conhecer algumas doenças
humanas causadas por protozoários, com
ocorrência no Brasil.
Amebíase ou disenteria
amebiana
• A amebíase ou disenteria amebiana é
uma inflamação do intestino grosso
manifestada por cólicas e fezes
liquefeitas, geralmente com muco e
sangue.
• O protozoário causador dessa doença é
uma ameba da espécie Entamoeba
histolytica.
Micrografia de um cisto de Entamoeba histolytica
• Existe outra forma de disenteria, chamada
balantidíase, causada por um protozoário
ciliado o Balantidium coli.
• Adquire-se a disenteria amebiana ao ingerir
cistos da Entamoeba presentes na água ou
em alimentos contaminados com fezes de
pessoas doentes.
• O cisto é uma bolsa de parede rígida
repleta de amebas jovens, capazes de
infectar um novo hospedeiro.
• No intestino do hospedeiro, a parede do cisto
se rompe, libertando as amebas, que
invadem tecidos da parede intestinal, onde
passam a se alimentar de sangue e de células.
• Esses locais podem inflamar-se e romper-se,
liberando sangue, muco e milhares de
amebas, muitas já na forma de cistos.
• Ao serem eliminados com as fezes, os cistos
podem contaminar a água e alimentos (como
verdura) e ser transmitidos para outras
pessoas.
• Atualmente a amebíase pode ser combatida com
medicamentos, que devem ser ministrados após o
diagnóstico de parasitose, feito por exame
microscópio das fezes do doente.
• Para prevenir a disseminação da amebíase são
necessárias atitudes por parte do poder público e
das pessoas.
• Entre as formas de prevenção destaca-se o uso de
instalações sanitárias adequadas, como privadas,
esgotos e fossas sépticas, que impeçam a
contaminação da água e de alimentos por fezes
com cistos de ameba.
• A água, caso não seja tratada, deve
ser fervida antes de ser usada para
beber ou para lavar alimentos
consumidos crus.
• Esses e outros cuidados básicos,
associados à higiene pessoal,
previnem não só a amebíase como
inúmeras outras doenças
infecciosas.
Representação
esquemática
do ciclo de
Entamoeba
histolytica,
protozoário
parasita do
intestino
humano e
causador da
disenteria
amebiana
(amebíase). O
cisto dessa
ameba é
denominado
“forma de
resistência”,
pois é capaz de
sobreviver por
longos
As amebas não estão representadas na mesma escala que o intestino, e períodos fora
sim em escala muito maior; lembre-se de que elas são microscópicas. de organismos
hospedeiros.
Balantidiose (disenteria)
• Agente etiológico(causador): Balantidium
coli (ciliado).
• Características:
lesões no
intestino grosso
que provocam
diarreia com
sangue nas fezes,
de modo
semelhante ao
que ocorre na
disenteria
amebiana.
Como é o
ciclo de vida
do Balantidi
um coli?
• Modo de transmissão: ingestão de
alimentos ou de água
contaminados por fezes que
contenham cistos do ciliado.
• Medidas profiláticas( de
prevenção): implementar
saneamento básico e medidas de
higiene. Tratar os doentes.
Doença de Chagas
• O nome da doença, Chagas, é escrito com
inicial maiúscula.
• Ele se refere ao nome de Carlos Chagas (1879-
1934), cientista mineiro que identificou e
estudou a doença, tendo descoberto o seu
agente causador (ou agente etiológico), um
protozoário do grupo dos flagelados, ao qual
deu o nome Trypanosoma cruzi, em
homenagem ao seu colega Oswaldo Cruz.
Trypanosoma
cruzi (mede cerca
de 20 µm de
comprimento),
entre hemácias
humanas.
Morfologia
• Durante o seu ciclo de vida, o Tripanosoma
cruzi pode apresentar três formas
morfológicas: amastigota, epimastigota e
tripomastigota.
• Amastigota: apresenta forma arredondada. O
núcleo e o cinetoplasto não são observados
com microscópios ópticos. Não possui
flagelos. Presente na fase intracelular, durante
a fase crônica da doença.
• Epimastigota: apresenta tamanho variável
com formato alongado e núcleo semi-
central. Representa a forma encontrada no
tubo digestivo do barbeiro, o vetor da
doença de chagas.
• Tripomastigota: apresenta formato
alongado e fusiforme em forma de “c” ou
“s”. É a forma presente na fase extracelular,
que circula no sangue, na fase aguda da
doença. É a forma infectante para os
vertebrados.
B
C A
A – Amastigota
B – Epimastigota
C – Tripomastigota
• Carlos Chagas também identificou o transmissor ou
vetor do Trypanosoma: um inseto cujo o nome
científico é Triatoma infestans, popularmente
conhecido por barbeiro ou chupança.
• A Doença de Chaga geralmente é adquirida pelo
contanto das mucosas (dos olhos, nariz e da boca)
ou de feridas na pele com fezes do inseto portador
do parasita.
• Mulheres portadoras podem transmitir o parasita
aos filhos durante a gravidez ou na amamentação.
• Transplantes de órgãos e transfusões de sangue de
doadores infectados são outras vias de transmissão
da doença de Chagas.
> O inseto barbeiro
(Triatoma
infestans) pode
transmitir a doença
de Chagas. Ele
mede cerca de 3,5
cm de comprimento
Curiosidade
• O nome “barbeiro” foi dado pelo
povo em razão do hábito do inseto
de picar, em geral, o rosto, pois é
essa normalmente a parte mais
exposta do corpo quando
dormimos.
• Uma forma aguda da doença (DCA) pode ocorrer
pela ingestão de alimentos contaminados por
barbeiros infestados pelo parasita; em 2011 foram
166 casos com 5 óbitos, 113 deles no Pará.
• O barbeiro adquire o tripanossomos ao sugar
sangue de pessoas com doença de Chagas ou de
animais contaminados pelo parasita, como cães,
gatos, roedores e diversos animais silvestres, que
servem de reservatórios naturais do protozoário.
• Os barbeiros têm hábitos noturnos, escondendo-se
durante o dia em frestas, de onde saem à noite
para se alimentar de sangue.
• Depois de picar uma pessoa,
geralmente no rosto, o inseto
defeca; se estiver contaminado, os
tripanossomos contidos em suas
fazes podem penetrar através do
ferimento da picada, quando a
pessoa coça o local, atingindo a
circulação sanguínea, via de acesso
aos órgãos do corpo.
• Nos primeiros estágios da doença, os principais
sintomas são cansaço, febre, aumento do fígado
ou do baço e inchaço dos linfonodos.
• Depois de 2 a 4 meses esses sintomas
desaparecem.
• Somente 10 a 20 anos após a infecção é que
começam aparecer os sintomas mais graves da
doença; os protozoários instalam-se
preferencialmente no músculo cardíaco e
causam lesões que prejudicam o
funcionamento do coração, o que leva à
insuficiência cardíaca crônica.
Músculo cardíaco de camundongo infectado
com T. cruzi. Formas amastigotas (seta preta).
Ciclo biológico do T. cruzi.
• O desenvolvimento da Doença de Chagas pode
ser rápido caracterizando a forma aguda da
doença, mas a forma mais comum na
população brasileira é a crônica, que se
desenvolve ao longo de muitos anos.
• Até a década de 1960, não havia medicamentos
eficientes contra o tripanossomo.
• A partir de então têm sido desenvolvidas
drogas terapêuticas capazes de matar e
destruir o Trypanosoma cruzi, principalmente
no período inicial da doença.
• Entretanto, as lesões do coração e de outros
órgãos, como esôfago e o intestino, são
irreversíveis e até o momento não há
tratamento eficaz para os estágios avançados
da doença de Chagas.
• A principal maneira de combater a parasitose é
a adoção de medidas preventivas, que
impeçam a entrada dos protozoários no
organismos humano.
• A primeira providência, evidentemente, é
evitar a picada do barbeiro, o agente
transmissor (ou vetor) da doença.
• Como esses insetos se escondem nas frestas
das casas de barro ou de pau a pique
(taipa), a construção de casas de alvenaria,
sem esconderijos para o barbeiro, ajuda a
combater a doença de Chagas.
• Outra medida preventiva é a instalação de
cortinados de filó sobre as camas e de telas
de proteção em portas e janelas.
• O barbeiro também pode se abrigar em
outros locais, como em pilhas de madeira.
ILUSTRAÇÕES: CARLOS ESTEVÃO SIMONKA
Malária
• Entre os protozoários esporozoários, o gênero
Plasmodium (plasmódio) é um dos mais
conhecidos por causar a malária, doença que já
afligia os antigos egípcios há cerda de 5 mil anos.
• Segundo estimativas da Organização Mundial da
Saúde (OMS), em 2010 ocorreram no mundo 216
milhões de casos de malária, com 655 mil mortes,
das quais 86% foram de crianças com menos de 5
anos, a maioria na África subsaariana.
• No Brasil, em 2011 foram registrados 267.049 casos
de malária, mais de 97% na região amazônica,
sendo o Pará o estado mais afetado, com 43,1%
dos casos do país.
• Há quatro espécies do gênero Plasmodium que
causam malária, todas transmitidas pela picada de
fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles
(anófeles), que são hematófagas.
• Os protozoários Plasmodium malariae e
Plasmodium ovale são responsáveis por uma forma
branda da doença; Plasmodium falciparum causa a
forma mais grave de malária; Plasmodium vivax
provoca uma forma de malária intermediária.
https://agencia.fiocruz.br/sites/agencia.fiocruz.br/files/publique/fam_anophelesdarlingi2.jpg
Fêmea do mosquito
Anopheles darlingi. O
anófele é conhecido por
“mosquito –prego” pela
posição em que se
mantém quando
pousado, praticamente
perpendicular à
superfície. Mede cerca
de 4 mm de
comprimento
• O Brasil, o principal vetor é Anopheles darlingi;
83,7% dos casos registrados em 2009 foram
causados por P. vivax e 16,3% por P. falciparum; P
malariae é raramente observado e P. ovale não
ocorre no país.
• Todos os Plasmodium causam um quadro
caracterizado por acessos febris com intervalos de
tempo regulares, conhecidos popularmente por
“tremedeira” ou “batedeira”, acompanhados de
calafrios e dores no corpo.
• A diferença entre os tipos de malária causados por
esses Plasmodium é basicamente a intensidade dos
acessos febris e o intervalo de tempo entre eles.
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Acessos febris em
intervalos de 72 horas
Febre quartã Plasmodium (de quatro em quatro
maligna malariae dias)
Acessos febris
irregulares, de 36 a 48
Febre terçã Plasmodium horas. É a forma mais
maligna falciparum grave, podendo levar
à morte.
• Atualmente, há vários medicamentos
capazes de eliminar o plasmódio do
sangue.
• Além do quinino e de seus derivados
utilizados tradicionalmente, novas drogas
terapêuticas têm sido usadas com sucesso
no tratamento da malária.
• Drogas antimaláricas devem ser ingeridas
preventivamente, sob rigorosa orientação
médica, por pessoas que visitam regiões
com alta incidência da doença.
• A principal medida de prevenção da
malária consiste em combater a
proliferação do mosquito transmissor
e impedir sua picada.
• Entre as medidas de combate ao
mosquito estão o aterro de lagoas e
poças d’água que servem de criadouro
para as larvas e a aplicação de
inseticidas sobre as áreas atingidas
pela doença.
• Com está última providência, porém,
matam-se indiscriminadamente
outras espécies de insetos, muitas
das quais podem ser de importância
ecológica ou econômica.
• Telas em portas e cortinados de filó
sobre as camas também constituem
barreiras para a picada do
mosquito.
Leishmaniose
• Leishmaniose é a denominação genérica
da infecção causada por protozoários
flagelados do gênero Leishmania.
• No Brasil, estima-se que cerca de 40 mil
pessoas por ano adquiram um dos tipos
de leishmaniose, visceral ou tegumentar.
• A leishmaniose visceral (ou calazar) é causada,
principalmente, pela Leishmania chagasi, que ataca
o baço e o fígado.
• Febre contínua, perda de apetite, inchaço no fígado
e do baço, lesões na pele e anemia são alguns dos
sintomas da doença, que, em certos casos, pode
levar a morte.
• Os cães também são atacados por esse protozoário.
• A parasitose é transmitida pela picada do mosquito
Lutzomyia longipalpis conhecido popularmente
como mosquito-palha, ou maruim.
Por Ray Wilson, Liverpool School of Tropical Medicine - (2009) PLoS Pathogens Issue Image - Vol.
5(8) August 2009. PLoS Pathog 5(8): ev05.i08. doi:10.1371/image.ppat.v05.i08, CC BY 2.5,
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=7805367
leishmaniose.
pode transmitir a
longipalpis – esse
inseto tem menos
de 2 milímetros, e
birigui – Lutzomyia
Mosquito palha ou
Leishmania chagasi
Por Lauro Chieza de Carvalho - Obra do próprio, CC BY-SA 3.0,
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=15911346
Giardia lamblia
giardia-lamblia.jpg
Célula de Giárdia
http://www.minutobiomedicina.com.br/uploads/posts/337/
https://www.mdsaude.com/wp-content/uploads/giardia-lamblia-
1.jpg
Giardia lamblia
• A Giargia lamblia é um parasita intestinal que
possui um ciclo de vida. Esse protozoário flagelado
unicelular afeta o ser humano a partir do momento
em que são ingeridos cistos maduros.
• O vetor causador da doença pode se apresentar de
duas maneiras: cistos e trofozoítos (estágio adulto
do protozoário). Eles são resistentes e não morrem
com os ácidos liberados pelo estômago. Assim,
chegam ao intestino delgado.
• O período de incubação do protozoário é de
aproximadamente uma a quatro semanas. Para
compreender melhor o ciclo biológico do vetor
confira o esquema abaixo:
Ciclo de Vida da Giárdia
Toxoplasmose
• A toxoplasmose é uma doença causada pelo
esporozoário da espécie Toxoplasma gondii.
• A contaminação se faz principalmente pela ingestão
de cistos, existentes nas fezes de alguns animais
contaminados.
• É muito comum a transmissão do toxoplasma ao ser
humano pelo contato com fezes de gato.
https://static.mundoeducacao.uol.com.br/mundoeducacao/2019/07/toxoplasma.jpg