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Desafios da educação

ambiental no
contexto amazônico
Limites e possibilidades
Introdução

Educação Ambiental Educação


(substantivo) (adjetivo) Ambiental

• “Se existe uma educação que é ambiental, deve existir uma educação não-
ambiental” (GRUN, 1996).

• A introdução do termo ambiental propõe o resgate do que parecia esquecido na


educação: o ambiente (TOZONI-REIS, 2008).

• Não significa o ensino da ecologia, da geografia ou da biologia. Embora possua


relações com essas disciplinas, a EA é um tema distinto (REIGOTA, 2012).
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Qual meio ambiente?
• O delineamento da educação ambiental perpassa pela definição de meio
ambiente que a sustenta (REIGOTA, 2012).

Meio
Ambiente

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Primeiras definições (1970 e 1980)
• “É evidente que meio ambiente é composto por dois aspectos: 1) o meio
ambiente abiótico físico e químico e 2) o meio ambiente biótico” (Duvigneaud,
ecólogo).

• “É o que cerca um indivíduo ou um grupo, englobando o meio cósmico, físico


e o meio social com as suas instituições, sua cultura, seus valores” (Silliamy,
psicólogo).

Um lugar determinado e/ou percebido onde estão em relação dinâmica e em


constante interação os aspectos naturais e sociais. Essas relações acarretam
processos de criação cultural e tecnológica e processos históricos e políticos
de transformações da natureza e da sociedade (REIGOTA, 2012).

• Meio ambiente não é visto como sinônimo de meio natural. Vai além.

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Definindo a EA
• Constitui-se um fazer educativo voltado à compreensão das relações entre a
vida e o ambiente, em suas dimensões biofísicas, sócio-históricas, filosófico-
políticas e socioculturais (TOZONI-REIS, 2008).

• As primeiras práticas de EA estavam muito próximas da ecologia biológica,


sem que ela tivesse de se preocupar com os problemas sociais e políticos que
provocavam, por exemplo, a extinção de espécies.

• A EA numa perspectiva crítica: prever, além do conhecimento do mundo


natural, da proposição de mudança de comportamentos individuais, de
incentivos à participação social, um componente reflexivo e crítico às causas e
possíveis soluções da degradação do meio ambiente.

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EA no contexto amazônico
• Deve englobar a compreensão da interação e dinâmica dos aspectos naturais e
sociais, bem como os processos de construção cultural e tecnológica e os processos
históricos e políticos de transformação da relação homem-natureza do ambiente
amazônico.

• Mas, qual ambiente amazônico? Há apenas uma Amazônia?

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Tipo
uniforme
Amazônia de
ambiente
• É considerada um bioma brasileiro.
• Termo bioma (do grego Bio = vida +
Oma = grupo ou massa). Ocupam
extensas Macroclima
áreas
Bioma

Solo e Fitofisionomia
altitude (formação)

(WALTER, 1986 apud COUTINHO, 2006).


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Amazônia brasileira e internacional
Abrange os estados da região Norte
(Acre, Amapá, Amazonas, Pará,
Rondônia, Roraima e Tocantins) e
mais a região leste do Maranhão e a
região norte do Mato Grosso.

Cobre aproximadamente 66% do


território brasileiro (SANTOS et al.,
2012).

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MITTERMEIER et al. (2003)

SARUKHÁN; DIRZO, 2013


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• Possui a maior extensão territorial de floresta tropical do
mundo, a Floresta Amazônica (RYLANDS et al., 2002).

• É caracterizada como Floresta Ombrófila Densa, cobrindo


41,67% da área do bioma amazônico (BRASIL, 2011).

• Há um mosaico de ecossistemas intercalados às áreas


florestadas (manchas).

• Os ecossistemas amazônicos podem ser classificados, de


acordo com Prance (2013), em inundáveis e não
inundáveis.

FONTE: SADAVA et al. (2012)


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Ecossistemas amazônicos
Floresta de Campina Chavascal Florestas secas Savana*
terra firme semidecíduas
Não-inundáveis
(terra firme)
Caatinga Campinarana* Charravascal Ecossistemas de
transição
(Floresta de liana,
Floresta de
Floresta de Florestas de bambu)
várzea Lagos mangue
Ecossistemas
Inundáveis
Igapó Pântanos Outros
ecossistemas
Ecossistema de aquáticos
Montana (buritizal)

Floresta
secundária

PRANCE, 2013
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Várzea e Igapó
• Várzea: áreas de água barrenta.

• Igapó: áreas de água preta e água


clara.

• Várzea possuem biomassa


mediana, muito ou pouco
iluminada. O seu porte é bem
menos expressivo e as madeiras
em regra são mais moles.

• Igapós são de areia branca. Na


época das cheias seus troncos
estão debaixo d'água; pobres em
biomassa, com vegetação muito
especializada, baixa diversidade
específica.
Campinaranas

• Denominadas de campinas ou
caatingas da Amazônia.

• Formação vegetal esclerófila, com


porte muito baixo (< 3m) para os
padrões da vegetação amazônica;

• Restrita a manchas de vegetação com


alta incidência lumínica ao nível do
solo, e fisionomicamente muito
semelhante às moitas arbustivas das
restingas litorâneas (Figura 5).
Hidrografia
• Detém 20% da água doce do planeta.

• Destaca-se a bacia do rio Amazonas (maior rio do mundo), composta pelo eixo
Amazonas-Solimões-Ucayali (SANTOS et al., 2012).

• É caracterizado por um pulso de inundação que periodicamente forma uma


planície aluvial, que varia de 14 a 35 km de extensão (AB’SABER, 2002)

• Os rios amazônicos podem ser classificados ainda em rios de águas claras,


como o rio Tapajós, e rios de águas escuras, como o Rio Negro, os quais
apresentam poucos sedimentos em suspensão (SIOLI, 1985).

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Aspectos sócioculturais
• Lima e Pozzobon (2005), com base na relação dos grupos sociais e o meio
ambiente, apresentam a diversidade social amazônica por meio de nove
categorias socioambientais.
• povos indígenas de comércio esporádico, povos indígenas de comércio
recorrente, povos indígenas dependentes da produção mercantil, pequenos
produtores tradicionais, latifúndios “tradicionais”, latifúndios recentes,
migrantes/fronteira, grandes projetos e exploradores itinerantes
• a Amazônia é uma região plural e heterogênea
• Porto-Gonçalves (2012) afirma que não há uma Amazônia, mas várias
amazônias, na maioria dos casos, antagônicas entre si, que por isso precisam
ser analisadas nas suas peculiaridades

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Aspectos históricos e geopolíticos
• A atuação do estado nesta geralmente ocorre em favor dos interesses
econômicos das demais regiões brasileiras

• após a II Segunda Guerra Mundial, o estado implantou uma série de políticas


públicas que visavam a “integração” da região ao restante do País

• construção de rodovias, incentivo à entrada de migrantes e a concessão de


incentivos fiscais para instalação de grandes empresas (BROWDER;
GODFREY, 1997)

• intensa exploração dos recursos naturais resulta no esgotamento dos recursos


explorados e estagnação da atividade econômica

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• ciclos de explosão e declínio econômico, como ocorreu com a borracha Em
inglês, “boom-and-bust” (RODRIGUES et al., 2009).

• Não há preocupação com o desenvolvimento endógeno da região, isto é, a


partir das suas potencialidades e do atendimento aos interesses locais
(BROWDER; GODFREY, 1997).

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Qual Educação Ambiental para a Amazônia?
• Quais são os fundamentos teóricos da educação ambiental?

• A educação ambiental ainda carece de uma conceituação mais elaborada.


Mesmo entre os educadores ambientais não existe ainda um consenso
mínimo sobre o que é educação ambiental.
• Embora a Educação Ambiental já seja reconhecida como uma necessidade da
sociedade contemporânea, não é uma modalidade de Educação cujos
princípios,objetivos e estratégias sejam iguais para todos aqueles que a
praticam. Isso significa dizer que há diferenças conceituais que resultam na
construção de diferentes práticas educativas ambientais. (TOZONI-REIS,
2008).
Desafios

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Referências
COUTINHO, L. M. O conceito de bioma. Acta botanica brasílica, v. 20, n. 1, p. 13-23, 2006.
DIAS, G. F. Educação Ambiental: Princípios e Práticas. 8 ed. São Paulo: Gaia, 2004. p. 15-97.
GRÜN, M. Ética e educação ambiental: a conexão necessária. Campinas: Papirus, 1996.
LOUREIRO, C. F. B. Trajetórias e fundamentos da educação ambiental. São Paulo: Cortez, 2004.
REIGOTA, M. Fundamentos Teóricos para a Realização da Educação Ambiental Popular. In:
Seminário sobre Desenvolvimento e Educação Ambiental. Brasília, 1991.
SADAVA. D.; HELLER, C.; ORIANS. G.; PURVES. B.; HILLIS. D. Vida: a ciência da biologia. -8. ed. .
– Porto Alegre: Artmed, 2009.
TOZONI-REIS, Marília Freitas de C. Metodologias aplicadas à Educação Ambiental. 2. ed.
Curitiba: IESDE Brasil, 2008.

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