Direito &
Relações Internacionais
Tratados Internacionais
A PRÁTICA DOS
TRATADOS
INTERNACIONAIS
VII.3. A prática das normas da CVDT
ATENÇÃO!
A participação do Executivo e do Legislativo
dá um viés democrático ao processo.
VII.3. A prática das normas da CVDT
1º momento
Após a fase de negociação do tratado, o Presidente poderá:
-enviar ao Congresso para referendo;
-encomendar a realização de novos estudos;
-arquivar o texto, em caso de insatisfação;
Exceção: convenções internacionais do trabalho,
que deverão ser submetidas à aprovação Parlamentar.
(Tratado constitutivo da OIT, artigo 19, no5, letra b).
2º momento
Uma vez enviado o texto ao Congresso, este:
Confirmação por meio da elaboração de um decreto legislativo.
Rejeição do texto, apenas comunica ao Presidente.
VII.3. A prática das normas da CVDT
ATENÇÃO!
Segundo da Constituição da República de 1988 existe uma dupla
atuação do Congresso Nacional
(i) controle e fiscalização do Executivo;
(ii) atuação independente, representando a vontade nacional.
3º momento
Ratificação
Vale lembrar que não é propriamente a ratificação que dá efeito
ao tratado, mas sim a troca ou o depósito da carta ou dos
instrumentos de ratificação na OI ou no lugar indicado.
4º momento
Após o depósito de instrumentos, a prática brasileira (não está
previsto em lei ou na CR/1988) tem exigido que o Presidente da
República faça a expedição de decreto de execução,
promulgando e publicando no Diário Oficial da União o conteúdo
do tratado.
Representa a materialização do tratado em nível interno.
VII.2. O Brasil e a CVDT
CVDT
VII.3. A prática das normas da CVDT
As Reservas
As Reservas
Emendas e Modificações
A regra geral é que todo tratado pode ser emendado desde que
haja acordo entre as partes.
Diferenciam-se os termos emenda e modificação.
As Emendas são alterações no texto do tratado com validade, a
princípio, para todos os Estados.
As modificações referem-se às alterações concluídas entre alguns
Estados-parte e válidas apenas entre eles.
A emenda pode constar em tratados multilaterais ou bilaterais,
enquanto que as modificações apenas nos multilaterais.
As emendas deverão ser obrigatoriamente notificadas aos Estados contratantes.
Caso um Estado se torne parte de um tratado posteriormente
a entrada em vigor da emenda, será ele considerado,
a não ser que manifeste intenção contrária, como aderente a ela.
VII.3. A prática das normas da CVDT
Descumprimento de um Tratado
São dois os princípios que direcionam a aplicação dos tratados:
pacta sunt servanda e boa-fé. Assim, após a efetiva constituição
de um tratado, as partes deverão respeitá-lo e cumpri-lo.
O descumprimento das obrigações constante nos tratados
constitui uma ilegalidade no Direito Internacional, gerando,
inclusive, responsabilidade internacional ao Estado que a
descumprir.
Existe, porém, na CVDT permissão para o descumprimento e,
conseqüentemente, a isenção de responsabilidades.
VII.3. A prática das normas da CVDT
Descumprimento de um Tratado
A força maior é um impedimento que impossibilita a execução da
obrigação pelo Estado devido a um fato externo imprevisto e que
não foi gerado por sua culpa.
Já a legítima defesa refere-se a: “um ato agressivo contra ato
ilegal de outra parte, a fim de proteger seu interesse ou de
terceiro, na situação urgente de esperar a intervenção do órgão
legítimo”.
Nessas hipóteses o Estado poderá ficar isento das responsabilidades
internacionais caso descumpra as obrigações de um tratado em que é parte.
O Estado, no entanto, não poderá invocar o direito interno
para justificar o descumprimento de um tratado.
VII.3. A prática das normas da CVDT
Tempo e Espaço
A CVDT dispõe em seu Artigo 28 sobre a aplicação temporal e no
Artigo 29 sobre a aplicação espacial.
Interpretação
Segundo o Artigo 31 cabe aos próprios Estados-parte
interpretarem os tratados. A interpretação deverá ser de boa-fé
e à luz de seu objetivo e finalidade, levando em consideração o
seu texto, o preâmbulo e/ou os anexos. Apesar de os Estados
possuírem esse direito de interpretação, eles podem se socorrer
a uma corte internacional.
A CVDT permite ainda, no Artigo 32, que se recorra a meios
suplementares de interpretação, como, os trabalhos
preparatórios do tratado e às circunstâncias de sua conclusão.
.
Só pode recorrer a esses meios suplementares, caso o sentido
resultante da interpretação realizada pelos Estados seja:
ambíguo ou obscuro; ou conduza a um resultado
que é manifestamente absurdo e desarrazoado
VII.3. A prática das normas da CVDT
Morte de um Tratado
Um tratado que for declarado nulo não possuirá qualquer
eficácia jurídica segundo o Artigo 69 da CVDT.
Morte de um Tratado
São causas que, segundo a convenção, determinam a extinção do tratado:
a) as previstas pelo próprio tratado ou quando as próprias partes unanimemente
assim convencionarem;
b) término do prazo de vigência do tratado.
c) redução do número das partes num tratado multilateral.
(Atenção à previsão do Artigo 55).
d) a denúncia ou retirada.
e) tratado posterior que regula o mesmo assunto de tratado anterior e
(I) com ele incompatível e (II) possua as mesmas partes.
(Artigo 59, 1, “a”, preve tanto se for expressa ou tácita)
f) a violação substancial do tratado.
g) a impossibilidade superveniente de cumprimento do tratado.
h) a mudança fundamental de circunstâncias, previsão do rebus sic stantibus;
i) a ruptura de relações diplomáticas ou consulares entre as partes contratantes,
(Atenção com a previsão do artigo 74).
j) a superveniência de uma norma de Direito Internacional Geral (jus cogens).
VII.3. A prática das normas da CVDT
Morte de um Tratado
José Francisco Rezek, que preferem classificar a extinção dos
tratados da seguinte forma:
1) “Por vontade das Partes ou ab-rogação”: exige a vontade comum de todas as Partes
Contratantes naquele momento vinculadas aos termos do tratado, a não ser que o
tratado contenha previsão de ab-rogação por maioria (REZEK, 2008, p. 46).
Ele afirma ainda que “a vontade comum ab-rogatória se exprime, as vezes, por
antecipação, no próprio texto convencional, ou seja, o texto disciplina o processo
extintivo”. Mesmo que o tratado nada disponha sobre sua extinção, ele não pode retirar
dos pactuantes a prerrogativa de ab-rogá-lo (REZEK, 2008, p 146).
2) “Por tratado superveniente sobre o mesmo assunto e que reúna todas as Partes do
tratado anterior” (REZEK, 2008, p. 143).
3) “Por superveniência de norma imperativa de direito internacional geral - jus
cogens”. Caso disciplinado na Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados no seu
art. 64 (REZEK, 2008, 143).
4) “Por vontade unilateral” ou também chamada de “denúncia” (REZEK, 2008, p. 144).
VII.3. A prática das normas da CVDT
Denúncia