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Psicoterapia de Grupo

FASAP – PSICOLOGIA – 2022.01


6º E 7º PERÍODOS– AULA 5
PROF.ª SORANE DECOTHÉ XAVIER BRUM
1. Introdução
O interesse pela psicoterapia de grupo ­ocorreu principalmente na década
de 1940, fruto da ­alta demanda gerada por condições psiquiátricas
durante a Segunda Guerra Mundial,.
 Nesse contexto, o grupo oferecia oportunidade de tratar um maior
número de pessoas ao mesmo tempo.
 Custo-benefício significativamente mais favorável em comparação a
outras abordagens psicoterápicas.
 Além de técnicas específicas das diferentes modalidades de terapia, o
formato de grupo oferece um ambiente no qual podem ocorrer interações
entre o terapeuta e o paciente e entre os próprios integrantes do grupo.
2. Breve Histórico
 1910-1930 - Contribuições importantes:
 Moreno – criou a expressão “psicoterapia de grupo”. Utilizava encenações e enredos
por meio da representação de papéis (psicodrama) com o objetivo de resolver uma
situação-problema, desenvolver a conscientização dos conflitos e estimular a
expressão espontânea.
 Freud publicou Psicologia de grupo e a análise do ego, dirigindo sua atenção para a
psicologia coletiva. Salientou o papel do líder como essencial para a compreensão do
processo grupal.
 Kurt Lewin – psicólogo social – pesquisou as relações entre vida grupal e liderança. O
enfoque foi na “dinâmica de grupo”, tratando fenômenos grupais a partir da teoria
da Gestalt ou totalidade. Lewin foi quem primeiro estudou o grupo como um sistema
de identidade própria e com fenômenos que são peculiares e regem seu
funcionamento.
2. Breve Histórico

 1960 e 1970 – período de forte expansão – atendimento de pacientes


psiquiátricos e de diversas outras condições, em nível de internação e
ambulatorial (público/privado).
 Ao final da década de 1970, a TCC em grupo foi obtendo destaque.
 Nas décadas seguintes, as terapias em grupo se consolidaram com o aumento das
pesquisas e da divulgação de resultados de sua eficácia em revistas científicas.
3. Fatores Terapêuticos
 As terapias em grupo utilizam técnicas específicas de acordo com os diferentes
modelos de psicoterapia e de fatores terapêuticos comuns a todas elas.
 Fator terapêutico - elementos da terapia que colaboram para melhorar a condição
do paciente, advindo tanto das ações do terapeuta quanto das ações dos integrantes
do grupo ou do próprio paciente.
 Yalom e Leszcz1 descreveram os fatores terapêuticos comuns a todas psicoterapias
de grupo:
3. Fatores Terapêuticos
 As terapias em grupo utilizam técnicas específicas de acordo com os diferentes
modelos de psicoterapia e de fatores terapêuticos comuns a todas elas.
 Fator terapêutico - elementos da terapia que colaboram para melhorar a condição
do paciente, advindo tanto das ações do terapeuta quanto das ações dos integrantes
do grupo ou do próprio paciente.
 Yalom e Leszcz1 descreveram os fatores terapêuticos comuns a todas psicoterapias
de grupo:
3. Fatores Terapêuticos
 Instilação de esperança - Trata-se da expectativa de conseguir melhorar. A
esperança pode ser considerada um impulso para a mudança de comportamento.
O terapeuta também precisa ter convicção e otimismo e compartilhar a expectativa
positiva em relação à terapia.
 Universalidade - É a promoção de alívio dos pacientes ao perceberem que não são
os únicos com problemas e que não estão sozinhos para enfrentá-los.
 Orientação - Auxilia os pacientes a conhecer sua doença e a lidar melhor com ela
por meio de aconselhamento e instrução didática ou psicoeducação. Ao término de
uma terapia de grupo, os participantes adquirem amplo conhecimento sobre o
significado dos sintomas, o funcionamento psíquico e a própria terapia.
3. Fatores Terapêuticos
 Altruísmo - É o ato de dar e receber ajuda; isto é, o sentimento de identificação com
sofrimento do outro é recíproco, e, por isso, os membros do grupo oferecem apoio
mútuo.
 Reedição familiar - Possibilita ao paciente reviver conflitos típicos de família, já que
o grupo se parece com uma família em alguns aspectos (existem figuras de
autoridade, figuras fraternas e revelações profundas, assim como sentimentos
hostis e competitivos).
 Aprendizagem interpessoal – output - Corresponde ao desenvolvimento de
habilidades sociais pela convivência em grupo. O ambiente grupal oferece aos
participantes a oportunidade de praticar novos comportamentos e desenvolver
habilidades sociais básicas.
3. Fatores Terapêuticos
 Aprendizagem interpessoal – input - Além de viabilizar os relacionamentos
interpessoais entre os membros, as habilidades aprendidas no grupo possibilitam a
correção da experiência emocional por meio da exposição do paciente a situações
que ele não conseguiu enfrentar anteriormente.
 Identificação - É a possibilidade de os pacientes modelarem-se com base nos
aspectos dos outros membros do grupo e do terapeuta, observando a forma que
cada um tem de lidar com seus problemas.
 Coesão - É traduzida pelo bom relacionamento entre os membros, aceitando uns
aos outros, incluindo o terapeuta. Um grupo coeso é capaz de acolher e conter as
angústias/necessidades de cada um e de todos.
3. Fatores Terapêuticos
 Catarse - Corresponde à possibilidade de alívio pelo fato de os membros
expressarem as emoções em ambiente grupal.
 Fatores existenciais - Abrangem os fatores relacionados à existência e à
confrontação da condição humana, como mortalidade, responsabilidade e
liberdade.
 Autocompreensão - Tem como proposta facilitar a aceitação pelos pacientes de
aspectos sobre si antes negados, permitindo um resgate de questões reprimidas e
rejeitadas por eles mesmos.
4. Formação de Grupos
 A formação de um grupo varia de acordo os objetivos e a finalidade, embora
existam características gerais em comum.
 Para que os benefícios da terapia em grupo ocorram de fato, é necessário
planejamento em relação à estrutura do grupo e das sessões.
 Independentemente da orientação teórica, todo grupo deve ter um conjunto
de regras e combinações para nortear a atividade proposta.
 O enquadramento ou setting é a soma de todos os procedimentos que
organizam, normatizam e possibilitam o funcionamento do grupo.
4. Formação de Grupos
QUESTÕES SOBRE A ESTRUTURA DO GRUPO E A SELEÇÃO DOS PARTICIPANTES

Qual a finalidade do De autoajuda?


grupo? De orientação analítica?
Para quem se destina? Para crianças, adolescentes, gestantes?
PLANEJAMENT
O Como funcionará? Homogêneo ou heterogêneo? Aberto ou fechado?

Qual será o Número de participantes, número de sessões, tempo de duração?


enquadramento?
Motivação Reconhecimento da necessidade de tratamento e da disposição para
mudanças.
SELEÇÃO Composição homogênea Característica em comum? Obesidade, transtorno bipolar, alcoolismo,
etc?
Composição heterogênea Quando há diversificação de diagnósticos.
4. Formação de Grupos
 Papel do terapeuta:
É essencial o embasamento teórico sobre os fundamentos da terapia de grupo e das
técnicas específicas que serão utilizadas.
 É mais que um especialista que aplica técnicas: a cordialidade e a empatia também
exercem influência na motivação e na adesão de cada participante ao tratamento
proposto.
 Modela a participação e a colaboração ativa, gerando respostas adaptativas.
 Auxilia no estabelecimento de uma atmosfera tolerante com as diferenças
individuais e encoraja os participantes a falar abertamente.
 A intenção do terapeuta é reunir aqueles que se beneficiam com um modelo
específico de tratamento e que podem contribuir com os demais participantes do
grupo.
4. Formação de Grupos
 Contraindicações:
 Ideações suicidas ativas;
 Psicoses atuais;
 Transtornos da personalidade graves
 E déficits cognitivos que demandem atenção exclusiva.

 Certos pacientes não se enquadram na estrutura grupal devido aos traços de


personalidade, podendo transformar-se em um elemento desagregador do
grupo.
 Muitas vezes, é por falha na seleção que ocorrem as desistências precoces. Cabe
salientar que o abandono do tratamento por um participante repercute em todo
o grupo, podendo interferir no bom andamento das próximas sessões.
Referências

 CORDIOLI, Aristides Volpato. Psicoterapias : abordagens atuais [recurso


eletrônico]. – 4. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2019. cap.18.

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