Geertz afirma que tratou até agora de 3 características da descrição etnográfica: 1) interpretativa; 2)
interpreta o fluxo do discurso social; 3) tal interpretação consistem em “salvar” o dito e fixa-lo em formas
pesquisáveis. Agora iria tratar da quarta característica: “ela é microscópica”.
A maneira como o antropólogo passa do contexto microscópico para o macro envolve dois problemas
metodológicos:
1) Modelo microscópico Joenvile-é-os-Estados-Unidos: importa em dizer que através de pequenas
cidades se encontra um fragmento simplificado do todo. É uma falácia, se encontra mesmo é a vida
naquela pequena cidade.
2) Modelo “experiência natural” A-Ilha-da-Páscoa-é-um-caso-teste: ideia dos experimentos laboratoriais
onde os dados isolados são mais puros e não manipuláveis.
Enfim: “o locus do estudo não é o objeto de estudo. Os antropólogos não estudam as aldeias, eles
estudam nas aldeias” (p. 16). Geertz pondera afirmando que algumas coisas podem ser melhor estudadas
em locais isolados, mas isso não faz o local de estudo uma condição sine qua non antropológica, pois “o
que é importante nos achados do antropólogo é sua especificidade complexa, sua circunstancialidade.” (p.
16) E conclui que “Fatos pequenos podem relacionar-se a grandes temas [...] porque eles são levados a
isso.” (p.17) (comentário nosso: levados por que, ou por quem?)
Sétima parte – A etnografia como freio e contrapeso do arcabouço teórico