INDÚSTRIA DE

ÓLEOS VEGETAIS
Eduarda Santana de Jesus
Mirella Alves Ramos

Universidade Estadual de Santa Cruz

Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas
Engenharia Química
Planejamento e Projeto Integrado na Indústria Química
(CET1013 – 2022.1)
Prof(a). Vera Rosa Capelossi
 APRESENTAÇÃO

1. CONDIÇÕES DE OPERAÇÃO
2. PROCESSAMENTO DO ÓLEO DE SOJA
3. ARMAZENAMENTO
4. PREPARAÇÃO
5. EXTRAÇÃO DO ÓLEO BRUTO
OSLA
6. PROCESSO DE REFINO DO ÓLEO BRUTO
7. HIDROGENAÇÃO
8. CUSTO DE OPERAÇÃO
 CONDIÇÕES DE OPERAÇÃO
Tabela 01 – Dados de processamento/dia e número de funcionários de diferentes empresas produtoras de óleo de soja.
Fração
Processamento
Empresa Nº Funcionários Cidade (Funcionários/
de grãos (toneladas/dia)
tonelada)

BIO ÓLEO 329 200 Feira de Santana (BA) 0,608

OLEOPLAN 3000 1000-2000 Veranópolis (RS) 0,667

OLFAR 3000 1000-5000 Porangatu (GO) 1

CARGILL 3200 500-1000 Três Lagoas (MS) 0,234

COCAMAR 4500 1000-5000 Maringá (PR) 0,667

GRANOL 7.890 1000-5000 Porto Nacional (TO) 0,380

IMCOPA 4110 500-1000 Araucária (PR) 0,182

MÉDIA ----- ----- ----- 0,534

 CONDIÇÕES DE OPERAÇÃO

 Empresa de pequeno a médio porte (Até 100 funcionários)

 100 toneladas de grãos / dia - 19 toneladas de óleo / dia

 53 funcionários (50-100)
PROCESSAMENTO

Figura 1 – Processamento de oleaginosas. Fonte: Bueno, Piasson e Gauto, 2018.

 ARMAZENAMENTO

 Más condições = aquecimento da semente;

aumento de acidez; escurecimento do óleo; difícil
refinação e clarificação; alterações sensoriais e
modificações estruturais.
 Silos-bolsa
 Vantagens:
• Menor custo
• Figura 2 – Silos Bolsa. Fonte: Google Imagens.
Estoque rápido
• Manutenção de baixo custo
• Capacidade flexível  Custo: 200 t - R$ 1.500 (embutidora e a extratora - R$
• Reciclável
100 mil ou alugar).
• Mantém os produtos protegidos
 Viabilidade comprovada por estudos.
 PREPARAÇÃO
 Pré-limpeza:
• Eliminação da sujidade mais grossa antes do armazenamento.
• Diminui os riscos de deterioração e reduz o uso indevido de espaço útil do silo.
• Feita por máquinas especiais, dotadas de peneiras vibratórias.
Figura 3 – Representação das peneiras
vibratórias. Fonte: Google Imagens.

 Descascamento:

• Descascadores.
• Grãos não devem sofrer compressão.

Figura 4 – Representação das descascadora de

soja. Fonte: Google Imagens.
 PREPARAÇÃO

 Condicionamento

• Após descascamento, a polpa do grão sofre aquecimento

entre 55 ºC e 60 ºC.
• Condicionador rotativo/vertical.
• Vantagens: Processamento flexível, economia de
energia, condicionamento eficiente.

Figura 5 – Maquete eletrônica de uma planta de preparação de soja mostrando o

Condicionador Vertical de Sementes. Fonte: Wietzikoski, 2018.
 PREPARAÇÃO

 Trituração e laminação

• Distância entre o centro do grão e sua superfície a área de saída do óleo.

• Devem ser realizadas de forma rápida.
• Rolos de aço inoxidável horizontais ou oblíquos.
• Capacidade variável.

Figura 6– Representação do moinho laminador

e rolos de aço. Fonte: Google Imagens.
 PREPARAÇÃO
 Cozimento

• Visa o rompimento das paredes celulares para facilitar a saída do óleo.

• Realizado pelos “cozedores”.
• Aquecimento indireto, feito na camisa de vapor do cozedor.
• Umidade dos flocos
• Rompimento das paredes celulares
• Permeabilidade das membranas celulares
• Saída do óleo
• Coagulação e desnaturação parcial das proteínas
• Inativação das enzimas lipolíticas

• Viscosidade
Figura 7 – Cozedor vertical tipo indireto. Fonte:
• Tensão superficial Google Imagens.
• Produção de ácidos graxos livres
• Conteúdo de compostos de enxofre
• Afinidade do óleo pelas partículas sólidas do grão
 EXTRAÇÃO DO ÓLEO BRUTO

 Processo mais moderno: Introdução dos flocos diretamente nos extratores e extração direta com
solvente orgânico.

 Solvente mais utilizado : hexano.

 Vantagens: dissolve com facilidade o óleo, sem agir sobre outros componentes dos grãos; possui
composição homogênea e estreita faixa de temperatura de ebulição; é imiscível em água, com a
qual não forma azeotrópicos; e tem baixo calor latente de ebulição.

 Desvantagens: Alta inflamabilidade, alto custo.

 Outra opções apresentam dificuldades (Controle de hidratação e temperatura; características não

seletivas; necessidade de desacidificação).
 EXTRAÇÃO DO ÓLEO BRUTO

 Introdução dos flocos laminados no extrator.

 Óleo aparece na forma de camada ao redor das partículas laminadas (dissolução) ou

contido nas células intactas (difusão).

 Velocidade do desengorduramento dos grãos laminados é, no começo, muito rápida,

decrescendo com o decurso do processo.

 Miscela = solução do óleo no solvente.

 EXTRAÇÃO DO ÓLEO BRUTO

 Extrator tipo De Smet

Figura 8– Extrator tipo De Smet. Fonte: Google Imagens.

 EXTRAÇÃO DO ÓLEO BRUTO

 Destilação das miscela:

• Filtração e posteriror destilação contínua.

• Conteúdo de solvente no óleo pode ser reduzido até cerca de 5%.

• O hexano residual é destilado em um evaporador de filme, com insuflação de vapor
direto.
 EXTRAÇÃO DO ÓLEO BRUTO

 Recuperação do solvente:
• A principal causa de perda do solvente: a mistura
incondensável formada entre seus vapores e o ar.

• Feito por colunas de absorção com óleo mineral.

Figura 9 – Colunas de Absorção. Fonte: Google Imagens.

 REFINO DO ÓLEO BRUTO

 DEGOMAGEM:
• Nela são removidas proteínas, as
substâncias coloidais e os
fosfatídeos.
• Adição de 1 a 3% de água ao
óleo bruto
• Formação de goma contendo
Lecitina. Figura 10 – Fluxograma
Degomagem.
Fonte: Mandarino (2015).
 REFINO DO ÓLEO BRUTO
 NEUTRALIZAÇÃO:

• Objetivo: eliminar ácidos graxos

livres e outros componentes
definidos como impurezas.
• Adição de solução de Hidróxido
de sódio ou carbonato de cálcio
• Método Contínuo e Descontínuo

Figura 11– Solução aquosa de

Hidróxido de sódio.
Fonte: Google imagens.
 REFINO DO ÓLEO BRUTO
 NEUTRALIZAÇÃO DESCONTÍNUA:
• Avaliação do teor de ácidos graxos na composição do óleo.
• Tratamento Adequado para cada teor de ácido.
• Formação de sabões e separação dos glicerídeos pela diferença de peso específico.
• O óleo neutralizado é lavado de 3 a 4 vezes com água fervente.

Tabela 01– Composição do óleo em relação ao teor de ácidos graxos.

Fonte: Mandarino (2015).

 REFINO DO ÓLEO BRUTO
 BRANQUEAMENTO:

• Adsorção de pigmentos com

terras clarificantes.
• Terras clarificantes aditivadas ou
naturais
• Secagem, adição de terras
clarificantes, agitação e
Figura 12– Coloração do óleo de soja. resfriamento.
Fonte: Google imagens.
 REFINO DO ÓLEO BRUTO
 DESODORIZAÇÃO:

• são removidos os sabores e odores

indesejáveis e pode ser realizada de forma
descontinua, contínua ou semi-contínua.
• Baseia-se na destilação em corrente de
vapor, no qual as substâncias voláteis se
separam do óleo não volátil.
• Processo descontínuo: 6 a 8 horas.
Figura 13– Equipamento Girdler de
• Processo contínuo: 1 a 2 horas e meia. desodorização semi-contínua.
Fonte: Mandarino (2015)..
 REFINO DO ÓLEO BRUTO
 HIDROGENAÇÃO:
• Visa conservar o óleo de soja, por meio da eliminação
das duplas ligações entre os átomos de carbono dos
ácidos graxos.
• Ocorre de forma contínua ou descontínua.
• O gás hidrogênio pode ser adicionado de duas formas
• O controle do processo é efetuado retirando
periodicamente amostras e determinando o índice de
Figura 14– Autoclaves industriais.
Fonte: Google imagens.
refração do óleo de soja.
 CUSTO DE PRODUÇÃO

 PLANEJAMENTO FINANCEIRO:

• Máquinas e Equipamentos
• Energia Elétrica
• Insumos
• Mão de Obra

Figura 15– Planejamento financeiro.

Fonte: Google imagens.
 CUSTO DE PRODUÇÃO
 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS:
Tabela 02– Avaliação de custos com máquinas e equipamentos.
Etapas Máquinas e equipamentos Qtde Valor Unitário Valor Total
Silo Bolsa Okuboagri Para Grãos Secos 200 ton 4 R$ 3.180,00 R$ 12.720,00
Armazenagem de EE08 Embutidora JF Silo Master Forage - 25 ton/h 1 R$ 59.400,00 R$ 59.400,00
matéria-prima
Extratora de Grãos Silo Bolsa Outgrain 215 - 180 Ton/h 1
R$ 119.000,00 R$ 119.000,00
Pré limpeza de grãos 1 R$ 50.000,00 R$ 50.000,00
Preparação Descascador de Grãos 1 R$ 89.000,00 R$ 89.000,00
Moinho CTO-60 (Trituração) 1 R$ 11.890,00 R$ 11.890,00
Extração Extrator de óleo vegetal 1 R$ 115.000,00 R$ 115.000,00
Decanter Centrífugo 1 R$ 110.000,00 R$ 110.000,00
Reator de tanque de aquecimento elétrico industrial de aço inoxidável
1 R$ 7.145,85 R$ 7.145,85
Refino com agitador
Clarificador (BRANQUEADOR) Para Diversos Tipos de Óleos Vegetais 1 R$ 70.000,00 R$ 70.000,00
Destilador de Ciclo Contínuo 1 R$ 90.000,00 R$ 90.000,00
Hidrogenação Reator com Alta Pressão 10.000L 1 R$ 4.763,90 R$ 4.763,90
Armazenagem e Comando Hidraúlico 30cv 1 R$ 15.000,00 R$ 15.000,00
expedição de óleo Tanque de óleo vegetal 30.000 L 1 R$ 10.000,00 R$ 10.000,00
Valor Sub Total R$ 763.919,75
Despesas Montagem R$ 200.000,00
Valor Total R$ 963.919,75
 CUSTO DE PRODUÇÃO
 ENERGIA ELÉTRICA:
• Definição de Potência Nominal Instalada.
Tabela 03– Avaliação de custos com energia elétrica.

Máquinas e equipamentos Potência

EE08 Embutidora JF Silo Master Forage - 25 ton/h 45,0 CV

Extratora de Grãos Silo Bolsa Outgrain 215 - 180 Ton/h 76,0 CV

Moinho CTO-60 (Trituração) 2,0 CV

Extrator de óleo vegetal 15,0 CV

Reator de tanque de aquecimento elétrico industrial de aço
20,4 CV
inoxidável com agitador
Reator com Alta Pressão 10.000L 102,0 CV
Comando Hidraúlico 30cv 30,0 CV
Potencia Nominal Instalada (CV) 290,4
Potencia Nominal Instalada (KW) 213,6
Potencia Nominal Instalada - Teórico (KW) 368,0
 CUSTO DE PRODUÇÃO
 ENERGIA ELÉTRICA:
• Definição do grupo de tarifas. Figura 16– Grupo A de consumo de energia elétrica.

Fonte: Google imagens.

Tabela 04– Custos com energia elétrica.

Horas Preço Energia Total energia
Horas Trabalhadas Total Energia Total Energia
Trabalhadas Mês KW/hora Utilizada por Processamento
dia Mês KW/h Mês R$
(26 dias) hora em KW R$/ton
21 546 h 0,24523 225 122.850 54,61
122.850,00
Fonte: Adaptado de Mandarino (2015).
 CUSTO DE PRODUÇÃO
 INSUMOS:
Tabela 05– Avaliação de custos com insumos baseado em Mandarino (2015).

Insumos Valor da tonelada (R$) - (07/04) Valor diário (R$) Valor Anual (R$)

Grão de soja (AIBA) 2.700,00 270.000,00 98.550.000,00

Insumos para extração do

------------ 976,82 356.537,73
óleo

Insumos para refino do

-------------- 8.229,67 3.003.830,38
óleo

Total anual (R$) 101.910.368,11

Total/toneladas 2792,06488
 CUSTO DE PRODUÇÃO
 MÃO DE OBRA: Tabela 06– Avaliação de custos com mão de obra.
CUSTO MÃO DE OBRA/TON GRÃOS PROCESSADOS (R$)
Função Qtd. Salário Base Transporte Encargos Sociais Total mensal Total Anual Total/toneladas
Operador de Máquina
334.744,06 66,39
Diurno 10,00 1.514,00 304,00 971,53 27.895,34
Operador de
334.744,06
máquina  noturno 10,00 1.514,00 304,00 971,53 27.895,34
Motorista 209.235,38
5,00 1.939,00 304,00 1.244,26 17.436,28
Aux. De Produção 184.951,64
7,00 1.156,00 304,00 741,81 15.412,64
Almoxarife 160.476,89
5,00 1.444,00 304,00 926,61 13.373,07
Gerente de Produção 54.770,54
1,00 2.595,00 304,00 1.665,21 4.564,21
Gerente de RH 114.364,25
1,00 5.620,00 304,00 3.606,35 9.530,35
Engenheiro 636.734,06
5,00 6.279,00 304,00 4.029,23 53.061,17
Especialista 170.943,80
1,00 8.492,00 304,00 5.449,32 14.245,32
Limpeza e Manutenção 222.247,92
8,00 1.225,00 304,00 786,08 18.520,66
Total 2.423.212,58
53,00 ----- ----- ------ 201.934,38
 CUSTO DE PRODUÇÃO
 Avaliação Final:
Tabela 07– Custos totais de produção por tonelada de grãos processados.

Itens R$/ton
Custo de energia (Processamento) 54,61
Custo com insumos 2792,07
Custo de mão de obra 66,39
Custo do operação (máq. + equip.) 6,18
Valor Total 2919,25

Tabela 08– Avaliação do preço de mercado do farelo e do óleo de soja.

Produto R$/ton
Farelo 2.400,0
Óleo Refinado 10.000,0
Valor total 12.400,0
 REFERÊNCIAS
Acondicionador de sementes. Buhler Group. Disponível em: https://www.buhlergroup.com/content/buhlergroup/global/pt/products/
seed_conditioner.html. Acesso em 01 abr. 2022.

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Federal do Paraná, Ponta Grossa, 2014. Disponível em:
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FARODI, L. R. A. et al. Soybean storage in bag type silos. Ciência e Tecnologia Pós-Colheita, Jaboticabal – SP, jul., 2009. doi:
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MANDARINO J. M. C, HIRAKURI M. H, ROESSING A. C. Tecnologia para produção do óleo de soja: descrição das etapas,
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n.171).

NEGRETTI, F. R. D et al. Potencial produtivo e rendimento do óleo de um grupo de culturas oleaginosas em Uruguaiana – RS. R.
Bras. Agrociência, Pelotas, v.17, n.2-4, p.256-260, abr-jun, 2011.
 REFERÊNCIAS
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SOUZA, M. Silo-bolsa: vale a pena investir nessa armazenagem?. SIAGRI, 2022. Disponível em: https://www.siagri.com.br/silo-bolsa-
armazem/. Acesso em 01 abr. 2022.

ROST, Patrícia Trento. Projeto de viabilidade econômico-financeira de implantação de uma indústria para extração de óleo e farelo
de soja. 2013. 99 f. Monografia (Especialização) - Curso de Ciências Econômicas, UFPR, Curitiba, 2013.

COELBA, Neoenergia. Opções Tarifárias Grupo A. Disponível em: https://servicos.neoenergiacoelba.com.br/residencial-rural/Pages/Alta

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COELBA, Neoenergia -. TABELA DE TARIFAS DE ENERGIA ELÉTRICA. 2021. Disponível em:

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BCSP, Clicmercado /. Farelo de Soja. Disponível em: https://www.noticiasagricolas.com.br/cotacoes/soja/farelo-de-soja. Acesso em: 03 abr.
2022.