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UFCD 0683:

ÉTICA E
DEONTOLOGIA
PROFISSIONAL
“A ÉTICA DEVE SER COMPROMISSO DE
VIDA E COM A VIDA, INDO ALÉM DOS
CÓDIGOS JÁ ESTABELECIDOS, E NUNCA
SUBTERFÚGIO PARA SE FUGIR AO
INCERTO, AO NOVO, AO AINDA NÃO
INSTITUCIONALIZADO.”

Alberto Abib Andery


A palavra “ética” provém do grego (ethos) e tem dois significados:

 hábito ou costume;

i) modo de ser ou carácter.

Aristóteles considera que ambos os vocábulos são inseparáveis, uma vez que é a partir dos
hábitos e costumes que se desenvolve no homem um modo de ser ou personalidade.
“Ética” é a reflexão sobre os princípios que se baseiam na

moral, ou seja, é o modo de ser e de atuar do homem,

estabelece normas gerais de comportamento deixando a

cada indivíduo a responsabilidade pelos seus atos concretos.

Quando se fala de ética, fala-se da reflexão sobre os nossos

atos e a nossa personalidade.


“Moral” é o conjunto de princípios, normas, dos juízos de
valor vigorantes numa dada sociedade e aceite pelos
indivíduos dessa mesma sociedade, traduzidos em regras de
ação de pessoas, grupos, sociedade.

Assim, as ações praticadas pelos indivíduos podem ser


valoradas positiva ou negativamente, na medida em que vão
ao encontro ou transgridem as normas do grupo.

Quando se considera o que é correto ou incorreto estamos


perante um juízo de valor.
“Moral” é o conjunto de princípios, normas, dos juízos
de valor vigorantes numa dada sociedade e aceite
pelos indivíduos dessa mesma sociedade, traduzidos
em regras de ação de pessoas, grupos, sociedade.
 
Assim, as ações praticadas pelos indivíduos podem ser
valoradas positiva ou negativamente, na medida em
que vão ao encontro ou transgridem as normas do
grupo.
Quando se considera o que é correto ou incorreto
estamos perante um juízo de valor.
Baseia-se no costume, hábitos culturais, regras
que já estão enraizadas numa determinada
sociedade.

Os valores são sempre sociais e históricos. A


moral é relativa, isto é, varia de sociedade para
sociedade e pode mudar com o tempo, de
acordo com as novas necessidades e relações
que se estabelecem nesses grupos.

O ato moral é consciente e voluntário, implica a


liberdade do sujeito.
“Deontologia” seria o tratado do dever, ou o conjunto

de deveres, princípios ou normas adaptadas com um

fim determinado (regular ou orientar determinado grupo

de indivíduos no âmbito de uma atividade laboral, para

o exercício de uma profissão).



Define-se como ciência, dos deveres do homem como
cidadão e, particularmente, do homem como profissional. É a
única ciência das regras morais da profissão.
 
A deontologia surge como o tratado dos deveres, mas também
de direitos, o código deontológico fala dos direitos e deveres
do acompanhante de crianças.
A deontologia é um conjunto de
DEONTOLOGIA E
comportamentos exigíveis aos profissionais,
ÉTICA
PROFISSIONAL muitas vezes não codificados em
regulamentação jurídica.
É necessário entender o conjunto de deveres exigidos
aos profissionais, uma ética de obrigações para
consigo próprio, com os outros e com a comunidade.

Parece evidente que todas as profissões implicam uma


ética, pois todas se relacionam direta ou indiretamente
com os outros seres humanos.
O QUE É UM CÓDIGO DE ÉTICA?

Um CÓDIGO DE ÉTICA pode ser definido como um documento escrito, formal, que enuncia

diversos padrões morais tendo em vista orientar e inspirar os comportamentos dos seus

colaboradores.
Existem inúmeros códigos de deontologia, sendo esta
codificação da responsabilidade de associações ou ordens
profissionais.

Regra geral, os códigos deontológicos têm por base as grandes


declarações universais e esforçam-se por traduzir o sentimento
ético expresso nestas, adaptando-o, no entanto, às
particularidades de cada país e de cada grupo profissional.

Para além disso, estes códigos propõem sanções, segundo


princípios e procedimentos explícitos, para os infratores do
mesmo.
Descrição

Consciência dos valores

hierárquicos

Sentido de disciplina
EXIGÊNCIAS
ÉTICAS Disponibilidade

Pontualidade

Assiduidade
Capacidade de organização

Sentido de antecipação

Capacidade de realização profissional

Boa cultura geral


FATORES
Facilidade de expressão oral e escrita
DEONTOLÓGICOS
Criatividade

Polivalência

Facilidade nas relações interpessoais

Vivência do sentido da solidariedade social

Sentido de obrigação da competência

Sigilo profissional
Constitui obrigação a salvaguarda do sigilo
sobre os elementos que tenha recolhido no
exercício da sua atividade profissional. Porém,
se utilizar alguns desses elementos deverá ter
o cuidado de não identificar as pessoas
visadas.
SEGREDO
PROFISSIONAL

Obrigação de, quando o sistema legal exige


divulgação de dados, fornecer apenas a
informação relevante para o assunto em
questão e, de outro modo, manter
confidencialidade.
Constitui obrigação a salvaguarda do sigilo
sobre os elementos que tenha recolhido no
exercício da sua atividade profissional. Porém,
se utilizar alguns desses elementos deverá ter
o cuidado de não identificar as pessoas
visadas.
SEGREDO
PROFISSIONAL

Obrigação de, quando o sistema legal exige


divulgação de dados, fornecer apenas a
informação relevante para o assunto em
questão e, de outro modo, manter
confidencialidade.
O QUE É SER TÉCNICO/A DE SECRETARIADO?

O/A Técnico/a de Secretariado é aquele que assegura a organização e

execução de atividades de secretariado no apoio à chefia e/ou direção de uma


empresa ou serviço público.

Onde pode trabalhar?

O/A Técnico/a de Secretariado pode desenvolver a atividade profissional em


empresas públicas ou privadas, instituições e organizações de diversos setores
de atividade.
O que faz o Técnico Secretariado?
Atividades
• Planeia e organiza a rotina diária e mensal da chefia ou direção, providenciando o
cumprimento dos compromissos agendados;
• Assegura a comunicação da chefia ou direção com interlocutores internos e externos,
em língua portuguesa ou estrangeira;
• Organiza e executa tarefas relacionadas com o expediente geral do secretariado da
chefia ou da direção.
EXIGÊNCIAS EM RELAÇÃO A
SI PRÓPRIO E ÀS SUAS
FUNÇÕES

Competências – são as qualificações


requeridas no mundo do trabalho. O “modelo
de competência” tem vindo a sofrer alterações
em face das mudanças ocorridas no mundo do
trabalho. Por exemplo, cada vez mais se deve
investir nas na aprendizagem de novas
tecnologias/informática.
EXIGÊNCIAS EM RELAÇÃO A
SI PRÓPRIO E ÀS SUAS
FUNÇÕES

Aptidões - Quem já trabalhou ou trabalha rapidamente


apercebeu-se que a sua carreira depende da adaptação das
suas potencialidades às aptidões exigidas pelo empregador.
Na realidade, nós temos de nos adaptar às aptidões
exigidas por parte dos empregadores. A nossa vocação é
diariamente atropelada pela necessidade de arranjar um
emprego ou manter o que já conseguimos.
A procura de emprego torna-se numa tarefa árdua. Já não
basta ser qualificado, por exemplo ter um curso superior ou
experiência profissional é necessário travar lutas constantes
para nos adaptarmos às exigências do mercado de trabalho.
Eis as aptidões mais desejadas:
Simpatia e boa-educação mas, sobretudo, o cultivo de uma
relação saudável com os seus colegas. Muitas vezes, o sucesso
da empresa depende da forma como os seus empregados se
relacionam. Por isso, as empresas têm a relação humana como
fator primordial na escolha de um candidato.
Identificar problemas, encontrar soluções e tomar decisões de
forma rápida e eficaz é uma mais-valia para quem procura
emprego. Empresas na área de consultoria, negócios, ciência,
medicina, engenharia e administração pública, dão preferência a
pessoas com este perfil.
EXIGÊNCIAS EM RELAÇÃO A
SI PRÓPRIO E ÀS SUAS
FUNÇÕES
Eis as aptidões mais desejadas (continuação):
Ter conhecimentos de Informática é essencial. As
oportunidades de emprego aumentam quando se percebe de
informática.
O conhecimento de línguas estrangeiras é fator decisivo na
maioria dos empregadores. Cada vez mais, as empresas
requerem o conhecimento de outras línguas, para além do
português e independentemente da área.
Ciência e Matemática, outras duas áreas muito requisitadas
no mundo do trabalho. Grandes avanços no campo das
ciências, medicina e engenharia precisam de mentes
brilhantes.
EXIGÊNCIAS EM RELAÇÃO A
SI PRÓPRIO E ÀS SUAS
FUNÇÕES
Eis as aptidões mais desejadas (continuação):
Responsabilidade na tomada de decisões e ações - Tomada de decisão é definido
como a necessidade de escolher uma ou algumas entre muitas alternativas para as
ações a serem realizadas em diversas situações que poderão surgir de forma
inesperada. Numa organização, normalmente, esta responsabilidade está com os
gestores ou administradores. Mas, isso não quer dizer que todos os outros envolvidos
não possam opinar. Quando houver possibilidade, as decisões precisam ser em
conjunto, isso facilitará a realização da ação tomada.
Uso dos conhecimentos e experiências no sentido da produtividade - a gestão do
conhecimento e a produtividade estão cada vez mais ligados, apesar de,
aparentemente, serem conceitos totalmente diferentes. Gerir o conhecimento de cada
um na vida pessoal e dentro de sua equipa de trabalho é cada vez mais importante e
essencial para a produtividade. Quando paramos para entender a origem dos
problemas, analisamos que, em boa parte, a causa era exatamente a falta da gestão do
conhecimento que temos.
EXIGÊNCIAS EM RELAÇÃO
AOS COLEGAS DE TRABALHO
Respeito pela dignidade da pessoa humana - A relação entre
o PROFISSIONAL/UTENTE recai na forma como o profissional
deve tratar o utente, com respeito, como uma pessoa que tem o
direito de tomar as suas decisões de ser auto determinado e que
merece a defesa ou a confidencialidade das suas informações.
Daí existirem os Direitos do Homem, os quais expressam
respeito, liberdade, justiça etc.

Valorização pessoal e profissional dos colegas - encorajar e


contribuir de forma ativa para a valorização pessoal e profissional
dos colegas de trabalho, prestando orientação, auxílio e conselho,
sempre que pressinta abertura para tal e esteja ao seu alcance
fazê-lo.
EXIGÊNCIAS EM RELAÇÃO
AOS COLEGAS DE TRABALHO

Consideração por sugestões, problemas e


necessidades dos outros - Tomar em consideração,
sempre que seja devido e lhe incumba, ideias,
sugestões, problemas e necessidades dos outros.

Exercício da liberdade com responsabilidade no


trabalho - Promover o exercício da liberdade com
responsabilidade no trabalho, o desenvolvimento da
personalidade, a formação do carácter, o sentido da
eficiência e da auto-disciplina, nas relações de trabalho.
EXIGÊNCIAS EM RELAÇÃO
AOS COLEGAS DE TRABALHO

A liberdade e a responsabilidade estão tão ligadas na medida em que


só somos realmente livres de formos responsáveis, e só podemos ser
responsáveis se formos livres.
A responsabilidade implica uma escolha e decisão racional, o que vai
de encontro à própria definição de liberdade.
Por outro lado, se não agirmos livremente, não podemos assumir
totalmente as consequências dos nossos atos, visto que as
circunstâncias atenuantes seriam muito fortes. Só o sujeito que é
capaz de escolher e decidir racionalmente, com consciência, é capaz
de assumir as causas e as consequências da sua ação.
 
EXIGÊNCIAS EM RELAÇÃO
À ORGANIZAÇÃO
Participação nos objetivos da organização - os executantes
dos objetivos (trabalhadores) devem participar ativamente na
determinação dos seus próprios objetivos, em vez de os mesmos
lhes serem definidos pelas superiores instâncias decisoras.
Não se tratando aqui de uma mera auscultação da opinião do
trabalhador, mas de um autêntico processo de formulação
concertada entre subordinado e superior hierárquico
(naturalmente orientado para o cumprimento de objetivos
ambiciosos, mas exequíveis), cada trabalhador deve ser gestor
do seu próprio trabalho, tirando-se também assim partido do
potencial criativo de cada colaborador.
 
EXIGÊNCIAS EM RELAÇÃO
À ORGANIZAÇÃO
Promoção do desenvolvimento da imagem da organização -
Muito embora a organização consiga desenvolver bem o Marketing
fora dos "muros" da organização é mais que comprovado por
especialistas, consultores e estudiosos da área que o trabalho deve
começar inicialmente dentro do ambiente interno e só então deve
ser desenvolvido externamente.  
Uso correto de materiais e equipamentos – é uma obrigação do
trabalhador, não só porque tais materiais e equipamentos são
fornecidos pelo empregador e carecem de ser corretamente
utilizados e não devem utilizar-se para uso próprio sem autorização,
mas também para prevenir acidentes de trabalho e doenças
profissionais que possam ocorrer, contribuindo para a segurança e
higiene no trabalho.
EXIGÊNCIAS EM RELAÇÃO
À ORGANIZAÇÃO
Como prevê o Código do Trabalho:
Dever do trabalhador: Velar pela conservação e boa
utilização dos bens relacionados com o seu trabalho
que lhe forem confiados pelo empregador;
Direito do trabalhador: "O trabalhador tem direito à
prestação de trabalho em condições de segurança,
higiene e saúde asseguradas pelo empregador, sendo
este obrigado a organizar as atividades de segurança,
higiene e saúde no trabalho que visem a prevenção de
riscos profissionais e a promoção da saúde do
trabalhador" .
EXIGÊNCIAS EM RELAÇÃO
À ORGANIZAÇÃO
Discernimento de julgamento em eventuais situações de conflito - Não há
nenhuma construção ou aperfeiçoamento da personalidade quando se estabelece
comparações entre os princípios e valores que se tem com aqueles apresentados
pelas demais pessoas.
 O importante em situações de conflito é manter a lucidez e a coerência, respeitando
sempre o diferente, sem, no entanto, imitá-lo ou agir de forma contraditória com tudo
que faz parte da essência individual de cada pessoa.
Reconhecer e aceitar o que se gosta e o que se acredita não é motivo para
desencadear reflexões negativas contra o que não se gosta e não se acredita.
 Distanciamento e objetividade na análise são dois fatores importantes.
 
Sigilo profissional – (já abordado)
 
 
 
 
EXIGÊNCIAS EM RELAÇÃO
AO PÚBLICO EXTERNO

Respeito e confiança – Privilegiar a clareza e a


objetividade na comunicação, de modo a preservar uma
permanente relação de respeito e confiança mútuos entre
o trabalhador e a pessoa com quem contacta.
Não discriminação de idade, sexo, cor, raça, credo
religioso, ascendência, entre outras, no atendimento ao
cliente.
EXIGÊNCIAS EM RELAÇÃO
AO PÚBLICO EXTERNO
Princípio da livre concorrência - O princípio da livre concorrência é
um princípio pelo qual qualquer agente económico é livre para praticar
formas de troca de mercadoria, bens ou serviços seguindo os princípios
da livre concorrência, oferta e procura num mercado. Um comerciante
pode oferecer melhores preços que outro visando atrair o consumidor e
adquirir uma clientela.
Esse princípio favorece o cliente, que pode escolher a melhor oferta.
O trabalhador deve Proporcionar igualdade de tratamento e de
oportunidades e rejeitar qualquer envolvimento pessoal em medidas ou
atuações que possam afetar o princípio da livre concorrência. Não deve
privilegiar qualquer cliente, nem envolver-se pessoalmente de forma a
afetar a livre concorrência.
EXIGÊNCIAS EM RELAÇÃO
AO PÚBLICO EXTERNO

Comunicação bilateral – No processo da comunicação temos


de ter em conta os seguintes elementos: dois intervenientes –
uma primeira pessoa que fala ou escreve Emissor, e uma
segunda pessoa que ouve ou lê Recetor, o qual, por sua vez,
pode responder. Mensagem: é a informação transmitida.
EXIGÊNCIAS EM RELAÇÃO
AO PÚBLICO EXTERNO
A comunicação pode ser unilateral ou bilateral.

A comunicação unilateral só exige a atuação de um emissor, enquanto o recetor é


passivo. Estão neste caso os locutores dos "mass media" como a rádio e a televisão, o
cartaz de parede com as suas mensagens publicitárias e de propaganda, ou aquele que
pronuncia uma palestra ou um discurso.

A comunicação bilateral exige reciprocidade entre o emissor e o recetor, que se veem na


necessidade de alternarem os papéis. Há um intercâmbio da mensagem entre emissor e
recetor
É o que sucede em todas as conversas, nos diálogos, nas entrevistas e em muitas outras
situações. Aqui, os locutores vêem-se obrigados a construir ou a alterar a sua mensagem
de acordo com os dados que se definem na situação comunicativa. A comunicação
bilateral permite que se estabeleça uma troca de papéis entre emissor e recetor.
 https://www.cecoa.pt/news/show/317.html
 https://www.asp-secretarias.pt/a-asp/codigo-deontologico/

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