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TRABALHO NO
BRASIL DA
DITADURA
VARGAS
■ O que é o trabalho?
■ Assim, tanto as regras legais como a ideologia política podem ser pensadas como
mecanismos organizadores do consentimento e controladores do conflito social, através
de formas diferenciadas do exercício da coesão e da coerção. Suas relações precisam ser
percebidas para que a própria configuração de um projeto político seja captada mais
perfeitamente dentro de determinada conjuntura. (Pág. 56)
Ideias-força
■ Nesse sentido, se o ano de 1942 fora o da “batalha da produção”, tendo como objetivo a
mobilização dos trabalhadores sob o lema “trabalho e vigilância — uma hora roubada
ao trabalho é uma hora roubada à pátria”, o ano de 1943 seria o do “trabalho e
sindicalização”. Tratava-se, explicitamente, de tornar o sindicato “a casa do
trabalhador”, e a criação do imposto sindical é, sem dúvida, a iniciativa-chave para
tornar realidade esse objetivo governamental.21 No caso, ele devia se traduzir tanto pelo
aumento do número de trabalhadores sindicalizados, quanto pelo aumento da freqüência
às sedes dos sindicados. A questão do associativismo do trabalhador brasileiro estava,
portanto, sendo pensada em conjunto com outras questões de imediato impacto material,
como as da moradia e alimentação, reconhecidas como fundamentais e responsáveis
pelas altas taxas de mortalidade e pela baixa produtividade da população brasileira.
(Pág. 62)
■ Por fim, uma política de proteção à família e ao trabalho — ao homem do presente e do
futuro — tinha que dar ênfase especial à educação.23 Só pelo ensino se poderia
construir um povo integral, adaptado à realidade social de seu país e preparado para
servi-lo. A intervenção do Estado Novo, fixando os postulados pedagógicos
fundamentais à educação dos brasileiros, tinha em vista uma série de valores dentre os
quais o culto à nacionalidade, à disciplina, à moral e também ao trabalho. (Pág. 63)
O Papel da Educação para construir o
homem novo...
■ A Escola Brasileira Nacionalizadora, adaptando-se às necessidades decorrentes da época
e respeitando os princípios fundamentais do Estado Nacional, tornou-se a Escola do
Trabalho, da iniciativa e da fortaleza moral. Ela não só adestra a mão do futuro operário,
como lhe educa o cérebro e fortalece o corpo (...). O trabalho na escola brasileira
constitui um verdadeiro sistema pedagógico (...). (Apud, pág. 63)
■ Constituindo um sistema pedagógico completo, o “trabalho” como ideal educativo
podia ser sintetizado na fórmula “aprender fazendo”, sendo implantado por medidas
como a adição dos trabalhos manuais nas escolas e a difusão e valorização do ensino
profissionalizante. O ano de 1942 é crucial nessa área de intervenção estatal. Ele
assinala tanto a grande reforma do ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema,
pela qual o ensino secundário torna-se uma realidade no país, quanto a criação do
Serviço Nacional de Ensino Industrial (Senai), sob a égide do ministro do Trabalho,
Indústria e Comércio, Alexandre Marcondes Filho, e com total envolvimento
empresarial. Ensino secundário e ensino profissionalizante, não equiparáveis —
contrariando os desejos de educadores do grupo da Escola Nova —, traduziam uma
negociação difícil entre projetos educacionais, entre setores empresariais e entre esferas
de poder da burocracia do Estado. (Págs. 63—64)
O Papel da censura na cultura popular
■Malandro x trabalhador
A voz do Brasil