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ARBITRAGEM NO

COMÉRCIO
INTERNACIONAL
CRIAÇÃO

"Lei nº9307, de 23 de
setembro de 1996, rege a
Arbitragem Internacional
no Brasil".
Conceito de Arbitragem
É um sistema de solução pacífica de controvérsias
nacionais e internacionais, rápida e discreta, quer de direito
público quer de privado. Consiste na criação de um julgador
não pertencente à jurisdição normal, escolhido pelas partes
conflitantes, para dirimir divergências entre elas. É a escolha
pelas partes de um juiz não togado, ou de um tribunal não
constituido por magistrados, mas de advogados avulsos ou
pessoas consideradas como capazes de conhecer e decidir
uma questão prestes a ser submetida à justiça.
A arbitragem procura uma solução
conciliatória, tanto que é possível aos
árbitros deixarem a lei de lado e resolver a
pendência pelo princípio da eqüidade.

“O árbitro visa a eqüidade, enquanto


que o juiz à lei; é por isso que o árbitro foi
criado: para que a eqüidade seja aplicada”.
Equidade

Justiça natural, que faz com


que se reconheça imparcialmente
o direito de cada um. É a virtude
daquele que nas suas ações e
julgamentos se dirige segundo a
justiça natural.
• Arbitragem: • Árbitros: pessoas
Técnica que visa com poderes de
solucionar questões convenção privada
de interesse de duas que decidem com
ou mais pessoas, base nestas
empresas e Estados. convenções.
• Nos conflitos, através de um tribunal neutro, não
pode ser considerada uma afronta ao país
digladiante, mas um instrumento auxiliar, de modo
eficaz na resolução de controvérsias;

• Na captação de recursos externos o Brasil assinou


acordos sobre promoção e proteção de
investimentos, sendo as controvérsias dirimidas
através de arbitragem ao invés da justiça;
 A arbitragem, através da nova lei e a
assinatura de acordos sobre investimentos, é
um fenômeno da nova mentalidade, mais
liberal, para a solução de controvérsias,
nesse mundo globalizado em que vivemos.
Classificação Inicial da Arbitragem
1- Quanto à previsão:
a) Voluntária ou facultativa
b) Permanente ou obrigatória
2- Quanto ao âmbito:
a) Nacional
b) Internacional
3- Quanto ao número de árbitros:
a) Individual
b) Coletiva
4- Quanto à constituição do juizo:
a) Órgão arbitral institucional
b) Entidade especializada
c) Órgão convencional
5- Quanto à permanência do juizo:
a) Ad hoc
b) Durável
6- Quanto à abrangência:
a) Empresarial
b) Trabalhista
c) Responsabilidade civil
d) Comércio exterior
e) De comércio interamericano
Vantagens da Arbitragem
Internacional

Devido ao grande fluxo do comércio internacional nos


últimos 30 anos se fez necessário buscar soluções para
as controvérsias surgidos em diversos Estados onde
muitos preferem se submetê-las a árbitros privados,
constituindo a arbitragem a nível internacional o
método de solução de cerca de 80% desses casos,
sobretudo nos países do Hemisfério Norte.
Diferença entre Arbitragem Nacional e
Internacional
• Nacional:
Nacional elementos • Internacional:
Internacional mais de
regidos pelo mesmo um sistema legal, as
Estado, as partes tem partes tem domicílio em
residência no mesmo países diferentes.
Estado, em geral os
contratos serão
executados neste
Estado.
Arbitragem
Internacional "AD
HOC" e
INSTITUCIONAL.
PERMANÊNCIA DO JUÍZO

A) PERÍODO DE TEMPO/ FINALIDADE


DO ÓRGÃO
Ad hoc a arbitragem realizada por um órgão
criado, destinado e certo a determinado
caso.
O juízo ad hoc é muito efêmero.

B) É DURÁVEL ARBITRAGEM SE ELA


NÃO SE REUNIR A UM CERTO E
DETERMINADO CASO.
TRATADOS BILATERAIS DE NVESTIMENTOS

Os Tratados Bilaterais de Investimentos,


conhecidos pela sigla em inglês BITs (Bilateral
Investment Treaties), foram difundidos pelos países
europeus. Estes acordos abordam questões-chaves
sobre proteção de investimentos e padrão de
tratamento.
Os BITs se regem, basicamente por cinco premissas:

1) “Tratamento Nacional” ou “Tratamento da Nação


Mais Favorecida” para o investimento estrangeiro.

O conceito de “Tratamento Nacional” consiste em


dispensar ao estrangeiro o mesmo tratamento dos
nacionais do país receptor do capital, sem
discriminações. “Nação Mais Favorecida” , consiste
em dispensar tratamento não menos favorável ao
estrangeiro pelo que o país receptor do capital
concederá ao investidor de outro país.
2) Eliminação de requisitos de desempenho ou condições
vinculadas ao investimento, tais como, o uso de material local,
limitações às vendas domésticas, padrões mínimos de
exportações, etc...
3) Garantias, tais como, conversibilidade e repatriação de
investimentos e lucros.
4) Proteção contra expropriação, que não se encontre nos
padrões normais de compensação.
É importante salientar no que pertine às expropriações,
que é da tradição legal brasileira garantir o direito de
propriedade (art.5º , inciso XXII , da CF) e que o Poder
Público está obrigado, nos casos de desapropriação fundada em
necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, a
pagar indenização prévia, justa e em dinheiro.

5) Compulsoriedade da solução de controvérsias por meio de


arbitragem internacional vinculante.
Regras de Arbitragem da Uncitral

A Uncitral - United Nations Comission for International


Trade Law (Comissão das Nações Unidas para a
Legislação Comercial Internacional) aprovou em 21 de
junho de 1985 um conjunto de Regras de Arbitragem,
que regulamentam os procedimentos arbitrais desde a
notificação sobre a arbitragem dada pela parte que a
inicia a outra até a questão do recolhimento ou depósito
das custas procedimentais.
Regras da Corte Internacional de
Arbitragem da CCI

A Câmara de Comércio Internacional - CCI, de Paris, foi


criada em 1919 e em 1923 foi criada em seu âmbito a
Corte Internacional de Arbitragem.
A Corte cria regras para a condução e administração de
procedimentos ou processos envolvendo a Conciliação e
a Arbitragem de questões privadas de natureza
comercial.
Regras de Arbitragem da “American
Arbitration Association” - AAA

A AAA é uma instituição privada, sem fins lucrativos,


que oferece serviços ao público na administração de
arbitragens, em que têm sido predominantes os casos
laborais e de responsabilidade civil, além das disputas
em questões internacionais de natureza comercial.
Além da CCI e da AAA diversas outras entidades
dedicadas à organização e administração de
arbitragens podem ser citadas:
• London Court of Arbitration;
• Câmara de Comércio de Estocolmo;
• Câmara de Comércio de Tóquio; entre outras.
No Brasil, se podem contar:
• Comissão de Arbitragem da Associação
Comercial do Rio de Janeiro;
• Comissão de Arbitragem da Câmara de
Comércio do Paraná;
• Câmara de Mediação e Arbitragem de São Paulo
(Fiesp); entre outras.
Principais
Convenções
Internacionais sobre
Arbitragem
Comentários sobre a Recepção dos Tratados e
Convenções na Hierarquia da Legislação
Brasileira

Os Tratados ou Convenções Internacionais após


ratificados pelos Estados atingem, em alguns casos, o
mesmo status da legislação ordinária,
infraconstitucional.
Assim como as Leis, podem ser revogadas, por Leis
internas da mesma categoria, que lhes sejam
supervenientes e venham disciplinar a mesma
matéria.
Protocolo de Genebra de 1923

Estabelece a validade entre partes dos Estados


contratantes do compromisso arbitral e da cláusula
compromissória relacionados a contratos de natureza
comercial que as mesmas tenham firmado.
Convenção de Genebra para Execução de
Sentenças Arbitrais Estrangeiras

Destina-se a fazer valer nos territórios dos Estados que


ratificarem as sentenças arbitrais decorrentes das
cláusulas compromissórias ou compromissos
arbitrais referidos no Protocolo de Genebra de 1923.
Não foi ratificado pelo Brasil.
Convenção de Nova York, de 1958

É, talvez, a mais importante das convenções internacionais


multilaterais sobre o reconhecimento e execução das
sentenças arbitrais estrangeiras.
A convenção se aplica ao reconhecimento e execução por
um Estado das sentenças abitrais proferidas no território
de outro Estado resultante de litígio entre pessoas físicas e
morais.
Convenção Européia sobre Arbitragem
Comercial Internacional

Firmada em Genebra, em 1961, se aplica em litígios


oriundos de operações comerciais internacionais,
entre pessoas físicas, que no momento da conclusão
da convenção, possua sua residência habitual ou sede,
em um dos Estados diferentes dos contratantes.
Convenção de Washington,
de 1965 (ICSID)

Tem a competência para solucionar controvérsias


oriundas de investimentos e financiamentos a um
determinado Estado ou Nação contratante por um
outro Estado contratante.
Foi idealizada para o estabelecimento de um sistema
institucional.
Convenção de Moscou, de 1972

É aplicável a disputas entre partes do Bloco de Conselho


para Mútua Assistência Econômica da Europa Oriental
(CMEA). Ela cria jurisdição obrigatória para certos
tipos de disputa, o que sugere que o procedimento
passa a ser parte do aparato obrigatório do Estado no
sentido tradicional do termo, como sistema de livre
escolha dos contratantes para a solução de disputas.
Convenção Internacional (do Panamá) sobre
Arbitragem Comercial Internacional, de 1975

Foi estabelecida pelos Governos dos Estados-


Membros da Organização dos Estados
Americanos, para validar, em seus Estados em
relação a submissão à decisão arbitral, das
divergências que possam vir a surgir entre eles
em um negócio de natureza mercantil.
Convenção Interamericana sobre Eficácia
Extraterritorial das Sentenças e Laudos
Arbitrais Estrangeiros

Firmada em Montevidéu em 1979 pelos


Estados-Membros da Organização dos
Estados Americanos, teve como objetivo
estabelecer a eficácia extraterritorial das
sentenças e laudos arbitrais proferidos em suas
respectivas jurisdições territoriais.
RECONHECIMENTO NO BRASIL DA
SENTENÇA ARBITRAL ESTRANGEIRA

• Prevê o art. 34 da lei No 9.307/96 que o


reconhecimento ou execução no Brasil da sentença
arbitral estrangeira que dar se-á de conformidade com
os tratados internacionais com eficácia no
ordenamento interno do país.
• Supremo Tribunal Federal, segundo art. 39 poderá
denegar a homologação caso constate não ser o
objeto do litígio suscetível de ser decidido por
arbitragem ou ter a decisão arbitral ofendido a ordem
pública nacional.
Algumas palavras usadas por Irineu Strenger
em seu livro sobre Arbitragem Comercial
Internacional:
• “a arbitragem, especialmente a internacional, veio
para ficar, e será ainda mais globalizada, ainda que
parcialmente regionalizada”;
• “pesquisa acadêmica profunda, bem como
educação ampla de advogados e redatores de
contratos serão requisitos significativos”;
• “a reforma legislativa prosseguirá por meio da
adoção nacional dos padrões da lei-modelo de
arbitragem da Uncitral, assim como por meios
locais; portanto, as leis mundiais de arbitragem
continuarão divergentes em grau considerável”.

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