Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
O RUSSO
Profa. Ma. Jeniffer Yara
FORMAL 1ª - Chklovski
(substancialista)
ISMO 2ª - Jakobson
RUSSO (funcionalista)
2
fundamental do
Formalismo, é
responsável por uma
das teorias mais A arte como
difundidas no Ocidente: procedimento,
a ideia de que a função Vítor Chklovski (1917):
poética da linguagem seu ensaio foi o primeiro a
consiste na sistematizar a ideia de
ambiguidade da língua poética como um
mensagem mediante o desvio da língua cotidiana.
adensamento do
significante, princípio
3
Vítor Chklovski
Introduz a noção de que o valor artístico de uma obra
decorre não apenas de sua estrutura verbal, mas
também da maneira como é lida.
Chklovski define a arte como a singularização de
momentos importantes. Em rigor, os momentos tornam-
se importantes somente depois de submetidos ao
processo de singularização artística, porque, na vida
prática, as coisas se tornam imperceptíveis em sua
totalidade.
4
AUTOMATIZAÇÃO X SINGULARIZAÇÃO
21
O destinador envia uma
mensagem ao destinatário.
A mensagem tem um
referente, um objeto ou
situação ao qual ela se
refere, suscetível de ser
verbalizado, e que deverá
ser apreendido pelo
destinatário. Para tanto, é
preciso que destinador e
22
Código literário =
ficcionalidade
trabalho com a
linguagem
AU OB PÚBL
TO RA ICO
Destinado
R Mensage Destinatár
r m io
Função emotiva,
referencial, conativa, etc.
-Função poética -
23
FUNÇÃO POÉTICA
Jakobson leva em conta o dualismo linguagem prática e
linguagem poética. A linguagem prática é do domínio da
função referencial (denota coisas, refere-se ao mundo real, a
fatos, informações cotidianas, etc.); a função poética ou
estética é, de acordo com Wolf-Dieter Stempel sintetizando a
noção jakobsoniana, o “enunciado que se orienta para a
expressão”. A mensagem literária é autocentrada; apresenta
seus próprios meios de expressão, valendo-se das
potencialidades das línguas.
24
A "função poética" é um tipo de
funcionamento especial da linguagem, entre os
seis tipos possíveis (além do poético, o
emotivo, o conativo, o referencial, o fático e o
metalinguístico). Assim como cada tipo de
funcionamento da linguagem está centrado
num certo fator da comunicação verbal
(remetente, destinatário, referente, contato,
código), o funcionamento poético da
linguagem está centrado no fator
da mensagem. Por isso, a linguagem poética 25
Para Jakobson, o discurso poético é aquele em
que a função poética é predominante.
Necessariamente o discurso poético interage com
outros tipos de discurso, na medida em que os
diferentes fatores da comunicação se relacionam.
A função poética poderá estar relacionada à
função emotiva, por exemplo, o que distinguirá o
discurso como confissão (emotivo) ou arte
(poético) será a predominância de uma função
sobre a outra, se predominar a mensagem e o
trabalho estético da linguagem o discurso será 26
Voltou muito cansado. Os campos o levaram para longe. O
caroço de tucumã o levara também, aquele caroço que soubera
escolher entre muitos no tanque embaixo do chalé. Quando voltou A personificação é a figura
que atravessa o texto
já era bem tarde. A tarde sem chuva em Cachoeira lhe dá um paradigmaticamente,
desejo de se embrulhar na rede e ficar sossegado como quem esta sempre a atuar sobre os
elementos da natureza, a
feliz por esperar a morte. Os campos não voltaram com ele, nem começar pelo título deste
as nuvens nem os passarinhos e os desejos de Alfredo caíram pelo primeiro capítulo, “A noite
vem dos campos
campo como borboletas mortas. Mais para longe já eram os queimados” a conduzir
campos queimados, a terra preta do fogo e os gaviões caçavam no Alfredo em companhia
ainda dos campos, “os
ar os passarinhos tontos. E a tarde parecia inocente, diluída num campos o levaram para
sossego humilde e descia sobre os campos queimados como se os longe”, “o caroço de
tucumã o levara também”.
consolasse. Voltava donde começavam os campos escuros. As “nuvens” e os
Indagava por que os campos de Cachoeira não eram campos “passarinhos” “não
voltaram com ele”, “a tarde
cheios de flores, como aqueles campos de uma fotografia de parecia inocente”
revista que seu pai guardava. Ouvira Major Alberto dizer à D.
Amélia: campos da Holanda. Chama-se a isso prados.
27
FUNÇÕES DA LINGUAGEM E POÉTICA
Conforme dissemos, o estudo linguístico da função poética deve ultrapassar os limites da poesia, e, por outro
lado, o escrutínio linguístico da poesia não se pode limitar à função poética. As particularidades dos diversos
gêneros poéticos implicam uma participação, em ordem hierárquica variável, das outras funções verbais a par da
função poética dominante. A poesia épica, centrada na terceira pessoa, põe intensamente em destaque a função
referencial da linguagem; a lírica, orientada para a primeira pessoa, está intimamente vinculada à função emotiva;
a poesia da segunda pessoa está imbuída de função conativa e é ou súplice ou exortativa, dependendo de a
primeira pessoa estar subordinada à segunda ou esta à primeira. (pág. 129)
Em resumo, a análise do verso é inteiramente da competência da Poética, e esta pode ser definida como
aquela parte da Linguística que trata a função poética em sua relação com as demais função da linguagem. A
Poética, no sentido mais lato da palavra, se ocupa da função poética não apenas na poesia, onde tal função se
sobrepõe às outras função das linguagem, mas também fora da poesia, quando alguma função se sobreponha à
função poética. (pág. 132)
É preciso esclarecer, porém, que as seis funções não se excluem - dificilmente temos, em uma mensagem,
apenas uma dessas funções. Entretanto, é engano pensar que todas estejam presentes simultaneamente. O que
pode ocorrer é o domínio de uma das funções; assim, temos mensagens predominantemente referenciais,
predominantemente expressivas. 28
Meu Deus, que estais pendente em um madeiro,
Em cuja lei protesto de viver,
Em cuja santa lei hei de morrer
Animoso, constante, firme e inteiro.
32
Linguagem
literária:
gêneros
33
ESTRUTURALISMO
A afirmação da ambiguidade da obra literária
introduz na teoria estruturalista da literatura
O estruturalismo propõe o
vários pares conceptuais que procedem da abandono do exame
linguística geral e que constituem pontos de particular das obras,
partida para a formação de uma poética
estruturalista: conotação/denotação,
tomando-as como
significação/sentido, forma/conteúdo, manifestação de outra coisa
estrutura/forma, sintaxe/semântica, para além delas próprias: a
enunciado/enunciação, etc. O objetivo é
alcançar uma formulação de carácter estrutura do discurso
científico, demonstrável por provas literário, formado pelo
irrefutáveis, para a configuração do texto conjunto abstrato de34
literário.
PRECEITOS:
A estrutura é um sistema de relações que dá identidade ao conjunto geral e ao
mesmo tempo mostra a oposição que existe entre as partes. O estruturalismo não é
um método. É um modo como o investigador se coloca diante de um objeto do
conhecimento para analisá-lo. O estruturalismo não se aplica apenas à literatura,
mas também à língua, à sociologia, aos estudos culturais, aos mitos entre outros. O
estruturalismo parte da ideia de sistema e daí constrói esquemas de análise que
revelam estruturas presentes na obra. Os esquemas de análise ou modelos
elaborados dentro do estruturalismo não são únicos para todos os estudos, pois
cada ramo do saber pede modelos adequados a ele. O pensamento estruturalista foi
alvo do interesse de estudiosos como Roland Barthes, Tzevetan Todorov, Júlia
Kristeva, Émile Benveniste, LéviStrauss, Jacques Locan, Foucault, Jacques Derrida,
A. J. Greimas, entre muitos outros.
35
saussure
O princípio essencial da noção de estrutura do
discurso literário decorre da distinção entre langue
e parole
Langue formulada
é o sistema pelo de
abstrato linguista
normassuíço Ferdinand
segundo o qual se
manifesta a parole, quede Saussure.
é uma espécie de projeção concreta
daquela estrutura ideal, formada pelo conjunto hipotético de
todas as paroles do homem.
39
“E Jerônimo via e escutava, sentindo ir-se-lhe toda a alma pelos olhos enamorados. Naquela
mulata estava o grande mistério, a síntese das impressões que ele recebeu chegando aqui: ela
era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas da fazenda; era o aroma
quente dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras; era a palmeira
virginal e esquiva que se não torce a nenhuma outra planta; era o veneno e era o açúcar
gostoso; era o sapoti mais doce que o mel e era castanha do caju, que abre feridas com o seu
azeite de fogo; ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida, que
esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos, acordando-
lhe as fibras embambecidas pela saudade da terra, picando-lhe as artérias, para lhe cuspir
dentro do sangue uma centelha daquele amor setentrional, uma nota daquela música feita de
gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem de cantáridas que zumbiam em torno da Rita
Baiana e espalhavam-se pelo ar numa fosforescência afrodisíaca.”
AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. 8ª edição. SP Martim Claret, 2012.
40
POÉTICA ESTRUTURAL E VALOR
LITERÁRIO
Conforme Todorov, as condições essenciais
para que uma poética seja estrutural são:
recusa da descrição concreta das obras,
Diante da
eleição de organizações abstratas anteriores impossibilidade do
à sua manifestação em textos individuais, a estabelecimento de
correta noção de sistema, a condução da
análise até as unidades elementares do qualquer parâmetro
discurso e, por fim, a escolha explícita dos absoluto (de valor
processos. Considere-se em particular a
noção de que a poética deve se empenhar na
literário), Todorov
decomposição do discurso literário até suas entende os juízos
menores unidades. estéticos como simples
proposições de um 41
Formalismo x estruturalismo
Para os formalistas, têm grande O estruturalismo também segue
importância os conceitos de sistema e a ideia de sistema e daí
função. Por sistema eles compreendem
concebe a construção de
o conjunto de elementos que vivem
numa relação de dependência uns dos modelos organizados pelo
outros formando um todo organizado e crítico afim de revelar as
apresentando uma finalidade específica. estruturas constituintes da obra.
Nesse sentido, todos os elementos têm
uma função, que é a capacidade de
Não são modelos fechados que
cada um relacionar-se com os outros e serviriam para qualquer o objeto
com isso cada um relacionar-se com o de estudo, porém modelos que
todo.
levam em consideração a
natureza dos objetos 42
NARRATOLOGIA
A narratologia examina o que as narrativas têm de comum entre si e aquilo que as
distingue enquanto narrativas. Para tal, a narratologia procura descrever o sistema
específico narrativo, buscando as regras que presidem à produção e processamento
dos textos narrativos. A narratologia incorpora a tendência do estruturalismo por
considerar os textos narrativos como meios, regidos por regras, pelos quais os seres
humanos re(criam) o seu universo. É também exemplo do objetivo do estruturalismo
isolar os componentes necessários e opcionais dos vários tipos de textos e de
descrever os modos como estes se articulam entre si. Competirá à narratologia
distinguir os textos narrativos dos restantes textos e descrever as suas características.
Dentro de estas, os formalistas russos distinguem a fábula, a história, o agente
narrativo, os atores, o acontecimento, o tempo e o lugar.
43
3/9/20XX Título da Apresentação 44
referências
AQUINO, André Luis Valadares de et al. " Um passeio nos campos seria uma viagem pelo
mundo”: linguagem e experiência em Dalcídio Durandir. 2013.
JAKOBSON, Roman. Linguística e Comunicação. São Paulo: Cultrix, 2005.
SILVA, Ananias Agostinho da. Antropomorfismo e zoomorfismo em Vidas secas. O Guari, 2015.
SOARES, Jéssica Thais Loiola. O discurso persuasivo do diabo na poesia de Gregório de Matos
e de Tomás Antônio Gonzaga. 2013.
TEIXEIRA, Ivan. Anatomia do crítico. Revista Cult (junho de 1998), v. 38, 1998.
TEIXEIRA, Ivan. O formalismo russo. Revista Cult, v. 3, n. 13, p. 36-39, 1998.
Neto, João Paulo Afonso. Formalismo russo e a obra de arte literária: entre a essência e a
função. Revista Lampejo. Fortaleza – CE
45