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Paradigmas da Modernidade

O pensamento na Idade Moderna

Alunos: Hugo, Ícaro, Juarez, Rafael, Victor;


Disciplina: Sociologia/Filosofia
Professor: Jonas Botinhão
Série: 2° Ano do EM
Colégio Dr. Paulo Cezar Queiroz Faria
Idade Moderna
● A idade moderna foi o período histórico entre 1453 e 1789.

● Essas datas se referem aos eventos históricos da Tomada de Constantinopla pelo império
otomano e o início da Revolução Francesa, respectivamente.

Tomada de “A Liberdade
Idade Moderna
● Durante esse período ocorreram diversas mudanças no cenário político e socioeconômico
em todo o mundo.

● Para sintetizar todas essas mudanças, falaremos sobre dois importantes processos da
Idade Moderna: a Crise do Feudalismo, e o Surgimento e a Ascensão da Burguesia.

Representação “O
Crise do Feudalismo
● A crise do Feudalismo, sistema que vigorou na Europa por quase todo o período
medieval, ocorreu por conta de diversos motivos.

● Os principais deles são os seguintes:


○ As Cruzadas;
○ Grandes Navegações;
○ Desenvolvimento Agrícola;
○ Renascimento Comercial.
As Cruzadas
● As Cruzadas foram expedições militares patrocinadas pela Igreja Católica que tinham
como objetivo a “libertação” de Jerusalém do domínio muçulmano.

● Ao voltarem das batalhas, os cruzados traziam diversas mercadorias de luxo. A busca por
esses novos produtos abriu um novo eixo comercial ligando o Oriente e Ocidente,
propulsionando o comércio.

Representação dos Cruzados indo à guerra Representação do Cerco de Jerusalém


Grandes Navegações
● A invasão da América Latina também proporcionou para o mercado europeu várias
mercadorias, em especial, metais preciosos em abundância como o ouro e a prata.

● Essa integração da América Latina com a Europa favoreceu o desenvolvimento de uma


economia mercantilista que também contribuiu para a derrocada do feudalismo.

“Desembarque de Cabral em Porto “A Primeira Missa no Brasil” - Victor Representação da chegada de


Seguro” - Oscar Pereira da Silva Meirelles Cristóvão Colombo às Américas
Desenvolvimento Agrícola
● Houve também um grande crescimento na produção de alimentos decorrente do
desenvolvimento tecnológico e das condições climáticas da época que favoreciam o
crescimento das culturas vegetais.

● Por conta do excesso de alimentos houve um salto populacional enorme. Essa população
excedente saiu dos feudos e passou a se estabelecer nas cidades e realizar diversas
atividades econômicas.
Surgimento da Burguesia
● Por conta desses acontecimentos, boa parte da população – antes isolada em seus feudos –
passou a se relacionar comercialmente.

● Com isso, as cidades passaram a crescer até que chegou a um ponto onde não cabiam
mais pessoas nessas cidades.

● Foram formados diversos núcleos urbanos fora das cidades, nessas estruturas –
denominadas “burgos” – viviam comerciantes, artesãos, cambistas, entre outros
profissionais, que, ao longo do tempo, passaram a acumular muito dinheiro.

● Com isso, surgiu uma nova camada na sociedade europeia, a Burguesia, que, apesar de
seu poderio econômico, não tinha representação política
Surgimento da Burguesia

Representação de um centro comercial em Ilustração de dois artesãos, Ilustração da praça de um mercado no


um burgo. grupo que compunha a século XV, presente na obra italiana “O
burguesia da época. Marquês”.
Absolutismo
● Com a consolidação dos Estados Nacionais e o fortalecimento da burguesia, houve a
necessidade desse grupo ter alguém que representasse seus interesses.

● Para tal, todo o poder foi posto nas mãos de monarcas que tinham poder absoluto, a essa
conjuntura política se deu o nome de Absolutismo Monárquico.

● A ‘legitimidade’ desses déspotas vinha principalmente da Igreja Católica, que, tendo


interesse no poder que teria aliando-se ao poder central, dizia que os reis tinham direito
ao poder porque tinham sido escolhidos diretamente por Deus, a essa ideia se dá o nome
de Direito Divino.
Absolutismo

Retrato de Luís XIV, rei da Representação da Corte Real Inglesa


França.
Revolução Francesa
● Depois de um tempo, a burguesia rompeu com o absolutismo. Os principais motivos para
que esse rompimento foram: a estrutura social vigente na França; a disseminação de
ideias Iluministas; e as crises econômicas causadas pela má administração da Nobreza.
Estratificação Social
● Durante esse período a população francesa era dividida em 3 grupos:
Iluminismo
● Com a disseminação de ideais Iluministas – que serão mais detalhados posteriormente –
entre a burguesia, surgiu uma insatisfação quanto o sistema mercantilista e ao poder que
a Igreja tinha sobre o Estado.

Retratos de alguns dos principais Representação da reunião de Iluministas


filósofos iluministas
Crises da Revolução Francesa
● Durante esse período, ocorreu uma grave crise econômica.

● Essa não só não foi contida pela Nobreza, como foi agravada por ela, já que ela gastava
muito dinheiro construindo e mantendo seus enormes palácios, além de ingressarem em
atividades que não retornaram lucro como o apoio que deram às 13 colônias dos EUA em
sua guerra pela independência contra a Inglaterra.
Foto da parte interna do Palácio de Versalhes

Foto da parte exterior do Palácio de Versalhes

Guerra de Independência dos EUA, que contou


com apoio francês
Articulação Burguesa
● Por conta desses fatores, a burguesia arquitetou a Revolução Francesa, que depôs o
absolutismo francês. Logo esses ideais se espalharam pela Europa e deram início à uma
série de revoluções liberais que deram fim ao Antigo Regime, processo que marca o início
da Idade Contemporânea.

Representação da Revolução Francesa, a primeira das


Revoluções Liberais
O Conhecimento Moderno
● Todas essas mudanças afetaram também a produção de conhecimento, que, influenciada
pelo contexto da época tomou um novo rumo, buscando formar um conhecimento
racional, se afastando da religião.

Charge representando a
separação da Igreja e do
Estado
O Conhecimento Moderno
● Duas grandes “escolas” principais relativas à teoria do conhecimento se formaram: o
Empirismo e o Racionalismo.

● A consolidação de escolas políticas deram início a consciência política da época.

● Iluminismo como movimento mais célebre entre as escolas consolidadas.

● Valorização da razão como característica do conhecimento.

● Contestação por meio da análise racional da realidade.


esquerda, e
Empirismo x Aristóteles, Racionalismo à
● Como dito anteriormente, a epistemologia (odireita.
campo que estudaO a própria ciência e seus
métodos), se dividiu em duas grandes “escolas”: o Empirismo e o Racionalismo.

● primeiro
Antes de vermos as especificidades de cada linha ideológica, valeaponta
notar que essa “rixa” já

para o céu,
existia desde a Filosofia da Antiguidade, porém, durante a Idade Moderna ela foi
resgatada e seu debate reacendido.

representando a
obtenção de
conhecimento
por meio do
acesso ao plano
das ideias, o
Empirismo
● Tendo como base a filosofia de Aristóteles, o Empirismo dita que o conhecimento
verdadeiro só pode ser alcançado pela experiência sensível, ou seja, a ‘verdade’ deve ser
obtida por meio da observação, sendo descartado qualquer conceito metafísico como, por
exemplo, a existência de Deus.

● Para os empiristas, os humanos nascem como “tábulas rasas” o que seria o mesmo que
dizer que somos “folhas em branco”. Nossos pensamentos e atitudes seriam definidas
pelas experiências que vivemos. O Empirismo se põe como uma contraposição ao
inatismo Platônico e ao Racionalismo, pensamentos que veremos mais adiante.
Empirismo
● Os principais pensadores empiristas na Idade Moderna foram: Thomas Hobbes, John
Locke, e David Hume.

Retrato de Thomas Hobbes Retrato de John Locke Retrato de David Hume


Racionalismo
● Tendo como base a filosofia de Platão, o Racionalismo dita que o conhecimento
verdadeiro só pode ser alcançado pela razão. Dessa maneira, o conhecimento alcançado
por meio da experiências sensíveis devem ser descartados, já que, segundo os
racionalistas, nossos sentidos podem nos enganar. Essa ideia vem da filosofia platônica,
que dizia que os humanos já tinham conhecimentos inatos, logo, por meio da lógica e da
racionalidade poderíamos alcançar todo o conhecimento que precisássemos.

● O Racionalismo então acreditava que a razão deveria servir como a base de todo o
conhecimento, um exemplo disso seria o estudo da geometria, que, mesmo se baseando
em formas geométricas, pode ser aprendida por alguém que seja cego já que é
fundamentada em relações matemáticas que independem da experiência sensível.
Racionalismo
● Os principais pensadores racionalistas da Idade Moderna foram: Baruch Spinoza, René
Descartes, e Gottfried Wilhelm Leibniz.

Retrato de Baruch Retrato de René Retrato de Gottfried


Spinoza Descartes Wilhelm Leibniz
Empirismo x Racionalismo
● Esses filósofos, apesar de suas diferenças no que tange a obtenção do conhecimento,
compuseram o movimento que ficaria conhecido como o Iluminismo.

● O Iluminismo defendia como: laicização do Estado, fim do absolutismo, valorização da


Razão, e a liberdade individual.

● O pensamento Iluminista sintetiza o paradigma Moderno, e seus ideais permeiam a Idade


Contemporânea, desde as teorias da Filosofia e da Sociologia que são desenvolvidas, até
os sistemas políticos atuais.
Crítica Marxista ao Pensamento Moderno
● Com a conclusão da Idade Moderna e a difusão das revoluções liberais o mundo ganhou
uma nova forma de se relacionar, o capitalismo e a globalização ganharam força. O
liberalismo se tornou a norma.

● Apesar de ser sempre visto com grande clamor, visto que, teoricamente, foi um período
que trouxe a liberdade para as pessoas, é necessário analisá-lo criticamente. Várias
críticas poderiam ser feitas, entretanto, iremos nos atentar a crítica marxista:

Retrato de Karl Marx


Crítica Marxista ao Pensamento Moderno
● A crítica marxista à idade moderna se dá principalmente ao fato de que os ideais
modernos, apesar de vistos como uma forma libertação das pessoas (vide o nome de sua
principal ideologia, “Liberalismo”), compuseram um movimento arquitetado pela
burguesia e para a burguesia.

● Já que, ao invés de permitir que os trabalhadores fossem realmente livres, apenas


substituiu quem realizava a opressão. Antes, seria um rei, agora, um burguês.

● Apesar das mudanças sociais, a classe trabalhadora continuou em sua posição de


subalternização em relação àqueles que detêm os meios de produção. Para os marxistas,
a Idade Moderna falhou em sua tentativa de libertar os povos.
Estrutura social pós revoluções liberais

Clero
Burguesia
Nobreza

Terceiro Estado Proletariado


Fim

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