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WBA0000_v1.

Legislação, políticas de inclusão


e multiculturalidade
Características das deficiências:
visual, auditiva e física
Etiologia das deficiências e deficiência visual

Bloco 1
Gleidis Roberta Guerra
Legislação

A legislação brasileira que predispõe sobre a educação


inclusiva restringe o seu público alvo em pessoas com
deficiência, transtorno global do desenvolvimento e
altas habilidades/superdotação

A Classificação Internacional de Funcionalidade (OMS,


2001) classifica as deficiências em três componentes:
Deficiência (deficiência propriamente dita),
incapacidade (restrição em função da deficiência e
desvantagem (aspecto social).
Etiologia das deficiências

As causas das deficiências são diversas, e geralmente


multifatoriais. Podem estar ligadas à hereditariedade,
problemas na gestação e parto, doenças infantis e ao
longo da vida e acidentes
Quando a deficiência ocorre por algo que aconteceu na
gestação é chamada de pré-natal. Se a ocorrência se dá
no momento do parto, perinatal, e ao longo da vida pós-
natal.
A classificação também pode considerar se a deficiência é
congênita ou adquirida.
Principais causas das deficiências

Pré-natal:

• Genéticas ou hereditárias
• Infecções na gestação Fonte: esquema elaborado pela autora.
• Uso de álcool e drogas
• Desnutrição materna

Perinatal:

• Prematuridade
• Anóxia neonatal
• Infecções hospitalares
Principais causas das deficiências

Pós-natal

• Doenças degenerativas ou autoimunes Fonte: esquema elaborado pela autora.

• Doenças da infância (meningite,


sarampo, etc.)
• Acidente Vascular Encefálico (AVE)
• Traumas causados por acidentes
• Violência doméstica e urbana
Deficiência Visual
Pode ser dividida em cegueira e baixa visão

Fonte: esquema elaborado pela autora.


Cegueira • Perda total da visão

• alterações no sistema
Baixa visão visual: acuidade e campo
visual
Deficiência visual

É definida quando a perda da visão, mesmo que parcial,


não pode ser corrigida pelo uso de lentes, auxílios
ópticos, ambientais e técnicos
Quando o rendimento em sua aprendizagem e
desenvolvimento não são satisfatórios sem adaptações e
uso de materiais específicos
A criança com deficiência visual tende a ter atrasos
importantes em seu desenvolvimento motor, de fala e
linguagem, aquisição de conceitos e social.
Tecnologias Assistivas

As TAs englobam:

Recursos Metodologias

Fonte: esquema elaborado pela autora.

Estratégias Práticas

Serviços

Objetivam: promover a participação da pessoa com


deficiência com autonomia, segurança e independência
Tecnologias assistivas

Bengalas,

Softwares,

Fonte: esquema elaborado pela autora.


auxílios visuais,

lupas eletrônicas,

Máquinas,

impressoras Braille.
Código Braille
O Sistema Braille foi criado por Louis Braille, em 1825, e é
universalmente conhecido como um Código ou meio de
leitura para pessoas cegas. Sua estrutura baseia-se em um
sistema de 63 pontos que representam as letras do alfabeto,
os números, e outros símbolos gráficos.
Figura 1 – Cela Braille

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Fonte: elaborada pelo autor.


Alfabeto Braille
Figura 2 – Alfabeto Braille

Fonte: nim009/istock.com ID da ilustração:926967346


Características das deficiências:
visual, auditiva e física
Deficiência auditiva ou surdez?

Bloco 2
Gleidis Roberta Guerra
Terminologia

Deficiência auditiva – ideia clínica da deficiência que é


vista como uma doença e precisa de cura. Uso de AASI e
treinamento de fala.
Surdez – Visão antropológica da condição de não ouvir,
vista como diferença que precisa ser respeitada. Estímulo
ao uso da Libras e da convivência com a comunidade e
cultura surda.
No Brasil

Diagnóstico tardio da surdez

Não aceitação da Libras como língua de instrução


Fonte: esquema elaborado pela autora.
Falta de estímulo adequado para o desenvolvimento de linguagem

Dificuldade na interação através da Libras

Desconhecimento das famílias em relação à importância de uma língua


que dê aporte cognitivo

Dificuldades na aquisição do AASI ou IC


Legislação

Lei de Libras (2002) + Decreto 5626/2005


• reconhece a Libras como língua da comunidade surda
brasileira
• Torna a disciplina obrigatória nos cursos de licenciatura e
fonoaudiologia e optativa nos outros cursos de graduação

Lei do Intérprete de Libras (2010)


• Reconhece a profissão de tradutor e intérprete de Língua de
Sinais (TILS)

Estatuto da Pessoa com Deficiência (2015)


• Reafirma direitos nas mais diversas áreas

Fonte: esquema elaborado pela autora.


Graus de perda auditiva
Tabela 1 – Graus e consequências das perdas auditivas

Fonte: Elaborado pelo autor


Graus de perda auditiva
Figura 3 – Audiograma de sons e perdas auditivas

Leve – 25 a 40 dB
 Moderada – 41 a 55 dB
Moderadamente severa
– 56 a 70 dB
Severa – 71 a 90 dB
Profunda - > 90 dB

Fonte: http://portalotorrinolaringologia.com.br/SURDEZ-graus.php.
Acesso em 03 de nov. de 2021.
Aparelho de Amplificação Sonora Individual

É composto por um receptor, um amplificador e um


microfone
A energia é gerada por uma bateria que dura de 10 a 15
dias
Dá à pessoa que usa cerca de 30dB de ganho de audição,
ou o equivalente a um grau acima da perda auditiva
Figura 4 – Modelos de aparelhos auditivos

Fonte: http://www.audioclean.com.br/fabricantes/starkey. Acesso em 03 de nov. de 2021.


Implante Coclear (IC)
Figura 5 – Implante Coclear

O implante coclear (IC), é um dispositivo


eletrônico colocado na cóclea, que através de
pequenos eletrodos, estimula o nervo auditivo
que leva os sinais elétricos para o cérebro.

Possui uma tecnologia complexa, e é muito Fonte:


utilizado atualmente para restauração das https://www.oticonmedical.com/portuguese/hea
ring-and-hearing-loss/

funções auditivas de paciente com surdez do tipo candidacy-for-cochlear-implant-solution. Acesso


em 03 de nov. de 2021.
neurossensorial, de grau severo a profunda, e
que, portanto, não tem resposta auditiva
satisfatória com o uso do aparelho convencional
Composição IC

Os aparelhos são compostos por dois componentes, um externo e


outro interno. O interno é o componente que será implantado. Ele
possui os eletrodos que serão implantados e a antena de recepção.
Fonte: esquema elaborado pela autora.

Unidade Externa: esta unidade deve receber o som do ambiente, o


codifica e envia para a unidade interna.

Unidade Interna: A função desta unidade está relacionada à recepção


dos sinal que a unidade externa emite, e transformar estes sinais em
impulso elétrico, que será transmitido, através dos eletrodos, para o
interior da cóclea.
Libras e aporte cognitivo
Independente da condição auditiva, é importante que a
criança desenvolva uma língua que dê aporte ao seu
pensamento e a permita desenvolver-se de maneira integral.
Essa língua deve ser a de sinais.

Hoje vivemos a realidade do bilinguismo, em que se acredita


que o surdo deverá aprender as duas línguas (de sinais e do
seu país), sendo a de sinais a primeira, e a do seu país,
principalmente na modalidade escrita.

Assim, a proposta de educação para essas crianças deve ser


de uma escola bilíngue, em que ela tenha oportunidade de ter
a Libras como língua de instrução.
Características das deficiências:
visual, auditiva e física
Deficiência física

Bloco 3
Nome do(a) autor(a)
Definição

A deficiência física pode ser definida pela perda total


ou parcial da capacidade motora de um indivíduo.
Segundo o decreto 3298/1999, a deficiência física é
definida como:
“Alteração completa ou parcial de um ou mais membros do corpo humano,
acarretando comprometimento da função física, apresentando-se sob a
forma de paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia,
triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou
ausência do membro, paralisia cerebral, membros com deformidade
congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não
produzam dificuldades para o desempenho das funções”. (BRASIL, 1999)

 
Terminologia

As deficiências físicas podem ser dividas em paresias e


plegias
As paresias estão relacionadas à perda parcial do
movimento de um ou mais membros
As plegias estão relacionadas à perda total do
movimento de um ou mais membros.
Assim sendo, dependendo do número e de qual membro
foi afetado podem ser classificadas em: bi ou di, tri ou
tetra.
Plegias

Monoplegia – paralisia Hemiplegia – paralisia


de um membro. de um lado do corpo.
Fonte: esquema elaborado pela autora.

Tetraplegia – Paralisia
Paraplegia ou diplegia –
do pescoço para baixo,
paralisia da cintura para
afetando os 4 membros
baixo.
(braços e pernas).
Paresias

Monoparesia Hemiparesia
(apenas um membro (paralisação parcial
parcialmente de um dos lados do
paralisado), corpo), Fonte: esquema elaborado pela autora.

Paraparesia
Tetraparesia
(membros inferiores
(paralisia parcial dos
parcialmente
4 membros).
afetados)
Tipos de paresias ou plegia por membro afetado
Figura 6 – tipos de paresias ou plegias

Fonte: https://enfermagemflorence.com.br/diferenca
-entre-plegia-paralisia-paresia-e-parestesia/. Acesso em 03 de nov. de 2021.
 
Deficiência física na escola

Na escola vários tipos e diferentes condições de


mobilidade serão encontradas nos alunos com
deficiência física.
Poderá assim haver dificuldades na locomoção, na escrita
e na fala.
Alguns alunos podem necessitar de auxílio para higiene e
alimentação
É importante o acesso ao diagnóstico para assim conduzir
o trabalho da melhor maneira possível
O acesso ao conhecimento deve ser o principal objetivo.
Tecnologias Assistivas

É de suma importância o uso de tecnologias assistivas


para a melhor adaptação do aluno com deficiência física
na sala de aula.

As adaptações vão desde um simples engrossamento do


lápis com E.V.A a um software de auxílio à voz ou até
mesmo à escrita.

A adaptação do mobiliário de acordo com a necessidade


do aluno é fundamental, e para isso o auxílio de
profissionais como fisioterapeutas e terapeutas
ocupacionais é fundamental
Encefalopatia Crônica Não Progressiva (ECNP)

Dentre as deficiências físicas congênitas a ECNP, antigamente


conhecida como Paralisia Cerebral é a mais comum

Causada principalmente por fatores perinatais, a anóxia neonatal, Fonte: esquema elaborado pela autora.
pode levar a desde um hemiparesia a uma tetraplegia.

O grau de limitação depende de por quanto tempo o bebê ficou


sem oxigênio.

Geralmente não acompanhada de deficiência intelectual, podem


apresentar sialorreia, distúrbios importantes da fala, outros
distúrbios sensoriais.
Adaptações necessárias

Na sala de aula, as adaptações de materiais, mobiliários,


equipamentos, currículo, objetivos e outras devem ser realizadas
sempre que necessário.

Fonte: esquema elaborado pela autora.

A criança pode, ainda, necessitar de um sistema de comunicação


alternativa, geralmente realizado com figuras e pranchas de
comunicação, que irão auxiliar o aluno no seu dia a dia.

Os sistema de comunicação alternativa são estratégias ou técnicas


ou produtos que auxiliam na comunicação da pessoa, tornando-a
funcional.
Teoria em Prática
Bloco 4
Gleidis Roberta Guerra
Reflita sobre a seguinte situação

Você recebe um aluno com deficiência visual em sua sala de


aula e terá que fazer um relatório sobre as dificuldades e
habilidades que ele apresenta para enviar a um outro
profissional que o atende. Imagine que ele tem 8 anos de
idade e baixa visão, necessitando de textos com fonte
ampliada e uso de recursos ópticos.

No relatório destaque quais as dificuldades apresentadas e


como está trabalhando com ele em sala de aula, traçando, de
maneira coerente, um perfil de aprendizagem.

Faça um relatório de cerca de 1 lauda contando sobre este


caso. 
Norte para a resolução...
• Com os dados da deficiência apresentada e idade da criança,
pense em como trabalharia com este aluno em sala de aula.
• A partir disso, utilizará estes dados para compor um perfil de
aprendizagem do aluno, dizendo quais são suas dificuldades e
habilidades em sala de aula.
• Deverá, ao retratar o trabalho que realiza em sala de aula,
falar sobre as adaptações e uso de tecnologias assistivas que
foram necessárias, e se há algum profissional de apoio na
escola.
• O relatório deverá trazer um panorama coerente do aluno em
relação às dificuldades e habilidades, adaptações realizadas e
desenvolvimento escolar.
Dica do(a) Professor(a)
Bloco 5
Gleidis Roberta Guerra
Dica do professor

Filme Ensaio sobre a cegueira (2008)


Adaptação do livro de José Saramago, conta sobre
uma estranha epidemia de cegueira que se abate
sobre um cidade. Aos poucos, todos os habitantes
tornam-se cegos e lutam por suas necessidades
básicas.
Apenas uma mulher não é afetada pela epidemia.
Vale a pena assistir.
Referências

• BRASIL. Casa Civil. Decreto nº 3956 de 08 de outubro de


2001. Brasília, 2001.

• OMS. Classificação Internacional de Funcionalidade,


Incapacidade e Saúde [Centro Colaborador da
Organização Mundial da Saúde para a Família de
Classificações Internacionais, org.; coordenação da
tradução Cassia Maria Buchalla, 2001].
Bons estudos!

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