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Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

Ciências Contábeis – CCN/CSE/UFSC


Disciplina: Contabilidade e Finanças – CCN6010

PERPETUIDADE

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Perpetuidade
o valor de um título é consequência da sua capacidade de gerar caixa. O fluxo de caixa
gerado pelas ações, que é uma classe de títulos, são os seus dividendos (que mais
genericamente incluiriam distribuições de capital e outros proventos).

Como é esperado que as empresas sejam organizações que se perpetuam no tempo,


considera-se que o fluxo de caixa das empresas seja para sempre. Os fluxos de
caixa para sempre são chamados de perpetuidades.

Para calcular o valor de uma ação, portanto, basta trazer a valor presente o seu fluxo
de dividendos por uma taxa de desconto ajustada pelo seu risco. A taxa de
desconto pode ser calculada por meio do CAPM.
Valor Presente da Perpetuidade

Para trazer uma perpetuidade a valor presente basta trazer


cada fluxo de caixa dessa perpetuidade a valor presente e
somar todos os valores presentes:

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Perpetuidade
Perpetuidade pode ser entendida como um valor que se repete indefinidamente em intervalos
regulares. Pode ser um valor fixo (perpetuidade sem crescimento) ou um valor com
crescimento constante (perpetuidade com crescimento)

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Fluxo de Caixa Constante
A Equação a seguir pode ser usada para perpetuidades sem crescimento (fluxos
de caixa constantes)

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Exemplo 1
Exemplo 1: vamos calcular o preço das ações de uma empresa que
pagará R$ 100 de dividendos todos os anos e para sempre, sendo o
beta das ações da empresa igual a 0,6. Considere que os
parâmetros gerais para o CAPM são rf = 7,0% e pm = 5,0%.

Por se tratar de uma perpetuidade sem crescimento, utilizaremos a


Equação 1 (Valor Presente = FC/ i )

Assim, a taxa de desconto é 10,0% (i = rf + β × pm = 7,0% + 0,6 ×


5,0%) e o valor das ações da empresa é R$ 1.000
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Exemplo 1
a taxa de desconto = rf + β × pm
= 7,0% + 0,6 × 5,0%
= 10%

e o valor das ações da empresa é = FC/i


= 100/0,10
= R$ 1.000

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Valor Presente de uma perpetuidade sem crescimento

Valor presente de uma perpetuidade sem crescimento com fluxo de caixa anual de R$ 100
calculado a uma taxa de desconto de 10%. Na tabela, apresentamos a perpetuidade
parcialmente. A tabela apresenta o ano do fluxo de caixa, o fluxo de caixa (FC) de R$ 100 todos
os anos e o valor presente individual de cada um dos fluxos de caixa (VP (FC))
Fluxo de Caixa com Crescimento ‘“g”
A Equação a seguir pode ser usada para perpetuidades com crescimento (fluxos de caixa que
crescem a uma taxa “g” constante) desde que a taxa de crescimento “g” seja menor do que a
taxa de desconto “i”.
Exemplo 2
Exemplo 2: vamos calcular o preço das ações de uma empresa que
pagará R$ 102 de dividendos no ano 1 e que cresce a 2% a.a. para
sempre, sendo o beta das ações da empresa igual a 1,4. Considere
que os parâmetros gerais para o CAPM são rf = 7,0% e pm = 5,0%.

Por se tratar de uma perpetuidade com crescimento constante,


utilizaremos a Equação 2. Valor Presente = (FC1/ (i-g))

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Exemplo 2

Antes, porém, devemos calcular a taxa de desconto por meio da


Equação 2.2 e dos parâmetros fornecidos.
Assim, a taxa de desconto é:
i = rf + β × pm
= 7,0% + 1,4 × 5,0%
= 14%

O valor das ações da empresa é de (FC/(i-g))


= R$ 102 /(0,14 - 0,02)
= R$ 850 11
Perpetuidades Defasadas
A utilização de perpetuidades sem crescimento ou com crescimento
constante e moderado (g < i) desde o ano 1 tem aplicação limitada na
avaliação de empresas no Brasil porque são raros os fluxos de caixa
(empresas) que não crescem ou que crescem moderadamente desde o
ano 1.

A realidade é de crescimento mais acelerado nos primeiros anos até a


estabilização desse crescimento em determinado ponto no futuro.
Portanto, a aplicação da perpetuidade dá-se por meio de perpetuidades
defasadas, ou seja, que comecem em algum ponto no futuro.

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Aplicação
Exemplo 3: vamos calcular o preço das ações de uma empresa que pagará
R$ 100 de dividendos no ano 1, R$ 115 de dividendos no ano 2 e R$ 122 de
dividendos no ano 3 e que depois crescerá a 4% a.a., sabendo que as ações
da empresa têm um beta de 1,6. Considere que os parâmetros gerais para
o CAPM são rf = 7,0% e pm = 5,0%.

1o Passo: calcular a taxa de desconto:


i = rf + β × pm
= 7,0% + 1,6 × 5,0%
i = 15,0%

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Aplicação
2o Passo: dividir o fluxo
de caixa em duas
parcelas, sendo

(i) a primeira parcela


contendo os três
primeiros anos e

(ii) a segunda parcela a


partir do ano 4
(inclusive) – uma
perpetuidade defasada
(painéis 1 e 2).
14
Aplicação

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Aplicação
3o Passo: calcular o valor da perpetuidade defasada utilizando a Equação 2. Como o
primeiro fluxo de caixa da perpetuidade está no ano 4, o valor calculado pela
Equação 2 estará no ano 3. Vamos chamá-lo de Perp3 para deixar bem caracterizado
que ele está no ano 3 (painel 3).

Para operacionalizar esse cálculo precisamos estimar o FC4, que é o primeiro fluxo
de caixa da perpetuidade. A primeira proposta para estimar o FC4 é calculá-lo a
partir do FC3, adicionando a este o crescimento de 4%. Assim, podemos calcular a
Perp3 conforme a Equação 3:

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Aplicação
4o Passo: reagrupar o fluxo de caixa considerando os três primeiros
anos e a Perp3. No ano 3, temos o FC3 e a Perp3, esta representando o
FC4 em diante (painel 4 ).

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Aplicação

5º Passo: calcular o valor presente de um fluxo de caixa de R$ 100 no


ano 1, R$ 115 no ano 2 e R$ 1.275,5 no ano 3 (122 + 1.153,5) a 15%,
que é igual a R$ 1.012,6

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FIRM VALUE/ EQUITY VALUE

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