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O que é a droga?

As substâncias e as atitudes
O que é a droga?
• Porcaria, algo que não presta
• Substância, substâncias químicas que se
vendem nas drogarias ou farmácias
• DROGA – drogas que se vendem por aí, em
certos bairros degradados, em certas ruas, em
certos bares
O que é a droga?
• Fenómeno, uma moda, algo que não existia , e
que envolve um conjunto de atitudes e
actividades da sociedade contemporânea
O que é a droga?
• Corrente com diferentes elos: culturas ilícitas,
transformação da matéria prima, produção da
droga ou criação de novas substâncias,
“lavagem” do dinheiro resultante de todo este
processo…
O que é droga?
• Quaisquer substâncias naturais ou de síntese,
manipuladas ou criadas pelo homem, que ao
serem absorvidas pelo organismo humano,
provocam alterações psíquicas, nomeadamente do
estado de consciência e também alterações físicas.
As alterações da actividade mental, das sensações
e do comportamento, são geralmente associadas a
uma vivência de prazer, ou de alívio do desprazer
O que é droga?
• A pessoa que consome DROGAS, não fica no
seu estado “normal” e continuando a
consumir, pode desenvolver um problema de
dependência…
O que é a droga?
O fenómeno droga e a substância droga, faz
com que a pessoa sinta frequentemente
vontade de consumir com maior frequência…
A substância e o que a rodeia passa
progressivamente a ocupar mais e mais o seu
pensamento, em detrimento de muitos
aspectos da sua vida
Dependência

• “ estado de necessidade física e/ou


psíquica de uma ou mais drogas,
resultante do seu uso contínuo ou
periódico”
Dependência Física
• “estado anormal, produzido pelo uso repetido
de droga”. Com o passar do tempo e com o
uso crescente de drogas, o organismo deixa de
conseguir funcionar sem a droga, vai-se
adaptando ao “estado de droga”, emergindo,
na sua ausência, o “síndrome de abstinência”
Síndrome de Abstinência

• “conjunto de sintomas físicos e psíquicos


resultantes da supressão da ingestão de uma
droga da qual há dependência física”
Tolerância
• “estado de adaptação caracterizado pela
diminuição da resposta a uma mesma
quantidade duma droga”. Assim, para se
continuar a experimentar efeitos semelhantes
é necessário aumentar a dose.
Dependência Psicológica
• “é um estado de vontade incontrolável de
ingerir drogas periódica ou continuamente”.
Corresponde a um estado mental em que há
um desejo persistente de dar continuidade ao
prazer conquistado através do consumo dessa
substância.
Overdose
• intoxicação aguda provocada por consumo
excessivo de uma ou mais drogas, de uma
forma voluntária ou involuntária e cujos
efeitos põem em causa a vida do consumidor.
Toxicodependência

“um estado psíquico, e por vezes também físico,


resultante da interacção entre um organismo vivo e
um produto tóxico, caracterizando-se por
modificações do comportamento, e por outras
reacções, que incluem sempre a compulsão para
tomar drogas dum modo contínuo ou periódico, a
fim de experimentar efeitos específicos ou de evitar
o mal estar da privação”
Toxicodependente
• é definido, como aquelas pessoas (normalmente
uma minoria de consumidores de drogas) cuja vida está
centrada na dependência duma substância a
tal ponto que produz consequências como:
sérios transtornos físicos ou psicológicos;
impossibilidade ou dificuldade de livrar-se da
dependência, inclusive quando ela é vivida
como destrutiva e, eventual aparição do
síndrome de abstinência”
Uso/Abuso/Dependência
• Uso
– qualquer consumo de substâncias (experimental,
esporádico ou episódico),
• Abuso ou uso nocivo
– consumo de substâncias que já está associado a algum
prejuízo (quer em termos biológicos, psicológicos ou
sociais)
• Dependência
– consumo sem controlo, geralmente associado a
problemas sérios
Há drogas inofensivas?
• Não! Mas há quem rotule as drogas que não
provocam dependência física que não exigem
aumento de doses, de “drogas leves”. Por si só
e em personalidades doentes ou imaturas,
podem tornar-se muito pesadas…
Classificação das substâncias

As substâncias com efeito estimulante do


sistema nervoso central, também chamadas
de psicoanalépticas como por exemplo, a coca
e os seus derivados, as anfetaminas, a cafeína,
a nicotina;
Classificação das substâncias

As substâncias com efeito depressor do


sistema nervoso central, também chamadas
de psicolépticas, como por exemplo os
opiáceos, assim como os medicamentos
ansiolíticos, e outros tranquilizantes e
hipnóticos;
Classificação das substâncias

As substâncias com efeito perturbador do


sistema nervoso central, também chamadas
de psicodislépticas. Incluem-se a cannabis e os
seus derivados, os alucinogénios, os solventes
e determinados medicamentos.
Canabinóides
• A cannabis, a mais popular das drogas ilegais, pode ser conhecida por
diferentes nomes de rua como charro, chamon, liamba, erva, chocolate,
tablete, taco, curro, ganza, hax, hash, maconha, óleo (óleo de haxixe), boi
ou cânhamo

• Os canabinóides são derivados da planta Cannabis Sativa e são


considerados drogas psicadélicas (leves), alucinógenas ou depressoras.
Canabinóides
• O princípio activo da cannabis é o THC que causa perturbação no
funcionamento do cérebro

• Existem 3 formas de preparação


– “marijuana”
– “haxixe”
– “óleo de cannabis ou óleo de haxixe”

• Podem provocar prazer, bem estar, ideias paranóides, confusão de


pensamentos, sonolência, relaxamento, lentificação da capacidade de
reacção...

• Quando ingerida em lugares desconhecidos com pessoas com pouca


experiência, esta droga pode ter efeitos negativos como sintomas de
ansiedade e ataques de pânico, aos quais se podem acrescer sintomas de
depressão.
Cogumelos Mágicos
A psilocibina é uma substância alucinogénia encontrada em várias espécies de
cogumelos. Os efeitos do uso de cogumelos variam de pessoa para pessoa e
dependem do momento e do ambiente em que a droga é ingerida.

Os cogumelos mágicos, nome pelo qual é mais comummente conhecido este tipo
de droga, são substâncias alucinógenas ou psicadélicas. São geralmente
ingeridos crus, secos, cozinhados ou em forma de chá .São uma droga sazonal
dado que aparecem sobretudo no Outono, contudo podem ser secos e
armazenados, sendo inclusivamente os cogumelos secos aqueles que têm efeitos
mais intensos.

De modo geral, os cogumelos provocam alucinações, delírios, dilatação da pupila,


suor excessivo, taquicardia e náuseas.
LSD
• O LSD, também chamado de ácido, pills, cones ou trips é uma droga com acção
alucinogénia ou psicadélica. É uma substância sintética, produzida em laboratório. É usado
habitualmente por via oral, em barras, cápsulas ou em forma de pequenos “selos”, mas
também pode ser misturado com tabaco e fumado.

• Pequenas doses já produzem efeitos intensos que costumam durar de 4 a 12 horas. Pode
causar euforia, excitação, sensação de bem estar e tranquilidade (“boa viagem”) ou
depressão, sensação de pânico, enjoos e tremores (“má viagem” ou bad trip).

• O flashback ou revivescência é o principal perigo do consumo. Nestas situações o


indivíduo volta a experimentar a vivência tida com a droga, sem que para tal tenha de a
consumir de novo. Estes flashbacks podem ocorrer semanas após a ingestão da
substância.
Ketamina
• A ketamina é um poderoso anestésico
dissociativo que se encontra sob a forma de
pó branco, líquido ou tablete e que é
consumido por via oral, inalada ou injectada.
A sua posse não é ilegal, dado que é prescrita
por médicos.

• A K ou special K, como é chamada pelos seus


consumidores, é uma droga psicadélica.
Mescalina

• A mescalina é um alucinogénio forte extraído do cacto


Peyote Apresenta-se sob a forma de pó branco, que é
geralmente consumido por via oral (mastigado ou por
infusão) ou, ocasionalmente, injectado.

• A mescalina tem efeitos psicadélicos semelhantes aos


do LSD mas menos intensos.
Nitrato de Amyl
• O Nitrato de Amyl é conhecido pelos seus consumidores pelas
denominações poppers, rush ou liquid gold. É um líquido amarelado,
altamente inflamável, que é geralmente vendido em garrafas
pequenas. O seu consumo é feito por inalação de vapores através de
uma garrafa pequena ou tubo, por vezes em conjunto com outras
drogas como o ecstasy.

• Tem uma acção psicadélica.


PCP
• O PCP tem nomes de rua como angel dust, pó de anjo, krystal ou
peace pill. Tem uma acção alucinogénia e apresenta-se sob a forma
de pó branco cristalino com sabor amargo, cápsulas ou líquido
amarelado. Pode ser fumado, inalado, ingerido ou injectado.

• Os seus efeitos duram entre 2 e 48 horas e podem traduzir-se por


dissociação psicofísica, distorção das mensagens sensoriais,
desinibição, sensação de flutuar no espaço, desaparecimento de
dores, alucinações, agitação, euforia, sensação de força, poder e
invulnerabilidade.
Álcool
• O álcool é consumido por via oral e é um desinibidor
e depressor
• É a droga mais conhecida e aceite socialmente.
• Origina tolerância e grande dependência física e
psicológica.
• O síndrome de abstinência provocado pela supressão
do álcool costuma ser bastante intenso, requerendo,
por vezes, cuidados médicos urgentes.
Barbitúricos
• Os barbitúricos são depressores derivados do barbital. Podem ser
organizados em três categorias:
• Drogas de longa duração (8 a 16 horas) – tratamento de epilepsia, controle de
úlceras e pressão sanguínea alta.
• Drogas de média duração (4 a 6 horas) – pílulas para dormir.
• Drogas de curta duração (breve) – anestésicos ou sedativos.

• Tem efeitos sedativos, anticonvulsivos e relaxantes, sendo por isso


utilizados em tratamento de ansiedade e agitação.
• São encontrados em forma de comprimidos ou cápsulas e podem ser
consumidos por via oral ou intravenosa.
• O organismo pode adquirir tolerância, dependência física e psicológica.
Benzodiazepinas
• Têm efeitos depressores. São produzidas por síntese química e podem
assumir a forma de comprimidos, cápsulas ou, menos frequentemente, a
de ampolas ou supositórios.
• Costumam ser conhecidas pelos nomes dos seus fabricantes, como por
exemplo valium, rohipnol, buprex, mandrax, artane, etc. A via de
administração mais habitual é a oral, sendo que a intravenosa é também
comum.
• São utilizadas com fins terapêuticos no tratamento da ansiedade e
insónias.
• Tem efeitos a nível ansiolítico, relaxante, anti-convulsivo ou hipnótico.
Abranda as mensagens de e para o cérebro, incluindo as respostas físicas,
mentais e emocionais.
GHB
 

• O Gama-Hidroxybutyrate, no calão chamado de GHB ou Ecstasy


Líquido, é um químico depressor também com acção psicadélica. É
encontrado em garrafas pequenas sob a forma de líquido um pouco
mais espesso do que a água, incolor (embora possa ser tingido de
qualquer cor), sem cheiro e um pouco salgado. Quando agitado, cria
bolhinhas. Embora seja menos vulgar, pode ainda apresentar a forma
de cápsulas ou pó.

• É geralmente consumido por via oral ou injectado.

• Quando consumido em pequenas dose, os efeitos são semelhantes aos


do álcool ou do ecstasy (daí o nome de ecstasy líquido). O indivíduo
pode sentir mais energia, sensação de bem-estar, euforia, relaxamento,
aumento da confiança, desinibição, sensualidade, tonturas ou
abrandamento do ritmo cardíaco.
Heroína
• Esta substância é um opiáceo, sendo, por isso, produzida a partir da
papoila (de onde é extraído o ópio), que é transformada em morfina e
mais tarde em heroína.

• É comercializada em pó, geralmente castanho ou branco (quando pura)


de sabor amargo. A heroína é frequentemente misturada com outras
drogas como a cocaína ("speedball"), de forma tornar os efeitos de
ambas mais intensos e duradouros.

• Os efeitos da heroína duram entre 4 a 6 horas. Inicialmente podem


sentir-se náuseas e vómitos que são depois substituídos por sensação
de bem-estar, excitação, euforia e prazer. Concomitantemente, pode
sentir-se uma sensação de tranquilidade, alívio da dor e da ansiedade,
diminuição do sentimento de desconfiança, sonolência, analgesia,
letargia,
Inalantes
• São geralmente solventes. Existem diversas substâncias que
podem ser inaladas. As mais usuais são produtos químicos
de uso doméstico como aerossóis, gasolina, colas, esmaltes,
tintas, vernizes, acetonas, éter ou ambientadores

• São consideradas drogas alucinógenas e depressoras

• Os efeitos duram cerca de 30 minutos e podem provocar


excitação, exaltação do humor, euforia, alegria,
desorientação, alucinações ocasionais e transtornos do
comportamento (agressividade)
 
Anfetaminas
• Chamadas de speed, cristal ou anfes.
• Quando estão em estado puro têm o aspecto de cristais amarelados com
sabor amargo. No entanto podem também ser encontradas sob a forma de
cápsulas, comprimidos, pó (geralmente branco, mas também pode ser
amarelo ou rosa), tabletes ou líquido.
• Consumidas por via oral, intravenosa (diluídas em água), fumadas ou
aspiradas (em pó).
• O consumo crónico - acentuada perda de peso e exaustão, redução da
resistência às infecções, tremores, perturbações no ritmo cardíaco, dores
nos músculos e nas articulações. Pode ainda ocorrer falha súbita no coração.
Cocaína
• É comercializada sob a forma de um pó branco cristalino, inodor, de sabor
amargo e insolúvel na água, assumindo os nomes de rua de coca, branca,
branquinha, gulosa, júlia, neve ou snow.
• Regra geral, a cocaína é consumida por inalação, mas pode também ser
absorvida pelas mucosas (por exemplo, esfregando as gengivas). Para além
disso, pode ainda ser injectada pura ou misturada com outras drogas. Não é
adequada para fumar.
• A cocaína tem uma acção intensa mas breve (dura cerca de 30 minutos),
Quando consumida em doses moderadas, a cocaína pode provocar ausência
de fadiga, sono e fome. Para além disso, o indivíduo poderá sentir exaltação,
euforia, intenso bem-estar e maior segurança em si mesmo, nas suas
competências e capacidades
Crack
• A base livre (freebase) e o crack (rock, pedra) são duas drogas
estimulantes quimicamente iguais. Ambas são derivadas da
cocaína, no entanto o seu processo de preparação difere: a
base livre é conseguida mediante o aquecimento de uma
mistura de cloridrato de cocaína com éter. Quando o
aquecimento é feito com bicarbonato de sódio, amoníaco e
água, o produto final será o "crack", que possui este nome
devido aos barulhos crepitantes dos resíduos de bicarbonato
de sódio quando aquecidos. Esta forma de cocaína torna-se
passível de ser fumada.

• A ingestão pelo fumo tem um efeito mais acentuado, dado


que penetra com rapidez nos tecidos pulmonares, atingindo
facilmente o coração e depois.
Ecstasy
• Combina os efeitos da cannabis (aumento da sensibilidade sensorial
e auditiva) com o das anfetaminas (excitação e agitação) e com os
do álcool (desinibição e sociabilidade). Para além disso, pode
oferecer uma forte sensação de amor ao próximo, de vontade de
contacto físico e sexual.

• É, geralmente, consumido por via oral, embora possa também ser


injectado ou inalado. Surge em forma de pastilhas, comprimidos,
barras, cápsulas ou pó.

• A longo prazo, o ecstasy pode provocar cansaço, esgotamento,


sonolência, deterioração da personalidade, depressão, ansiedade,
ataques de pânico, má disposição, letargia, psicose, dificuldade de
concentração, irritação ou insónia.
Mitos sobre Drogas
• O Álcool não é uma Droga.
– O álcool, apesar de ser legal, é uma droga, uma vez que tem efeitos no
Sistema Nervoso Central, provocando alterações da percepção, da
motricidade, dos reflexos, da capacidade de avaliação das situações e pode
provocar dependência física e psíquica. Em Portugal calcula-se que existam
mais de meio milhão de alcoólicos crónicos.
• Beber pouco não afecta as capacidades para a condução.
– Não é verdade. Mesmo pequenas quantidades de bebidas alcoólicas têm
efeitos ao nível da capacidade de concentração, da atenção, da motricidade
e do tempo de reacção. Para além disso, esta diminuição das capacidades
não é percebida pelo consumidor que muitas vezes até julga que estão
aumentadas.
• As saídas em grupo só são divertidas se toda a gente se
embebedar.
– A capacidade de as pessoas se divertirem tem a ver com o convívio que se
estabelece entre elas, os laços que se criam, o contexto em que os encontros
acontecem e não com o consumo de substâncias psicoactivas.
Mitos sobre as Drogas
• Fumar Tabaco faz mais mal do que fumar Haxixe.
– De um modo geral fuma-se haxixe misturado com tabaco, pelo que os
efeitos da nicotina são acrescidos aos efeitos das diversas substâncias
que compõem o haxixe, como a goma arábica e outras, que têm efeitos
nocivos ao nível pulmonar.
• O Haxixe dá sempre sensação de bem estar.
– Não é sempre assim. Com alguma frequência o consumidor somatiza e
amplia angústias e estados de espírito e a experiência pode não ser
muito agradável, podendo ocorrer ansiedade, ataques de pânico e
paranóia.
• Com o Haxixe não se corre o risco de ficar dependente.
– Embora o Haxixe aparentemente não induza dependência física, alguns
factores individuais e sociais podem levar à necessidade de um consumo
compulsivo e à dependência psicológica.
Mitos sobre Drogas
• Quem consome Haxixe mais cedo ou mais tarde acaba por
consumir heroína ou cocaína.
– Não é verdade. A maior parte dos consumidores regulares de Haxixe não
sentem necessidade de consumir outras drogas. No entanto, há pessoas
que, por diferentes razões, são mais susceptíveis de abusar de drogas do
que outras. À partida, o consumidor de Haxixe corre mais riscos de vir a
consumir outras drogas.
• Os heroinómanos acabam por ficar completamente degradados
(na rua, a arrumar carros, na prostituição,...)
– Apesar de muitos consumidores de Heroína entrarem em processos de
degradação e desestruturação, existem muitos que estão integrados
social e profissionalmente, sem sinais evidentes desses consumos.
• Quando não se injecta Heroína, o risco de ficar dependente é
menor
– A dependência ocorre qualquer que seja o modo de consumo de Heroína.
Mitos sobre Drogas
• A Heroína dá paz de espírito e ajuda a resolver problemas.
– Mesmo que no início o consumo de Heroína possa aliviar as tensões
internas, proporcionando bem-estar, a verdade é que esse consumo
mais cedo ou mais tarde leva a estados de dependência e mal-estar
que podem desencadear uma série de problemas de âmbito pessoal e
social.
• A Heroína é a droga dos pobres e excluídos.
– O consumo de Heroína atravessa todos os estratos sociais. As razões
que estão na base dos consumos dependem fortemente de aspectos
psicológicos, relacionais e outros.
• As pastilhas são inofensivas porque não causam
dependência física.
– Embora não provoquem dependência física, o seu consumo pode levar
à existência de dependência psicológica, ou seja, uma necessidade
compulsiva de consumo, que pode ser facilitado pelos contextos de
diversão.
Mitos sobre Drogas
• Todas as pastilhas são ecstasy (MDMA)
– Não é verdade. Um dos problemas do consumo de pastilhas advém do
facto de não se saber que substâncias contêm. Investigações
laboratoriais demonstram que a grande maioria das pastilhas não
contêm MDMA (ecstasy) mas sim outras substâncias cujos efeitos
podem ser inesperados e de difícil controlo.

• Desde que não se abuse não há problema em beber álcool e


tomar pastilhas.
– A mistura de álcool e pastilhas pode ser bastante prejudicial para a
saúde. Por um lado, ao nível da desidratação que pode provocar, pois
ambas as substâncias são desidratantes, e por outro as consequências
que pode ter ao nível cardíaco pois o álcool tem efeitos depressores e
as pastilhas são estimulantes, sendo esse efeito antagónico.
Mitos sobre Drogas
• A cocaína aumenta a performance intelectual
– A cocaína é um estimulante do Sistema Nervoso Central que permite
realizar actividades num ritmo acelerado, muitas vezes confundido com
um aumento de rendimento e de capacidades intelectuais. Com o
consumo continuado aparece um efeito paradoxal de depressão que pode
desencadear paranóia e mesmo psicoses.  

• Quem consome drogas fá-lo porque tem problemas


– Mas o facto é que toda a gente tem os seus problemas, e por vezes graves,
e a maior parte das pessoas não consome drogas. Muitos procuram nas
substâncias um efeito “mágico” que lhes proporcione lidar com a realidade
sem sofrimento. A verdade é que os problemas não desaparecem, as
substâncias não resolvem nada e com o consumo de algumas substâncias
os indivíduos perdem a capacidade de lidar com o real.
Mitos sobre Drogas
• Para largar as drogas basta ter força de vontade.
– A força de vontade ou a motivação é realmente uma condição
indispensável para o início do tratamento. Contudo, é fundamental o
acompanhamento técnico adequado para que a mudança seja
duradoura.

• Tomar drogas provoca a Sida.


– Não é o consumo em si que provoca doenças como a sida e as
hepatites, mas sim comportamentos associados aos consumos, como
por exemplo a partilha de seringas, algodões, tubos ou qualquer
material utilizado para o consumo, as relações sexuais desprotegidas e
os contactos com sangue contaminado.
Porque é que as pessoas se
drogam?
A pessoa a atitude e a
substância
• A decisão de consumir droga é
prioritariamente individual: ninguém é
obrigado a experimentar, embora a pressão de
outro ou de outros possa ter uma razoável
importância
A pessoa a atitude e a
substância
• O carácter e a formação da pessoa tem uma
importância que não deve ser desvalorizada:
não é por acaso que nem todas as pessoas,
mesmo sendo jovens não são consumidoras
de drogas… há quem não vá em certas ondas
A pessoa a atitude e a
substância
• As motivações para o consumo podem ser as
mais diversas sejam elas individuais ou
grupais: moda, curiosidade, afirmação,
ociosidade, prazer, frustração, solidão,
depressão, agressividade ou raiva, integração
grupal… naturalmente que as motivações nem
sempre são conscientes.
A pessoa a atitude e a
substância
• É verdade que sempre houve consumidores de
drogas. Dos finais do século XIX às primeiras
décadas do século XX, o abuso foi crescente
– Anos 60 – jovens que procuravam contestar os que
estava instituído
– Anos 80-90 – vulgariza-se o” drogar para não sentir”
– Actualmente – questiona-se a aceitação de limites,
primazia do prazer
A pessoa a atitude e a
substância
• O fenómeno da droga, sendo de certa forma
uma repetição, é bem diferente do que se
passou há 80 ou 100 anos atrás
Se não há mais nada que fazer, se é difícil pensar e
se a oferta existe…

Se o acesso à droga é tão facilitado, se


não abundam defesas na pessoas, está facilitada a
atitude de consumir
As leis da oferta e da procura
• A sociedade contemporânea é uma sociedade
consumista. O consumo está na moda e as
modas são estudadas e planificadas para
serem consumidas. Estamos todos sujeitos às
leis da oferta e da procura de múltiplos bens
materiais e não só…
As leis da oferta e da procura
• As atitudes tipo chiclete, prazer imediato,
consumir e deitar fora, generalizam-se. A
oferta de bens de consumo intensificou-se e
criou-se um mercado para isso…

• Também as drogas se tornaram um “bem de


consumo”, e na droga as modas também se
renovam…
As leis da oferta e da procura
• O meio da droga já não é um meio
restrito… a oferta tornou-se despudorada
e só não adquire droga quem não está
mesmo interessado

Parece pois fácil (e difícil!) compreender


porque é que as pessoas se iniciam nas
drogas
Algumas outras razões
• O mito da droga
• A idade
• A curiosidade
• A necessidade de ser aceite, de se integrar no
“grupo”
• A necessidade da pessoa ser “diferente”
• A necessidade da pessoa chamar a atenção,
contestar
Algumas outras razões
• O prazer
• O desafio/prazer do risco
• A dificuldade da pessoa se afirmar
• O medo de crescer
• Facilidades financeiras desajustadas
• A ausência de adultos que sejam referências
estruturantes
• A necessidade de algo que faça esquecer
Como as pessoas se drogam
• De uma forma ocasional ou regular as pessoas
drogam-se consumindo, fazendo a ligação a
uma ou várias substâncias que tenham o
efeito de droga
• Esta ligação começa por ser física, utilizando
os orgãos sensoriais e passa a ser psicológica
Como as pessoas se drogam
• Também podemos considerar que o
consumidor compulsivo e dependente se
pode drogar sem droga – manipulando os
utensílios da droga, alimentando a relação
com pessoas que se drogam, “vivendo” a
droga
Compreendendo o
Toxicodependente
Estigma existe ou não?
• Drogado
– jovem com características de personalidade fora
de comum; socialmente marginalizado

• Consumidor de drogas

– Pessoa com um estilo do vida diferente e com


direito a essa diferença
Estigma existe ou não?
Pode estar no meio da droga
 “Agarrados”; não “agarrados”

É importante evitar a colocação de rótulos: ser


consumidor ocasional ou recreativo não é a
mesma coisa que ser dependente
O que é um toxicodependente?
• É uma pessoa dependente de drogas e que é
dependente porque consumiu e consome
drogas

• É uma pessoa doente?


– Do ponto de vista médico e social podemos
considerar um toxicodependente como uma
pessoa doente
O que é um toxicodependente?
• E ele considera-se ou não uma pessoa
doente?
– Deve ser o próprio a encontrar a sua resposta

Quando a dependência existe surgem sinais e


sintomas de sofrimento se a pessoa estiver algum
tempo sem consumir droga – manifesta-se sempre
a nível psicológico!
O que é um toxicodependente?

• Cada vez mais há toxicodependentes que


nada têm de marginal, de “anormal” no
seu passado
Só fica dependente quem consome
• “O toxicodependente é uma pessoa, uma
pessoa dependente, uma pessoa doente.
Consumiu droga, pensou não ficar
dependente, mas a droga é um engano. Hoje
não é dependente porque quer, é dependente
porque consumiu droga. Só fica dependente
quem consome”
O que se ganha
• A atitude
• A experiência
• A identidade
• A desinibição
• A integração grupal
• A dependência
• Boleia na sexualidade
O que se perde
O tempo
O dinheiro
A família
Os amigos
Os amores
O lúdico, o divertido
O estudo
O trabalho
O corpo
A auto-estima
É ou não um delinquente?
• É antes de mais uma pessoa doente porque
está dependente. Se por consumir drogas
ilegais comete um delito isso não significa que
a pessoa em si seja delinquente
Estratégias de defesa
• Como já verificamos, com o evoluir do tempo
ocorrem várias mudanças no seu
comportamento. Mudam as perspectivas das
coisas e o toxicodependente adopta toda a
espécie de justificações para se auto-
defender:
Não precisa da ajuda de ninguém para se
tratar
• Quando quiser consegue sair sozinho. Procura
todos os escapes para resolver o problema; ir
de férias para a terra, fazer a ressaca em casa,
e também acha que não precisa de apoio
psiquiátrico porque não é maluco.
Um dia vou ficar bom
• É uma boa intenção mas quanto mais tempo
demora mais difícil se torna. Os riscos de adiar
a solução são imensos: acidentes, violência,
“overdose” e doenças infecto-contagiosas, são
apenas uma amostra. O risco do indivíduo
permanecer nas drogas e morrer é elevado.
Controlam tudo e todos
• É comum entre os toxicodependentes a
tentativa de controlar os outros através de:
– manipulação;
– chantagem afectiva;
– divisão.
Manipulação
• Com o evoluir da doença, os
toxicodependentes adquirem uma capacidade
imaginativa extraordinária, tornando-se
verdadeiros “mestres da arte de mentir”.
Através da manipulação procuram controlar a
família de forma a obter o que lhes faz falta
Chantagem afectiva
• Frequentemente, utilizam os sentimentos dos
familiares mais chegados para fazer
chantagem. Por exemplo, usam promessas de
que vão a uma consulta invocando que é
preciso pagar.
Divisão
• A divisão familiar é também uma arma que é
utilizada com grande sucesso. É muito vulgar
que a mãe (ou o pai) seja mais tolerante e dê
dinheiro “para o filho não andar a roubar” e o
outro conjugue, por ser mais rigoroso, tenha
um comportamento de disciplina e punição.

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