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Brasil:

Administração Colonial
Prof. Duarte Antunes
Início da Colonização
• Motivos para a Colonização
• Após um período de relativo abandono, Portugal altera seus
planos para o Brasil e procura desenvolver uma colonização
sistemática. Essa mudança se explica por uma série de fatores.
• Os franceses estavam rondando o litoral do Brasil e não
aceitavam o Tratado de Tordesilhas, por isso a ocupação das
terras era fundamental para garantir a sua posse; por essa
época, os espanhóis encontravam metais preciosos na sua
parte do Novo Mundo.
Regime de Capitanias Hereditárias
• A partir de 1534, teve início o referido regime, criado por D.
João III, ainda que, desde o início do século, Fernando de
Noronha já tivesse recebido uma capitania, a de S. João (atual
ilha de Fernando de Noronha). Nessa década o Brasil foi
inicialmente dividido em 14 capitanias, com 15 lotes, doadas a
12 donatários (Martim Afonso recebeu duas partes e Pero
Lopes (seu irmão), três partes).
• Posteriormente ocorreram novas subdivisões. Essa forma de
administração das terras coloniais já havia sido adota da com
sucesso nas ilhas do Atlântico.
Regime de Capitanias Hereditárias
• O regime possuía como bases jurídicas os seguintes
documentos: a carta de doação (documento de concessão e
conjunto de deveres dos donatários) e a carta foral (direitos e
tributos devidos ao rei, mais os deveres e direitos dos colonos).
• Era dado total direito ao proprietário da Capitânia, devendo
este garantir o domínio português e impedir a ameaça de
invasões estrangeiras. Cabia também ao donatário, dividir sua
Capitânia a outros, esses pequenos lotes eram conhecidos
como sesmarias.
Regime de Capitanias Hereditárias
• O regime possuía como bases jurídicas os seguintes
documentos: a carta de doação (documento de concessão e
conjunto de deveres dos donatários) e a carta foral (direitos e
tributos devidos ao rei, mais os deveres e direitos dos colonos).
• Era dado total direito ao proprietário da Capitânia, devendo
este garantir o domínio português e impedir a ameaça de
invasões estrangeiras. Cabia também ao donatário, dividir sua
Capitânia a outros, esses pequenos lotes eram conhecidos
como sesmarias.
Regime de Capitanias Hereditárias
• Dentre as principais razões do insucesso do regime de capitanias,
temos: (1) a falta de recursos econômicos dos donatários,
acarretando o desinteresse pela terra; (2) a vastidão do território
recebido em contraste com as obrigações e encargos; a hostilidade
dos indígenas; (3) a distância da metrópole; (4) dificuldades quanto
ao clima e natureza tropical; e, (5) fundamentalmente, a ausência de
um órgão centralizador, coordenador das ações dos donatários, por
parte da Coroa Portuguesa.
Regime de Capitanias Hereditárias
Não Confunda!
(1) O sistema de capitanias não foi uma forma de feudalismo,
visto que os donatários deviam grande obediência a um rei
absolutista português, sendo, portanto, verdadeiros agentes
metropolitanos ou mandatários reais que administravam as
capitanias.
(2) O regime de capitanias não foi extinto com a criação do Governo
Geral, em 1548. Paulatinamente, a Coroa foi tomando de volta
algumas capitanias, dando origem às Capitanias da Coroa, por meio
da compra, confisco, ou em razão do abandono. O regime, como
um todo, somente será extinto em 1759, pelo Marquês de Pombal.
Governo-Geral
 Foi criado em 1548, pelo rei D. João III, mas somente instalado
no Brasil em 1549, em face do fracasso das capitanias.
Funcionalismo:
O governador era nomeado pelo rei por um período de quatro
anos, possuindo três auxiliares básicos: o ouvidor-mor,
encarregado dos negócios da Justiça; o provedor-mor, dos
negócios das Finanças; e o capitão-mor, da defesa do litoral.
Todos compunham o denomina do Conselho de Governo, que
tinha por finalidade global criar um órgão administrativo
centralizador da ação colonizadora.
Governo-Geral
• Após 1642, com a criação do Conselho Ultramarino, esse órgão
ficava encarregado da administração de todas as terras coloniais
lusitanas e das nomeações dos cargos do Conselho de Governo, no
Brasil.
• De acordo com o Regimento de Tomé de Sousa, de 1548, o objetivo
básico da criação do novo regime era a centralização administrativa.
• No mesmo, encontramos os encargos básicos do governador: fundar
cidades; pacificar os indígenas e punir os revoltosos; construir fortes
e fiscalizar os armamentos, a arrecadação dos impostos, bem como a
exploração do pau-brasil (mono pólio régio); combater a penetração
dos corsários; doar sesmarias, e praticar a justiça superior.
Governo-Geral
Governo-Geral
• Principais governadores-gerais: o primeiro governador-geral foi Tomé
de Sousa (1549/53), que em 1549 fundou a primeira cidade,
Salvador, contando com a valiosa colaboração de Diogo Álvares
Correia ("Caramuru").
• O segundo governador foi Duarte da Costa (1553/58), que conheceu
durante sua administração inúmeros distúrbios. Houve, em 1555, a
invasão francesa no Rio de Janeiro, comandada por Villegaignon, que
fundou a colônia da França Antártica.
Divisão do
Brasil em dois governos
• A primeira divisão foi de 1572 a 1578, em Governo do Norte, entregue a D. Luís de
Brito e Almeida (sede em Salvador), e Governo do Sul, entregue a D. Antônio Salema
(com sede no Rio de Janeiro). Em 1578, em face do fracasso da divisão, ocorreu
uma reunificação, com a nomeação de um só governador (Lourenço da Veiga).
• De 1608 a 1612, durante a fase do domínio espanhol, ocorreu uma divisão idêntica à
primeira e uma nova reunificação. Em 1621, houve uma nova divisão em dois:
Estado do Brasil (capital Salvador até 1763 e depois Rio de Janeiro) e Estado do
Maranhão (capital São Luís e, após 1737, Belém, sendo que o Estado passou a deno
minar-se Estado do Grão-Pará e Maranhão). A reunificação, em 1775, foi feita pelo
Marquês de Pombal.
Câmaras Municipais
• No âmbito global do Brasil, o órgão básico era o Conselho de
Governo, mas nas cidades passaram a existir as Câmaras
Municipais (ou Conselhos Municipais), presididas por um juiz e
formadas por três vereadores (homens-bons), eleitos por meio
de sorteio entre os membros da aristocracia rural.
A Política na Colônia
• Durante o período colonial brasileiro, de um modo geral,
encontramos o choque político entre duas forças: de um lado temos
o denominado localismo político que visava a uma descentralização
política.
• O mesmo era representado pela força dos grandes senhores de
terras e escravos: a aristocracia rural, com interesses regionais
divergentes, mas uma uniformização decorrente das próprias
relações de produção e políticas.
• Do outro lado, encontramos o centralismo político, força centrípeta,
visando à unidade política, representado pelos órgãos
governamentais portugueses e caracterizado pelo fiscalismo.
A Política na Colônia
• Até meados do século XVII, houve uma relativa coexistência e
harmonia entre as duas forças acima citadas; mas, a partir da
Restauração Portuguesa (1640), ocorreu um enorme
crescimento das forças centralizadoras, que passaram a
expressar o crescente fiscalismo e absolutismo portugueses.

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