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Centro de Formação e Reabilitação Profissional de Alcoitão

UFCD: 6214 – Sistema de Normalização Contabilística


Carga Horária: 25h
 

Formadora: Margarida Mendes


1 – O Contexto Contabilístico
 Normalização
 Justo valor – Credibilidade
 As empresas e os profissionais de contabilidade

2
A evolução da Contabilidade

A génese da contabilidade é explicada pela


necessidade sentida pelo homem de preencher as
deficiências de memória, mediante um processo de
classificação e registo que lhe permitisse recordar
facilmente as variações sucessivas de determinadas
grandezas, para que em qualquer momento pudesse
saber da sua extensão.

3
1
1
1
1
 Assim a contabilidade primitiva visava fundamentalmente
suprir as limitações da memória humana. Além disso,
desempenhava igualmente outra função importante, a de
constituir um meio de prova entre partes discordantes ou
em litígio.

 Os processos de registo usados inicialmente que eram


bastante simples, foram-se generalizando e refinando,
tendo chegado aos nossos dias sistematizados naquilo que
se designa por método contabilístico.
8
O grande desenvolvimento dos princípios
contabilísticos, tal como hoje existem, deveu-se
fundamentalmente ao movimento económico
político que foi a revolução industrial. É, aliás, o
próprio desenvolvimento das unidades de produção
capitalistas que vai determinar o aperfeiçoamento
do método contabilístico.

9
O significado da palavra contabilidade tem variado
no tempo e no espaço. Uns consideram-na como
sinónimo de escrituração outros como uma ciência
de natureza económica. No entanto, qualquer que
seja a noção de contabilidade que se considere,
todas elas pretendem significar:
 escriturar, contar, calcular, determinar uma certa
quantidade

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Objetivos da Contabilidade
 Dar a conhecer a situação patrimonial da empresa
 Determinar a posição da empresa em relação a
terceiros
 Apurar os resultados obtidos nas diversas
atividades, calculando gastos e rendimentos
 Apoiar a tomada de decisões de gestão
 Permitir o controlo de factos da gestão da empresa
 Prever o futuro (na medida do possível)

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Funções da Contabilidade
 Classificação e registo dos factos contabilísticos
ou patrimoniais
 Controlo e avaliação da atividade económica
desenvolvida pela empresa
 A demonstração e análise da situação patrimonial
com interpretação do resultado económico
apurado, de maneira a garantir a consecução dos
objectivos previstos pela mesma

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1.1 – A Normalização
 A normalização contabilística consiste na definição de um
conjunto de regras e princípios que visem:
 1 – Elaboração de um quadro de contas que devam ser seguidas
pelas unidades económicas;
 2 – Definição do conteúdo, regras de movimentação e articulação
das contas definidas no quadro de contas;
 3 – Conceção de mapas-modelo para as demonstrações
financeiras definidas para as unidades económicas;
 4 – Definição dos princípios contabilísticos e dos critérios
valorimétricos que devam ser seguidos na contabilidade das
diversas entidades envolvidas.
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Em síntese, normalizar, consiste em criar uma
metodologia comum, a ser seguida pelas unidades
económicas, visando principalmente, a
comparabilidade das informações inter-unidades, a
universalidade dos dados recolhidos e a sua
compreensibilidade pelos diversos agentes
económicos.

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1.2 – Justo valor - credibilidade
O conceito de justo valor emitido pela CNC na estrutura
conceptual do SNC (§98) refere-se que é a "Quantia pela
qual um ativo poderia ser trocado ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa
transação em que não exista relacionamento entre elas".
 O justo valor deve ser atribuído com base num mercado
ativo por isso é considerado um preço fidedigno, equitativo
e imparcial.

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 A adoção do justo valor na mensuração dos ativos permite
maior transparência e comparabilidade na medida em que
os ativos cotados num mercado ativo estão sempre
representados por valores económicos atuais. A existência
de um mercado ativo acarreta maior objetividade,
fiabilidade e neutralidade conferindo aos utentes da
informação financeira maior segurança para expetativas
futuras.

12
1.3– Os profissionais da contabilidade
 No Brasil , os profissionais de contabilidade são chamados de
contabilistas. Aqueles que concluem os cursos de nível superior
de Ciências Contábeis recebem o diploma de bacharel em
ciências contábeis (Contador). Existe também o título técnico de
contabilidade aos que têm formação de nível médio/técnico.
 Em Portugal o termo "contador" tornou-se arcaico, sendo
sempre utilizado o termo contabilista, independentemente do
nível académico. Existe no entanto distinção na classificação
profissional entre Contabilistas Certificados (CC) e Revisores
Oficiais de Contas (ROC).

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 Ao Contabilista Certificado (CC) está confiada a função de
planificar, organizar e coordenar a execução da
contabilidade.
 O ROC cobre a área de quem tem a responsabilidade de
emitir uma opinião sobre se as demonstrações financeiras
apresentam ou não, de forma verdadeira e apropriada, a
posição financeira da empresa ou outra entidade.

1
 Como o próprio nome indica, ao profissional desta área
competirá o desempenho de funções na área da
contabilidade e fiscalidade, sob a égide dos Contabilistas
Certificados (CC).

1
 Assim, o Técnico de Contabilidade poderá ser um precioso
colaborador do CC em diversos domínios, tais como:
- Separação e ordenação dos documentos de suporte contabilístico, de
acordo com o pré-estabelecido;
- Classificação contabilística dos respetivos documentos;
- Tratamento informático dos documentos classificados;
- Preenchimento dos documentos exigidos pelo fisco;
- Execução de tarefas relativas ao trabalho de fim de período
contabilístico ou tributação.

1
2 – Organização Formal do SNC
 Bases para apresentação das Demonstrações Financeiras (BADF)
 Modelos de Demonstrações Financeiras (MDF)
 Código de Contas (CC)
 Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF)
 Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro para Pequenas
Entidades (NCRF-PE)
 Normas Interpretativas (NI)
 Estrutura Conceptual

21
2.1 – Bases para a apresentação das
Demonstrações Financeiras (BADF)
 De acordo com as BADF, as entidades sujeitas ao SNC
são obrigadas a apresentar um conjunto completo de
demonstrações financeiras:
 Balanço;
 Demonstração dos resultados;
 Demonstração das alterações no capital próprio;
 Demonstração de fluxos de caixa;
 Anexo (em que se divulgam as bases de preparação e políticas
contabilísticas adotadas).
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 Assim, indica que as DF devem proporcionar
informação de uma entidade sobre:
 Ativos
 Passivos
 Capital próprio
 Rendimentos (réditos e ganhos)
 Gastos (custos e perdas)
 Outras alterações no capital próprio
 Fluxos de caixa
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 Ativo: onde se registam os bens e os créditos da empresa
sobre terceiros
 Passivo: onde se registam as obrigações da empresa face
a terceiros
 Capital Próprio: resulta da diferença entre os direitos e as
obrigações constituídas
 Rendimentos/Gastos: onde se registam os encargos e
rendimentos que a empresa vai gerando

1
Réditos – são os rendimentos que resultam de aumentos
de ativos ou diminuições de passivos (ou mesmo uma
combinação dos dois), durante um período, como
consequência da atividade principal da entidade.

Estão aqui incluídos os rendimentos obtidos com vendas,


honorários, dividendos, royalties e rendas.

1
 As BADF estão estruturadas da seguinte forma:
(1) Âmbito, finalidade e componentes;
(2) Continuidade;
(3) Regime de periodização económica;
(4) Consistência de apresentação;
(5) Materialidade e agregação;
(6) Compensação;
(7) Informação comparativa.

1
Demonstrações Financeiras
 As demonstrações financeiras são uma
representação estruturada da posição financeira e
do desempenho financeiro da entidade.
 O seu objetivo é proporcionar informação acerca da
posição financeira, do desempenho financeiro e
também mostrar os resultados da condução, por
parte dos órgãos de gestão.

27
2.2 - Modelos de DF
 Os formatos das DF são publicados na Portaria n.º 986/2009:
 Balanço
 Demonstração dos resultados (por naturezas e por
funções)
 Demonstração das alterações no capital próprio
 Demonstração dos fluxos de caixa
 Anexo

Ver Anexo – Documentos: A; B1; B2; C; D; E

22
 Balanço: proporciona informação acerca da posição
financeira da empresa/entidade que é afetada pelos
recursos económicos que ela controla, pela sua estrutura
financeira, pela sua liquidez e solvência, e pela sua
capacidade de se adaptar às alterações no ambiente que
opera.
 Demonstração dos Resultados: proporciona a informação
respeitante ao desempenho de uma entidade, a fim de
avaliar a sua performance e em particular a sua
lucratividade.
1
 Demonstração das alterações no capital próprio:
proporciona a informação das alterações ocorridas no
capital próprio, designadamente, quais os resultados
gerados e quais as reservas que são distribuíveis.
 Demonstração dos fluxos de caixa: Proporciona a
informação respeitante às alterações na posição financeira
de uma entidade, que é útil a fim de avaliar as suas
atividades de investimento, de financiamento e
operacionais durante o período de relato.

1
 Anexo: a informação que consta das outras quatro
componentes das demonstrações financeiras, reveste
natureza quantitativa. No anexo a informação é prevalente
mente qualitativa, é apresentada sob a forma narrativa e
articula-se com as demais componentes das
demonstrações financeiras por via de uma coluna que
consta no modelo das demais componentes das
demonstrações financeiras.

1
2.3 - Código de Contas (CC)
 OBJECTIVOS:
 Responder às necessidades do novo sistema
 Não romper totalmente com a tradição
organizativa de contas do POC.
 Constituição:
 Quadro síntese de contas
 Lista codificada de contas (até 4 dígitos)
 Notas de enquadramento às contas
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As contas estão agrupadas em 8 classes:

 1. MEIOS FINANCEIROS LÍQUIDOS


 2. CONTAS A RECEBER E A PAGAR
 3. INVENTÁRIOS E ACTIVOS BIOLÓGICOS
 4. INVESTIMENTOS
 5. CAPITAL, RESERVAS E RESULTADOS TRANSITADOS
 6. GASTOS
 7. RENDIMENTOS
 8. RESULTADOS
Ver Anexo – Informação Código de Contas
25
Classe 1-Meios financeiros líquidos
 Esta classe destina-se a registar os meios financeiros
líquidos que incluem, quer o dinheiro e depósitos bancários
quer todos os ativos ou passivos financeiros mensurados
ao justo valor, cujas alterações sejam reconhecidas na DR.

1
Classe 2-Contas a receber e a pagar
Esta classe destina-se a registar as operações
relacionadas com clientes, fornecedores, pessoal, EOEP,
financiadores, acionistas, bem como outras operações com
terceiros que não tenham cabimento nas contas anteriores
ou noutras classes específicas.
 Incluem-se, ainda, nesta classe, os diferimentos (para
permitir o registo dos gastos e dos rendimentos nos
períodos a que respeitam) e as provisões.

1
Classe 3–Inventários e ativos biológicos
 Esta classe integra os inventários e ativos biológicos.
 Consideram-se inventários todos os bens armazenáveis
adquiridos ou produzidos pela empresa e que se destinam
à venda ou a serem incorporados na produção.
 Ativos biológicos (animais e plantas vivos)

1
Classe 4–Investimentos
 Entende-se por Investimentos os elementos patrimoniais
ativos, tangíveis (com existência física) ou intangíveis (sem
existência física), que a entidade utiliza com carater
duradouro como meios para a realização dos seus
objetivos económicos.

1
Classe 5-Capital, reservas e resultados
transitados
 A classe 5 é representativa do capital, dando a conhecer o
valor que “resta” para investidores, após realizado todo o
ativo e liquidado todo o passivo. Por isso, na estrutura
conceptual do SNC refere-se que o “Capital próprio é o
interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzir
todos os seus passivos.”

1
Classe 6-Gastos
 A classe 6 agrupa as contas destinadas a registar, num
dado período, os gastos por natureza sendo relevantes,
por um lado, os ligados com a atividade operacional e,
por outro, com o financiamento.

1
Classe 7-Rendimentos e Ganhos
 Esta classe inclui os rendimentos e ganhos respeitantes ao
período.
 A definição de rendimentos engloba quer réditos quer
ganhos.

1
Classe 8-Resultados
 Esta classe destina-se a apurar o resultado líquido do
período, podendo ser utilizada para auxiliar a determinação
do resultado extensivo, tal consta na Demonstração das
Alterações de Capital Próprio.

1
2.4 - Normas Contabilísticas e de
Relato Financeiro (NCRF)
 As NCRF constituem uma adaptação das normas
internacionais de contabilidade, adoptadas pela EU, tendo
em conta o tecido empresarial português e o facto de
algumas entidades se encontrarem obrigadas ou terem a
opção de aplicar as ditas normas internacionais.
 Estas normas são propostas pela CNC e publicadas
através de avisos no Diário da República, depois de
homologadas pelo Governo.

42
 Cada NCRF estabelece um instrumento de normalização
extenso e amplo onde se determinam os vários
tratamentos técnicos a adotar em matéria de
reconhecimento, de mensuração (valoração), de
apresentação e de divulgação das realidades económicas
e financeiras das entidades.

1
 NCRF 1 ‐ Estrutura e Conteúdo das Demonstrações Financeiras
 NCRF 2 ‐ Demonstração de Fluxos de Caixa
 NCRF 3 ‐ Adoção pela primeira vez das NCRF
 NCRF 4 ‐ Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros
 NCRF 5 ‐ Divulgações de Partes Relacionadas
 NCRF 6 ‐ Ativos Intangíveis
 NCRF 7 ‐ Ativos Fixos Tangíveis
 NCRF 8 ‐ Ativos não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais
Descontinuadas
 NCRF 9 ‐ Locações
 NCRF 10 ‐ Custos de Empréstimos Obtidos
 NCRF 11 ‐ Propriedades de Investimento
 NCRF 12 ‐ Imparidade de Ativos
 NCRF 13 ‐ Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas
 NCRF 14 ‐ Concentrações de atividades Empresariais 1
 NCRF 15 ‐ Investimentos em Subsidiárias e Consolidação
 NCRF 16 ‐ Exploração e Avaliação de Recursos Minerais
 NCRF 17 ‐ Agricultura
 NCRF 18 ‐ Inventários
 NCRF 19 ‐ Contratos de Construção
 NCRF 20 ‐ Rédito
 NCRF 21 ‐ Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes
 NCRF 22 ‐ Contabilização dos Subsídios do Governo e Divulgação de Apoios do Governo
 NCRF 23 ‐ Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio
 NCRF 24 ‐ Acontecimentos Após a data do Balanço
 NCRF 25 ‐ Impostos Sobre o Rendimento
 NCRF 26 ‐ Matérias Ambientais
 NCRF 27 ‐ Instrumentos Financeiros
 NCRF 28 ‐ Benefícios dos Empregados
1
2.5 - Norma Contabilística e de Relato Financeiro
para Pequenas Empresas (NCRF - PE)
 Norma Contabilística e de Relato Financeiro
destinada a entidades de pequena dimensão e
com necessidades de relato mais reduzidas,
cujos capítulos correspondem a resumos de
cada uma das NCRF que se entendeu serem
mais relevantes para o universo das pequenas
entidades nacionais a quem se aplicará o SNC

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A NCRF PE é aplicada a entidades que não ultrapassem dois
dos três limites seguintes:
1.Total do Balanço: € 500 000;
2.Total das vendas líquidas e outros rendimentos: € 1 000 000
3.Nº trabalhadores médio empregados durante o período: 20

Aplicam-se as NCRF 1,3,4,6,7,9,10,18,20,21,22,23,25,27 e 28.

1
2.6 - NORMAS INTERPRETATIVAS(NI)

 Em função das circunstâncias e servindo para


esclarecer ou orientar sobre o conteúdo das
restantes normas do SNC, as NI são
documentos a publicar sob a forma de Aviso
no Diário da República.

48
Duas NI
Norma interpretativa 1: Consolidação-Entidades de
Finalidades Especiais;
Norma interpretativa 2: Uso de técnicas de Valor presente
para Mensurar o Valor de uso.

1
Critérios de Mensuração
Custo histórico;
Custo corrente;
Valor realizável de liquidação;
Valor presente;
Justo valor.

1
2.7 – Estrutura Conceptual (EC)
 2.7.1 – Finalidade das DF
 2.7.2 – Utentes e necessidades de informação
 2.7.3 – Objetivos das DF
 2.7.4 – Características qualitativas
 2.7.5. – Mensuração dos elementos das DF
 2.7.6 – Capital e Manutenção de capital

51
2.7.1 – Finalidades das DF

FINALIDADES (§2 a 4)
 AJUDAR OS PREPARADORES DAS DF A ADOTAR AS NORMAS
 AJUDAR A FORMAR OPINIÃO S/ ADERÊNCIA DAS DF ÀS NCRF
 AJUDAR A INTERPRETAR O CONTEÚDO DAS DF

52
2.7.2.- UTENTES E NECESSIDADES DE INFORMAÇÃO (§9 a 11)

 INVESTIDORES – PREOCUPADOS COM O RISCO INERENTE DO NEGÓCIO E COM


O RETORNO DO CAPITAL INVESTIDO
 EMPREGADOS – INTERESSADOS NA LUCRATIVIDADE E ESTABILIDADE DA
EMPRESA
 MUTUANTES – INTERESSADOS NA RECUPERAÇÃO DOS VALORES MUTUADOS
 FORNECEDORES E OUTROS CREDORES COMERCIAIS – INTERESSADOS EM
SABER SE OS SEUS CRÉDITOS SÃO COBRADOS NO PRAZO
 CLIENTES – INTERESSADOS EM SABER SE A EMPRESA TEM CONTINUIDADE
 GOVERNOS E SEUS DEPARTAMENTOS – INTERESSADOS NA AFECTAÇÃO DE
RECURSOS GERAL DA ECONOMIA, NA SUA REGULAÇÃO E NAS POLÍTICAS
TRIBUTÁRIAS
 PÚBLICO – INTERESSADO NAS TENDÊNCIAS DA ECONOMIA E NO SEU BEM-
ESTAR, DIRECTA OU INDIRECTAMENTE INFLUENCIADO PELAS EMPRESAS
 E AINDA… A PRÓPRIA GERÊNCIA/ADMINISTRAÇÃO DA EMPRESA
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2.7.3 – Objetivos das DF
 PROPORCIONAR INFORMAÇÃO ACERCA:

 DA POSIÇÃO FINANCEIRA => BALANÇO

 DO DESEMPENHO => DEMONSTRAÇÃO DOS


RESULTADOS

 DAS ALTERAÇÕES NA POSIÇÃO FINANCEIRA =>


DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA E
DEMONSTRAÇÃO DE ALTERAÇÃO DE CAPITAIS
PRÓPRIOS 54
 O Objetivo das demonstrações financeiras é o de
proporcionar informação acerca da posição financeira, do
desempenho e das alterações na posição financeira de
uma entidade que seja útil a um vasto leque de utentes na
tomada de decisões económicas.

ver anexo – Informação DF

1
2.7.4 – CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS
DAS DF
 As características qualitativas são as particularidades que
tornam a informação financeira, oferecida nas
demonstrações financeiras, prestável aos utentes. Para a
Estrutura Conceptual são quatro as características
qualitativas que a informação financeira deve apresentar:
1. Compreensibilidade
2. Relevância
3. Fiabilidade
4. Comparabilidade
1
 COMPREENSIBILIDADE
 RELEVÂNCIA
Para uma melhor caracterização da relevância devemos salientar que a
informação financeira é influenciada pela natureza, pela materialidade,
e pela oportunidade dos factos patrimoniais relatados.
 FIABILIDADE
Para que a fiabilidade da informação financeira seja conseguida, é
necessário verificar também os seguintes atributos: ♦ representação
fidedigna ♦ substância sobre a forma ♦ neutralidade ♦ prudência ♦
plenitude
 COMPARABILIDADE
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 COMPREENSIBILIDADE

• SEJAM RAPIDAMENTE APREENDIDAS PELOS UTENTES.

• IMPLICA UMA APROXIMAÇÃO AOS UTENTES.

58
 FIABILIDADE – AS DF DEVEM SER DIGNAS DE
CONFIANÇA, ISTO É, ESTAREM ISENTAS DE ERROS,
LACUNAS, IMPRECISÕES, PRECONCEITOS QUE
AFECTEM A CORRETA INFORMAÇÃO AOS UTENTES

 REPRESENTAÇÃO FIDEDIGNA – REPRESENTAR COM


FIDELIDADE TODOS OS ACONTECIMENTOS E
SITUAÇÕES QUE AFETEM A COMPOSIÇÃO E VALOR
DOS ATIVOS, PASSIVOS E CAPITAL PRÓPRIO DA
EMPRESA
59
 SUBSTÂNCIA SOBRE A FORMA – AS OPERAÇÕES E
ACONTECIMENTOS DEVEM SER TRATADOS E
APRESENTADOS NAS DF DE ACORDO COM A SUBSTÂNCIA E
REALIDADE ECONÓMICA QUE CONSTITUEM PARA A
EMPRESA E NÃO APENAS PERANTE A FORMA LEGAL QUE
ASSUMEM

 NEUTRALIDADE – PARA SER FIÁVEL, A INFORMAÇÃO DEVE


SER NEUTRA, ISTO É, NÃO APRESENTAR OS SEUS
ELEMENTOS DE FORMA A PRODUZIR UM EFEITO PRÉ-
DETERMINADO
60
 PRUDÊNCIA – COM A INCLUSÃO NAS DF DE UM GRAU
DE PRECAUÇÃO NO EXERCÍCIO DOS JUÍZOS
NECESSÁRIOS À ELABORAÇÃO DE ESTIMATIVAS
LIGADAS À HIPÓTESE DE PERDAS ASSOCIADAS COM
DIMINUIÇÕES DE ATIVOS OU AUMENTOS DE
PASSIVOS

 PLENITUDE – AS INFORMAÇÕES CONTIDAS NAS DF


DEVEM SER COMPLETAS, TENDO PRESENTE A
MATERIALIDADE E O CUSTO
61
 COMPARABILIDADE– AS DF DEVEM PERMITIR
O ESTABELECIMENTO DE TENDÊNCIAS DE
EVOLUÇÃO OU DE COMPORTAMENTO, NO
TEMPO E NO ESPAÇO, PARA A MESMA
EMPRESA OU VÁRIAS EMPRESAS.

62
2.7.5 - MENSURAÇÃO DOS
ELEMENTOS DAS DF

 MENSURAÇÃO É O PROCESSO DE DETERMINAR AS


QUANTIAS MONETÁRIAS PELAS QUAIS OS ELEMENTOS DAS
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DEVAM SER RECONHECIDOS
E INSCRITOS NO BALANÇO E NA DEMONSTRAÇÃO DOS
RESULTADOS
=> PRESSUPÕE A SELEÇÃO DA BASE PARTICULAR DE
MENSURAÇÃO
(Custo histórico; Custo corrente; Valor realizável de liquidação; Valor presente; Justo
valor)

63
2.7.6 - CONCEITOS DE CAPITAL E
DE MANUTENÇÃO DE CAPITAL

 CONCEITO FINANCEIRO DE CAPITAL


 CAPITAL COMO SINÓNIMO DE ATIVO LÍQUIDO, OU SEJA,
COMO VALOR DO CAPITAL PRÓPRIO

 CONCEITO FÍSICO DE CAPITAL


 CAPACIDADE PRODUTIVA OU OPERACIONAL DA EMPRESA,
MEDIDA EM UNIDADES DE PRODUÇÃO POR UNIDADE DE
TEMPO

64
 MANUTENÇÃO DO CAPITAL FINANCEIRO

 UM LUCRO SÓ É OBTIDO SE A QUANTIA


FINANCEIRA (OU EM DINHEIRO) DOS ATIVOS
LÍQUIDOS NO FIM DO PERÍODO CONTABILÍSTICO
EXCEDER A QUANTIA FINANCEIRA (OU EM
DINHEIRO) DOS ATIVOS LÍQUIDOS NO COMEÇO DO
PERÍODO, DEPOIS DE EXCLUIR CONTRIBUIÇÕES
DOS DETENTORES DO CAPITAL

65
 MANUTENÇÃO DO CAPITAL FÍSICO

 O LUCRO SÓ É OBTIDO SE A CAPACIDADE FÍSICA


PRODUTIVA (OU OPERACIONAL) DA EMPRESA (OU
OS RECURSOS OU FUNDOS NECESSÁRIOS PARA
CONSEGUIR ESSA CAPACIDADE) NO FIM DO
PERÍODO CONTABILÍSTICO EXCEDER A
CAPACIDADE FÍSICA NO COMEÇO DO PERÍODO

66
3 – Conceitos Contabilísticos
 Património
 Inventário

67
3.1 - Património
Noção de Património

É o conjunto de bens (B), direitos (D) e


obrigações (O), pertencentes a uma
entidade individual ou colectiva num
dado momento.

68
Património

 Bens - Casa, dinheiro, automóvel, computador,


mobiliário diverso;
 Direitos – Créditos da empresa, dívida de um cliente;
 Obrigações – Dívida ao banco, dívida a um fornecedor.

Valor do património = Bens + Direitos - Obrigações

69
 Classificação do Património
 Património particular ou individual – Conjunto de
bens, direitos e obrigações meramente pessoais,
ou seja, valores não afectos a qualquer atividade
económica.

 Património comercial – Conjunto de bens, direitos e


obrigações diretamente relacionados com a
atividade comercial.
70
 Massas patrimoniais

 Ativo – Conjunto de elementos que representam aquilo


que se possui e/ou se tem a receber, ou seja, conjunto
de valores positivos (bens e direitos).

 Passivo – Conjunto de elementos que representam


aquilo que se tem a pagar (obrigações das empresas),
ou seja, conjunto de valores negativos (obrigações).
71
Vamos praticar

1
Património
À expressão numérica do Património chama-se:
Situação Líquida
Capital Próprio

ou
Património Líquido

1
Património_ Exemplo:

Ativo (bens e direitos)

Numerário (dinheiro) 13 500€


Edifícios 100 000 €
Viaturas 25 000 €
Dívidas a receber 10 000 €
148 500 €
1
Passivo (obrigações)

 Dívidas a pagar (fornecedores) 50 000 €


 Empréstimos bancários 80 000 €
130 000 €

1
Valor do Património

 Ativo 148 500


 Passivo 130 000
Valor do património da Empresa A 18 500

1
Situação Patrimonial

ATIVO > PASSIVO _S. L. Ativa


ATIVO = PASSIVO _ S. L. Nula
ATIVO < PASSIVO _S. L. Passiva

1
Equação Fundamental da Contabilidade

ATIVO+S.L.PASSIVA=PASSIVO+S.L.ACTIVA

ATIVO = CAPITAL PRÓPRIO + PASSIVO

1
Vamos praticar

1
4 - Inventário
O Inventário é uma listagem dos
elementos patrimoniais com indicação do
preço unitário, quantidade e respectivo
valor.

80
Fases do Inventário
 Identificação ou arrolamento:
 Verificação dos elementos patrimoniais existentes.
 Descrição e Classificação:
 Repartição dos elementos pelas contas e massas.
 Valorização:
 Atribuição de um valor a cada elemento
patrimonial.

81
Quando se elabora um inventário é necessário:
• Identificar quais os elementos patrimoniais existentes;
• Estabelecer qual o seu valor;
• Classificar os elementos patrimoniais e identificar onde se
enquadram (ativo tangível, mercadoria; entre outras
categorias);
• Dependendo da dimensão da empresa, a contagem física
dos bens do inventário pode ser registada manualmente ou
com recurso a registos informáticos;
1
 A cada empresa cabe também a responsabilidade de
escolher a forma de inventário que mais se adequa às suas
necessidades, a periodicidade do mesmo ( inventário
permanente ou intermitente), ou as tecnologias de suporte
(folha de cálculo, tipo Excel ou programa de software de
gestão, entre outros).

1
1
1

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