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A evolução da Contabilidade
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Assim a contabilidade primitiva visava fundamentalmente
suprir as limitações da memória humana. Além disso,
desempenhava igualmente outra função importante, a de
constituir um meio de prova entre partes discordantes ou
em litígio.
9
O significado da palavra contabilidade tem variado
no tempo e no espaço. Uns consideram-na como
sinónimo de escrituração outros como uma ciência
de natureza económica. No entanto, qualquer que
seja a noção de contabilidade que se considere,
todas elas pretendem significar:
escriturar, contar, calcular, determinar uma certa
quantidade
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Objetivos da Contabilidade
Dar a conhecer a situação patrimonial da empresa
Determinar a posição da empresa em relação a
terceiros
Apurar os resultados obtidos nas diversas
atividades, calculando gastos e rendimentos
Apoiar a tomada de decisões de gestão
Permitir o controlo de factos da gestão da empresa
Prever o futuro (na medida do possível)
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Funções da Contabilidade
Classificação e registo dos factos contabilísticos
ou patrimoniais
Controlo e avaliação da atividade económica
desenvolvida pela empresa
A demonstração e análise da situação patrimonial
com interpretação do resultado económico
apurado, de maneira a garantir a consecução dos
objectivos previstos pela mesma
12
1.1 – A Normalização
A normalização contabilística consiste na definição de um
conjunto de regras e princípios que visem:
1 – Elaboração de um quadro de contas que devam ser seguidas
pelas unidades económicas;
2 – Definição do conteúdo, regras de movimentação e articulação
das contas definidas no quadro de contas;
3 – Conceção de mapas-modelo para as demonstrações
financeiras definidas para as unidades económicas;
4 – Definição dos princípios contabilísticos e dos critérios
valorimétricos que devam ser seguidos na contabilidade das
diversas entidades envolvidas.
13
Em síntese, normalizar, consiste em criar uma
metodologia comum, a ser seguida pelas unidades
económicas, visando principalmente, a
comparabilidade das informações inter-unidades, a
universalidade dos dados recolhidos e a sua
compreensibilidade pelos diversos agentes
económicos.
14
1.2 – Justo valor - credibilidade
O conceito de justo valor emitido pela CNC na estrutura
conceptual do SNC (§98) refere-se que é a "Quantia pela
qual um ativo poderia ser trocado ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa
transação em que não exista relacionamento entre elas".
O justo valor deve ser atribuído com base num mercado
ativo por isso é considerado um preço fidedigno, equitativo
e imparcial.
11
A adoção do justo valor na mensuração dos ativos permite
maior transparência e comparabilidade na medida em que
os ativos cotados num mercado ativo estão sempre
representados por valores económicos atuais. A existência
de um mercado ativo acarreta maior objetividade,
fiabilidade e neutralidade conferindo aos utentes da
informação financeira maior segurança para expetativas
futuras.
12
1.3– Os profissionais da contabilidade
No Brasil , os profissionais de contabilidade são chamados de
contabilistas. Aqueles que concluem os cursos de nível superior
de Ciências Contábeis recebem o diploma de bacharel em
ciências contábeis (Contador). Existe também o título técnico de
contabilidade aos que têm formação de nível médio/técnico.
Em Portugal o termo "contador" tornou-se arcaico, sendo
sempre utilizado o termo contabilista, independentemente do
nível académico. Existe no entanto distinção na classificação
profissional entre Contabilistas Certificados (CC) e Revisores
Oficiais de Contas (ROC).
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Ao Contabilista Certificado (CC) está confiada a função de
planificar, organizar e coordenar a execução da
contabilidade.
O ROC cobre a área de quem tem a responsabilidade de
emitir uma opinião sobre se as demonstrações financeiras
apresentam ou não, de forma verdadeira e apropriada, a
posição financeira da empresa ou outra entidade.
1
Como o próprio nome indica, ao profissional desta área
competirá o desempenho de funções na área da
contabilidade e fiscalidade, sob a égide dos Contabilistas
Certificados (CC).
1
Assim, o Técnico de Contabilidade poderá ser um precioso
colaborador do CC em diversos domínios, tais como:
- Separação e ordenação dos documentos de suporte contabilístico, de
acordo com o pré-estabelecido;
- Classificação contabilística dos respetivos documentos;
- Tratamento informático dos documentos classificados;
- Preenchimento dos documentos exigidos pelo fisco;
- Execução de tarefas relativas ao trabalho de fim de período
contabilístico ou tributação.
1
2 – Organização Formal do SNC
Bases para apresentação das Demonstrações Financeiras (BADF)
Modelos de Demonstrações Financeiras (MDF)
Código de Contas (CC)
Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF)
Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro para Pequenas
Entidades (NCRF-PE)
Normas Interpretativas (NI)
Estrutura Conceptual
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2.1 – Bases para a apresentação das
Demonstrações Financeiras (BADF)
De acordo com as BADF, as entidades sujeitas ao SNC
são obrigadas a apresentar um conjunto completo de
demonstrações financeiras:
Balanço;
Demonstração dos resultados;
Demonstração das alterações no capital próprio;
Demonstração de fluxos de caixa;
Anexo (em que se divulgam as bases de preparação e políticas
contabilísticas adotadas).
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Assim, indica que as DF devem proporcionar
informação de uma entidade sobre:
Ativos
Passivos
Capital próprio
Rendimentos (réditos e ganhos)
Gastos (custos e perdas)
Outras alterações no capital próprio
Fluxos de caixa
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Ativo: onde se registam os bens e os créditos da empresa
sobre terceiros
Passivo: onde se registam as obrigações da empresa face
a terceiros
Capital Próprio: resulta da diferença entre os direitos e as
obrigações constituídas
Rendimentos/Gastos: onde se registam os encargos e
rendimentos que a empresa vai gerando
1
Réditos – são os rendimentos que resultam de aumentos
de ativos ou diminuições de passivos (ou mesmo uma
combinação dos dois), durante um período, como
consequência da atividade principal da entidade.
1
As BADF estão estruturadas da seguinte forma:
(1) Âmbito, finalidade e componentes;
(2) Continuidade;
(3) Regime de periodização económica;
(4) Consistência de apresentação;
(5) Materialidade e agregação;
(6) Compensação;
(7) Informação comparativa.
1
Demonstrações Financeiras
As demonstrações financeiras são uma
representação estruturada da posição financeira e
do desempenho financeiro da entidade.
O seu objetivo é proporcionar informação acerca da
posição financeira, do desempenho financeiro e
também mostrar os resultados da condução, por
parte dos órgãos de gestão.
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2.2 - Modelos de DF
Os formatos das DF são publicados na Portaria n.º 986/2009:
Balanço
Demonstração dos resultados (por naturezas e por
funções)
Demonstração das alterações no capital próprio
Demonstração dos fluxos de caixa
Anexo
22
Balanço: proporciona informação acerca da posição
financeira da empresa/entidade que é afetada pelos
recursos económicos que ela controla, pela sua estrutura
financeira, pela sua liquidez e solvência, e pela sua
capacidade de se adaptar às alterações no ambiente que
opera.
Demonstração dos Resultados: proporciona a informação
respeitante ao desempenho de uma entidade, a fim de
avaliar a sua performance e em particular a sua
lucratividade.
1
Demonstração das alterações no capital próprio:
proporciona a informação das alterações ocorridas no
capital próprio, designadamente, quais os resultados
gerados e quais as reservas que são distribuíveis.
Demonstração dos fluxos de caixa: Proporciona a
informação respeitante às alterações na posição financeira
de uma entidade, que é útil a fim de avaliar as suas
atividades de investimento, de financiamento e
operacionais durante o período de relato.
1
Anexo: a informação que consta das outras quatro
componentes das demonstrações financeiras, reveste
natureza quantitativa. No anexo a informação é prevalente
mente qualitativa, é apresentada sob a forma narrativa e
articula-se com as demais componentes das
demonstrações financeiras por via de uma coluna que
consta no modelo das demais componentes das
demonstrações financeiras.
1
2.3 - Código de Contas (CC)
OBJECTIVOS:
Responder às necessidades do novo sistema
Não romper totalmente com a tradição
organizativa de contas do POC.
Constituição:
Quadro síntese de contas
Lista codificada de contas (até 4 dígitos)
Notas de enquadramento às contas
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As contas estão agrupadas em 8 classes:
1
Classe 2-Contas a receber e a pagar
Esta classe destina-se a registar as operações
relacionadas com clientes, fornecedores, pessoal, EOEP,
financiadores, acionistas, bem como outras operações com
terceiros que não tenham cabimento nas contas anteriores
ou noutras classes específicas.
Incluem-se, ainda, nesta classe, os diferimentos (para
permitir o registo dos gastos e dos rendimentos nos
períodos a que respeitam) e as provisões.
1
Classe 3–Inventários e ativos biológicos
Esta classe integra os inventários e ativos biológicos.
Consideram-se inventários todos os bens armazenáveis
adquiridos ou produzidos pela empresa e que se destinam
à venda ou a serem incorporados na produção.
Ativos biológicos (animais e plantas vivos)
1
Classe 4–Investimentos
Entende-se por Investimentos os elementos patrimoniais
ativos, tangíveis (com existência física) ou intangíveis (sem
existência física), que a entidade utiliza com carater
duradouro como meios para a realização dos seus
objetivos económicos.
1
Classe 5-Capital, reservas e resultados
transitados
A classe 5 é representativa do capital, dando a conhecer o
valor que “resta” para investidores, após realizado todo o
ativo e liquidado todo o passivo. Por isso, na estrutura
conceptual do SNC refere-se que o “Capital próprio é o
interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzir
todos os seus passivos.”
1
Classe 6-Gastos
A classe 6 agrupa as contas destinadas a registar, num
dado período, os gastos por natureza sendo relevantes,
por um lado, os ligados com a atividade operacional e,
por outro, com o financiamento.
1
Classe 7-Rendimentos e Ganhos
Esta classe inclui os rendimentos e ganhos respeitantes ao
período.
A definição de rendimentos engloba quer réditos quer
ganhos.
1
Classe 8-Resultados
Esta classe destina-se a apurar o resultado líquido do
período, podendo ser utilizada para auxiliar a determinação
do resultado extensivo, tal consta na Demonstração das
Alterações de Capital Próprio.
1
2.4 - Normas Contabilísticas e de
Relato Financeiro (NCRF)
As NCRF constituem uma adaptação das normas
internacionais de contabilidade, adoptadas pela EU, tendo
em conta o tecido empresarial português e o facto de
algumas entidades se encontrarem obrigadas ou terem a
opção de aplicar as ditas normas internacionais.
Estas normas são propostas pela CNC e publicadas
através de avisos no Diário da República, depois de
homologadas pelo Governo.
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Cada NCRF estabelece um instrumento de normalização
extenso e amplo onde se determinam os vários
tratamentos técnicos a adotar em matéria de
reconhecimento, de mensuração (valoração), de
apresentação e de divulgação das realidades económicas
e financeiras das entidades.
1
NCRF 1 ‐ Estrutura e Conteúdo das Demonstrações Financeiras
NCRF 2 ‐ Demonstração de Fluxos de Caixa
NCRF 3 ‐ Adoção pela primeira vez das NCRF
NCRF 4 ‐ Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros
NCRF 5 ‐ Divulgações de Partes Relacionadas
NCRF 6 ‐ Ativos Intangíveis
NCRF 7 ‐ Ativos Fixos Tangíveis
NCRF 8 ‐ Ativos não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais
Descontinuadas
NCRF 9 ‐ Locações
NCRF 10 ‐ Custos de Empréstimos Obtidos
NCRF 11 ‐ Propriedades de Investimento
NCRF 12 ‐ Imparidade de Ativos
NCRF 13 ‐ Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas
NCRF 14 ‐ Concentrações de atividades Empresariais 1
NCRF 15 ‐ Investimentos em Subsidiárias e Consolidação
NCRF 16 ‐ Exploração e Avaliação de Recursos Minerais
NCRF 17 ‐ Agricultura
NCRF 18 ‐ Inventários
NCRF 19 ‐ Contratos de Construção
NCRF 20 ‐ Rédito
NCRF 21 ‐ Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes
NCRF 22 ‐ Contabilização dos Subsídios do Governo e Divulgação de Apoios do Governo
NCRF 23 ‐ Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio
NCRF 24 ‐ Acontecimentos Após a data do Balanço
NCRF 25 ‐ Impostos Sobre o Rendimento
NCRF 26 ‐ Matérias Ambientais
NCRF 27 ‐ Instrumentos Financeiros
NCRF 28 ‐ Benefícios dos Empregados
1
2.5 - Norma Contabilística e de Relato Financeiro
para Pequenas Empresas (NCRF - PE)
Norma Contabilística e de Relato Financeiro
destinada a entidades de pequena dimensão e
com necessidades de relato mais reduzidas,
cujos capítulos correspondem a resumos de
cada uma das NCRF que se entendeu serem
mais relevantes para o universo das pequenas
entidades nacionais a quem se aplicará o SNC
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A NCRF PE é aplicada a entidades que não ultrapassem dois
dos três limites seguintes:
1.Total do Balanço: € 500 000;
2.Total das vendas líquidas e outros rendimentos: € 1 000 000
3.Nº trabalhadores médio empregados durante o período: 20
1
2.6 - NORMAS INTERPRETATIVAS(NI)
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Duas NI
Norma interpretativa 1: Consolidação-Entidades de
Finalidades Especiais;
Norma interpretativa 2: Uso de técnicas de Valor presente
para Mensurar o Valor de uso.
1
Critérios de Mensuração
Custo histórico;
Custo corrente;
Valor realizável de liquidação;
Valor presente;
Justo valor.
1
2.7 – Estrutura Conceptual (EC)
2.7.1 – Finalidade das DF
2.7.2 – Utentes e necessidades de informação
2.7.3 – Objetivos das DF
2.7.4 – Características qualitativas
2.7.5. – Mensuração dos elementos das DF
2.7.6 – Capital e Manutenção de capital
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2.7.1 – Finalidades das DF
FINALIDADES (§2 a 4)
AJUDAR OS PREPARADORES DAS DF A ADOTAR AS NORMAS
AJUDAR A FORMAR OPINIÃO S/ ADERÊNCIA DAS DF ÀS NCRF
AJUDAR A INTERPRETAR O CONTEÚDO DAS DF
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2.7.2.- UTENTES E NECESSIDADES DE INFORMAÇÃO (§9 a 11)
1
2.7.4 – CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS
DAS DF
As características qualitativas são as particularidades que
tornam a informação financeira, oferecida nas
demonstrações financeiras, prestável aos utentes. Para a
Estrutura Conceptual são quatro as características
qualitativas que a informação financeira deve apresentar:
1. Compreensibilidade
2. Relevância
3. Fiabilidade
4. Comparabilidade
1
COMPREENSIBILIDADE
RELEVÂNCIA
Para uma melhor caracterização da relevância devemos salientar que a
informação financeira é influenciada pela natureza, pela materialidade,
e pela oportunidade dos factos patrimoniais relatados.
FIABILIDADE
Para que a fiabilidade da informação financeira seja conseguida, é
necessário verificar também os seguintes atributos: ♦ representação
fidedigna ♦ substância sobre a forma ♦ neutralidade ♦ prudência ♦
plenitude
COMPARABILIDADE
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COMPREENSIBILIDADE
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FIABILIDADE – AS DF DEVEM SER DIGNAS DE
CONFIANÇA, ISTO É, ESTAREM ISENTAS DE ERROS,
LACUNAS, IMPRECISÕES, PRECONCEITOS QUE
AFECTEM A CORRETA INFORMAÇÃO AOS UTENTES
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2.7.5 - MENSURAÇÃO DOS
ELEMENTOS DAS DF
63
2.7.6 - CONCEITOS DE CAPITAL E
DE MANUTENÇÃO DE CAPITAL
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MANUTENÇÃO DO CAPITAL FINANCEIRO
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MANUTENÇÃO DO CAPITAL FÍSICO
66
3 – Conceitos Contabilísticos
Património
Inventário
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3.1 - Património
Noção de Património
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Património
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Classificação do Património
Património particular ou individual – Conjunto de
bens, direitos e obrigações meramente pessoais,
ou seja, valores não afectos a qualquer atividade
económica.
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Património
À expressão numérica do Património chama-se:
Situação Líquida
Capital Próprio
ou
Património Líquido
1
Património_ Exemplo:
1
Valor do Património
1
Situação Patrimonial
1
Equação Fundamental da Contabilidade
ATIVO+S.L.PASSIVA=PASSIVO+S.L.ACTIVA
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Vamos praticar
1
4 - Inventário
O Inventário é uma listagem dos
elementos patrimoniais com indicação do
preço unitário, quantidade e respectivo
valor.
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Fases do Inventário
Identificação ou arrolamento:
Verificação dos elementos patrimoniais existentes.
Descrição e Classificação:
Repartição dos elementos pelas contas e massas.
Valorização:
Atribuição de um valor a cada elemento
patrimonial.
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Quando se elabora um inventário é necessário:
• Identificar quais os elementos patrimoniais existentes;
• Estabelecer qual o seu valor;
• Classificar os elementos patrimoniais e identificar onde se
enquadram (ativo tangível, mercadoria; entre outras
categorias);
• Dependendo da dimensão da empresa, a contagem física
dos bens do inventário pode ser registada manualmente ou
com recurso a registos informáticos;
1
A cada empresa cabe também a responsabilidade de
escolher a forma de inventário que mais se adequa às suas
necessidades, a periodicidade do mesmo ( inventário
permanente ou intermitente), ou as tecnologias de suporte
(folha de cálculo, tipo Excel ou programa de software de
gestão, entre outros).
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