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Neuropsicologia

Avaliação Neuropsicológica
Avaliação Neuropsicológica
• A avaliação neuropsicológica tem se mostrado de valor fundamental no
auxílio ao trabalho de vários profissionais e serviços, médicos ou não
médicos, tendo em vista que propicia um amplo leque de aplicações em
diferentes contextos (Camargo, 1997).
• Auxílio diagnóstico: Seja o que for que motiva o pedido, quando o exame
é solicitado para fornecer subsídios para a identificação e a delimitação do
quadro, a avaliação visa responder uma pergunta que tem a ver com a
origem, a natureza ou a dinâmica da condição em estudo.
Avaliação Neuropsicológica
• As questões diagnósticas geralmente querem saber qual é o problema do
paciente e como ele se apresenta. Em boa parte das vezes, esse tipo de
solicitação indica que há uma dúvida quanto ao diagnóstico ou quanto à
extensão dos problemas.
• A questão subsequente é o quanto existe de disfunção, o que implica que
as medidas do exame sejam tomadas a partir de um parâmetro, seja ele o
funcionamento prévio, a idade ou o nível sociocultural, para mencionar
alguns.
Avaliação Neuropsicológica
• Naturalmente, a sensibilidade do exame para fazer esse diferencial
depende da escolha precisa dos testes e sobretudo do poder do investigador
em identificar as pistas para as hipóteses diagnósticas.
• Prognóstico: A solicitação de subsídios que auxiliem o estabelecimento de
prognóstico geralmente ocorre dentro da prática hospitalar, mas também
pode dar-se após a alta em condições cronificadas. O diagnóstico está feito,
mas se deseja estabelecer o curso da evolução e o impacto que a patologia
em questão terá a longo prazo.
Avaliação Neuropsicológica
• A idade e a educação do sujeito, o suporte e a compreensão familiar, os
recursos pessoais e físicos para reabilitação influem muito na evolução de
um caso. Quando se trata de lesão, também é importante levar em conta o
momento do exame, pois quanto mais cedo forem detectados os déficits,
mais cedo eles serão devidamente abordados.
• O fato de a avaliação neuropsicológica se basear em funções cognitivas
mais do que em estruturas permite identificar os recursos remanescentes e
potenciais após a instauração de um quadro, e isso dá mais subsídios para a
formulação do prognóstico.
Avaliação Neuropsicológica
• Os estudos vêm mostrando que quando a avaliação neuropsicológica dá
indícios de que as alterações cognitivas são bilaterais, ou quando a
integridade funcional do hemisfério contralateral ao foco é baixa, a
evolução será negativa.
• A avaliação neuropsicológica pode ser útil na predição de resultados após
tratamentos como eletroconvulsoterapia (ECT). Há estudos mostrando que
a probabilidade de desenvolvimento de delirium ou confusão mais
prolongada após o tratamento pode estar relacionada à presença de lesões
na substância branca (Kellner, Beale, & Pritchett, 1994).
Avaliação Neuropsicológica
• Em algumas circunstâncias, o prognóstico vai depender dos recursos
cognitivos e emocionais prévios e remanescentes. A avaliação
neuropsicológica pode identificar esses recursos com bastante precisão,
mapeando as forças e as fraquezas cognitivas, e, assim, contribuindo para
prever o que esperar quanto à evolução do paciente.
• Orientação para o tratamento: Entre os empregos e objetivos da
investigação neuropsicológica, este é um dos mais importantes.
• Contribui para a escolha ou para mudanças no tratamento medicamentoso
ou outros.
Avaliação Neuropsicológica
• A orientação para o tipo de psicoterapia também pode ser estabelecida a
partir da avaliação neuropsicológica.
• Nesse caso, a delineação dos recursos intelectuais e afetivos, assim como
das capacidades de atenção, memória, motivação,
autorregulação/autocontrole, permite orientar para a psicoterapia mais
adequada para o paciente.
• Auxílio para planejamento da reabilitação: Pacientes psiquiátricos,
neurológicos e neuropsiquiátricos podem apresentar déficits cognitivos e
instrumentais que repercutem na socialização.
Avaliação Neuropsicológica
• A avaliação neuropsicológica estabelece quais são as forças e as
fraquezas cognitivas, provendo, assim, um “mapa” para orientar quais
funções devem ser reforçadas ou substituídas por outras. Além disso,
permite auxiliar as mudanças nas opções profissionais, acadêmicas e no
ambiente familiar, ampliando os recursos cognitivos que possibilitam
melhora na qualidade de vida.
• Seleção de paciente para técnicas especiais: Alguns tipos de tratamentos
requerem indicações precisas quanto aos sujeitos que se beneficiariam pelo
fato de envolverem riscos cognitivos potenciais.
Avaliação Neuropsicológica
• A análise fina de funções permite separar subgrupos de pacientes de uma
mesma patologia, possibilitando uma triagem específica de sujeitos para
um procedimento ou tratamento com medicamento.
• Perícia: Diferentemente de uma avaliação no contexto clínico, o objetivo
da avaliação neuropsicológica no contexto forense não é apenas aferir se
um indivíduo apresenta ou não determinada condição ou transtorno e, a
partir desses dados, elaborar uma intervenção relevante. Mas auxiliar a
tomada de decisão dos profissionais da área do direito em determinada
questão legal.
Avaliação Neuropsicológica
Avaliação Neuropsicológica
• A avaliação neuropsicológica pode contribuir para o entendimento e o
manejo de quadros tão diversos envolvendo os transtornos do
desenvolvimento, quadros neurológicos, manifestações psiquiátricas e
mesmo doenças que afetam secundariamente o sistema nervoso central
(SNC).
• Pela própria natureza das patologias e do impacto que elas podem causar,
as condições nas quais ocorreram prejuízos ou modificações cognitivas,
afetivas e sociais, devido a eventos que atingiram primária ou
secundariamente o SNC, são as que demandam avaliação neuropsicológica
(ANP) com mais frequência.
Avaliação Neuropsicológica
• Condições nas quais há demanda de avaliação neuropsicológica:
traumatismos craniencefálicos (TCEs), tumores cerebrais (Tus), epilepsias,
acidentes vasculares cerebrais (AVCs), demências, distúrbios tóxicos,
doenças endócrinas ou distúrbios metabólicos, deficiências vitamínicas e
outros.
• A avaliação neuropsicológica também é indicada quando há deterioração
mental ou comportamental após um período de estabilidade, ou quando há
mudanças no comportamento e aparecimento de quadro psicótico.
Avaliação Neuropsicológica
• Outra fonte de demanda para avaliação é constituída por aquelas condições
em que os recursos cognitivos e adaptativos não são suficientes para o
manejo da vida prática acadêmica, profissional ou social, pelo fato de os
indivíduos apresentarem formas de organização de suas funções mentais
diferentes ou discrepantes do habitual.
• Nessa categoria estão incluídos, entre outros, os transtornos específicos do
desenvolvimento, os transtornos globais do desenvolvimento, o retardo
mental e até mesmo quadros de transtornos da personalidade, em que pode
haver uma contribuição significativa de déficits cognitivos em áreas
fundamentais para a adaptação social.
Avaliação Neuropsicológica
• Apesar da grande demanda para diagnóstico diferencial, por exemplo,
entre transtorno de déficit de atenção e dislexia, outra utilização importante
da ANP reside na orientação aos tratamentos desses quadros e no
mapeamento da resposta cognitiva às intervenções.
• Muitas condições apresentam sintomatologia e manifestações
comportamentais que podem ser bastante semelhantes, como é o caso do
transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) e do transtorno
bipolar (TB) na infância e na adolescência.
Avaliação Neuropsicológica
• Etapas:
• O primeiro passo é a condução de uma anamnese/história clínica com foco
na caracterização dos sintomas do paciente, sua progressão e relação com
aspectos de saúde geral e contextuais.
• O segundo passo é a compreensão das hipóteses com base nos modelos
cognitivo-neuropsicológicos que estabelece as estruturas e conexões
mentais e neurobiológicas que respondem pelos aspectos cognitivos que
serão avaliados.
Avaliação Neuropsicológica
• Tendo clareza desses modelos, o profissional prepara a seleção de métodos
de avaliação, qualitativos ou quantitativos, envolvendo os testes
neuropsicológicos, para o teste das hipóteses clínicas sob os modelos em
questão.
• Por fim, realiza-se a interpretação dos resultados, conjugando aspectos
qualitativos e quantitativos para o teste das hipóteses clínicas.
• Esse teste é realizado com base nos parâmetros esperados para diferentes
categorias diagnósticas, a serem estudados com base nos manuais e
consensos diagnósticos e na literatura especializada em neuropsicologia.
FIM
E-mail: lucascobarrosduarte@gmail.com

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