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AULA 05

Patologias das VAI:


DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA
CRÔNICA (DPOC) – DESCRIÇÃO
É um grupo de enfermidades que limita a passagem de ar pelos pulmões.
É crônica porque não tem cura, apesar de ser possível preveni-la, tratá-la e
revertê-la parcialmente.
É obstrutiva porque causa o bloqueio das vias aéreas, tornando difícil respirar.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), estima que 40
milhões de pessoas sofram de DPOC no mundo.
De cada 10 pessoas com doenças respiratórias 8 são
portadoras de DPOC, sendo a 3ª doença que mais mata
no mundo.
DPOC

Bronquite Crônica

Associação de duas ou mais doenças:


As mais comuns são:
Enfisema Pulmonar.
BROQUITE CRÔNICA
É a inflamação dos brônquios de maneira persistente,
provocando tosse e secreção.
Brônquios (que levam e trazem o ar na respiração)
EFISEMA PULMONAR

Perfuração
É a perda de elasticidade do tecido
pulmonar e a destruição dos alvéolos
Esfarelamento
De maior ou menor grau, dependendo do caso.
ETIOLOGIA 1
Tabagismo: responsável por
80 a 90% das causas
determináveis da DPOC.
2
Poluição domiciliar (fumaça
Deficiências genéticas de lenha, querosene).
(responsáveis por menos de
1% dos casos), como alfa1
antitripsina.

8
3
Exposição ocupacional a
Desnutrição na infância. poeiras e produtos químicos
ocupacionais.

4
Suscetibilidade individual. Poluição atmosférica. A
poluição aérea pela queima
de combustíveis fósseis,
principalmente pela emissão
6 de veículos a motor.

Infecções respiratórias
recorrentes na infância. 5
SINTOMAS DE DPOC

Tosse matinal
Expectoração Sibilância
produtiva

Dispneia aos Dispneia de Dispneia


esforços decúbito paroxística
físicos (Ortopneia) noturna
DIAGNÓSTICO

É feito com base em sinais e sintomas respiratórios


crônicos, na presença de fatores de risco para a doença,
associados a distúrbio ventilatório irreversível de tipo
obstrutivo à espirometria.
ESPIROMETRIA
Volume expiratório forçado (VEF1):

Representa a quantidade de ar que se consegue expirar


rapidamente em 1 segundo e, por isso, quando está abaixo
do normal pode indicar a presença de asma ou DPOC.

Capacidade vital forçada (CVF):

É o total de ar que se consegue expirar no menor tempo


possível e, quando está inferior ao normal pode indicar a
presença de doenças pulmonares que dificultam a expansão
do pulmão, como fibrose cística, por exemplo.
DIAGNÓSTICA COMPLEMENTAR
 Raio-x de tórax PA e perfil

 ECG em repouso

 Ecocardiograma

 Hemograma

 Oximetria de pulso em repouso

 Dosagem de Alfa-1 antitripsina


FATORES DE RISCO

 Tabagismo (Ativo e Passivo)

 Idade >40 anos

 Inalação de (gases irritantes ou partículas de material)


em ambiente ocupacional ou domiciliar

 Genético (deficiência de alfa1antitripsina).


ESTÁGIO CARACTERÍSTICAS OBSERVAÇÕES
Leve limitação ao fluxo O indivíduo pode não ter
aéreo (VEF1/CVF inferior a percepção de que sua
70%, com VEF1 igual ou função pulmonar está
superior a 80% do anormal. Não deve ser
Estágio I Leve previsto) e sintomas perdida a oportunidade
compatíveis, para o diagnóstico
principalmente produção precoce, tabagista ser
crônica de expectoração e questionado sobre
tosse. sintomas e orientado a
parar de fumar. Na
presença de sintomas,
solicitar espirometria.
ESTÁGIO CARACTERÍSTICAS OBSERVAÇÕES
Limitação média ao fluxo Ocorre maior percepção
Estágio II Moderada aéreo (VEF1 inferior a 80% dos sintomas em relação
do previsto e igual ou ao estágio I.
superior a 50%).
Grave limitação ao fluxo A qualidade de vida está
aéreo (VEF1 inferior a 50% bastante afetada e as
do previsto e igual ou exacerbações são mais
superior a 30%) ou frequentes e graves.
hipoxemia (PaO2 inferior a Hipoxemia ou dispneia na
Estágio III Grave 60 mmHg, com PaCO2 ausência de distúrbio
igual ou inferior a obstrutivo à espirometria
45mmHg) ou dispneia grau apontam para diagnósticos
2 ou 3 na fase estável alternativos.
(mesmo com VEF1superior
a30% do previsto), na
presença de VEF1
reduzido.
ESTÁGIO CARACTERÍSTICAS OBSERVAÇÕES

Muito grave VEF1 inferior a Sintomas contínuos,


30% do previsto ou geralmente com
Estágio IV hipercapnia, ou sinais incapacidade para tarefas
clínicos de cor da vida diária, acarretando
pulmonale(insuficiência dependência e dispneia
cardíaca direita). grau 4.
TRATAMENTO

1º Parar de Fumar
TRATAMENTO

Broncodilatadores

Provocam o relaxamento da musculatura lisa das vias


aéreas

 Adrenalina
 Terbutalina
 Fenoterol
 Salbutamol
TRATAMENTO

Anticolinérgicos

Provoca redução das secreções produzidas pelas mucosas


nasal e brônquica.

 Brometo de Ipratrópio
TRATAMENTO

Corticosteroides

agentes anti-inflamatórios mais efetivos no tratamento de


obstrução reversível do fluxo de ar.

 Dexametasona
 Metilprednisolona
 Prednisona
TRATAMENTO

 Reabilitação pulmonar

Por meio de programa especializado e multidisciplinar, é


possível reduzir a falta de ar, e, assim, melhorar a
qualidade de vida do paciente. 
TRATAMENTO

Oxigenoterapia
Objetivo aumentar os níveis de oxigênio no sangue e
com isso, manter o pulmão ativo e saudável.
TRATAMENTO

Cirurgia

•Cirurgia de redução de volume pulmonar: remove as


partes danificadas do órgão, permitindo que as saudáveis
se expandam e consigam absorver mais oxigênio; 

•Transplante de pulmão: substituição do órgão doente por


outro de um doador saudável.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
1. Verificar o nível de consciência.
2. Verificar respiração.
3. Providenciar desobstrução de vias aéreas
4. Administrar oxigênio suplementar sob máscara (10L/min)
5. Manter saturação > 90%.
6. Monitorizar o paciente com monitor multiparâmetros ( ECG, RESP, TEMP, SpO²
e PNI)
7. Obter acesso venoso periférico com cateter calibroso.
8. Coletar sangue para: hemograma, gasometria arterial, função renal, eletrólitos
e coagulação.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM

9. Realizar ECG de 12 derivações.


10. Acionar setor de imagens para radiografar tórax em PA e perfil.
11. Acionar fisioterapeuta para CPAP (Continuous Positive Airway Pressure)
12. Intubar imediatamente pacientes com nível de consciência deprimido
(Glasgow ≤ 8), instabilidade hemodinâmica ou fadiga extrema.
13. Empregar broncodilatadores por via inalatória para reverter
broncoespasmo (principalmente os anticolinérgicos). Evitar a aminofilina
devido a seu alto potencial de toxicidade.
14. Educar sobre a doença, sintomas, tratamento e prevenção.
ASMA - DESCRIÇÃO

A asma é uma doença inflamatória crônica das


vias aéreas inferiores que prejudica a entrada e
saída de ar dos pulmões.
No mundo, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
estima que 300 milhões de pessoas sofrem com a
asma. Ainda conforme o estudo, as mulheres são as
maiores vítimas, com cerca de 60% dos casos.
No Brasil, estima-se a prevalência da asma em torno de 10%.
Estudo realizado nas cidades de Recife, Salvador, Itabira,
Uberlândia, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, concluiu que
13,3% das crianças na faixa etária de 6 a 7 anos e 13 a 14
anos eram asmáticas.
ETIOLOGIA

•Fisiopatologia:
 
Ocorre a diminuição do calibre dos
brônquios e bronquíolos devido
broncoespasmo, edema e produção de
muco espesso.
Difere das outras doenças pulmonares
obstrutivas por ser um processo
reversível (com tratamento ou
espontaneamente). Acontece em
qualquer idade, sendo a doença
crônica mais comum na infância. Pode
ser incapacitante ou levar à morte, nos
casos mais graves.
Os fatores responsáveis pelo desencadeamento de uma crise
asmática são conhecidos como gatilhos.

• Infecção viral • Alérgenos • Fumaça de • Irritantes • Mudanças


(poeira, ácaros, cigarro químicos e climáticas
pólen, pelo de poluição ambiental
animais, entre
outros)

• Exercícios • Medicamentos (anti- • Estresse emocional


físicos vigorosos inflamatórios não esteroides e
betabloqueadores)
SINAIS E SINTOMAS
 “Aperto no peito”
 Tosse seca
 Respiração se torna rude e bem audível
 Sibilos, principalmente à expiração
 Pulmões hiperinsuflados
 Taquipneia (FR > 20 irpm)
 Taquicardia
 hipertensão leve
*Nos casos mais graves, ocorre:
 Cianose
 Redução ou desaparecimento difuso do murmúrio vesicular à
ausculta
DIAGNÓSTICO
É principalmente:

 Clínico (pelo médico)


 Exame físico
 Exames de função pulmonar (espirometria)

Em crianças de até os cinco anos, o diagnóstico é somente clínico,


tendo em vista a dificuldade de realizar outros exames funcionais e
complementares.
CLASSIFICAÇÃO DA GRAVIDADE DA ASMA
GRAVIDADE (*)

MANIFESTAÇÕES CLÍNICA Intermitente Persistente leve Persistente Persistente grave


moderada

Sintomas 2x/semana ou menos Mais de 2x/semana, mas não Diários Diários ou contínuos
diariamente.

Despertares noturnos 2x/semana ou menos 3-4x/mês Mais de 1x/semana Quase diários

Necessidade de agonista beta-2 2x/semana ou menos Menos de 2x/semana. Diários Diária


adrenérgico para alívio

Limitação de atividades Nenhuma Presente nas exacerbações Presente nas Contínua


exacerbações

Exacerbações Igual 1/ano ou Igual ou mais de 2/ano Igual ou mais de 2/ano Igual ou mais de 2/ano
nenhuma/ano

VEF1 ou PFE Igual ou maior que 80% Igual ou maior que 80% previsto 60%-80% previsto Igual ou menor que 60%
previsto previsto

Variação VEF1 ou PFE Menor que 20% Menor que 20%-30% Maior que 30% Maior que 30%
COMPLICAÇÕES
As principais complicações da asma são:

•Capacidade reduzida de se exercitar ou fazer outras atividades.


•Insônia.
•Alterações permanentes no funcionamento dos pulmões.
•Tosse persistente.
•Dificuldade para respirar, a tal ponto que precise de ajuda (ventilação).
•Hospitalização e internação por ataques severos de asma.
•Efeitos colaterais de medicações usadas para controlar a asma
•Morte.
TRATAMENTO
A base do tratamento da asma persistente é o uso
continuado de medicamentos ação anti-inflamatória, também
chamados controladores:

 Corticosteroides inalatórios (bombinha)

 Broncodilatador

 Medidas educativas

 Controle dos fatores que podem provocar a crise asmática


CUIDADOS DE ENFERMAGEM
•Manter o ambiente limpo
•Evitar acúmulo de sujeira ou poeira
•Promover banho de sol. A vitamina D está relacionada a uma série
de doenças do aparelho imunológico, como a asma
•Evitar cheiros fortes
• Promover a vacina da gripe
•Orientar sobre males do fumo
•Manter temperatura entre 36 a 37ºC, principalmente na época de frio
•Promover a prática de atividades físicas regularmente
•Ofertar alimentação saudável
•Hidratação (água)
•Administrar oxigenoterapia e aerosolterapia
•Educar sobre a doença, sintomas, tratamento e riscos
PNEUMONIA

Pneumonias são infecções que se instalam nos pulmões,


órgãos duplos localizados um de cada lado da caixa torácica.
Podem acometer a região dos alvéolos pulmonares onde
desembocam as ramificações terminais dos brônquios e, às
vezes, os interstícios (espaço entre um alvéolo e outro).
ETIOLOGIA
Basicamente, pneumonia é provocada pela penetração
de um agente infeccioso ou irritante:

 Bactérias
 Vírus
 Fungos
 Alérgenos

 
CLASSIFICAÇÃO

 Pneumonia adquirida na comunidade

 Pneumonia nosocomial

 Pneumonia no hospedeiro imunocomprometido

 Pneumonia aspirativa
SINTOMAS
 Febre alta
 Tosse
 Dor no tórax
 Alterações da pressão arterial
 Confusão mental
 Mal-estar generalizado
 Falta de ar
 Secreção de muco purulento de cor amarelada ou esverdeada
 Toxemia (excesso de toxinas no sangue)
 Prostração
FATORES DE RISCO
•Fumo: provoca reação inflamatória que facilita a penetração de
agentes infecciosos

•Álcool: interfere no sistema imunológico e na capacidade de defesa


do aparelho respiratório

•Ar-condicionado: deixa o ar muito seco, facilitando a infecção por


vírus e bactérias

•Gripes mal cuidadas

•Mudanças bruscas de temperatura


DIAGNÓSTICO

 Exame clínico
 Auscultação dos pulmões
 Radiografias de tórax

são recursos essenciais para o diagnóstico de pneumonia.


 
COMPLICAÇÕES

 Derrame Pleural

 Sepse (Infecção Generalizada)

 Morte
TRATAMENTO

O tratamento de pneumonia requer o uso de antibióticos e a


melhora costuma ocorrer em três ou quatro dias de tratamento.

 Amoxacilina com ácido clavulânico


 Azitromicina
 Claritromicina
 Ceftriaxona
 Levofloxacino
 Moxifloxacino
CUIDADOS DE ENFERMAGEM

2 Manter vias
1 Avaliar padrão 3 Manter o 4 Encoraje a tosse
aéreas
respiratório ( FR, paciente com e a respiração
desobstruídas e
Ausculta) cabeceira elevada profunda
forneça oxigenação

5 Coletar amostra
6 Obtenha amostra 7 Mantenha o
de sangue arterial (
de escarro (exame Realize higiene oral paciente com
exame de
de cultura) oximetria de pulso
gasometrial)

8 Avaliar a 9 Observe
efetividade dos mudanças no
medicamentos estado mental, cor
administrados da pele, cianose
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
Ministério da Saúde do Brasil. DATASUS [homepage internet]. Ministerio
da Saúde - BR.; [09/09/2021]; Available from: www.datasus.gov.br
Ministério da Saúde do Brasil. Cadernos de Atenção Básica (Doenças
Respiratórias Crônicas) de 2010.

Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. IV Diretrizes


Brasileiras no Manejo da Asma J Bras Pneumol. 2006;32(Suppl 7):S447-
S74.

Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Diretrizes para testes


de função pulmonar. Jornal Brasileiro de Pneumologia. 2002;28(3).

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