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EMOCIONES, INMIGRACIÓN

Y FAMILIA EN LA ARGENTINA
DE FINES DEL SIGLO XIX
María Bjerg
A autora – María Bjerg
É doutora em História (UBA), pesquisadora do Conicet,
professora da Universidad Nacional de Quilmes. Ela fez um
pós-doutorado na Universidade de Chicago. Foi pesquisadora
visitante na Universidade da Califórnia (Berkeley) e no Centro
para a História das Emoções no Instituto Max Planck para o
Desenvolvimento Humano, e professora visitante na
Universidade de Oslo. Publicou os livros El viaje de los niños.
Inmigración, infancia y memoria en la Argentina de la segunda
Posguerra (2012) e Historias de la inmigración en la
Argentina (2009).
Campo de estudo
• Convergência entre os estudos das ciências sociais: relação entre as migrações e as emoções

• Mobilidade espacial e emocional – uma complexa relação

• Emoções em movimento (emotions on the move) – Um motivo condutor de vários trabalhos principalmente nos
EUA e na Europa

Exemplos: Maternidades transnacional das mães que migram e os filhos que ficam aos cuidados das famílias
(Hondagneu - Sotelo e Avila, 1997; Salazar Parreñas, 2001)

Papel das emoções na inter-relação das masculinidades hegêmonicas e subalternas entre os imigrantes Latinos nos
EUA.

Casamentos separados entre o Velho Mundo e o Novo Mundo no período pós-guerra (Cancian, 2012)
Cartas
Recursos para evitar distanciamentos dos laços afetivos:

• CASAMENTO: intercâmbio epistolar.

• Vínculos de quem partiu com quem permanece, orientou a exploração acerca das emoções e sentimentos como:
AMOR, AFETO, NOSTALGIA, E ANSEIOS.
Processos-crime
Utilizou processos-crime de mulheres contra seus maridos imigrantes – BIGAMIA

Homens estrangeiros que denunciavam suas mulheres – ADULTÉRIO

• O que se constitui como objeto de estudo é como a mobilidade transformou o afeto e o amor não apenas como fonte
de alegria e prazer, ou como fruto de reencontro, mas também um causador de desgosto, angústia, ciúme,
ressentimento e raiva.

• A partir dos processos vem à tona as percepções e a vida dos agentes históricos – tramas culturais, contextos sociais,
e as redes de relação.

• Desafios: Nem todos os processos revelam essa densidade de informações, quando nem mesmo apresentam tais
informações.

• Os processos não reproduzem as vozes dos protagonistas.

• Como a palavra e a emoção é percebida?

• Como a mobilidade mudou os padrões emocionais?


Maridos migrantes, esposas traídas
• A imigração como uma ruptura do pacto matrimonial

• NICOLA CONFORTI

• Casou-se com Sabina de Angelis em Salerno no ano de 1868. Os dois tiveram uma filha.

• Nicola migra para a Argentina em 1875.

• Casou-se novamente em Buenos Aires.

• Sabina viaja para Buenos Aires junto com o irmão em 1880, e abre um processo contra Nicola com pedido de
anulação do segundo casamento.

• Questões de masculinidade e honra – como se afeta com os processos migratórios?

• Sanção moral: a honra como reguladora das relações sociais. Desperto da ira.
• LUIS ALDAZ

• Casado na Espanha com Andresa.

• Migra para Buenos Aires e casa-se novamente com Justina, mulher de família rica e influente.

• Trocava cartas com Andresa.

• Andresa utiliza das cartas, certidão e casamento e testemunhas no processo contra Luis.

• Andresa viaja sozinha.

• Emoções: medo, euforia, amor, desafeto, prazer, raiva, dor – como captar esses sentimentos?

• Migrar sem possuir laços no local de destino.

• A ausência da voz das mulheres nos processos.

• Peso da honra familiar.


Maridos migrantes, esposas adúlteras
• FELISA

• Casada com Pedro, que fez uma denúncia, dizendo que ela era infiel com seu irmão Nicolás.

• Felisa permaneceu na Itália com seus sogros e cunhados, enquanto Pedro viajou para a Argentina – Supervisão
masculina

• Pedro mandava cartas dizendo que não tinha dinheiro, pois não possuía trabalho fixo.

• Felisa engravidou na Itália de Nicolás, e os dois migraram para a Argentina, afim de ocultar a desonra de Felisa. A
criança poderia ser reconhecida por Pedro da Argentina.

• A mulher que mancha a reputação do marido e a estabilidade do lar e o bem estar dos filhos.

• A denúncia de Pedro pode ser considerada uma punição, movida pela ódio desencadeado pela traição e recuperação
da honra.
Os limites do amor
• Para os homens: a nova realidade no Novo Mundo conspirava contra os laços que os uniam com as esposas, os
filhos e sua comunidade no país de origem.

• Incapacidade de manter a imaginária proximidade com quem ficou.

• Subjetividade afetada, recriação de novas identidades.

• Novo projeto migratórios.

• As cartas que mantinham os laços.

• Para as mulheres: também afeta a subjetividade e o cotidiano.

• Novas responsabilidades e a administração das famílias.

• Ampliação da autonomia feminina.

• Valores patriarcais enfraquecidos.

• Margens à ser exploradas.

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