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Judaísmos ao

tempo do NT
Templo, sinagoga e casa

Temas da aula Leis de pureza e impureza

Os vários judaísmos
 A importância do Templo de Jerusalém se mostra nos diversos
aspectos da sociedade, política e economia.
 Centro cultual, político e nacional da região palestina e da diáspora,
ponto fundamental da comunidade de fé em Yahweh.
 Único lugar de culto sacrificial (público e privado) e era o lugar da
presença na terra do nome e da glória do deus único => sua
existência ligada à própria identidade judaica.
 Fazia vinculação com a diáspora pelo recolhimento de tributos, pelo
calendário de festas e de peregrinações.
 Colocava o estrato sacerdotal em posição especial de autoridade
diante do povo.
A origem da instituição da sinagoga está ligada ao
pós-exílio, ali se realizavam as tarefas públicas de
uma comunidade. O termo synagogé se refere à essa
comunidade que se reunia em casas ou tinha uma casa
específica para reunião, a depender da sua condição
material. A estrutura da sinagoga contava com líderes
As sinagogas da sinagoga (archisynagogos), um comitê de anciãos,
um secretário e um assistente. Era um lugar de oração,
ensino da Torá e um centro comunitário que
proporcionava às pessoas da comunidade um senso de
pertença e uma rede de contatos (STAMBAUGH e
BALCH, 1996, p.42 e 43).
A sinagoga garante aos judeus que estavam longe do Templo o espaço para as assembleias,
para guardar o sábado, a Torá e todas as prescrições que norteiam suas vidas (individuais e
coletivas) religiosas e culturais.

A sinagoga era o local onde, semanalmente, a estrutura rural campesina da sociedade


expressava sua religiosidade. Ali, provavelmente, mantinha-se viva “a memória dos
profetas e outros personagens legendários que alimentavam a piedade popular”.
Personagens como os profetas Elias ou Eliseu e ainda das lendas não bíblicas de
Moisés povoavam o imaginário camponês juntamente com magos, profetas locais e
aspirantes a reis populares, todos cercados por expectativas apocalípticas. No entanto,
com a pressão social e econômica, houve uma concentração popular nas cidades que
ameaçava destruir “os modos de contenção simbólica que essas assembleias rurais
realizavam” (MÍGUEZ, 1995, p. 29).
Na diáspora, o culto da sinagoga era
aberto aos não-judeus, normalmente Embora, na diáspora, a sinagoga já
se utilizava a língua comum e, por fosse o lugar de oração, não havia
isso, ela serviu à difusão do um número muito grande de
judaísmo como um espaço sinagogas na Palestina antes de 70
aglutinador da cultura judaica. d.C. Sua importância cresceu a
Diante disso, ela foi um espaço que partir da destruição do Templo,
fez a mediação entre as culturas em especial das suas funções
judaica e helenística e mais tarde cultuais (STEGEMANN e
se fez espaço de inserção cristã. STEGEMANN, 2004, p. 168).
 Aspecto afetivo, econômico (centro produtivo da maior
parte da população antiga) e social (reprodução do
parentesco)

A casa e a  Pequena comunidade religiosa: sustentava a organização


religiosa
religião  Socialização religiosa:
 Orações diárias, reuniões, pequenos cultos dirigidos
judaica pelos patriarcas, e refeições rituais, festas e celebrações
festivas estruturavam religiosamente o tempo
 Onde se realizavam as prescrições de pureza e
estratégias de casamento.
 A importância da família cresce com a perda de
autoridade do estrato superior judaico associado aos
poderes dominantes
Leis de Pureza e Impureza
 São leis comuns à religiões semitas e mediterrâneas
 A impureza excluía a pessoa da esfera sagrada e das funções sacras - Lv 11.43-47 –
Deus é Santo.
 Se um sacerdote infringisse as leis de pureza, ele estaria incapacitado para as funções
sacerdotais. Para o culto nas sinagogas, o israelita devia apresentar-se puro: tanque
para purificações rituais
 Algumas impurezas levavam ao isolamento social, discriminação de mulheres e
pobres, mas as intenções originais eram:
 Diferenciar os crentes judeus dos idólatras pagãos e manter coesão;
 Afastar do mal
 Evitar doenças por contágio
 Lv 11-15 – relação de impurezas
 alimentação, parentela, relações entre homem e mulher e o santuário.
 Contato com cadáveres: Nm 19.11-22 e cemintérios.
 Doenças de pele (lepra). Lv 13-14.
 Processos sexuais: emissão de sêmen (Lv 15.1ss); menstruação (Lv 15.19ss); corrimentos
doentios (Lv 15.2ss); fluxos de sangue ou sêmen fora da menstruação ou ato sexual (Lv
15.2ss,25ss); relações sexuais (1 Sm 21.5s; 2 Sm 11.4); o adultério (Lv 18.20); o estupro (Gn
34.5); a prática de sexo com animais (Lv 18.23).
 Defeitos físicos: impossibilitavam o sacerdócio e aproximação ao altar (Lv 21.16-24).
 Os pagãos, pela idolatria, e suas terras.
 O povo de Israel, pela prática da idolatria, ou culto a outros deuses (Jr 2.7,23; 3.2; Os 6.10;
Ez 36.17) e injustiça (Am, Jr 13.27; 33.8; Ez 39.24)
Purificação
 a) Através de abluções: banhar-se e lavar as roupas (Lv 15.8-11), pois a água teria
efeito purificador.
 b) Sacrifício de uma vítima: era a purificação ritual. Ocorria em casos especiais,
como o parto (Lv 12.6), após o contato com mortos (Nm 19), após a cura da lepra (Lv
14), após um fluxo seminal ou de sangue (Lv 15).
Vivência da pureza

 Saduceus: as leis de purificação valiam apenas para sacerdotes em


relação ao sagrado
 Fariseus: as regras valiam também para os leigos e não eram restritas
ao templo
 Essênios: radicais e submetiam toda a comunidade às regras, com
abluções diárias.
Outras religiões
 Nas cidades do império conviviam tanto com a religião romana e cultos estrangeiros.
 O culto romano entendia abstratamente as divindades e era aberta a outros formatos, desde que cumpridos
ritos para a comunidade política
 Culto a Roma => Culto ao gênio do imperador => após ao morte de Augusto esse foi considerado semi-
deus e isso foi extendido a todos os imperadores. Era um culto estatal e não uma religião separada
 Culto ao deus Mitra
 Gnosticismo (retorno à origens divinas do homem, conhecer seu próprio ser (gnose) e eliminação do
mundo)
VÁRIOS GRUPOS OU

Judaísmo ou
PARTIDOS
CORRENTES
TEOLÓGICAS

judaísmos? DIVISÃO CAMPO/


CIDADE
DIÁSPORA
 A diversidade de correntes teológicas e movimentos internos ao
judaísmo em busca de renovação é um sintoma da crise social e
política, da espiral da violência, da distância entre o bem estar do
povo e os interesses das elites econômicas e religiosas coadunada
às sequentes violências simbólicas e dominações e da
desesperança de que a história poderia levar à mudança. O
sentimento de impotência material leva ao apelo religioso em
formas diversas.
Monoteísmo
Eleição divina do povo
Em comum, os Torah
movimentos
Circuncisão
tinham alguns
aspectos Santificação do Sábado
Prescrições alimentares
Existência de prescrições de pureza
Principais correntes religiosas

Apocalipsismo
Há textos desde 3aC - dualismo
Pureza e ascese Concepções míticas de fim dos tempos e
=>delimitação para messianismos com reviravolta final extra-
histórica
preservação de identidade Origem no pós-exílio em estrato superior.
Aprofunda-se com a helenização e o
desvio da elite
Demonstra a impossibilidade de retomar
os conceitos clássicos de esperança –
impotência
O apocalipsismo difere de movimentos proféticos milenaristas
como o de João Batista e Jesus.
 Mas se comunicam pela atividade literária e dos escribas
 Era uma corrente literária religiosa dissidente que podia
assumir a forma de movimento de desviância a depender de
circunstâncias externas (ex essênios)
 Fariseus
 Saduceus
 Essênios
Diversos  Quarta filosofia
grupos  Movimentos proféticos e revolucionários
religiosos  Teologias de sabedoria
judaicas  Judaísmo da diáspora
 Judaísmo Samaritano
 Cristianismo

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