Você está na página 1de 44

1 Funções e modelos

Quatro maneiras de
1.1 representar uma função
4 maneiras de representar uma função
Funções surgem quando uma quantidade depende de
outra. Considere as quatro situações a seguir.

A. A área A de um círculo depende de seu raio r. A regra


que conecta r e A é dada pela equação A =  r 2. A cada
número positivo r há um valor associado A. Dizemos
que A é uma função de r.

3
4 maneiras de representar uma função
B. A população humana do mundo P depende do tempo t.
A tabela abaixo fornece estimativas da população
mundial P (t) em um instante t em certos anos. Por
exemplo,

P(1950)  2.560.000.000

Mas para cada valor de tempo t


há um valor correspondente de P
e dizemos que P é função de t.

4
4 maneiras de representar uma função
C. O custo C de enviar um pacote pelo correio depende do
peso w do mesmo. Apesar de não haver uma fórmula
simples para conectar w e C, os Correios possuem uma
regra para determinar-se C quando w é conhecido.

D. A aceleração vertical a do solo medida pelo sismógrafo


durante um terremoto é função do tempo transcorrido t.

5
4 maneiras de representar uma função
A Figura 1 mostra o gráfico gerado pela atividade
sísmica durante o terremoto Northridge que abalou Los
Angeles em 1994. Para um dado valor de t, o gráfico
fornece um valor correspondente de a.

Aceleração vertical do solo durante o


terremoto Northridge.
Figura 1
6
4 maneiras de representar uma função

Normalmente consideramos funções nas quais os


conjuntos D e E são formados por números reais. O
conjunto D é chamado domínio da função.

O número f (x) é o valor de f em x e é lido como “f de x.” A


imagem de f é o conjunto de todos os valores possíveis de
f (x) enquanto x varia ao longo do domínio.

O símbolo que representa um número arbitrário no domínio


de uma função f é chamado variável independente.
7
4 maneiras de representar uma função
O símbolo que representa um número na imagem de f é
chamada variável dependente. No exemplo A, r é a
variável independente e A é a variável dependente.

É útil pensarmos em uma função como uma máquina


(veja a Figura 2).

Diagrama de máquina para uma função f.


Figura 2

8
4 maneiras de representar uma função
Se x é o domínio da função f, então quando x entra na
máquina, é aceito como um input e a máquina produz um
output f (x) de acordo com a regra da função.

Assim, podemos pensar no domínio como o conjunto de


todos os inputs possíveis e na imagem como o conjunto de
todos os outputs possíveis.

9
4 maneiras de representar uma função
Outra maneira de ilustrar uma função é por meio de um
diagrama de setas como na Figura 3.

Diagrama de setas para f.


Figura 3

Cada seta conecta um elemento de D para um elemento de E. A


seta indica que f (x) está associada a x, f (a) está associada a a e
assim por diante. 10
4 maneiras de representar uma função
O método mais comum para visualizar uma função é o seu
gráfico. Se f é uma função com domínio D, então seu
gráfico é o conjunto de pares ordenados
{(x, f (x)) | x  D}

Em outras palavras, o gráfico de f consiste de todos os


pontos (x, y) no plano coordenado tais que y = f (x) e x
esteja no domínio de f.

O gráfico de uma função f nos dá um retrato do


comportamento ou “história de vida” da função.

11
4 maneiras de representar uma função
Já que a coordenada y de qualquer ponto (x, y) no gráfico
é y = f (x), podemos ler o valor de f (x) no gráfico como
sendo a altura do mesmo acima do ponto x (veja a Figura
4).

Figura 4

12
4 maneiras de representar uma função
O gráfico de f também nos permite ilustrar o domínio de f
no eixo x e sua imagem no eixo y como na Figura 5.

Figura 5

13
Exemplo 1
O gráfico da função f é mostrado na Figura 6.
(a) Encontre os valores de f (1) e f (5).
(b) Quais são o domínio e a imagem de f ?

Figura 6

14
Examplo 1 – Solução
(a) Vemos na Figura 6 que o ponto (1, 3) está no gráfico de
f, de modo que o valor de f para 1 é f (1) = 3. (Em outras
palavras, o ponto no gráfico que está acima de x = 1
está 3 unidades acima do eixo x.)

Quando x = 5, o gráfico está cerca de 0,7 unidades


abaixo do eixo x. Portanto, podemos estimar
f(5)  –0,7.

(b) Podemos ver que f (x) está definida em 0  x  7, de


modo que o domínio de f está no intervalo fechado [0, 7].
Observe que f assume valores entre –2 e 4, de modo que
a imagem de f é
{y | –2  y  4} = [–2, 4] 15
Representações de funções

16
Representações de funções
Há quatro maneiras de se representar uma função:

 verbalmente (por descrição por palavras)

 numericamente (por tabela de valores)


 visualmente (por um gráfico)

 algebricamente (por uma fórmula explícita)

17
Examplo 4
Quando uma torneira de água quente é aberta, a
temperatura T da água depende do tempo em que a água
está correndo. Faça um gráfico de T como função do
tempo t transcorrido desde que a torneira foi aberta.

Solução:
A temperatura inicial da água corrente está próxima da
temperatura do cômodo, pois a água estava assentada na
tubulação.

Quando a água do reservatório de água quente começa a


sair da torneira, T aumenta rapidamente. Na fase seguinte,
T fica com o valor constante da temperatura da água
aquecida do tanque. 18
Examplo 4 – Solução
Quando o tanque é esvaziado, T diminui para a
temperatura do suprimento de água.

Isso nos permite fazer um esboço de T como função de t na


Figura 11.

Figura 11

19
Representações de funções
O gráfico de uma função é uma curva no plano xy. Surge
uma questão: quais curvas no plano xy são gráficos de
funções? Isso é respondido pelo seguinte teste:

Esse teste pode ser comprovado na Figura 13.

Figura 13 20
Representações de funções
Se uma linha vertical x = a intercepta a curva apenas uma
vez em (a, b), então exatamente um valor de função é
definido por f (a) = b.

Mas se uma linha x = a intercepta a curva duas vezes em


(a, b) e (a, c), então a curva não pode representar uma
função, pois esta não pode atribuir dois valores a a.

21
Representações de funções
Por exemplo, a parábola x = y2 – 2 mostrada na Figura
14(a) não é o gráfico de uma função de x, pois como se vê
há linhas verticais que interceptam a parábola duas vezes.
Esta parábola, no entanto, contém os gráficos de duas
funções de x.

x = y2 – 2
Figura 14(a)

22
Representações de funções
Note que a equação x = y2 – 2 implica y2 = x + 2, portanto
.

Portanto as metades superior e inferior da parábola são os


gráficos das funções e
[Veja as Figuras 14(b) e (c).]

Figura 14(b) Figura 14(c)

23
Funções definidas por partes

24
Exemplo 7
Uma função f é definida por

1 – x if x  –1
f (x) =
x2 if x > –1

Determine f (–2), f (–1) e f (0) e esboce o gráfico.

Solução:
Lembre-se que uma função é uma regra. Para essa função
em particular a regra é a seguinte:

Primeiro, olhe para o valor do input x. Se x  –1, então o


valor de f (x) é 1 – x.
25
Exemplo 7 – Solução
Por outro lado, se x > –1, então o valor de f (x) é x2.

Uma vez que –2  –1, temos f (–2) = 1 – (–2) = 3.

Já que –1  –1, temos f (–1) = 1 – (–1) = 2.

Uma vez que 0 > –1, temos f (0) = 02 = 0.

Como desenhamos o gráfico de f ? Observamos que se


x  –1, então f (x) = 1 – x. Portanto a parte do gráfico de f
que fica à esquerda da linha vertical x = –1 tem que
coincidir com a reta y = 1 – x.

26
Exemplo 7 – Solução
Se x > –1, então f (x) = x2, portanto a parte do gráfico de f
que está à direita da linha x = –1 tem que coincidir com o
gráfico y = x2, que é uma parábola. Isso nos permite
esboçar o gráfico na Figura 15.

Figura 15

O ponto sólido indica que o ponto (–1, 2) está incluído no


gráfico; o ponto vazado por sua vez indica que o ponto
(–1, 1) está excluído do gráfico. 27
Funções definidas por partes
O próximo exemplo de função definida por partes é a
função de valor absoluto. Lembre-se que o valor absoluto
de um número a, denotado por | a |, é a distância de a para
0 no eixo dos números reais. As distâncias são sempre
positivas ou 0, portanto temos

|a|  0 para todo número a

Por exemplo,

|3| = 3 |–3| = 3 |0| = 0 | –1| = –1

|3 –  | =  – 3
28
Funções definidas por partes
Em geral, temos

(Lembre-se que se a é negativo, então –a é positivo.)

29
Exemplo 8
Esboce o gráfico da função valor absoluto f (x) = |x|.

Solução:
Da discussão precedente sabemos que

x if x  0
|x| =
–x if x < 0

30
Exemplo 8 – Solução
Usando o mesmo método que no Exemplo 7, vemos que o
gráfico de f coincide com a reta y = x à direita do eixo y e
com a reta y = –x à esquerda do eixo y (veja a Figura 16).

Figura 16

31
Exemplo 9
No exemplo C no início desta aula consideramos o custo
C (w) de enviar pelo correio um pacote de peso w.

Trata-se de uma função definida por partes,dada por

0.88 if 0 < w  1
1.05 if 1 < w  2
C (w) = 1.22 if 2 < w  3
1.39 if 3 < w  4

32
Exemplo 9
O gráfico é mostrado na Figura 18.

Figura 18

Nota-se porque funções similares a essa são cahamadas


funções degrau (step functions) — elas pulam de um
valor para o próximo. 33
Simetria

34
Simetria
Se uma função f satisfaz f (–x) = f (x) para todo número x no
seu domínio, então f é chamada de função par. Por
exemplo, a função f (x) = x2 é par porque

f (–x) = (–x)2 = x2 = f (x)

O significado geométrico de uma


função par é que seu gráfico é
simétrico em relação ao eixo y
(Figura 19).
Uma função par
Figura 19

35
Simetria
Se f satisfaz f (–x) = –f (x) para todo número x no seu
domínio, então f é chamada função ímpar. Por exemplo, a
função f (x) = x3 é ímpar porque

f (–x) = (–x)3 = –x3 = –f (x)

36
Simetria
O gráfico de uma função ímpar é simétrico em relação à
origem (veja a Figura 20).

Uma função ímpar


Figura 20

37
Exemplo 10
Determine se cada uma das funções a seguir pe par,
ímpar, ou nenhum dos dois.
(a) f (x) = x5 + x (b) g (x) = 1 – x4 (c) h (x) = 2x – x2

Solução:
(a) f (–x) = (–x)5 + (–x) = (–1)5x5 + (–x)

= –x5 – x = –(x5 + x)

= –f (x)

Portanto f é uma função ímpar.


38
Exemplo 10 – Solução
(b) g (–x) = 1 – (–x)4 = 1 – x4 = g (x)

Portanto g é par.

(c) h(–x) = 2(–x) – (–x)2 = –2x – x2

Uma vez que h(–x)  h (x) e h(–x)  –h (x), concluímos


que h não é nem par nem ímpar.

39
Simetria
Os gráficos das funções no Examplo 10 estão na Figura
21. Observe que o gráfico de h não é simétrico nem em
realação ao eixo y, nem em relação à origem.

(a) (b) (c)

Figura 21

40
Funções crescentes e
decrescentes

41
Funções crescentes e descrescentes
O gráfico mostrado na Figura 22 sobe de A para B, cai de
B para C e sobe novamente de C para D. A função f é
crescente no intervalo [a, b], decrescente em [b, c] e
crescente novamente em [c, d].

Figura 22

42
Funções crescentes e descrescentes
Note que se x1 e x2 são quaisquer dois números entre
a e b com x1 < x2, então f (x1) < f (x2).

Utilizamos esta definição para função crescente.

43
Funções crescentes e descrescentes
Na definição de uma função crescente é importante
observar que a desigualdade f (x1) < f (x2) deve ser satisfeita
para todo par de números x1 e x2 em I com x1 < x2.

Pode-se ver na Figura 23


que a função f (x) = x2 é
decrescente no intervalo (– , 0]
e crescente no intervalo
[0, ).

Figura 23

44

Você também pode gostar