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Memória

Sem memória não há cognição


Memória

O que é?

A memória é o processo dinâmico que consiste na codificação, armazenamento e


recuperação de conteúdos mnésicos ou de informação.
Adquirimos e armazenamos informação para a utilizarmos nas mais diversas
situações da vida.
Princípios básicos da memória

Sabe-se que a memória implica tratamento de informação. Para tal, distinguem-se


três tipos de operações que se interligam entre si, de modo, que umas não
poderiam existir se as outras não existissem.
Os tipos de operações existentes são:

Codificação Toda a aquisição de informação implica a


codificação dos dados informativos, isto é, a sua
transformação de modo a poder ser armazenada
na memória, ou seja, a codificação ( códigos
visuais, acústicos ou semânticos). É a primeira
fase do processo de formação de novas
memórias; nova informação é introduzida, umas
vezes automaticamente e outras mediante
repetição ou elaboração na memória.
Armazenamento É o processo mediante o qual mantemos na
memória a informação que foi adquirida. A
simples repetição da informação não é a forma
mais eficaz de reter ou armazenar a informação.
A melhor forma de o fazer consiste em analisar o
significado da nova informação relacionando-a
com informação já existente na memória. Recebe
o nome de repetição elaborada.
Reatualização A reatualização implica a recuperação dos
ou recuperação conteúdos mnésicos de acordo com o modo como
foram adquiridos e armazenados, ou seja, em
fazer regressar à consciência o que fora
memorizado. Reatualizar a informação depende
do modo como a mesma está organizada e do uso
de pistas que permitam iniciar a procura do que
desejamos recuperar.
Memória a curto prazo

O que é?

A memória a curto prazo é um sistema temporário de armazenamento que guarda a


informação durante o tempo que ela é utilizada. Atualmente os estudiosos preferem
o termo «memória de trabalho» porque é com ela que trabalhamos sempre que
conversamos, realizamos uma tarefa. Tal como uma secretária é uma área de
trabalho onde utilizamos determinados materiais (caneta, caderno, livros, etc.) a
M.C.P. é a área onde se atualizam e são utilizados os conteúdos mnésicos necessários
em dados momentos.

Dentro da M.C.P. tem duas grandes componentes, a memória de trabalho e a


memória imediata.
Memória de trabalho

A memória de trabalho é a área onde se colocam e são utilizados os conteúdos


mnésicos necessários em dados momentos.
Utilizamos a memória de trabalho sempre que realizamos uma tarefa, como
conversar com outra pessoa, por exemplo.
Esta é uma forma de memória caraterizada por ser um espaço ativo de trabalho onde
a informação está acessível para uso temporário.
Memória
imediata

A memória imediata é uma forma de memória com fraca capacidade de


armazenamento e de reduzida durabilidade, apenas consegue fixar 7 peças ou itens e,
tem a capacidade de manter a informação captada num espaço de tempo de cerca de
20 a 30 segundos.
Memória a longo prazo

O que é?

A memória a longo prazo é um tipo de memória relativamente duradoura na qual a


informação é armazenada para ser utilizada posteriormente. Para os estudiosos, a
M.L.P. tem a capacidade de armazenar grandes quantidades de informação durante
longos períodos de tempo. A informação é armazenada sobretudo mediante uma
codificação semântica, que assenta no significado da informação. Os elementos
informativos recém-chegados são associados e integrados em contextos
significativos já formados. Podemos dizer então que a M.L.P. é um sistema composto
por redes de associações entre conceitos.
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A memória a longo prazo é um sistema que se divide em dois subsistemas: a memória
declarativa e a memória não – declarativa.
Memória declarativa

A memória declarativa é um tipo de memória a longo prazo que armazena factos,


informações gerais e episódios ou acontecimentos pessoais.
A memória declarativa subdivide-se em memória episódica e memória semântica.

Memória semântica subdivisão da memória declarativa


especializada no armazenamento de
conhecimentos gerais. É denominada por
muitos como “enciclopédia mental”,
conhecimento geral sobre o mundo.
Memória episódica subdivisão da memória declarativa que
contém a memória dos acontecimentos que
vivemos pessoalmente. É uma memória
autobiográfica que armazena ou grava como
se fosse um diário mental os episódios mais ou
menos significativos da nossa vida.
Memória não-declarativa

A memória não-declarativa é o tipo de memória que guarda as informações


adquiridas que nos permitem saber como realizar procedimentos motores.
Comer com faca e garfo, guiar um automóvel, andar de bicicleta, tocar guitarra,
piano, escovar os dentes, etc., são aptidões adquiridas de forma relativamente lenta,
mas, uma vez adquiridas tornam-se comportamentos quase automáticos, que se
executam com pouco esforço consciente e que duram, normalmente, toda a vida.
Esquecimento e memória
O esquecimento é uma condição necessária à memória, não sendo considerada uma
doença. Sem o esquecimento muita informação inútil, desnecessária, incómoda e
conflituosa não poderia ser afastada, o que perturbaria a nossa adaptação à realidade.
Seria impossível conservar todos os materiais que armazenamos. O esquecimento
tem uma função seletiva e adaptativa.
O esquecimento pode ser definido como a incapacidade de recuperar dados que foram
memorizados.
Esquecimento regressivo e motivado

Esquecimento regressivo – degenerescência dos tecidos cerebrais- doença.

O esquecimento motivado - significa que esquecemos porque temos razões (estamos


motivados) para esquecer.
Relação entre aprendizagem e memória

É a aprendizagem que determina o nosso pensamento, a nossa linguagem, as


motivações, as atitudes e a personalidade. Existem aprendizagens simples e
aprendizagens complexas que implicam uma atividade mental diversificada. Inerente
aos processos de aprendizagem está a memória. Só a memória nos possibilita reter o
que aprendemos, para responder adequadamente à situação presente e proporcionar
a possibilidade de projetar o futuro. A memória é a condição que torna possíveis os
processos de aprendizagem.
Só aprendemos quando o que adquirimos é retido e passível de recuperação. O
próprio conceito de aprendizagem implica o de memória. Com efeito, a aprendizagem
é uma mudança relativamente estável no comportamento como resultado da prática e
da experiência. A estabilidade e a mudança dependem da memória: o novo saber só é
novo se o anterior não tiver desaparecido e enquadra-se ou engloba os saberes
possuídos como ultrapassados. Não poderíamos aplicar o saber adquirido a novas
situações sem a relativa permanência que a memória assegura.
Conclusão

Tanto a aprendizagem como a memória são


funções e capacidades essenciais para a nossa
vida. A aprendizagem permite-nos adquirir novos
conhecimentos, desenvolver novas
competências e mudar os nossos
comportamentos. A memória permite-nos
adquirir e armazenar informação para a
utilizarmos nas mais diversas situações da vida.
A aprendizagem não existe sem a memória e
vice-versa.
Sem a aprendizagem, não conseguiríamos fazer
coisas que nos são tão comuns, como por
exemplo, ser estudante. Sem a memória,
seriamos incapazes de existir simplesmente,
pois, por exemplo, é através dela que
conseguimos realizar até os mais básicos
movimentos psicomotores.

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